domingo, 17 de dezembro de 2023

O PROPÓSITO DE MISSÕES

         Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 13

Texto Base: Apocalipse 5:9-14

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Co.9:16).

Apocalipse 5:

9. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;

10.e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.

11.E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares,

12.que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.

13.E ouvia toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.

14.E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre.

INTRODUÇÃO

Jesus veio ao mundo com uma missão de morrer pelos nossos pecados e, por meio dessa morte de cruz, fazer com que tivéssemos acesso livre ao Pai e a promessa da salvação. Jesus foi enviado pelo próprio Deus para tão nobre Missão (João 3:16). Deixou a sua glória e veio ao mundo sofrer e morrer como homem para que hoje, eu e você pudéssemos ser livres, pois somente por meio de Cristo somos verdadeiramente livres (João 8:36). E quando Jesus veio a Terra, nos deixou também uma voz de comando, pois assim como ele foi enviado pelo Pai, ele também nos envia - ”assim com o Pai me enviou eu também vos envio” (João 20:21).

Assim, fazer missões é levar as boas novas do Senhor para aqueles que precisam ser alcançados por uma palavra de cura, esperança e salvação para aqueles que estão desacreditados. Mas para alcançar povos de todo o canto do mundo é necessário se dedicar a aprender a língua e a cultura do lugar de forma que apliquem a mensagem para que todos possam compreender. Apesar de ter pessoas com esse chamado específico de missionário, a ordem é para todos nós, pois Jesus diz: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt.28:19).

Então, para que fazer missão? (a) Para que vidas sejam alcançadas (Lc.4:18) - “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos”; (b) Para que o evangelho seja propagado (Atos 13:47) - Pois assim o Senhor nos ordenou: “Eu fiz de você luz para os gentios, para que você leve a salvação até aos confins da terra”; (c) Para que conheçam Jesus Cristo (Is.12:04) - “E direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei notório os seus feitos entre os povos, contai quão excelso é o seu nome”; (d) Para que haja liberdade de vida por meio daquele que nos enviou (2Pd.2:9) - “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados”; (e) Para que o Reino cresça (João 3:30) – “É necessário que ele cresça e que eu diminua”.

I. O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

1. O fundamento da realidade salvífica

O entendimento da realidade salvífica, conforme descrito na Bíblia, é fundamental para todos os cristãos. O livro do Apocalipse é o último livro da Bíblia Sagrada que descrevem visões proféticas de João sobre a vitória da Igreja, o juízo divino sobre a humanidade, e sobre satanás e seus anjos, bem como mostra o propósito de Deus de redimir a humanidade desde o livro de Gênesis.

Apocalipse 5:9 destaca a redenção através do sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que foi sacrificado para redimir a humanidade, permitindo a reconciliação entre Deus e os seres humanos. Nenhum outro sacrifício, tanto o de animais no Antigo Testamento quanto o de seres humanos na história das nações pagãs, com vistas a alcançar a salvação do homem, teve o êxito de apagar os pecados do passado, do presente e do futuro; so­mente o sacrifício de Cristo foi completo nesse sentido, a ponto de anular uma aliança antiga para inaugurar um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova, superior e perfeita.

A ideia de anunciar essa realidade salvífica para toda a humanidade é central na missão da Igreja. Os cristãos têm a convicção de que pregar o Evangelho e a mensagem da salvação é uma responsabilidade fundamental. Eles buscam propagar a fé, compartilhar o amor e a graça de Deus, e convidar as pessoas a aceitarem a redenção oferecida por meio de Jesus Cristo.

Essa missão de pregar a mensagem de salvação vai ao encontro do que é conhecido como a Grande Comissão, encontrada nos Evangelhos, onde Jesus instrui seus discípulos a pregar o Evangelho a todas as nações e fazer discípulos (Mt.28:18-20).

2. Um propósito global

Em Mateus 28:18-20, Jesus diz: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". A palavra “toda” traz a mesma conotação de alcance em que encontramos em Apocalipse 5. Essas passagens enfatizam a universalidade do Evangelho e o propósito glorioso de Deus para sua igreja: proclamar o Evangelho a todas as nações e pessoas.

A Grande Comissão evidencia um chamado para levar a mensagem do Evangelho a todos os povos, sem restrição de etnia, nacionalidade ou localização geográfica. Apocalipse 5:9 destaca a redenção proporcionada por Jesus Cristo, que é universal em sua abrangência, abarcando pessoas de "toda tribo, e língua, e povo, e nação". Isso reforça a compreensão de que o plano de Deus para a salvação é global, alcançando todas as culturas e grupos étnicos.

