domingo, 10 de setembro de 2023

SENDO IGREJA DO DEUS VIVO

        3º Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 12

Texto Base: 1 Timóteo 3.14-16; Efésios 5.25-27,32

 

“Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja” (Ef.5:32).

1Timóteo 3:

14.Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa, 

15.mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. 

16.E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade:  Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória.

Efésios 5:

25.Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 

26.para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 

27.para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 

32. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da Igreja do Deus vivo. A Igreja refere-se a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais. Hoje, igreja comporta vários significados - refere-se frequentemente ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: estamos indo à igreja); pode indicar a nossa comunhão local ou denominação (minha igreja ensina sobre o batismo no Espírito Santo) ou um grupo religioso regional ou nacional (a igreja em Fortaleza). Mas seja como for, o significado bíblico de “igreja” refere-se primariamente não às instituições e culturas, mas sim às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele.

Embora seja um organismo vivo, o Corpo de Cristo (1Co.12:27a), a Universal Assembleia e Igreja dos Primogênitos, que estão inscritos nos céus (cf. Hb.12:23a), a Igreja se apresenta sobre a face da Terra como uma reunião de igrejas locais, grupos sociais que têm tarefas a cumprir até a volta do Senhor Jesus para arrebatar os salvos e os levar para estar para sempre com Ele (João 14:3; 1Ts.4:16,17).

Embora seja o Templo do Espírito Santo, a Igreja local não está livre de influências nocivas que procuram enfraquecer sua identidade de representante de Cristo no mundo. E os efeitos do mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser pautada pelos valores da fé cristã (2Tm.3:1-5). Por isso, nesta Lição, é importante reafirmar a natureza da Igreja e destacar seu relacionamento com Cristo. Neste relacionamento que, como Igreja, nos afastamos do mundo, vivemos o propósito de Cristo na terra e nos livramos das influências hostis aos valores eternos da mensagem de Cristo. 

I. A NATUREZA DA IGREJA DO DEUS VIVO

1. A casa do Deus vivo

Uma verdade importante acerca da Igreja colocada em relevo é que ela é a morada do Deus vivo. Disse Paulo a Timóteo: “escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo” (1Tm.3:14,15).

A Igreja (não o templo físico) é a Casa de Deus, a morada do Altíssimo, o santuário do Espírito Santo. Deus habita na Igreja. Nós, povo de Deus, somos sua habitação (1Co.3:16; 6:19; 2Co.6:16). Aquele, que nem o céu dos céus pode contê-lo, habita em nós, frágeis vasos de barro.

No Antigo Testamento, Deus mandou fazer um santuário para habitar no meio do povo (Êx.25:8). Depois, o Templo foi edificado, e Deus habitou no Templo. Na plenitude dos tempos, o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Agora, Deus habita na Igreja. A Palavra grega “oikos”, traduzida por “casa”, mostra que a igreja é uma família, a família de Deus (Ef.2:19); “corpo de Cristo” (1Co.12:27); “templo de Deus” (1Co.3:16). Se a Igreja não é um grupo de irmãos, então não é uma verdadeira igreja.

2. A coluna e firmeza [fundamento] da verdade

“¹⁵ mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15). 

Outra verdade importante acerca da Igreja do Deus vivo é que ela é “a coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15b). A Igreja é fundamento da verdade na medida em que se baseia em Cristo, pois Ele é o fundamento da Igreja (1Co.3:11). O próprio Cristo é a Verdade (João 14:6).

O Pr. Hernandes Dias Lopes, citando William Barclay, explica que a palavra “coluna” tinha um significado muito importante na cidade de Éfeso, onde Timóteo era pastor. A maior glória de Éfeso era o templo de Diana (Atos 19:28). Esse templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo; uma de suas características eram suas colunas. Havia nesse templo 127 colunas jônicas de mais de 18 metros de altura, cada uma das quais havia sido presente de um rei. Todas eram feitas de mármore, e algumas continham pedras preciosas incrustradas ou estavam cobertas de ouro.

Segundo pr. Hernandes Dias Lopes, a Igreja é comparada com uma coluna e um fundamento. Como a coluna sustenta o teto e como o fundamento sustenta toda a estrutura da casa, assim, a Igreja sustenta a gloriosa verdade do Evangelho no mundo. A Igreja sustenta a verdade por ouvi-la e obedecer-lhe (Mt.13:9), por usá-la corretamente (2Tm.2:15), por guardá-la no coração (Sl.119:11), por defendê-la (Fp.1:16), por proclamá-la (Mt.28:18-20).

John Stott, analisando essas duas metáforas - fundamento e coluna -, assevera que a Igreja tem dupla responsabilidade em relação à verdade. Primeiro, como fundamento, sua função é sustentar a verdade com firmeza, de tal forma que ela não caia por terra sob o peso de falsos ensinos. Segundo, como coluna, tem a função de mantê-la nas alturas, de modo que não fique escondida no mundo. Sustentar com firmeza a verdade é a defesa e a confirmação do evangelho; mantê-la bem alto é a proclamação do evangelho. A igreja é chamada para esses dois ministérios. Há uma estreita conexão entre a igreja e a verdade. A igreja depende da verdade para sua existência, e a verdade depende da igreja para sua defesa e proclamação. Se a verdade do Evangelho for corrompida, então, a igreja deixa de ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt.5:13,14).

3. O mistério da piedade

A verdade do Evangelho é personificada em Cristo (João 14:6). Nessa concepção, o apóstolo Paulo diz: “grande é o mistério da piedade” (1Tm.3:16a). Quando Paulo afirma “grande é o mistério da piedade”, ele não quer dizer que a verdade é misteriosa demais, mas que ela, antes desconhecida quanto à pessoa e à obra do Senhor Jesus, é extraordinária e maravilhosa. Veja a sequência do texto: “Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”.

-“Deus foi manifestado em carne” - refere-se ao Senhor Jesus e particularmente à sua encarnação. A verdadeira “piedade” manifestou-se na carne pela primeira vez quando o Salvador nasceu como um bebê na manjedoura de Belém.

-“Contemplado por anjos” – Os anjos participaram efetivamente da vida e do ministério de Jesus, em seu nascimento, em sua tentação, em seu ministério, em sua agonia, em sua ressurreição e em sua ascensão. Do dia de Pentecostes em diante, Ele foi pregado entre os gentios. A proclamação não atingiu somente o povo judeu, mas as mais longínquas partes da terra.

-“Crido no mundo” – Porque Jesus foi pregado entre os gentios, pessoas de todas as tribos, raças, povos e línguas começaram a adorá-lo como seu Senhor e Salvador, como havia sido previsto (Sl.72:8-11,17; Gn.12:3; Am.9:11,12; Mq.4:12). Pessoas de todas as nações são transformadas à sua imagem e preparadas para seu serviço. Observe que não está escrito “crido pelo mundo”; embora a pregação tenha ocorrido em todo o mundo, sua aceitação tem sido apenas parcial.

-“Recebido em glória”. Isto se refere à ascensão de Jesus ao Céu depois de concluída a obra da redenção. “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef.4:10). O mesmo Jesus que ouviu os gritos ensandecidos da multidão: “crucifica-o, crucifica-o”, agora vê os céus abrindo seus portais para recebê-lo.

A Igreja, portanto, é a fiel portadora dessa verdade. Vivemos num contexto de ataques que buscam desconstruir a fé dos santos, entretanto, nesse contexto é que somos convidados a ser Igreja do Deus Vivo, coluna e firmeza da verdade. É tempo de sermos Igreja em qualquer lugar em que Deus nos levar.

II. CRISTO E O RELACIONAMENTO COM A IGREJA

1. Santificação e pureza

Disse Paulo: “...Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito “ (Ef.5:25-27).