Essa visão universal da missão da Igreja implica uma responsabilidade fundamental para os cristãos, conforme expresso em 1Coríntios 9:16, onde Paulo menciona uma obrigação de pregar o Evangelho. A proclamação do Evangelho não é apenas uma tarefa, mas uma parte integrante do plano de Deus para a salvação da humanidade. Assim, a missão da igreja é pregar a mensagem do Evangelho de maneira a alcançar todas as pessoas, convidando-as a aceitar a redenção em Jesus Cristo e a participar da vida transformada por meio da fé em Cristo. Este é um propósito glorioso e desafiador que orienta as ações e esforços dos cristãos no mundo todo.

II. PREGAR O EVANGELHO: A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

1. Qual é a nossa disposição?

A Grande Comissão, mencionada em Mateus 28:18-20, é um chamado central para os seguidores de Jesus Cristo, onde Ele instrui a pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações. A urgência dessa comissão é ressaltada em Mateus 24:14, onde Jesus diz: "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim". Esta passagem associa a vinda de Jesus ao cumprimento da Grande Comissão, sublinhando a importância da evangelização global na perspectiva escatológica. A Igreja está integralmente comprometida com esta ordem de Jesus?

A eficácia na execução da Grande Comissão está intrinsecamente ligada à mobilização e treinamento de obreiros suficientes; isso inclui líderes capacitados e membros da igreja, incluindo os jovens, que são uma parte vital do Corpo de Cristo. É essencial que a igreja invista na formação e capacitação de obreiros e discípulos que estejam dispostos a se envolverem ativamente na missão de espalhar o Evangelho. Além disso, é importante cultivar uma consciência da urgência da obra missionária, como destacado em João 4:35. No exato momento em que o Senhor falava as palavras exaradas neste texto, Ele estava no meio de um campo pronto para a colheita agrícola. Ele aproveitou a situação e falou aos discípulos que uma grande colheita estava perante eles, uma colheita contendo almas de homens e mulheres, e que eles deveriam dedicar-se a esse serviço imediatamente e com toda a diligência.

Portanto, hoje, o Senhor diz a nós, que somos crentes: “erguei os olhos e vede os campos”. Ao passarmos tempo contemplando as grandes necessidades do mundo, o Senhor colocará em nosso coração uma responsabilidade para com as almas perdidas ao nosso redor. Depois disso dependerá de nós irmos em frente para o Senhor, procurando trazer os feixes maduros.

Como está a nossa disposição em levar o Evangelho a todo o mundo? Temos formado obreiros suficientes para cumprir a Grande Comissão? E os jovens crentes? Eles enxergam a grande urgência deste trabalho (João 4:35)? A advertência sobre o juízo contra a negligência, mencionada em Mateus 24:45-51 e Mateus 25:14-30, ressalta a responsabilidade que os crentes têm de ser fiéis ao chamado de Deus e serem diligentes na disseminação do Evangelho.

O entendimento da urgência da Grande Comissão e a dedicação em levar o Evangelho a todo o mundo são fundamentais para o propósito da igreja e para o testemunho cristão. Isso requer liderança eficaz, treinamento, mobilização e a conscientização contínua da responsabilidade compartilhada de cumprir a missão de Cristo.

Quero, porém, enfatizar uma verdade: a vinda de Jesus para buscar a Sua Igreja não está condicionada à pregação do Evangelho em todo o mundo. O texto de Mateus 24:14 muitas vezes é usado erroneamente para mostrar que Cristo não poderia voltar para a Igreja a qualquer momento porque tantas tribos ainda não ouviram o evangelho. A dificuldade é removida quando reconhecemos que isso se refere à sua vinda com os santos, e não para os santos. E isso se refere ao evangelho do Reino, não o evangelho da graça de Deus. Há um paralelo impressionante entre os eventos registrados nos versículos 3-14 de Mateus 24 e os de Apocalipse 6:1-11. O cavaleiro no cavalo branco (messias falso); o cavaleiro no cavalo vermelho (guerra); o cavaleiro no cavalo preto (fome); o cavaleiro no cavalo amarelo (pestilência ou morte). As almas debaixo do altar são os mártires do período da grande tribulação que há de vir. Os eventos descritos em Apocalipse 6:12-17 são ligados com os de Mateus 24:1-31.