Santificar quer dizer separar. Quanto à sua posição, a Igreja já e santificada. Na prática ela é separada dia após dia; ela está passando por um processo de preparação moral e espiritual, semelhante ao ano de preparação pelo qual Ester passou antes de ser apresentada ao rei Assuero (Et.2:12-16). O apóstolo Paulo compara a relação de Cristo com a Igreja, com a do marido com a esposa (2Co.11:2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial (Ap.21:2,9). Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo a santifica para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (2Ts.2:13).

O processo de santificação acontece “por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef.5:26); ou seja, a Igreja está sendo lavada no presente, não com água literal, mas com o agente de limpeza que é a Palavra de Deus. Em termos simples, isso significa que a vida do crente é purificada à medida que ele ouve as palavras de Cristo e obedece. Jesus falou aos seus discípulos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (João 15:3). E Ele ligou a santificação à Palavra em sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Assim como o sangue de Cristo nos purifica de uma vez por todas da culpa e da penalidade do pecado, da mesma forma a Palavra de Deus nos purifica continuamente da corrupção e da poluição do pecado. Com afirma o pr. Douglas Baptista, a Santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se para a volta do Senhor (1Pd.1:15; Hb.12:14). Esse processo é contínuo até a glorificação final no dia de Cristo (Rm.6:22; 8:30; Fp.3:21).

2. Gloriosa e irrepreensível

A santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef.5:27). Paulo explica por que Cristo se entregou pela Igreja, a fim de torná-la santa – “para a apresentar a si mesmo gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. A “apresentação” retrata um casamento futuro; é como o período de noivado, que, para os judeus, estabelecia vínculos tão fortes como os do casamento.

Conforme afirma William Macdonald, no passado, o amor de Cristo se manifestou na nossa redenção; no presente, é visto na nossa santificação; no futuro, será exibido na nossa glorificação (Ap.19:7). Ele mesmo vai apresentar a si mesmo a Igreja gloriosa, sem mácula, sem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

Sem “mácula” e sem “ruga” significa sem mancha alguma de ordem moral ou espiritual. Então a Igreja atingirá o clímax da beleza e da perfeição espiritual. Naquele Dia não haverá sinal algum de velhice na Igreja de Cristo - nenhuma ruga, nenhum defeito. Ele não admitirá nada que não lembre a flor de uma juventude eterna e a novidade de uma afeição que nunca se cansa nem se corrompe. A Igreja então será santa e sem culpa. Veja que a Igreja não torna a si mesma santa e irrepreensível; ao contrário, ela já foi feita assim através do sangue de Cristo.

III. AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO

“Zelo e ensino pela verdade são duas das principais armas da Igreja do Deus vivo”.

1. O zelo pela verdade

Enfatizamos que a verdade bíblica é absoluta e imutável (Lc.21:33; João 17:17), e a igreja é a “fiel depositária” dessa verdade (1Tm.3:15). Portanto, como cristãos em Cristo, entendemos que a Bíblia é a autoridade suprema em nossas vidas, e é através dela que conhecemos a verdade eterna de Deus.

Quando olhamos para passagens como Lucas 21:33 e João 17:17, vemos a clara afirmação de Jesus sobre a natureza duradoura e inalterável de Suas palavras. O Senhor também nos diz em João 14:6 que Ele próprio é o caminho, a verdade e a vida. Portanto, não há margem para dúvida: o Evangelho de Cristo é a única verdade que nos conduz à salvação e à comunhão com o Pai.

Também encontramos orientação na Primeira Epístola a Timóteo, capítulo 3, versículo 15, onde somos ensinados que a igreja é a "coluna e firmeza da verdade". Isso significa que a igreja tem um papel vital como guardiã e defensora da verdade bíblica. É nosso dever, como membros da igreja, preservar e proclamar o Evangelho, cumprindo assim a grande comissão que Jesus nos confiou (Mt.28:19,20).

Entretanto, devemos lembrar que ser "fiel depositária" da verdade não significa que a igreja local é infalível. Somos humanos e passíveis de erro, mas confiamos na direção do Espírito Santo para nos guiar na compreensão e interpretação correta das Escrituras. Também precisamos manter um coração humilde e aberto à correção, sempre voltando à Bíblia como nossa base final de fé e prática.

Quando vivemos de acordo com a verdade bíblica, experimentamos a alegria da salvação, a transformação de nossas vidas e a capacitação do Espírito Santo para vivermos de maneira que honremos a Deus. Portanto, todos os crentes em Cristo devem mergulhar na Palavra, aprofundarem seu relacionamento com Cristo e a contribuírem para a edificação do corpo de Cristo, a igreja, como fiéis depositários da verdade divina. Assim, a Igreja deve zelar pela verdade das Escrituras, viver e propagar a mensagem bíblica com fidelidade (2Tm.4:2).

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2. O ensino da verdade

Deus constituiu líderes para o aperfeiçoamento e edificação da Igreja (Ef.4:11,12). E eles devem estar com habilidade e aptidão para ensinar (1Tm.3:2). Para isso, o líder precisa ter compromisso com a Palavra (Atos 20:20-27), ter a capacidade de compreender a Palavra, defender a ortodoxia, refutar as heresias (Tt.1:9), e esforçar-se na Palavra e no ensino (1Tm.5:17). Enfim, a verdade bíblica deve ocupar a primazia na igreja local (1Tm.4:13; 2Tm.2:15) onde o líder exerce a sua liderança.

O verdadeiro líder é um estudioso dedicado, que se esmera tanto no estudo como no ensino; e ensina tanto pela palavra como pelo exemplo, tanto com palavras como por obras. Faço minha as palavras do Pr. Douglas Baptista: “Não ensinar as Escrituras, relativizar suas doutrinas ou fazer concessões ao pecado equivale fazer a igreja refém do mundanismo. Portanto, somente a verdade de Deus é capaz de libertar o pecador (João 8:32)”.

CONCLUSÃO

Apesar dos ataques contumazes contra a Igreja de Cristo perpetrada pelo arqui-inimigo de Cristo, principalmente nestes últimos tempos difíceis da era cristã, a nossa fé não pode esmaecer; devemos, mais do que nunca, sermos Igreja do Deus vivo, e guardiã da Verdade que liberta (João 8:36). Vivemos num contexto de ataques que buscam desconstruir a fé dos santos, entretanto, nesse contexto é que somos convidados a ser Igreja do Deus Vivo, coluna e firmeza da verdade. É tempo de ser Igreja em qualquer lugar em que Deus nos levar. Fazemos parte do Corpo de Cristo; portanto, não permitamos que a mensagem da cruz seja ressignificada; devemos, sim, honrá-la, pregá-la com destemor, buscarmos a santificação, a integridade e a irrepreensibilidade até a volta do Senhor.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Colossenses. A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 1Timóteo. O pastor, sua vida e sua obra.

 

domingo, 3 de setembro de 2023

CULTIVANDO A CONVICÇÃO CRISTÃ

         3º Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 11

Texto Base: 1Tessalonicenses 2:1-12

“Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência” (1Ts.2:3).

1Tessalonicenses 2:

1.Porque vós mesmas, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã;  

2.mas, havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. 

3.Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; 

4.mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração. 

5.Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha. 

6.E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; 

7.antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 

8.Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos. 

9.Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus. 

10.Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes. 

11.Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos, 

12.para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória.

INTRODUÇÃO

Nesta Lição trataremos da convicção cristã. Convicção é a ação de convencer, isto é, ter uma ideia ou opinião sobre algo de modo pertinaz, crendo absolutamente naquilo que acredita e transmitindo isso para as outras pessoas. Ter convicção é o mesmo que ter a firme certeza sobre algo em que acredita, sendo esta segurança oriunda a partir de motivos ou provas de natureza particular. A origem da palavra "convicção" está no latim convictio, que significa "prova" ou "refutação". Este termo, por sua vez, deriva de convincere, que quer dizer "vencer" ou "superar decisivamente". Nesta Lição, veremos que todo crente em Jesus Cristo precisa cultivar uma profunda convicção espiritual, moral e social a fim de ser capaz de dar um verdadeiro testemunho neste mundo mergulhado em trevas. 

I. CONVICÇÃO ESPIRITUAL

1. Poder do Espírito Santo

Na Segunda Viagem Missionária de Paulo (49-52 d.C.), por orientação divina, o evangelho de Cristo foi proclamado na Europa. Após ter sido impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia e na Bitínia (Atos 16:6,7), o apóstolo teve uma visão em que um homem lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” (Atos 16:9). A partir dessa revelação a mensagem da cruz foi anunciada em Filipos e depois em Tessalônica (Atos 16:10-12; 17:1). Paulo afirma que o evangelho chegou nesta região “não tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção...”(1Ts.1:5-ARA). Veja que Paulo afirma que o evangelho chegou nesta região de três formas gloriosas:

a) Em palavras. O apóstolo usou métodos inteligentes de abordagens para apresentar Jesus por meio das Escrituras. Ele arrazoou, expôs, demonstrou e anunciou (Atos 17:2,3).Todos esses métodos foram endereçados ao entendimento dos tessalonicenses. Porém, Paulo não dependeu de sua própria habilidade, eloquência e sabedoria. A pregação dele não foi meramente uma declaração, uma retórica vazia e sem coração. A pregação de Paulo não era um simples discurso. O evangelho não consiste em meras palavras. O pr. Hernandes Dias Lopes afirma que “Paulo pregava aos ouvidos e aos olhos. Ele falava e demonstrava. Ele tinha palavra e poder”.

b) Em poder, no Espírito Santo. A palavra utilizada por Paulo para “poder”, “dynamis”, é usada geralmente para denotar a energia divina. Pregar em poder, portanto, significa pregar na força e energia do próprio Deus. O evangelho não consiste de meras palavras. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse dada em poder. O evangelho é o poder de Deus que trabalha no coração do ser humano. Havia dinamite (dynamis) espiritual na mensagem de Paulo, explosivo suficiente para demolir os ídolos (1Ts.1:9).

Paulo estava convencido de que nenhum método era por si suficiente para alcançar os corações. Ele dependia totalmente do poder do Espírito Santo em sua pregação. Paulo não colocava o uso da razão como algo contrário à ação do Espírito; ele usava os melhores métodos e se esmerava na preparação da mensagem, mas confiava totalmente no poder do Espírito para aplicar a mensagem. Martyn Lloyd-Jones disse “que se não houver poder, também não haverá pregação. A verdadeira pregação, afinal de contas, consiste na atuação de Deus. A pregação é lógica pegando fogo. É teologia em chamas. Pregação é teologia que extravasa de um homem que está em chamas”.

c) Em convicção. Paulo tinha plena convicção do poder da mensagem que anunciava. Martyn Lloyd-Jones corrobora que “Paulo sabia que algo estava acontecendo, e tinha consciência disso. Ninguém pode ser cheio do Espírito Santo sem saber o que está acontecendo. Esse enchimento do Espírito Santo propicia clareza de pensamento, clareza e facilidade de expressão, um profundo senso de autoridade e confiança na pregação, além da certeza de um poder vindo do Alto, que se manifesta ardentemente por todo o nosso ser, com um senso indescritível de alegria. Nada provém de nosso próprio esforço; somos um mero instrumento, um canal, um veículo; o Espírito nos usa e contemplamos tudo com grande júbilo e admiração”.

O pr. Hernandes Dias Lopes, citando William Hendriksen, diz que “a convicção é um efeito imediato da presença e do poder do Espírito Santo nos corações dos embaixadores. A referência aqui é a plena convicção dos missionários à medida que pregavam a Palavra”. Como afirma o pr. Douglas Baptista, na ausência de convicção espiritual, a Palavra de Deus é reduzida a mero intelectualismo humano e seu resultado é ineficaz na transformação de vidas (Mt.7:29; 1Co.2:1-5).

2. Confiança em Deus

Antes de pregar em Tessalônica, Paulo pregou em Filipos, por ocasião de sua Segunda Viagem Missionária. Em Filipos foi espancado com varas e ultrajado. Diz o texto sagrado: “uma multidão revoltada se juntou contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que os dois fossem despidos e açoitados com varas. Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão. O carcereiro recebeu ordens para não os deixar escapar, por isso os colocou no cárcere interno, prendendo-lhes os pés no tronco” (Atos 16:22-24).

Apesar dessa severa provação, não esmoreceram, mas, impelidos pelo Espírito, vieram à Tessalônica e pregaram o evangelho com confiança em Deus. Na cidade, em meio às suas lutas, e com ousadia e confiança, anunciaram a Cristo. Apesar da severa oposição, Paulo diz que a sua fé não estava abalada: “Sabem como fomos maltratados e quanto sofremos em Filipos, antes de chegarmos aí. E, no entanto, com confiança em nosso Deus, anunciamos a vocês as boas-novas de Deus, apesar de grande oposição” (1Ts.2:2). Muitos poderiam tirar férias ou dar um tempo no ministério depois de tão violenta perseguição, mas Paulo se dispôs a pregar a Palavra de Deus ousadamente em Tessalônica.

Todavia, o Ministério de pregação em Tessalônica foi também em meio a uma luta agônica. Os críticos de Paulo queriam desacreditar sua pessoa, assacando contra ele pesadas e levianas acusações. Havia quem dizia em Tessalônica que Paulo tinha ficha policial e que não era mais que um delinquente que estava fugindo da justiça, e que obviamente não se poderia dar ouvidos a um homem dessa índole. Porém, assim como as trevas não podem prevalecer contra a luz e a mentira não pode triunfar sobre a verdade, as acusações mentirosas dos inimigos não puderam destruir a reputação do apóstolo de Cristo. Como afirma o pr. Douglas Baptista, “nessa perspectiva, somos encorajados a não desfalecer na pregação do Evangelho, mas confiados em Deus, jamais recuar, mesmo diante das ameaças de prisão ou de morte.

3. Fidelidade na pregação

Deus confiou a Paulo a pregação do evangelho. Foi fiel e aprovado por Deus (1Ts.2:4). Paulo tinha não apenas a revelação, mas também aprovação. Foi aprovado porque ele pregava para agradar a Deus e não a homens. Ele não pregava o que o povo queria ouvir, mas o que o povo precisava ouvir. Ele não pregava para entreter os bodes, mas para alimentar as ovelhas. A pregação da verdade não é popular, mas é vital para a salvação.

Paulo assegura que o Evangelho anunciado em Tessalônica “não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência” (1Ts.2:3a). Ele possuía o conteúdo glorioso do evangelho de Deus e uma vida reta diante do Senhor. Sua pregação era respaldada pela sua vida, e seu ministério foi plantado no solo fértil de uma vida piedosa. Vida com Deus precede ministério para Deus. A vida é a base do ministério e precede ao ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra (Mc.3:14). Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos. Por isso, “devemos viver de uma maneira que traga atenção positiva e a honra a Deus. Devemos sempre examinar a nós mesmos, para assegurar que as nossas vidas sejam dignas de nos identificar com Cristo, representar o seu caráter e transmitir a sua mensagem a outras pessoas. Só seremos capazes de fazer isto, confiando na graça e no poder de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal).

II. CONVICÇÃO MORAL

1. Retidão nas ações

A conduta de retidão nas ações é uma virtude do crente regenerado. Disse o apóstolo Paulo aos crentes de Colossos: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Col.3:23). Todo o trabalho é digno se o fizermos de forma honesta, com retidão, e todo o trabalho é espiritual se o fazemos para o Senhor.