2. “Pois me é imposta essa obrigação“.

O apóstolo Paulo via a responsabilidade de pregar o Evangelho como uma obrigação imposta a ele - “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co.9:16). Paulo, ao escrever a Carta à igreja de Corinto, não a escreve para pedir suporte financeiro (1Co.9:15). Ele chega a dizer que preferia morrer a ter de fazer isso. A recompensa de Paulo não era financeira. Sua alegria era pregar o evangelho. Ele diz: “[...] pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho” (1Co.9:16). A expressão “ai de mim se não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros: a obrigação; e a punição. O apóstolo estava consciente de que pregar o Evangelho é uma obrigação que incide privilégio, pois é a partir do que Cristo fez por nós. Nesse sentido, é um ato de obediência a Deus.

Paulo disse que “os que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co.9:14). Mas ele não se serviu desse direito, ou seja, não insistiu em seus direitos e não escrevia aos Corintos para pedir dinheiro. Paulo não era um mercadejador do evangelho (2Co.2:17). Ele não se servida do evangelho, ele servia ao evangelho. Ele não estava no ministério para locupletar-se, mas para gastar-se a favor das almas. Paulo não via a igreja como um balcão de negócio. A Igreja não era para ele uma empresa familiar. Paulo não era o dono da Igreja.

Segundo argumenta o pr. Hernandes Dias Lopes, atualmente, há líderes que fazem da igreja uma empresa particular, onde o evangelho é um produto, o púlpito é um balcão, o templo uma praça de negócios e os crentes consumidores. Há pastores que embolsam todo o dinheiro arrecadado na igreja para fins pessoais e se tornam grandes empreendedores, acumulando fortunas e vivendo no fausto. Há muitos pregadores inescrupulosos que enriquecem em nome do evangelho. Paulo tinha um comportamento diferente. Ele se recusou a aceitar dinheiro daqueles para quem ele liderava e ministrava. Ele queria que o evangelho estivesse livre de qualquer obstáculo para avançar. Preferia morrer, antes que alguém o privasse dessa glória (1Co.9:15). Paulo diz que não se pode gloriar no fato de pregar o evangelho. Ele foi chamado pelo Senhor, e seria o homem mais miserável do mundo se não tivesse obedecido a essa comissão.

Diz ainda que “é lamentável que haja hoje tantas igrejas que parecem mais uma empresa financeira do que uma agência do Reino de Deus; que haja tantos pastores com motivações duvidosas no ministério; que haja tantas pessoas enganadas, abastecendo a ganância insaciável de líderes avarentos e inescrupulosos. É triste ver as indulgências da Idade Média estejam ressurgindo com roupagens novas dentro de algumas igrejas chamadas evangélicas. A salvação está sendo vendida e comercializada. A religião está sendo usada com um instrumento de exploração dos incautos e para o enriquecimento dos inescrupulosos”.

CONCLUSÃO

Há um propósito divino imperativo em proclamar a mensagem de salvação aos pecadores. A evangelização é vista como uma obrigação, não uma escolha, resultado da influência transformadora de Jesus e do Espírito Santo na vida dos crentes. A mensagem destaca a importância de proclamar a boa nova da salvação em Cristo a todos aqueles que ainda não ouviram falar de Cristo como o Salvador do mundo e o único Caminho, a Verdade e a Vida, independentemente de onde estejam. É bom enfatizar que isso representa o propósito mais nobre e elevado da Igreja de Cristo.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito Santo na vida da igreja.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Evangelização: a missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.

Ruben Tito Paredes. A Dimensão Transcultural do Evangelho.

domingo, 10 de dezembro de 2023

O MODELO DE MISSÕES DA IGREJA DE ANTIOQUIA

         4°Trimestre/2023

Subsídio para a Lição 12

Texto Base: Atos 11.19-26; 13.1-5

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13:2).


Atos 11:

19.E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus.

20.E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.

21.E a mão do Senhor era com eles; e gran­de número creu e se converteu ao Senhor.

22.E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia,

23.o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou e exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.

24.Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.

25.E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.