A retidão nas ações de uma pessoa é um sinal clarividente que ela é convertida, pois a conversão, como ensina o pr. Douglas Baptista, opera a transformação moral na vida do crente salvo (2Co.5:17). Paulo foi um obreiro irrepreensível diante das pessoas. Escrevendo aos crentes de Tessalônica, ele reivindica a retidão das próprias ações ao afirmar: “A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus é testemunha” (1Tess.2:5). Aqui, ele menciona dois fatores da sua irrepreensibilidade:

a)    Ele não era um bajulador (1Ts.2:5a). A palavra “bajulação” usada por Paulo descreve a adulação que pretende ganhar algo, a lisonja por motivos de lucros. É o engano mediante a eloquência, para ganhar os corações das pessoas a fim de explorá-las. O bajulador é aquele que fala uma coisa e sente outra. Ele tem a voz macia como a manteiga e o coração duro como uma pedra. Ele tem palavras aveludadas e uma motivação ferina como uma espada. Havia plena sintonia entre o que Paulo falava e o que ele sentia. Paulo apresenta seu testemunho diante de todos: “[...] como sabeis (1Ts.1:5; 2:1,5,11; 3:3,4; 4:2; 5:2). E também dá seu testemunho diante de Deus: “Deus é testemunha” (1Ts.2:5). Somente o falso cristão é que busca poder e influência por meio da bajulação mentirosa (Rm.16:18).

b)   Ele não era mercenário (1Ts.2:5b).  Paulo não pregava para arrancar o dinheiro das pessoas, mas para arrancar-lhes do peito o coração de pedra, a fim de receberem um coração de carne. Paulo não buscava lucro, mas salvação. Sua recompensa não era dinheiro, mas vidas salvas. Os motivos de Paulo em fazer a obra de Deus eram puros. Ele não fazia do ministério uma plataforma para se enriquecer. Ele não estava atrás do dinheiro das pessoas, mas ansiava pela salvação delas.

Além destes fatores, a Bíblia orienta a deixar a mentira e falar a verdade (Ef.4:25), deixar o furto e ser honesto (Ef.4:28), não pronunciar palavras torpes e dizer apenas o que edifica (Ef.4:29).

2. Reputação ilibada

"Reputação ilibada" é uma expressão que se refere a uma reputação impecável, imaculada ou irrepreensível. Ela indica que uma pessoa ou entidade possui um histórico livre de qualquer tipo de mancha, má conduta, escândalo, atividade criminosa ou desonestidade. Ter uma reputação ilibada implica em ser reconhecido(a) como alguém que age de forma ética, honesta e respeitável em todos os aspectos de sua vida pessoal e profissional.

Com relação ao apóstolo Paulo, ele avalia sua reputação com esta frase: “Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros” (1Tes.2:6). Paulo não pregava para alcançar glória e prestígio humano, não andava atrás de lisonjas humanas. Ele não buscava prestígio pessoal nem glória de pessoas. Ele não dependia desse reprovável expediente, pois sabia quem era e o que devia fazer. Ele não precisava bajular nem receber bajulação. Sua realização pessoal não procedia da opinião das pessoas, mas da aprovação de Deus. É digno observar que em 1Tessalonicenses 1:5, Paulo não disse: “Eu cheguei até vós”, mas disse: “o nosso evangelho chegou até vós”. O foco não estava no homem, mas no evangelho. O culto à personalidade é um pecado. Toda a glória que não é dada a Deus é vanglória, é glória vazia. Aos coríntios, escreveu que o crente deve gloriar-se no Senhor e não em si próprio (1Co.1:29-31). A conclusão é clara: os que aspiram fama e prestígio caem em tentação e maculam o Evangelho. Nosso viver deve glorificar a Deus. A Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, para sempre! (Ef.3:21).

3. Vida irrepreensível

O adjetivo “irrepreensível” é frequentemente usado para descrever indivíduos que são admirados por sua integridade e caráter exemplar, que seguem uma conduta ética consistente e que evitam qualquer tipo de comportamento prejudicial ou inadequado. Assim como no caso da "reputação ilibada", ter uma "vida irrepreensível" é considerado um atributo altamente valorizado, especialmente em contextos nos quais a confiança, a responsabilidade e a ética são fundamentais, como em liderança, cargos públicos ou atividades que envolvam relações de confiança e responsabilidade.

Uma "vida irrepreensível" refere-se a um estilo de vida ou conduta que é considerado sem falhas morais, éticas ou comportamentais. Significa viver de acordo com padrões elevados de moralidade, ética e integridade, evitando ações que possam ser julgadas como erradas, questionáveis ou condenáveis pela sociedade, pela lei ou por princípios pessoais.

Uma pessoa que leva uma vida irrepreensível geralmente é vista como alguém que age de maneira justa, honesta e respeitosa em todas as áreas de sua vida, seja em relacionamentos pessoais, profissionais ou comunitários. Nesse contexto, o apóstolo Paulo invoca a Deus e a igreja em Tessalônica como testemunhas de sua postura “santa, justa e irrepreensível” (1Ts.2:10). Como bem afirma o pr. Douglas, “essas designações implicam obediência nas questões morais, atitude de retidão exemplar e conduta sem motivo algum de reprovação (1Co.9:16-23); denotam o padrão de comportamento para com Deus, para com os homens e para consigo mesmo (1Co.9:27)”.

Paulo viveu de forma irrepreensível (1Tess.2:10). A palavra “irrepreensível” tem a ver com o reflexo público da vida. Isso fala de uma relação correta com os outros. Os inimigos de Paulo podiam odiá-lo, acusá-lo, e até assacar contra ele pesadas e levianas acusações, mas não podiam encontrar nada para envergonhá-lo. Paulo era um obreiro irrepreensível. Ciente da influência que sua vida exercia sobre os fiéis, o apóstolo diz: “para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes” (2Ts.3:9). Assim, o grau de comprometimento adotado pelo crente com os valores do Reino é o reflexo do nível de sua comunhão com Deus (1Co.10:32).

III. CONVICÇÃO SOCIAL

1. Bem-estar comum

O papel da igreja é o de proclamar o Evangelho (Mt.28:19) e aliviar o sofrimento promovendo o bem-estar social entre os irmãos (Tg.2:15-17). Paulo teve essa preocupação em seu ministério. Veja o que ele disse à Igreja de Tessalônica:

“Embora, como apóstolos de Cristo, pudéssemos ter sido um peso, tornamo-nos bondosos entre vocês, como uma mãe que cuida dos próprios filhos. Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós” (1Tes.2:7,8).

Paulo foi como uma mãe para os crentes de Tessalônica. Uma mãe é aquela que quando tem apenas um pão para repartir fala para o filho que não está com fome. Uma mãe se dispõe a renunciar aos seus direitos a favor dos filhos. De modo semelhante, Paulo tinha o direito de exigir dos tessalonicenses o seu sustento, mas ele abnegada e voluntariamente abriu mão desses direitos para suprir as necessidades dos tessalonicenses como uma mãe carinhosa que acaricia os próprios filhos. Paulo não era um mercenário, mas um pastor. Ele não apascentava a si mesmo, mas o rebanho de Deus. Ele colocava a necessidade dos outros acima das suas necessidades.

Como uma mãe, Paulo cuidou dos seus filhos espirituais com sacrifício cabal (1Tes.2:8). Ele estava pronto a dar a própria vida pelos crentes de Tessalônica. O pastor verdadeiro, aquele que imita o supremo Pastor, dá a vida pelas suas ovelhas (João 10:11); ele não vive para explorá-las, mas para servi-las; seu ministério é de doação e não de exploração. Seu sacrifício é cabal, igual a uma mãe que está pronta a dar sua própria vida para proteger o filho; seu amor é sacrificial. Foi esse fato que permitiu ao rei Salomão descobrir qual mulher era a mãe verdadeira da criança sobrevivente (1Rs.3:16-28).

O procedimento de Paulo também se equipara ao procedimento de um pai amoroso que se interessa pelos problemas dos filhos (1Ts.2:11b). Era assim que Paulo encorajava, confortava e servia de exemplo à igreja (1Ts.2:11a). Um pai não deve apenas sustentar a família com trabalho e ensinar-lhe com exemplo, mas também deve ter tempo para conversar com os membros da família. Paulo sabia da importância de ensinar os novos crentes.

Paulo não era um pregador estrela que só gostava do glamour da multidão. Ele passava tempo com cada pessoa. Ele era um pai para quem cada filho tinha um valor singular e por quem estava pronto a dar sua própria vida. O propósito de Paulo ao ensinar os seus filhos na fé era que eles vivessem de modo digno diante de Deus. O alvo de Paulo era levar os crentes à maturidade espiritual; os tessalonicenses deveriam atingir a plenitude da estatura de Cristo.

Assim como fez Paulo, a Igreja de hoje deve agir na busca da maturidade cristã e espiritual, jamais olvidando o bem-estar comum das pessoas, quer seja crente ou descrente. Como diz o pr. Douglas, a dedicação exclusiva de uma parte em detrimento da outra não retrata o Evangelho de Cristo (Tg.4:17).

2. Dedicação altruísta

Altruísmo é um tipo de comportamento em que as ações voluntárias de um individuo beneficiam outros. No sentido comum do termo, é, muitas vezes, percebida como sinônimo de solidariedade. O apóstolo Paulo foi um dedicado altruísta que visava somente o bem das pessoas. Ele não mediu esforços para que o Evangelho de Cristo fosse propagado, pois visava que as pessoas saíssem das trevas da incredulidade, e viessem à luz de Cristo e fossem salvas (Atos 20:24).

Pela dedicação altruísta e exclusiva na evangelização, no discipulado e no pastoreado, Paulo tinha o direito de ser sustentado pela Igreja, mas ele decidiu nada receber (cf.1Ts.2:7). Desta feita, para prover o seu sustento, Paulo valeu-se de seu ofício de fabricante de tendas (Atos 18:3). Acerca disso, recordava aos irmãos do seu labor e fadiga; e de como, noite e dia laborava para não viver à custa de nenhum dos irmãos (1Ts.2:9). Para não se tornar um fardo para a igreja, ele se desgastou numa atividade laboral extenuante.

Embora a igreja de Filipos tenha enviado duas vezes dinheiro para ajudá-lo em Tessalônica (cf.Fp.4:15,16), embora fosse seu direito exigir sustento da igreja (1Ts.2:7), Paulo decidiu trabalhar para se sustentar (2Ts.3:6-12). Ninguém podia acusá-lo de ganância financeira (Atos 20:31; 2Co.12:14). Mesmo tendo o direito legitimo de exigir seu sustento (1Co.9:14; 1Tm.5:18), não dependia dele para fazer a obra de Deus. Paulo não usou dessa justa prerrogativa, porque conhecia a extrema pobreza da igreja de seu tempo (2Co.8:1,2); suportou as restrições financeiras para não criar obstáculo ao Evangelho (1Co.9:11,12), e que tudo fez para ganhar o maior número possível de pessoas para Cristo (1Co.9:19). Paulo não estava no ministério por causa de dinheiro. Sua motivação nunca foi o dinheiro, mas a glória de Deus, a salvação dos perdidos e a edificação da Igreja do Senhor Jesus.

Aprendemos com Paulo que o amor sacrificial, o trabalho voluntário e despreendido são essenciais para o crescimento do Reino de Cristo, e devem fazer parte de uma profunda convicção cristã como contraponto claro ao “espírito da Babilônia” que é o oposto do altruísmo cristão.

CONCLUSÃO

Sendo o apóstolo Paulo um paradigma à nossa maturidade cristã, moral e espiritual, concluímos esta Lição enfatizando a necessidade de cada crente manter firme a sua convicção cristã em defesa dos interesses do Reino de Deus na Terra. É imperioso que busquemos ter uma convicção espiritual resultante do poder do Espírito Santo (1Ts.2:4), uma convicção moral como reflexo do temor que temos a Deus (1Ts.2:5) e uma convicção social que deve ser demonstrada pela abnegação em servir (1Ts.2:9).

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. Colossenses. A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo.

domingo, 27 de agosto de 2023

A RENOVAÇÃO COTIDIANA DO HOMEM INTERIOR

      3º Trimestre/2023

Texto Base: 2 Coríntios 4.11-18

Subsídio para a Lição 10

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2Co.4:16).

2Coríntios 4:

11.E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. 

12.De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida. 

13.E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós cremos também; por isso, também falamos, 

14.sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus e nos apresentará convosco. 

15.Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de Deus.

16.Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 

17.Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente, 

18.não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.

INTRODUÇÃO

Viver em um mundo repleto de adversidades e desafios é uma experiência inegável para todos os cristãos. Essas adversidades externas podem assumir várias formas como, por exemplos, problemas financeiros, perdas pessoais, conflitos interpessoais e eventos imprevisíveis. Diante dessa realidade incontestável, emerge a necessidade premente de buscar renovação espiritual contínua como uma forma de enfrentar e transcender tais desafios, e o Espírito Santo é nossa fonte de força e renovo; é por meio Dele que os seguidores fiéis de Cristo experimentam essa renovação espiritual no interior de sua vida (2Co.4:16).

Ao experimentar renovação espiritual, o homem interior é capaz de adquirir uma nova perspectiva sobre as adversidades. Ele pode perceber que sua força interior não é determinada pelas circunstâncias externas, mas sim pela sua capacidade de se conectar com algo mais profundo e transcendente, a saber, o Espírito Santo. Essa conexão espiritual pode fornecer respostas para perguntas difíceis, oferecer conforto nos momentos de dor e inspirar ações positivas em meio à adversidade.

Esta Lição traz uma exortação para que a nossa vida interior, isto é, a vida espiritual, persevere diante das muitas dificuldades externas. A finalidade é mostrar que o seguidor de Cristo que tenha passado por uma renovação espiritual, é capaz de enfrentar com triunfo qualquer investida proveniente das forças malignas.

I. O SOFRIMENTO EXTERIOR

1. A experiência de Paulo

A vida do apóstolo Paulo nos mostra que os crentes fiéis e obedientes ao Senhor também passam por muitas provações e aflições. Ele nos deixou um grande exemplo de como permanecer firme em Cristo, mesmo diante do sofrimento. Como cristão precisamos amadurecer na fé. Para isso, Deus usa as adversidades para nos conduzir ao caminho do crescimento espiritual.

A experiência do sofrimento do apóstolo Paulo nos ensina que ser cristão não é ser poupado das provas, dos vales, dos desertos, das fornalhas, das covas dos leões, das prisões ou da morte. Mas, ser crente, é ser conformado em todas essas circunstâncias adversas. Em 2Corintios 1:8, ele contou à Igreja de Corinto uma dolorosa e dramática experiência vivida na cidade de Éfeso:

“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas próprias forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”.

Paulo não descreve o fato, mas declara como se sentiu depois de ter passado por esse terremoto existencial. Ele estava num beco sem saída, em completo desespero. Essa experiencia, deu-se na cidade de Éfeso. Nesta cidade, ele enfrentou severa oposição tanto dos judeus como dos idólatras. Sua passagem por Éfeso revolucionou a população e trouxe grandes abalos para as estruturas espirituais da cidade. O culto à falsa deusa Diana ficou seriamente abalado depois da estada de Paulo na capital da Ásia Menor. Possivelmente Paulo foi vítima de uma orquestração mortífera tanto dos judeus (At.20:19; 21:27) como dos gentios (At.19:23-40). Talvez tenha sido até mesmo sentenciado à morte. A Bíblia registra pelo menos quatro situações que o tenham levado ao desespero: (a) o motim instigado por Demétrio (At.19:23-41); (b) a luta contra as feras selvagens (1Co.15:32); (c) o aprisionamento por autoridades romanas (2Co.11:23); (d) um mal físico (2Co.12:7-10).