26.E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

Atos 13

1.Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2.E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3.Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4.E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

5.E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula, trataremos da primeira igreja cristã composta por não-judeus: a igreja de Antioquia da Síria. Analisaremos como ela foi estabelecida, suas atividades ministeriais e de comunhão, bem como os resultados alcançados por meio da obra missionaria. O modelo de missões da Igreja de Antioquia era marcado por uma abordagem direcionada e fervorosa. Eles praticavam um ciclo de busca e execução da vontade divina, impulsionado por jejum e oração para receber a orientação do Espírito Santo. Este processo era seguido por outro período de jejum e oração, dedicado a implementar as direções recebidas no âmbito missionário. A igreja operava com uma profunda dependência do Espírito Santo em todas as etapas de sua atividade missionária, resultando em uma prática missionária eficaz e alinhada com a vontade de Deus. Este modelo revela uma dinâmica simples, mas poderosa, baseada na comunhão com o Espírito Santo e uma abordagem missionária centrada na Comissão de Jesus (Mt.28:19,20).

I. A IGREJA DE ANTIOQUIA: NATUREZA E CARACTERÍSTICAS

1. Antioquia da Síria

Antioquia da Síria foi uma das mais significativas e influentes cidades da antiguidade, situada no Sul do que é hoje a Turquia moderna, quase na fronteira com a Síria. Foi fundada em 300 a.C. por Seleuco I Nicátor, um dos generais de Alexandre, o Grande. A cidade rapidamente se tornou um centro cultural, comercial e político vital no Império Selêucida. A cidade tinha uma população estimada de 500 mil habitantes.

No contexto bíblico, Antioquia é conhecida por ter uma comunidade cristã proeminente. Foi lá que os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de "cristãos" (Atos 11:26). A igreja de Antioquia se destacou por ser uma das primeiras a incluir gentios (não-judeus) em sua comunidade cristã, o que foi uma etapa significativa no desenvolvimento do cristianismo.

A cidade era diversificada em termos étnicos e culturais, o que se refletia na composição da igreja. Paulo e Barnabé foram enviados da igreja de Jerusalém para Antioquia para fortalecer e ensinar os crentes ali. A partir de Antioquia, Paulo iniciou suas três viagens missionárias que foram cruciais para a disseminação do cristianismo em todo o mundo romano.

Antioquia também foi um importante centro para o desenvolvimento da teologia cristã no princípio da Igreja e um local de debates e concílios eclesiásticos. A cidade desempenhou um papel fundamental na expansão e consolidação do cristianismo nos primeiros séculos. Não por acaso, essa cidade tornou-se “a segunda capital do Cristianismo”, depois de Jerusalém, e a sede de Missões da Igreja Cristã. Por isso, o evangelista Lucas altera o foco de sua narrativa, outrora centralizada em Jerusalém, para o ministério aos gentios, a partir de Antioquia da Síria, e a subsequente disseminação da igreja pelo mundo (Atos 11:19).

2. A Igreja em Antioquia

A Igreja em Antioquia desempenhou um papel crucial no desenvolvimento e expansão do cristianismo no primeiro século, especialmente após a perseguição que se seguiu à morte de Estevão, levando à dispersão dos membros da igreja de Jerusalém para várias regiões, incluindo a Judéia e Samaria (Atos 8:1). Guiados pelo Espírito Santo, esses primeiros cristãos dispersos foram direcionados até Antioquia da Síria (Atos 11:22,23).

Em Antioquia ocorreram numerosas conversões, marcando a fundação da primeira igreja gentílica (Atos 11:26). Este evento foi de grande importância, pois simbolizou a inclusão dos não-judeus no “Corpo de Cristo”, ampliando a comunidade cristã para além das fronteiras culturais e étnicas.

Antioquia da Síria, sendo uma das cidades mais significativas da época, tornou-se um centro vital para a Obra Missionária. As muitas conversões e o fervor cristão na cidade estabeleceram uma base sólida para a propagação do Evangelho. Paulo, o apóstolo dos gentios, teve uma ligação profunda com essa igreja, e Antioquia se tornou um ponto central para suas viagens missionárias, a partir das quais ele disseminou a mensagem do Evangelho em diferentes regiões.

A localização estratégica de Antioquia, sendo uma das cidades mais importantes de seu tempo, permitiu que o Evangelho pregado a partir dali se propagasse de maneira eficaz para outras áreas, desempenhando um papel crucial na expansão do cristianismo nos primeiros anos da igreja. Portanto, o Evangelho pregado a partir de Antioquia para outras regiões do mundo era espiritualmente estratégico.

3. Uma obra de leigos

Os primeiros a propagar o Evangelho aos gentios e fundar a igreja em Antioquia não foram apenas os apóstolos ou obreiros, mas os leigos, discípulos e crentes em geral que foram dispersos de Jerusalém devido à perseguição (Atos 11:19). Foi através de seu testemunho e proclamação do Evangelho que a mão do Senhor agiu poderosamente, resultando na conversão de muitas pessoas em Antioquia.