Também não está fora de cogitação pensar que Paulo tenha sido arrastado para várias sinagogas locais a fim de ser julgado perante as cortes judaicas. Os castigos que recebia eram as 39 chicotadas prescritas; ele afirma: “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um” (2Co.11:24). Essas surras podiam ser perigosas quando administradas com severidade, especialmente se fossem repetidas em curto espaço de tempo. Além disso, as autoridades romanas golpearam Paulo três vezes com varas (2Co.11:25). Lucas registra que em Filipos “uma multidão revoltada se juntou contra Paulo e Silas, e os magistrados ordenaram que os dois fossem despidos e açoitados com varas. Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão “ (Atos 16:22,23). Além de todos esses sofrimentos, Paulo sofreu terrivelmente em sua Primeira Viagem Missionária. Na província da Galácia, ele foi expulso de Antioquia da Pisídia, teve de fugir do Icônio para não ser linchado, e em Listra foi apedrejado e arrastado da cidade como morto (Atos 14:1-19).

Enfim, por onde passou, Paulo sofreu as piores perseguições que um ser humano pode suportar, e terminou sua jornada em Roma, solitário, numa masmorra úmida e fétida, onde aguardou o seu martírio. Apesar de tudo isto, Paulo é enfático ao afirmar que, de todas essas perseguições, Deus o livrou, e afirma, categórica e insofismavelmente, que todos aqueles que querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos (2Tm.3:12). O próprio Jesus já havia alertado sobre essa realidade (João 15:18-20):

¹⁸ Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. ¹⁹Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. ²⁰ Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa”.

O Deus que agiu com Paulo continua agindo no desenrolar da História (2Co.1:10). O crente é indestrutível até cumprir o propósito de Deus na terra. O Deus que agiu ontem, age hoje e continuará agindo amanhã. O Deus que fez é o Deus que faz e fará. Ele está no trono, está no controle e trabalha até agora. Ele jamais abdicou do seu poder de intervir milagrosamente na vida do seu povo.

2. O exemplo do Apóstolo

A provação de Paulo em sua Primeira Viagem Missionária foi terrível a ponto de em Listra ser considerado como morto, após ser apedrejado com fúria, mas em Éfeso a provação foi tão severa que ele se viu oprimido acima das suas forças naturais, a ponto de desesperar até da própria vida (2Co.1:8). A perspectiva do apóstolo era tão terrível que ele se sentiu como um homem sentenciado à morte (2Co.1:9). Se alguém lhe perguntasse: “você acha que vai viver ou morrer?”, ele certamente responderia: “vou morrer”. Mas, ele não retrocedeu e tampouco negou a fé (2Tm.4:7; Hb.10:69).

Diante desse quadro tenebroso que Paulo passou, temos coragem de dizer que ele é o nosso exemplo, e que devemos imitá-lo? Como reagiríamos se passássemos hoje pela mesma experiência de Paulo? O Pr. Hernandes Dias Lopes, citando Barclay, afirma: “É melhor sofrer com Deus e com a verdade do que prosperar com os homens e com a mentira, pois a perseguição é transitória, mas a glória final dos fiéis é segura”. As cicatrizes são o preço que todo crente fiel a Cristo precisa beber. Certa feita, perguntaram a um professor: - Se a Igreja for mais perseguida, será mais fiel? Respondeu o professor: - Não! Se a Igreja for mais fiel, será mais perseguida.

Depois de todo sofrimento atroz, e ter sido injustamente preso pela segunda vez, e levado a Roma, mesmo na antessala do martírio, Paulo disse: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Tm.4:7). O apóstolo poderia morrer tranquilo porque havia concluído sua carreira, e isso era tudo o que lhe importava (Atos 20:24). Mas ele deixa claro que nessa peleja jamais abandonou a verdade nem negou a fé. Nesse aspecto, o legado do apóstolo é de perseverança.

Embora o homem exterior seja consumido pelas tribulações, o salvo não desanima nem recua. Veja o que Paulo disse à Igreja de Roma: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm.8:38,39).

O crente deve se conscientizar de que enquanto estiver aqui neste mundo sofrerá tribulações, tentações e provações. Jesus mesmo garantiu que não teríamos amenidades nesta vida: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Precisamos ser perseverantes como foi o apóstolo Paulo.

3. A esperança do crente

“Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor” (Jr.17:7).

A esperança do crente está intimamente vinculada:

-A uma fé firme: "ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo" (Rm.15:13); "ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem" (Hb.11:1).

-A uma sólida confiança em Deus: "pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu Santo Nome. Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos" (Salmos 33:21,22).

A esperança é o esteio principal da estrutura espiritual do crente. Isto significa que o crente não pode subsistir sem esperança. Vivemos hoje num mundo tão hostil que remetem as pessoas para um vácuo, sem esperança. As turbulências que sacodem o mundo atual, em todas as áreas, têm levado as pessoas a uma indagação quase unissonante: “ainda há esperança?”.

E o que é esperança? Para aqueles que cristãos dizem ser, esperança é: esperar com confiança; é a perseverante confiança no futuro; no sentido teológico, é esperar com confiança pela ação do poder de Deus que nunca falha; é aguardar a ação de Deus, mesmo que todos sinalizem que você não vai conseguir e que não vai dar certo, mas que você confia que o poder de Deus vai entrar em ação e vai realizar isto que você espera; é o fator que não nos permite desanimar, que nos mantém firmes e constantes, aguardando o cumprimento da promessa que nos foi feita por Deus. Diz o texto sagrado: “porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio” (2Co.1:20). Isto quer dizer que é impossível Deus deixar de cumprir o que prometera.

-Em 1Pedro 1:3-4, está escrito: “bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós”. Pedro quis dizer que: além de termos esperança de dias melhores; além de termos esperança de que Deus vai responder nossas orações; além de termos esperança de que Deus vai abrir portas em vários setores da vida, em várias questões da vida, temos a esperança de que um Dia todo o sofrimento, toda dor, todo mal, vai ser debelado para sempre, e sempre e sempre. Portanto, a nossa esperança é superlativa.

-O Salmista foi enfático quando disse: “agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em ti”(Sl.39:7). “Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança”(Sl.62:5).

-Isaias sabia muito bem o que significava esperar no Senhor, por isso disse: ”mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão”(Is.40:31).

-Paulo disse perante o governador Félix: “tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição tanto dos justos como dos injustos”. Paulo quis enfatizar que um dia todos nós morreremos, caso o Senhor Jesus não venha antes disso. Mas temos a esperança de que ressuscitaremos e viveremos com Ele para sempre – é sem dúvida a nossa mais sublime esperança. Em Roma, por ocasião de sua segunda prisão, na antessala do martírio, Paulo afirmou com inefável alegria: “eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia” (2Tm.1.12).

Paulo foi perseguido, rejeitado, esquecido, apedrejado, fustigado com varas, preso, abandonado, condenado à morte, degolado; mas em vez de fechar as cortinas da vida com pessimismo, amargura e ressentimento, termina erguendo ao céu um tributo de louvor ao Senhor: “combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos aqueles que amarem a Sua vinda” (2Tm.4:7,8). “A ele [o Senhor Jesus Cristo], glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2Tm.4:18b). A esperança da glória manteve esse bandeirante do cristianismo de pé nas lutas mais renhidas. Ele tombou na terra, pelo martírio, mas ergueu-se no céu para receber a recompensa, como o mais vitorioso e destacado bandeirante da fé.

Portanto, a esperança é uma âncora para o crente através da vida. Diz o escritor aos Hebreus: "Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta. A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu; aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb.6:18-20).

Jesus é a nossa esperança. Disse Paulo à Igreja de Colossos: "A quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória" (Col.1:27). Disse a Timóteo: "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, segundo o mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, esperança nossa" (1Tm.1:1). Portanto, devemos depositar nEle a nossa esperança, mediante o poder do Espírito Santo. Disse Paulo aos crentes de Roma: "E outra vez, diz também Isaías: Haverá a raiz de Jessé, aquele que se levanta para reger os gentios; nele os gentios esperarão. Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo" (Rm.15:12,13).

Nosso Senhor obteve êxito sobre a morte e, do mesmo modo, temos esperança da vitória e da vida eterna (2Co.4:14). Como cristãos, não podemos deixar de aguardar a bem-aventurada esperança em Cristo (Tt.2:13). "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo" (1Pd.1:13).