A notícia desse movimento chegou a Jerusalém, levando os apóstolos a enviarem Barnabé para verificar o que estava acontecendo. Barnabé percorreu mais de 400 quilômetros de Jerusalém até Antioquia, e ao chegar, ficou extremamente feliz ao testemunhar a graça de Deus se manifestando em meio a muitas pessoas. Ele encorajou todos a permanecerem firmes no Senhor.

Nessa ocasião especial, pela primeira vez, os discípulos da igreja em Antioquia foram chamados de cristãos, marcando um momento significativo na história da igreja em seu princípio (Atos 11:26). Esse título refletia a identidade e a devoção dos seguidores de Cristo naquela comunidade, solidificando a presença e a expansão da fé cristã além das fronteiras de Jerusalém.

Nota:

Conforme nota da Bíblia de Estudo Pentecostal, “a palavra ‘cristão’ (gr. christianos) ocorre apenas três vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; 26:28; 1Pd.4:16). Originalmente era um termo que descrevia servos e seguidores devotos de Cristo que não tinham medo de se separarem da impiedade, da corrupção e da imoralidade na sociedade, a fim de se identificarem com Cristo. Hoje o termo se tornou um nome genérico aplicado a quase todos os que afirmam crer em Jesus Cristo. Como resultado, o termo foi quase esvaziado do significado original do Novo Testamento. O termo deveria sugerir […] a ideia da nossa relação pessoal profunda e da nossa devoção a Cristo (Rm.8:38,39)” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1962).

II. UMA IGREJA MISSIONÁRIA EM AÇÃO

1. “Havia alguns profetas e doutores” (At.13:1)

Na igreja em Antioquia, Deus estabeleceu profetas e doutores (1Co.12:28; Ef.4:11). O papel desses líderes na igreja primitiva, especificamente na igreja em Antioquia, é de grande importância e destaca a diversidade de dons e liderança que Deus estabeleceu para fortalecer e orientar a Igreja Local.

a) Profetas. Os profetas eram indivíduos capacitados pelo Espírito Santo para transmitir mensagens de Deus à Igreja. Eles eram instrumentos de revelação divina e, sob inspiração do Espírito Santo, comunicavam a vontade de Deus ao povo. Essas mensagens proféticas podiam se referir a orientações, encorajamento, advertências ou ensinamentos. Eram uma forma importante de direção espiritual para a igreja, auxiliando na tomada de decisões e no entendimento das Escrituras.

b) Doutores. Os doutores, também chamados de mestres, eram indivíduos capacitados pelo Espírito Santo para compreender e ensinar as Escrituras com profundidade e sabedoria. Eles tinham uma habilidade especial para interpretar e explicar os ensinamentos bíblicos, permitindo que a igreja crescesse em conhecimento e compreensão da Palavra de Deus. Sua função era fundamental para a edificação e instrução da igreja.

Ambos os papéis, profetas e doutores, eram guiados e capacitados pelo Espírito Santo. Eles não agiam com base em sabedoria meramente humana, mas eram movidos pela sabedoria divina. Isso garantia que as mensagens transmitidas e o ensino ministrado estivessem alinhados com os princípios e a vontade de Deus para a igreja.

Essa diversidade de dons e liderança no princípio da Igreja reflete a visão de Deus para uma igreja forte e bem fundamentada na fé. Cada dom e função contribui para o crescimento espiritual, a unidade e a edificação do Corpo de Cristo, fortalecendo assim a missão da igreja de proclamar o evangelho e transformar vidas. A colaboração harmoniosa entre profetas, doutores e outros membros da igreja é vital para a saúde espiritual e o êxito da igreja de Cristo.

2. Uma liderança servidora (Atos 13:2)

A igreja de Antioquia, como descrita em Atos 13:2, é um belo exemplo de diversidade e comunhão entre os cristãos, independentemente de suas origens étnicas, culturais ou espirituais. Essa comunidade multifacetada reflete o ideal cristão de unidade na diversidade, onde todos são aceitos e valorizados, servindo juntos para expandir o Reino de Deus.

·         Barnabé - consolação. Barnabé era conhecido como o "filho da consolação" ou "filho da exortação". Ele tinha um coração misericordioso e encorajador, o que o tornava um pilar essencial na igreja de Antioquia. Sua disposição de apoiar e ajudar os outros foi fundamental para fortalecer a igreja e estabelecer uma atmosfera de amor e encorajamento.

·         Simeão - diversidade étnica. A presença de Simeão, que era negro, africano", destaca a diversidade étnica na igreja de Antioquia. Isso mostra que a fé cristã transcende barreiras culturais e raciais, unindo pessoas de diferentes origens para adorar a Deus como uma família unida.

·         Lúcio – cireneu, africano. Era originário de Cirene (atual Líbia); isto representa a conexão com as regiões africanas. Sua presença na igreja de Antioquia demonstra a expansão do cristianismo para além das fronteiras geográficas tradicionais, abrangendo diversas culturas e contextos.

·         Manaém. É descrito como irmão de criação de Herodes Antipas, aquele que matou João Batista; isto destaca a inclusão de pessoas com diferentes históricos e relações familiares. Isso evidencia que na igreja de Antioquia as pessoas eram aceitas independentemente de suas origens ou históricos familiares.

·         Saulo (Paulo). Saulo, inicialmente um fariseu e perseguidor da igreja, tornou-se uma figura central na igreja de Antioquia após sua conversão. Sua transformação representa a redenção e o poder da graça de Deus para mudar vidas, mostrando que todos têm a oportunidade de serem reconciliados e servirem a Deus.

Essa diversidade na liderança e na comunidade da igreja de Antioquia resultou em uma perspectiva ampliada da missão cristã. Eles estavam unidos em adoração, oração e serviço, impulsionados pela convicção de pregar o evangelho às multidões não alcançadas. Essa visão missionária transcendeu barreiras e influenciou a expansão do cristianismo, especialmente na Ásia Menor e na Europa, marcando um momento crucial na história da igreja primitiva.

A igreja de Antioquia é um exemplo inspirador de como a diversidade pode enriquecer a igreja e fortalecer sua missão de pregar o amor e a mensagem de Cristo ao mundo.

3. “Apartai-me a Barnabé e a Saulo” (Atos 13:2)

Este texto descreve um momento importante na história da igreja de Antioquia, onde Barnabé e Saulo foram separados, pela orientação do Espírito Santo, para uma missão específica, após um período de jejum e oração. Esse episódio destaca a importância do discernimento espiritual, busca pela orientação do Espírito e o papel vital do jejum e oração na obra missionária e em outros projetos na obra de Deus. O Espirito se manifesta a uma igreja centralizada na Palavra e a uma igreja que ora e jejua (Atos 13:2,3).

O Espirito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela. É a igreja que jejua e ora. Em Antioquia, certamente, um dos profetas da igreja recebeu a mensagem que os conclamou a separar dois dos seus líderes para a tarefa por Deus conferida. É a igreja que impõe as mãos e despede, mas é o Espirito quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espirito Santo. Foi o próprio Espirito Santo quem enviou os missionários para o campo de trabalho (Atos 13:3,4).

Concordo com o pr. Hernandes Dias Lopes que afirma que não podemos fazer a obra de Deus sem a direção do Espírito Santo. Ele nos foi enviado para estar para sempre conosco. Ele nos guia a toda a verdade. Sempre precisamos do Espirito Santo. Sempre dependemos Dele. A Igreja não pode conseguir uma única conversão sem a obra do Espirito Santo. Os pregadores não terão virtude e poder para pregar sem a ação do Espirito Santo.

Note que, antes de receberem a orientação do Espírito Santo, a liderança (profetas, mestres) e toda a igreja estavam no propósito de jejum e oração (Atos 13:2). Esta prática é mencionada repetidamente na Bíblia como um meio de buscar a vontade de Deus, fortalecer a fé, encontrar direção e estar em comunhão com o Espírito Santo. É um ato de dedicação, humildade e submissão, onde os crentes buscam se alinhar com os planos de Deus para suas vidas e ministérios.

A lição que podemos extrair desse evento em Antioquia é que, ao nos envolvermos em qualquer empreendimento relacionado à obra de Deus, é fundamental começar com um coração voltado para o jejum e a oração. Ao fazer isso, buscamos a direção de Deus e estamos mais propensos a receber orientação e discernimento espiritual para agir de acordo com Sua vontade. Se isto, hoje, fosse colocado em prática, não teríamos tanto insucesso na obra missionária e não veríamos tanto decepção e escândalos como estamos vendo hoje.

Portanto, o ato de jejuar e orar não apenas nos conecta mais intimamente com Deus, mas também nos prepara para cumprir as tarefas e missões que Ele tem para nós na obra missionária e em outros aspectos da vida cristã.

III. O SERVIÇO DE MISSÕES

1. O início das missões cristãs

A principal lição de Lucas é que a obra missionaria foi inaugurada pelo próprio Deus. Lucas narra que Primeira Viagem Missionária de Paulo começou em Antioquia com a escolha de Barnabé e Paulo, pelo Espírito Santo, para uma obra especial. Quando partiram para Chipre, na sua primeira viagem missionária, levaram João Marcos em sua companhia (Atos 13:5). Porém, ao chegarem a Perge, na Ásia Menor, Marcos os deixou e regressou para Jerusalém (Atos 13:5).

O relato da Primeira Viagem Missionária de Paulo, conforme descrito por Lucas em Atos dos Apóstolos capitulo 13, destaca que a obra missionária é iniciada e conduzida pela direção do Espírito Santo. Deus escolheu Barnabé e Paulo para essa missão específica e os guiou ao longo do caminho.

A presença de João Marcos inicialmente na jornada e sua subsequente saída ressalta que a obra missionária pode encontrar desafios e mudanças inesperadas. Nem sempre o caminho é linear ou livre de obstáculos. O fato de Marcos ter retornado a Jerusalém pode ter sido um desafio inesperado para Barnabé e Paulo, mas a obra missionária continuou.

Essa narrativa ilustra a importância de confiar na direção divina, adaptar-se às mudanças e persistir na missão, mesmo diante de adversidades. Deus pode ter outros planos e propósitos que vão além do que inicialmente imaginamos, e é crucial permanecer sensíveis à Sua orientação ao longo do caminho.

Portanto, a principal lição é reconhecer que a obra missionária é uma missão com Deus, sendo vital depender da orientação e liderança do Espírito Santo para realizar a Sua vontade e alcançar aqueles que necessitam do Evangelho. É uma jornada de fé, obediência e confiança em Deus, independentemente dos desafios e mudanças que possamos enfrentar.

2. Roteiro da viagem e atividades missionárias

Os capítulos 13 e 14 de Atos oferecem uma visão detalhada das atividades missionárias de Paulo e Barnabé em várias localidades durante sua Primeira Viagem Missionária. As estratégias de evangelização e as experiências que enfrentaram refletem uma abordagem dinâmica e diversificada na propagação do Evangelho.

ü  Missões em Chipre (Atos 13:4-13). Iniciando sua jornada, Paulo e Barnabé pregaram o Evangelho em Chipre, encontrando tanto receptividade quanto oposição. Quando esses missionários chegaram a Pafos, o procôncul Sérgio Paulo, homem inteligente, demonstrou interesse em ouvir a Palavra de Deus. Mas, imediatamente, certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus, opôs-se a eles. Esse mensageiro do diabo envidou todos os esforços para afastar da fé o procônsul. É nesse momento que Paulo assume o comando da obra missionaria e repreende com autoridade o instrumento do engano (veja Atos 13:10,11). O resultado foi que, ao ver o ocorrido, o procônsul creu, maravilhado com a doutrina do Senhor (Atos 13:12). O que deixou o procônsul atônito foi a combinação entre a palavra e o sinal, o ensino do apóstolo e a derrota do feiticeiro. Esse episódio marcou a mudança do nome judaico Saulo para o nome grego Paulo e o início da liderança de Paulo na obra missionária da Igreja. A partir desse momento, Paulo não é mais uma pessoa que acompanha a Barnabé, mas desponta como o maior líder do cristianismo.

ü  Missões em Antioquia da Pisídia (Atos 13:14-52). Nessa cidade, eles pregaram nas sinagogas, enfrentando resistência dos líderes religiosos e muitos judeus, mas encontrando aceitação entre os gentios.

ü  Missões em Icônio (Atos 14:1-7). Novamente, a pregação resultou em conversões e perseguições vindas de judeus descontentes.

ü  Missões em Listra (Atos 14:8-20a). Aqui, Paulo e Barnabé realizaram um milagre, sendo inicialmente confundidos com deuses pagãos, mas logo enfrentaram uma reviravolta, sendo apedrejados.

ü  Missões em Derbe (Atos 14:20b-21b). Apesar das dificuldades, houve um número significativo de discípulos em Derbe, e a igreja continuou a ser fortalecida.

ü  Missões em lugares antigos e novos (Atos 14:21b-28). Eles revisitaram algumas cidades, fortalecendo os discípulos e ordenando líderes para as igrejas. Também expandiram seu alcance a novas localidades.

ü  Regresso à Antioquia da Síria (Atos 14:27). Finalmente, os missionários retornaram a Antioquia da Síria, compartilhando relatórios animados sobre o que Deus tinha feito.

Esse panorama mostra que a obra missionária é multifacetada e dinâmica, exigindo flexibilidade, determinação e confiança em Deus diante das várias situações que surgem. Eles enfrentaram desafios, mas também testemunharam muitas conversões e o crescimento do Evangelho. Ao retornar a Antioquia, puderam compartilhar com alegria o progresso da obra e a manifestação do poder de Deus nas vidas das pessoas.

Enfim, essa Primeira Viagem Missionária de Paulo e Barnabé ilustra a importância de perseverar na missão, mesmo diante de adversidades, e confiar na orientação do Espírito Santo para cumprir o propósito de Deus na propagação do Evangelho.

3. Prestando contas

Ao final de cada uma das viagens missionárias, Paulo e sua equipe prestavam contas à igreja que os havia recomendado.

O relato das viagens missionárias de Paulo e sua equipe, conforme descrito em Atos, oferece valiosas lições e princípios para a obra missionária e para a vida cristã em geral:

ü  Responsabilidade e Igreja na Missão. Paulo e sua equipe não eram missionários independentes. Eles estavam conectados a uma comunidade local (a igreja de Antioquia) e prestavam contas a ela sobre suas atividades e resultados (Atos 14:27,28). Isso destaca a importância da comunhão e responsabilidade dentro da igreja ao realizar a obra de Deus. Portanto, a ideia “missionários independentes”, que respondem “somente ao Senhor”, não é bíblica.

ü  Perseverança diante das adversidades. As perseguições e obstáculos que Paulo e sua equipe enfrentaram não os desencorajaram, mas os fortaleceram em sua determinação de continuar a obra missionária. Isso ressalta a necessidade de perseverar diante das dificuldades e confiar em Deus para superar os desafios.

ü  Manifestação do poder de Deus. A presença e a manifestação do poder de Deus eram evidentes ao longo das viagens missionárias. Curas divinas, libertação e a conversão de muitas pessoas destacam o papel do Espírito Santo na obra missionária e a eficácia do Evangelho.

ü  Abertura aos gentios. O grande legado missionário deixado pela igreja de Antioquia foi a porta da fé que Deus abriu aos gentios (Atos 14:27). Essa igreja foi um instrumento crucial na abertura da porta da fé aos gentios. Isso ressalta a importância da orientação do Espírito Santo à expansão do Evangelho para todas as nações, conforme instruído por Jesus (Mt.28:18-20).

ü  Fé e colheita na Obra Missionária. O Salmo 126:6 destaca a importância de semear com fé na obra missionária, mesmo diante das dificuldades. Aqueles que semeiam com lágrimas colherão com alegria, mostrando a promessa da colheita frutífera resultante do trabalho árduo e fiel.

Essas lições fornecem princípios essenciais para qualquer cristão envolvido na obra missionária ou em servir a Deus em diferentes habilidades. É uma chamada para permanecer ligado à Igreja Local, perseverar nas adversidades, confiar no poder de Deus e semear com fé a semente do Evangelho, sabendo que Deus trará a colheita no tempo certo.

CONCLUSÃO

Com base nessa valiosa lição, podemos afirmar que a essência da igreja cristã é cumprida quando a missão se torna uma parte intrínseca de sua vida diária. Um dos sinais tangíveis da atuação do Espírito Santo na igreja é o investimento fervoroso em missões. Portanto, é nossa responsabilidade evangelizar, apoiar os projetos missionários de nossa igreja, dedicar tempo à oração e ao jejum pela expansão do Evangelho, contribuir financeiramente e oferecer-se voluntariamente, quando tiver certeza de sua chamada, para alcançar aqueles que anseiam por ouvir sobre Jesus. Quando o Espírito Santo encontra corações abertos e desejosos pela salvação das almas, Ele capacita com habilidades e dons espirituais para que sejamos lançados de todo coração na missão mais nobre: ganhar vidas para o Reino de Deus. Que assim seja!

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos, A ação do Espirito Santo na vida da igreja.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Evangelização: a missão máxima da Igreja. PortalEBD_2007.

Ruben Tito Paredes. A Dimensão Transcultural do Evangelho.