II. A RENOVAÇÃO INTERIOR

1. O fortalecimento diário

Embora as aflições afetem o nosso corpo, o nosso espírito se renova a cada dia. É o Espírito Santo quem habilita o crente a manter-se firme nas adversidades da vida (João 14:16,17). Sem Ele, o crente não sobreviveria diante das tempestades da vida. É Ele quem nos reveste de poder, nos capacita a preservar e a viver afastado do pecado que constantemente nos rodeia (1Co.2:12-16). Por causa da atuação do Espírito Santo em nós, “não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2Co.4:16). 

O nosso homem exterior é o nosso corpo; o nosso homem interior é a nossa alma e espírito. O nosso corpo fica cansado, doente e envelhecido, mas o espírito e a alma ficam mais maduro, mas fortes, mas renovados. Do ponto de vista das disciplinas espirituais práticas, esse renovo ocorre por meio da santificação pessoal, fidelidade, reverência, oração, jejum e temor a Deus (1Co.7:5; Ef.5:18; Hb.12:14,28).

O corpo enfraquece, mas o homem interior renova-se. O tempo vai esculpindo em nossa face rugas profundas; cada fio branco de cabelo em nossa cabeça é a morte nos chamando para um duelo. Os nossos olhos ficam embaçados, as nossas pernas ficam bambas, os nossos joelhos ficam trôpegos e as nossas mãos ficam decaídas; mas não há rugas nem fraqueza em nosso homem interior. Enquanto o homem exterior se corrompe, o nosso homem interior se renova, diz o apostolo Paulo. Enquanto o homem exterior está perdendo a batalha, o homem interior está crescendo em direção à luz, aumentando em força e beleza. A lei do pecado e da morte está destruindo o corpo; a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus está renovando o espírito.

Portanto, não permitamos que as aflições desta vida nos desanimem, mas devemos renovar o nosso compromisso em servir a Cristo e permitir que o poder do Espírito Santo nos fortaleça cada dia (1Co.16:13).

2. O eterno peso de glória

O apóstolo Paulo declara o seguinte: “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co.4:17). As aflições são pesadas e contínuas, mas vistas sob a perspectiva da eternidade são leves e momentâneas. No presente, enfrentamos tribulação, mas no futuro estaremos na glória. Agora, há choro e dor, mas, no futuro, Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima. Agora, a dor esmaga nosso corpo, aperta nosso peito e nos tira o fôlego, mas no porvir, a dor não mais existirá. Agora gememos sob o peso da tribulação, mas um Dia, na Glória, entraremos no gozo do Senhor.

A tribulação por mais pesada e constante, posta sob a ótica da eternidade, torna-se leve e momentânea. Essa Glória supera o sofrimento, tanto em intensidade quanto em duração, acima de toda comparação. Deus não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Ele nunca fica em dívida com ninguém. Portanto, faz-se necessário sermos sábios diante da tribulação, fugindo da murmuração e reconhecendo que as lutas, segundo o critério de Deus, são inevitáveis. Contudo, os sofrimentos do tempo presente não são para ser comparados com as glórias por vir a ser reveladas em nós (Rm.8:19).

3. A visão da eternidade

Fortalecido em Deus, tendo plena consciência da vida vindoura, o cristão é exortado a não focar “nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co.4:18). Esta passagem enfatiza a importância de manter uma visão espiritual e eterna, em contraste com as preocupações e distrações efêmeras do mundo material.

Não vivemos pelo que vemos, mas pela fé, e a fé é a certeza de que nossa cidade permanente não é aqui. A fé é a convicção de que a nossa Pátria está no Céu. A fé não se apega às glórias do mundo porque vê um mundo invisível superior a este. Ao fortalecer a sua fé em Deus e ter a convicção da vida vindoura, um cristão é encorajado a direcionar sua atenção para o que é invisível aos olhos físicos, mas que tem uma dimensão eterna. Isso não significa negar a realidade do mundo visível ou evitar responsabilidades terrenas, mas sim colocar as coisas em perspectiva e entender que o que é temporário e passageiro não deve ser a fonte principal de preocupação e foco.

Foi por isso que Abraão não se encantou com a planície de Sodoma, porque via uma cidade superior. A Palavra de Deus diz: “Pela fé [Abraão], peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb.11:9,10).

Foi por isso que Moisés abandonou as glórias do Egito para receber uma recompensa superior. Diz as Escrituras: “Pela fé, ele [Moisés] abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível” (Hb.11:27).

Ao reconhecer a transitoriedade das coisas visíveis, somos incentivados a buscar uma fundação sólida em nossa fé e a desenvolver uma visão que esteja enraizada na esperança da vida eterna em Deus. Isso nos ajuda a enfrentar os desafios da vida com resiliência, confiança e alegria, sabendo que há algo muito maior e mais duradouro do que as circunstâncias momentâneas que enfrentamos. Nesse caso, somado à renovação diária, o crente deve viver sob a perspectiva da eternidade. Não por acaso, o apóstolo Paulo escreveu: “pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl.3:2).

III. OS DESAFIOS DE HOJE

1. Cultura secularista

A cultura secularista é uma cultura sem Deus e contra Deus; nega a realidade espiritual, a existência de Deus, a verdade bíblica e todo o conjunto de valores provenientes da Palavra de Deus; é resultado da influência do “espírito da Babilônia”, e que está infiltrada em todos os sistemas, inclusive em grande parte do meio cristão.

O “espírito da Babilônia”, por meio da cultura secularista, procura esmagar a vida espiritual dos crentes.

Nos capítulos 17 e 18 de Apocalipse, a Babilônia é retratada como uma figura sedutora e corrupta, associada à luxúria, à idolatria e à rebelião contra Deus. Assim, o “espírito da Babilônia” é um sistema global deliberadamente anticristão e de rebeldia contra Deus, fomentado pelo primeiro rebelde, o querubim ungido que se tornou “Satanás”, isto é, o adversário, que domina sobre toda a humanidade sem Deus e sem salvação, os “filhos do diabo”, como o disse o Senhor Jesus (João 8:44) e foi repetido pelo apóstolo João em seus ensinos (1João 3:8-10).

O secularismo é uma ideologia que promove a ausência de qualquer obrigação relacionada à autoridade ou crença em Deus. É uma forma de ver o mundo onde se reconhece apenas o aqui e o agora, e se o mundo espiritual existe, isso não é uma preocupação para o secularismo; assim, pode-se viver como se esse mundo espiritual não existisse. O secularismo é uma forma mais sutil de ateísmo, que nem sempre exige que se declare “não há Deus”. Isso implica em que, simplesmente, Deus não é relevante para a discussão – nunca. Em suas linhas ainda mais perniciosas, o secularismo implica em que Deus seria, na realidade, destrutivo para a sociedade.

Enfim, a cultura secularista é a cultura do mundo que jaz no maligno. O mundo é inimigo de Deus (Tg.4:4) e, deste modo, não pode haver qualquer comunhão ou acordo entre a Igreja e o mundo. Não é, pois, por acaso, que o mundo é denominado “império do mal” no título do nosso tema do trimestre, porque é, efetivamente, o sistema dominado pelo maligno, por Satanás, que as Escrituras dizem ter “o império da morte” (Hb.2:14).

Por isso, não podemos amar o mundo nem o que no mundo há (1João 2:15) e, por consequência, devemos viver de tal maneira que sempre nos oponhamos a este mundo, pois, assim o fazendo, estaremos nos credenciando para viver com o Senhor eternamente.

Infelizmente, o mundanismo tem sido uma praga na igreja, uma lepra espiritual. Tem entrado entre nós com o pretexto de que “Deus só quer o coração”. Todo crente precisa separar-se do mundo para viver uma vida totalmente controlada pelo Espírito Santo. Deus é santo, e exige de nós santidade. Ser santo é estar separado das concupiscências desta vida, do mundo. De nada adianta o título de cristão se a pessoa não demonstra uma vida santa diante de Deus e dos homens. A Igreja, no seu todo, e cada crente, em particular, só poderá ser um referencial para o mundo e para os homens se viver de uma maneira diferente do que vive o mundo, as pessoas ímpias, sem Deus.

Este mundo busca, pois, atacar a Igreja, assim como atacou o Senhor Jesus, mas, assim como Nosso Senhor (João 16:33), também venceremos o mundo, se nos mantivermos leais e fiéis a Deus até o fim (1Ts.1:9,10; Mt.24:13). Aliás, por conta desta luta incessante entre a Igreja e o mundo é que o Senhor nos diz que no mundo sempre teremos aflições (João 16:33). Estas aflições são o resultado deste embate. Jamais haverá uma boa convivência entre a Igreja e o mundo, sendo, por isso, extremamente enganoso e perigoso buscar-se uma felicidade terrena ou confundir a salvação com um estado de bem-estar material ou terreno, como tem muitos que pregam, como os arautos da teologia da prosperidade e de sua coirmã, a teologia da confissão positiva.

2. Relativismo doutrinário

Na língua portuguesa: “relativismo", refere-se à ideia de que as verdades, valores e padrões podem variar de acordo com o contexto cultural, histórico ou individual; isso implica que não existe uma verdade absoluta e universal, mas sim perspectivas diversas e relativas.

"Doutrinário", diz respeito às doutrinas; neste caso, as doutrinas cristãs, as quais se baseiam na Bíblia Sagrada – nossa única regra de fé e prática. A doutrina pode vir expressa em forma de credos, declarações de fé ou dogmáticas.

Portanto, “relativismo doutrinário" é a visão de que as doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada são relativas e podem variar de acordo com diferentes perspectivas culturais, históricas ou individuais. Nesta visão, a verdade bíblica não é algo absoluto, e que sofre modificações e está condicionada a cada sociedade conforme a sua época e cultura. Os mais engajados neste contexto são os adeptos do Liberalismo Teológico, uma corrente teológica que tem como premissa principal a negação da inspiração, suficiência, autoridade e inerrância das Escrituras Sagradas, dentre outros aspectos. Negam a autenticidade da Bíblia, transformando-a num Livro mitológico, negando a veracidade dos milagres nela registrados. Negam que Jesus Cristo é o Filho de Deus enviado como Redentor da humanidade. Chegam, mesmo, a duvidar da existência de Cristo; apenas admitem a existência de um “Jesus histórico”, ou seja, que veem em Jesus um grande pensador, um grande profeta, um grande filósofo, um homem extraordinário, cuja mensagem conseguiu transformar o mundo de seu tempo, mas que não conseguem ver nEle o Salvador do mundo. Como não podem negar a sua existência, pois, para isso teriam que negar a própria História, aceitam-no como homem comum, porém, negando seu nascimento virginal.

Desse modo, devido à influência do liberalismo teológico que busca desconstruir a fé ortodoxa, a autoridade da Bíblia é questionada e surge o que pode ser chamado de "relativismo doutrinário". Nesse contexto, a interpretação da Bíblia é reexaminada de maneira seletiva, muitas vezes visando atrair para a Igreja aqueles que não aderem à doutrina tradicionalmente aceita. Isso resulta em uma abordagem em que diferentes partes da Bíblia são reinterpretadas ou enfatizadas de forma a se alinhar com visões mais amplas e variadas, em vez de seguir rigidamente a doutrina ortodoxa. Não se pode fazer uma releitura seletiva da Bíblia Sagrada para agregar à Igreja os que não aceitam a sã doutrina (2Tm.4:3).

O relativismo aliado à ideologia secularista impõe o que deve ser considerado como ideal. Assim, o pecado é aceito e tolerado. Estamos vendo hoje muitas heresias nas Igrejas ditas evangélicas; muitas delas com sabor de alimento saudável e nutritivo, mas não passam de comida venenosa e mortífera. Essas heresias estão presentes nos seminários, nos púlpitos, nos livros, nas músicas. Uma heresia é uma negação da verdade ou uma distorção dela. Precisamos nos acautelar! Precisamos reagir contra essa inversão de valores, resistir ao “espírito da Babilônia” e “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd.1:3).

3. Batalha espiritual

A Igreja desde o seu nascedouro trava uma batalha neste mundo, e essa luta não é contra o homem, mas contra Satanás e seus demônios (Ef.6:12). Batalha Espiritual faz parte da vida cristã, porque os crentes vivem uma constante luta contra o pecado; por isso, deve estar revestido de toda armadura de Deus para poder vencer esta batalha espiritual.

A Batalha Espiritual tem várias facetas, e ela começou lá no Éden, quando, pela primeira vez o ser humano se viu frente a frente com o inimigo. Desde então, batalhas são enfrentadas a cada dia, até que venha o grande Dia do Senhor, quando Ele mesmo destruirá, para sempre, os principados e as potestades malignas.

No Antigo Testamento, lemos sobre batalhas espirituais, em que o reino maligno luta contra o reino da luz. Cito os seguintes exemplos:

-O confronto entre o profeta Micaías e os falsos profetas liderados pelo falso profeta Zedequias (1Reis 22:6-28), e o relato paralelo em 2Crônicas cap.18 são exemplos clássicos. Lembramos também da batalha travada no Monte Carmelo entre o profeta Elias e os falsos profetas de Baal (cf. 1Reis cap.18:20-40).

-A batalha travada entre o Arcanjo Miguel e as potestades com relação à resposta da oração de Daniel. O capítulo 10 de Daniel mostra que enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude. O príncipe da Pérsia (isto é, um anjo maligno) estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de Deus. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte um dia para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel, o príncipe de Israel (Dn.10:21), chegou para ajudar o anjo mensageiro. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (Dn.12:1) demonstrou sua superioridade (cf.Ap.12:7-12). Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica retardou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2Co.2:11), deve perseverar na oração (cf.Lc.18:1-8).

No Novo Testamento, há a possessão do gadareno e a expulsão dos demônios por Jesus, e a tentação de Jesus. Não há dúvida que a tentação de Jesus no deserto foi uma batalha espiritual, e uma batalha de quarenta dias. A primeira coisa que aprendemos nisso é que Satanás é um inimigo derrotado (João 12:31; 16:11), e que o acontecido era o prenúncio da completa derrota final de Satanás. Deus expulsou Satanás do Céu (Is.14:12-15), mas Jesus veio para expulsá-lo da terra (João 12:31). Todo o reino das trevas ficou sabendo da derrota do seu maioral enquanto o Vencedor dava aos seus discípulos poder para pisar todas as hostes do Inimigo (Lc.10:19).

A Igreja precisa estar vigilante, atentar para todas as artimanhas do adversário de nossas almas, que anda ao derredor buscando a quem possa tragar (1Pd.5:8). Quando não vigiamos, quando não estamos alerta, o inimigo facilmente se introduz na nossa vida e, o que é mais grave, acaba tendo acesso ao nosso coração, como ocorreu com Judas Iscariotes (João 13:2).

A igreja, portanto, deve estar sempre atenta, alerta e revestida da armadura de Deus, a fim de não permitir que o adversário venha a nos enganar. Paulo exorta: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:10-12).

CONCLUSÃO

Enquanto estivermos neste mundo, num corpo corruptível, estaremos sujeitos às tribulações desta vida (2Co.4:11). Apesar disso, o nosso homem interior não deve desfalecer, mas se renovar continuamente por meio do poder do Espírito (2Co.4:16). A renovação interior do crente é uma parte fundamental da experiência cristã; é um processo contínuo que envolve cultivar a fé, aprofundar o relacionamento com Deus, o conhecimento da Palavra de Deus para fortificar a maturidade cristã e espiritual, a comunhão com o Espírito Santo e fortalecer a capacidade de resistir às tentações do pecado e do mal.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL. CPAD.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 2Timóteo. O Testamento de Paulo à Igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes. 2Corintios.O Triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades.