Texto Básico: Gênesis 1:26-30; Marcos 16:15-20
"Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19).
INTRODUÇÃO
Nesta aula, o foco principal é a Missão Integral da Igreja, a qual visa alcançar as nações com o evangelho de Cristo. Ela não abraça somente a transformação do homem no seu aspecto espiritual, mas, também, no aspecto cultural. O Evangelho é o agente transformador do caráter do ser humano, por isso Deus comissionou à Igreja fazer a evangelização a todos os povos e etnias(Mc 16:15), no afã de possibilitar a restauração do ser humano ao status quo da criação: imagem e semelhança de Deus(quanto ao caráter), dignidade, plena felicidade, comunhão com Deus e vida eterna. Cabe, portanto, à Igreja a responsabilidade de cumprir as ordenanças divinas – a comissão cultural e a grande comissão –, principalmente a Grande Comissão ordenada por Jesus(Mt 28:19,20; Mc 16:15) consoante o lema da Missão Integral da Igreja: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”.
I. MISSÃO INTEGRAL — UMA ORDENANÇA DIVINA
1. Uma responsabilidade que vai além da evangelização. Somos cônscios que a evangelização é a missão máxima da igreja. Ela deve pregar o Evangelho em tempo e fora de tempo(2Tm 4:2), em quaisquer circunstancias, a judeus e a gentios, anunciar que Jesus veio salvar o homem, perdoar os nossos pecados e restabelecer a comunhão entre Deus e a humanidade. Todavia, a missão integral da igreja não se limita somente à evangelização, ela alcança todos os aspectos que direcionam o ser humano ao padrão que Deus sempre quis pra ele: paz, justiça, alegria, felicidade, equilíbrio, vida eterna.
No aspecto social, a Igreja deve ser paradigma para todos os segmentos religiosos. Deve estar ciente de que a evangelização e a atividade social não são mutuamente exclusivas. Não somente deve manter interesse pela assistência social, mas, também, deve partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
A igreja que não está preocupada com os problemas das pessoas e procura somente o bem espiritual de seus membros, negligenciando a necessidade daqueles que estão à sua volta, não tem manifestado o Reino de Deus; não tem sido sal para a Terra, nem luz para o mundo.
Como bem disse o pr. Wagner Gaby, “o ser humano não é composto apenas de corpo, alma e espírito, mas também possui necessidades físicas e emocionais”. Desta feita, cabe à igreja na plena responsabilidade que lhe foi dada por Jesus Cristo, cuidar do ser humano em sua forma integral(1Co 6.18-20; 1Ts 5.23), “promovendo a sua reconciliação com o Criador e proporcionando-lhe as condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão da família de Deus”. A proclamação do Evangelho sempre foi acompanhada de demonstração.
“Toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo [...] A fé sem obras é morta” (Pacto de Lausanne, 1974 – Suíça).
2. A Missão Integral da Igreja. Alguns dizem que a missão da igreja é adorar a Deus. Paulo ensina, em Romanos 12, que o verdadeiro culto a Deus é oferecer-se em sacrifício vivo, o que implica algo mais que a adoração e o louvor na compreensão popular dos conceitos. Alguns dizem que a missão da igreja é evangelizar o mundo. É verdade. Mas aqui cabe perguntar o que isso significa. Seria apenas levar os homens a se decidirem por Cristo? A se tornarem membros de igrejas evangélicas? Ou seria a difusão do Reino de Deus? Ou seria ainda mais a infusão dos valores do Reino na cultura e sociedade?
Missão integral da Igreja é a significância especial do Evangelho, pois ele contempla todas as necessidades do ser humano. O seu conteúdo não contempla somente o aspecto espiritual, mas tudo aquilo que produz no ser humano mudança radical do seu caráter, a partir do que a pessoa humana e tudo quanto ela produz passam a servir aos interesses do Reino de Deus, existindo e funcionando em alinhamento ao caráter perfeito do Senhor.
Missão integral da Igreja é a proclamação da mensagem da salvação mediante a pregação e as ações da Igreja, tendo sempre uma visão integral da natureza humana (o homem é corpo, alma e espírito – 1Tes 5:23).
Em fim, Missão integral da Igreja é: proclamar o evangelho; suprir as necessidades humanas; pregar a justiça social e a ética cristã. Abrange tudo o que a Igreja pode e deve fazer para expandir o Reino de Deus no mundo atual.
3. O marco histórico da Missão Integral. Em julho de 1974, na Lausanne, Suíça, houve um Congresso Mundial de Evangelização, do qual resultou um documento chamado “Pacto de Lausanne”, com o lema: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”, vislumbrando uma ação integral entre evangelização e responsabilidade social. Esse documento produzido, composto de 15 capítulos, foi assinado por 2.300 líderes de 150 países, vindos de diferentes regiões do planeta.
Esse Pacto é considerado relevante instrumento para a definição permanente da identidade evangélica em um período de intensa relativização e de fluidificação das identidades institucionais e pessoais.
“Ser evangélico não é uma questão de se aferrar intransigentemente a este ou aquele grupo de conceitos doutrinários, mas uma questão de comprometer-se com o propósito de Deus, a saber: ser servo e testemunha de Deus, ou seja, ser uma comunhão de pessoas que persegue em comum o alvo de viver à altura do Reino e da Glória de Deus, edificando-se a si mesmo como o Corpo de Cristo que anuncia a todo o mundo o reino de Deus”.
Hoje, vivemos em meio a uma realidade evangélica totalmente estigmatizada pela teologia da prosperidade, pelos escândalos de seus líderes, e fragmentada em centenas de organizações eclesiásticas que não conseguem responder ao neoliberalismo, à globalização, e à nova forma de opressão ao ser humano. Diante de tudo isso, será que a igreja, hoje, não está precisando de estudo e de reflexão do Pacto de Lausanne, com o desejo de buscar diretrizes básicas mais nítidas e saudáveis a serem implementadas por todos nós?
“A IGREJA E A EVANGELIZAÇÃO
Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas”(pacto de Lausanne).
II. COMISSÃO CULTURAL — UMA CONVOCAÇÃO À IGREJA
1. Um chamado à responsabilidade. Comissão cultural é a chamada para, através da Graça Comum, criar uma cultura debaixo do senhorio de Cristo. Cultura essa que reflita a ordem original da criação em todos os aspectos: na família, no trabalho, na ciência, nas artes, na política, etc (cf. Gn 1:26). Como Igreja de Deus, temos essa missão a cumprir junto à sociedade como sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13,14). Nossa missão é transformá-la através do poder do Evangelho de Cristo.
“Deus se importa não só com a redenção das almas, mas também com a restauração de sua criação. Ele nos chama para sermos agentes não apenas de sua graça salvadora, mas também de sua graça comum. Nosso trabalho não é somente construir a Igreja, mas também construir uma sociedade para a glória de Deus”(COLSON, Charle; PEARCEY. E Agora, Como Viveremos? 2. ed. Rio dejaneiro : CPAD, 2000, pp. 53,54).
“... A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões, muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus”(Pacto de Lausanne – Evangelização e Cultura).
2. Restaurando a dignidade humana. Deus criou o ser humano perfeito, mas ao consumar o pecado foi destituído da presença de Deus(Rm 3:23), perdeu a dignidade. O distanciamento do Criador fez com que o ser humano empreendesse inúmeras formas de cultura, que se desenvolveram conforme a conveniência de sua natureza carnal, na maioria das vezes plenamente destoantes dos princípios morais de Deus. Mas Deus não desistiu do seu precioso plano para regenerar o ser humano à sua forma plena: não somente espiritual, também, física e cultural. O desejo de Deus que o comportamento humano se mantenha ajustado à Sua lei moral, justifica a indelével ordenança da Comissão Cultural aos seus fiéis mordomos. Deus nunca aboliu do homem a responsabilidade de administrador da Terra(cf Gn 3:23). Desta feita, a Comissão Cultural nunca foi anulada.
Ao longo da história humana Deus implementou diversas maneiras de tratar com o ser humano sempre no afã de restaurar a sua identidade perdida. Neste período da Graça de Deus está sendo apresentada ao ser humano a mensagem do Evangelho. A mensagem de que “o tempo está cumprido e que o reino de Deus chegou”, ou seja, que Jesus salva o homem e o liberta do pecado, pondo-o, novamente, em comunhão com Deus, restaurando-lhe, assim, a dignidade originalmente concedida na criação, bem como lhe assegurando a vida eterna.
Ao aceitar a mensagem do Evangelho o ser humano passa a se comportar de maneira condizente com a vontade de Deus; passa refletir a respeito dos princípios e valores, que se encontram na Palavra de Deus, em todos os níveis de nossas relações: na família, na igreja, na escola, no trabalho e nas amizades. Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se inserido.
III. GRANDE COMISSÃO —A IGREJA PROCLAMA O EVANGELHO NO MUNDO
“IDE... ENSINAI (FAZEI DISCÍPULOS)... BATIZANDO”(Mt 28:19). Estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da Igreja.
Uma igreja só se envolverá de maneira séria e responsável com a Grande Comissão, quando estiver sob forte poder e unção do Espírito Santo. Na igreja primitiva, a evangelização atingiu o ápice quando experimentava um efusivo derramamento do Espírito Santo (At 2:1-4). Essa unção extraordinária modificou a estrutura espiritual de um grupo de homens assustados em verdadeiras brasas ardentes, e os levou a testemunharem do amor de Deus com o sacrifício de suas próprias vidas.
A liderança da igreja em Antioquia, em atenção à Grande Comissão, enviou o que possuía de melhor em seu ministério para as missões transculturais: Barnabé e Saulo. Isto porque existiam duas práticas lá hoje quase extintas: jejum e oração. Além disso, essa igreja vivia o que ensinava: o amor, o quebrantamento espiritual e um profundo senso de responsabilidade pela Grande Comissão. Isto levou aquela igreja a se tornar o centro de missões mundiais na igreja primitiva.
1. A Grande Comissão. Ir (proclamar o Evangelho em palavras e ações a toda criatura), Ensinar (tanto aos novos convertidos como aos maturados na fé, tornando-os fiéis seguidores de Cristo); e Batizar (integrá-los na igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da ação do Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da comunhão dos santos) – é, sem sombra de dúvidas, a suprema tarefa da igreja.
As palavras de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, apontam para alvo e objetivo que a igreja deva alcançar. Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais devem ser encarados no contexto da igreja local como acessórios, entretanto a evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e pessoal. A igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não fizer missões e evangelismo, não fez nada. Missões é urgente e importante!
A Grande Comissão vai além do simples ato de falar de Jesus, o que denominamos comumente de evangelizar. Trata-se de um processo pelo qual Jesus se torna vivo e presente na vida dos fiéis, de forma que eles ajam de acordo com os padrões divinos. É tornar o Evangelho uma prática na vida das pessoas. Não é apenas falar de Jesus e esperar que a pessoa se decida por influência da pregação.
É bom ressaltar que “pregar o evangelho” não é apenas fazer um sermão, uma exposição da Palavra de Deus a um grupo de ouvintes, com eloqüência, com unção do Espírito Santo. Isto também é pregar, mas não é esta a única forma que se tem para pregar o Evangelho, nem a só a isto que Jesus Se refere na “Grande Comissão”.
“Pregar o evangelho” é mostrar antecipadamente o Cristo, de forma adiantada, antes que se mostre quem é Ele nas Escrituras, que dEle testificam (João 5:39). Mas como podemos mostrar Jesus antes que O mostremos na Bíblia Sagrada? Através de nossas próprias vidas! O povo de Antioquia, ao ouvir a mensagem do Evangelho, começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao compararem o modo de vida de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras, descobriram que os crentes daquela igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja, eram “cristãos”. Portanto, a melhor e mais impressionante forma de pregarmos o Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens.
2. O "ide". A ordem do Senhor é que devemos ir por todo o mundo: ir ao encontro do mundo; ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.
A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra. Não cabe à Igreja julgar os homens e dizer a quem deve, ou não, ser pregada a Palavra. O Senhor foi enfático em dizer que toda criatura deve ouvir a mensagem do Evangelho, seja esta pessoa quem for. É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo, e nós, o que estamos a fazer?
Também, o "ide" de Jesus significa atravessar fronteiras. Anunciar o Evangelho em uma cultura diferente é o grande desafio da Obra Missionária. Como diz certo teólogo, Timóteo Carriker, “a igreja que não for missionária não pode ser igreja, pois nega a razão de sua existência (1Pe 2: 9, 10). Por isso, a igreja que não for missionária, logo se tornará um campo missionário”.
A Igreja do Senhor no Brasil tem aproximadamente 35 milhões de membros, entretanto, em vista deste número, a quantidade de missionários transculturais é insignificante. É preciso uma mudança profunda na visão dos líderes das igrejas, em suas prioridades e em seus corações.
No “ide” de Jesus, a igreja não pode desprezar a cultura de um povo a quem pretendemos evangelizar, nem impingir-lhe a nossa. Deve, sim, ser avaliada e provada pelas Escrituras.
3. A ordem é fazer discípulos em todas as nações – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...”(Mt 28:19 – ARA). Este é o propósito da Grande Comissão. Esta ordem tem o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidora de Cristo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversões. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade(cf João 8:31). Paulo foi um exímio formador de discípulo. O propósito do seu ensino era: “Cristo formado em vós”(Gálatas 4:19). Observe que ele não diz: Cristo informado em vós, mas “Cristo formado em vós”.
Todavia, antes de fazer discípulos precisamos ser discípulos. Jesus estipulou quatro condições para sermos considerados discípulos dEle. São elas:
a) Um discípulo verdadeiro coloca e ama a Jesus em primeiro lugar(cf Lucas 9:23; 14:26,27 e 33). Você ama a Cristo mais do que a si mesmo? Mais do que a sua família? Mais do que a seu conforto? Mais do que às suas posses? Mais que sua própria vida? O discípulo deve vir após Cristo. Isso quer dizer que ele deve viver o tipo de vida que Cristo viveu: uma vida de renúncia, humilhação, perseguição, opróbrio, tentação e contradição dos pecadores contra si mesmo.
b) Um discípulo verdadeiro ama a Palavra de Deus – “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (João 8:31). Você estuda A Bíblia Sagrada diariamente? O simples fato de termos a Bíblia Sagrada é o suficiente para que entendamos que a leitura devocional da Palavra de Deus é imprescindível para o nosso relacionamento com o Senhor.
c) Um discípulo verdadeiro ama aos outros irmãos. Disse Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”(João 13:35). Ao testemunharmos, o que é mais importante: aquilo que falamos ou o que fazemos?
d) Um discípulo verdadeiro gera frutos, isto é, forma discípulos - ama as almas perdidas – “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”(João 15:8). Formar discípulos é a razão de ser da Noiva do Cordeiro na Terra; é a essência da Missão Integral da Igreja.
CONCLUSÃO
“Para que existe no mundo a Igreja Cristã? Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum, por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea. Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios! A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para gozar a companhia uns dos outros, se divertirem e trocarem idéias! Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não. A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens que O aceitarem...”(Orlando Boyer - Esforça-te para ganhar almas).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.
"Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19).
INTRODUÇÃO
Nesta aula, o foco principal é a Missão Integral da Igreja, a qual visa alcançar as nações com o evangelho de Cristo. Ela não abraça somente a transformação do homem no seu aspecto espiritual, mas, também, no aspecto cultural. O Evangelho é o agente transformador do caráter do ser humano, por isso Deus comissionou à Igreja fazer a evangelização a todos os povos e etnias(Mc 16:15), no afã de possibilitar a restauração do ser humano ao status quo da criação: imagem e semelhança de Deus(quanto ao caráter), dignidade, plena felicidade, comunhão com Deus e vida eterna. Cabe, portanto, à Igreja a responsabilidade de cumprir as ordenanças divinas – a comissão cultural e a grande comissão –, principalmente a Grande Comissão ordenada por Jesus(Mt 28:19,20; Mc 16:15) consoante o lema da Missão Integral da Igreja: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”.
I. MISSÃO INTEGRAL — UMA ORDENANÇA DIVINA
1. Uma responsabilidade que vai além da evangelização. Somos cônscios que a evangelização é a missão máxima da igreja. Ela deve pregar o Evangelho em tempo e fora de tempo(2Tm 4:2), em quaisquer circunstancias, a judeus e a gentios, anunciar que Jesus veio salvar o homem, perdoar os nossos pecados e restabelecer a comunhão entre Deus e a humanidade. Todavia, a missão integral da igreja não se limita somente à evangelização, ela alcança todos os aspectos que direcionam o ser humano ao padrão que Deus sempre quis pra ele: paz, justiça, alegria, felicidade, equilíbrio, vida eterna.
No aspecto social, a Igreja deve ser paradigma para todos os segmentos religiosos. Deve estar ciente de que a evangelização e a atividade social não são mutuamente exclusivas. Não somente deve manter interesse pela assistência social, mas, também, deve partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
A igreja que não está preocupada com os problemas das pessoas e procura somente o bem espiritual de seus membros, negligenciando a necessidade daqueles que estão à sua volta, não tem manifestado o Reino de Deus; não tem sido sal para a Terra, nem luz para o mundo.
Como bem disse o pr. Wagner Gaby, “o ser humano não é composto apenas de corpo, alma e espírito, mas também possui necessidades físicas e emocionais”. Desta feita, cabe à igreja na plena responsabilidade que lhe foi dada por Jesus Cristo, cuidar do ser humano em sua forma integral(1Co 6.18-20; 1Ts 5.23), “promovendo a sua reconciliação com o Criador e proporcionando-lhe as condições necessárias para que ele sinta a plena comunhão da família de Deus”. A proclamação do Evangelho sempre foi acompanhada de demonstração.
“Toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo [...] A fé sem obras é morta” (Pacto de Lausanne, 1974 – Suíça).
2. A Missão Integral da Igreja. Alguns dizem que a missão da igreja é adorar a Deus. Paulo ensina, em Romanos 12, que o verdadeiro culto a Deus é oferecer-se em sacrifício vivo, o que implica algo mais que a adoração e o louvor na compreensão popular dos conceitos. Alguns dizem que a missão da igreja é evangelizar o mundo. É verdade. Mas aqui cabe perguntar o que isso significa. Seria apenas levar os homens a se decidirem por Cristo? A se tornarem membros de igrejas evangélicas? Ou seria a difusão do Reino de Deus? Ou seria ainda mais a infusão dos valores do Reino na cultura e sociedade?
Missão integral da Igreja é a significância especial do Evangelho, pois ele contempla todas as necessidades do ser humano. O seu conteúdo não contempla somente o aspecto espiritual, mas tudo aquilo que produz no ser humano mudança radical do seu caráter, a partir do que a pessoa humana e tudo quanto ela produz passam a servir aos interesses do Reino de Deus, existindo e funcionando em alinhamento ao caráter perfeito do Senhor.
Missão integral da Igreja é a proclamação da mensagem da salvação mediante a pregação e as ações da Igreja, tendo sempre uma visão integral da natureza humana (o homem é corpo, alma e espírito – 1Tes 5:23).
Em fim, Missão integral da Igreja é: proclamar o evangelho; suprir as necessidades humanas; pregar a justiça social e a ética cristã. Abrange tudo o que a Igreja pode e deve fazer para expandir o Reino de Deus no mundo atual.
3. O marco histórico da Missão Integral. Em julho de 1974, na Lausanne, Suíça, houve um Congresso Mundial de Evangelização, do qual resultou um documento chamado “Pacto de Lausanne”, com o lema: “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”, vislumbrando uma ação integral entre evangelização e responsabilidade social. Esse documento produzido, composto de 15 capítulos, foi assinado por 2.300 líderes de 150 países, vindos de diferentes regiões do planeta.
Esse Pacto é considerado relevante instrumento para a definição permanente da identidade evangélica em um período de intensa relativização e de fluidificação das identidades institucionais e pessoais.
“Ser evangélico não é uma questão de se aferrar intransigentemente a este ou aquele grupo de conceitos doutrinários, mas uma questão de comprometer-se com o propósito de Deus, a saber: ser servo e testemunha de Deus, ou seja, ser uma comunhão de pessoas que persegue em comum o alvo de viver à altura do Reino e da Glória de Deus, edificando-se a si mesmo como o Corpo de Cristo que anuncia a todo o mundo o reino de Deus”.
Hoje, vivemos em meio a uma realidade evangélica totalmente estigmatizada pela teologia da prosperidade, pelos escândalos de seus líderes, e fragmentada em centenas de organizações eclesiásticas que não conseguem responder ao neoliberalismo, à globalização, e à nova forma de opressão ao ser humano. Diante de tudo isso, será que a igreja, hoje, não está precisando de estudo e de reflexão do Pacto de Lausanne, com o desejo de buscar diretrizes básicas mais nítidas e saudáveis a serem implementadas por todos nós?
“A IGREJA E A EVANGELIZAÇÃO
Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas”(pacto de Lausanne).
II. COMISSÃO CULTURAL — UMA CONVOCAÇÃO À IGREJA
1. Um chamado à responsabilidade. Comissão cultural é a chamada para, através da Graça Comum, criar uma cultura debaixo do senhorio de Cristo. Cultura essa que reflita a ordem original da criação em todos os aspectos: na família, no trabalho, na ciência, nas artes, na política, etc (cf. Gn 1:26). Como Igreja de Deus, temos essa missão a cumprir junto à sociedade como sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13,14). Nossa missão é transformá-la através do poder do Evangelho de Cristo.
“Deus se importa não só com a redenção das almas, mas também com a restauração de sua criação. Ele nos chama para sermos agentes não apenas de sua graça salvadora, mas também de sua graça comum. Nosso trabalho não é somente construir a Igreja, mas também construir uma sociedade para a glória de Deus”(COLSON, Charle; PEARCEY. E Agora, Como Viveremos? 2. ed. Rio dejaneiro : CPAD, 2000, pp. 53,54).
“... A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões, muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus”(Pacto de Lausanne – Evangelização e Cultura).
2. Restaurando a dignidade humana. Deus criou o ser humano perfeito, mas ao consumar o pecado foi destituído da presença de Deus(Rm 3:23), perdeu a dignidade. O distanciamento do Criador fez com que o ser humano empreendesse inúmeras formas de cultura, que se desenvolveram conforme a conveniência de sua natureza carnal, na maioria das vezes plenamente destoantes dos princípios morais de Deus. Mas Deus não desistiu do seu precioso plano para regenerar o ser humano à sua forma plena: não somente espiritual, também, física e cultural. O desejo de Deus que o comportamento humano se mantenha ajustado à Sua lei moral, justifica a indelével ordenança da Comissão Cultural aos seus fiéis mordomos. Deus nunca aboliu do homem a responsabilidade de administrador da Terra(cf Gn 3:23). Desta feita, a Comissão Cultural nunca foi anulada.
Ao longo da história humana Deus implementou diversas maneiras de tratar com o ser humano sempre no afã de restaurar a sua identidade perdida. Neste período da Graça de Deus está sendo apresentada ao ser humano a mensagem do Evangelho. A mensagem de que “o tempo está cumprido e que o reino de Deus chegou”, ou seja, que Jesus salva o homem e o liberta do pecado, pondo-o, novamente, em comunhão com Deus, restaurando-lhe, assim, a dignidade originalmente concedida na criação, bem como lhe assegurando a vida eterna.
Ao aceitar a mensagem do Evangelho o ser humano passa a se comportar de maneira condizente com a vontade de Deus; passa refletir a respeito dos princípios e valores, que se encontram na Palavra de Deus, em todos os níveis de nossas relações: na família, na igreja, na escola, no trabalho e nas amizades. Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se inserido.
III. GRANDE COMISSÃO —A IGREJA PROCLAMA O EVANGELHO NO MUNDO
“IDE... ENSINAI (FAZEI DISCÍPULOS)... BATIZANDO”(Mt 28:19). Estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da Igreja.
Uma igreja só se envolverá de maneira séria e responsável com a Grande Comissão, quando estiver sob forte poder e unção do Espírito Santo. Na igreja primitiva, a evangelização atingiu o ápice quando experimentava um efusivo derramamento do Espírito Santo (At 2:1-4). Essa unção extraordinária modificou a estrutura espiritual de um grupo de homens assustados em verdadeiras brasas ardentes, e os levou a testemunharem do amor de Deus com o sacrifício de suas próprias vidas.
A liderança da igreja em Antioquia, em atenção à Grande Comissão, enviou o que possuía de melhor em seu ministério para as missões transculturais: Barnabé e Saulo. Isto porque existiam duas práticas lá hoje quase extintas: jejum e oração. Além disso, essa igreja vivia o que ensinava: o amor, o quebrantamento espiritual e um profundo senso de responsabilidade pela Grande Comissão. Isto levou aquela igreja a se tornar o centro de missões mundiais na igreja primitiva.
1. A Grande Comissão. Ir (proclamar o Evangelho em palavras e ações a toda criatura), Ensinar (tanto aos novos convertidos como aos maturados na fé, tornando-os fiéis seguidores de Cristo); e Batizar (integrá-los na igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da ação do Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da comunhão dos santos) – é, sem sombra de dúvidas, a suprema tarefa da igreja.
As palavras de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, apontam para alvo e objetivo que a igreja deva alcançar. Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais devem ser encarados no contexto da igreja local como acessórios, entretanto a evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e pessoal. A igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não fizer missões e evangelismo, não fez nada. Missões é urgente e importante!
A Grande Comissão vai além do simples ato de falar de Jesus, o que denominamos comumente de evangelizar. Trata-se de um processo pelo qual Jesus se torna vivo e presente na vida dos fiéis, de forma que eles ajam de acordo com os padrões divinos. É tornar o Evangelho uma prática na vida das pessoas. Não é apenas falar de Jesus e esperar que a pessoa se decida por influência da pregação.
É bom ressaltar que “pregar o evangelho” não é apenas fazer um sermão, uma exposição da Palavra de Deus a um grupo de ouvintes, com eloqüência, com unção do Espírito Santo. Isto também é pregar, mas não é esta a única forma que se tem para pregar o Evangelho, nem a só a isto que Jesus Se refere na “Grande Comissão”.
“Pregar o evangelho” é mostrar antecipadamente o Cristo, de forma adiantada, antes que se mostre quem é Ele nas Escrituras, que dEle testificam (João 5:39). Mas como podemos mostrar Jesus antes que O mostremos na Bíblia Sagrada? Através de nossas próprias vidas! O povo de Antioquia, ao ouvir a mensagem do Evangelho, começou a chamar os discípulos de cristãos, porque, ao compararem o modo de vida de cada crente com o que era mostrado nas Escrituras, descobriram que os crentes daquela igreja eram “parecidos com Cristo”, ou seja, eram “cristãos”. Portanto, a melhor e mais impressionante forma de pregarmos o Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens.
2. O "ide". A ordem do Senhor é que devemos ir por todo o mundo: ir ao encontro do mundo; ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.
A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra. Não cabe à Igreja julgar os homens e dizer a quem deve, ou não, ser pregada a Palavra. O Senhor foi enfático em dizer que toda criatura deve ouvir a mensagem do Evangelho, seja esta pessoa quem for. É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo, e nós, o que estamos a fazer?
Também, o "ide" de Jesus significa atravessar fronteiras. Anunciar o Evangelho em uma cultura diferente é o grande desafio da Obra Missionária. Como diz certo teólogo, Timóteo Carriker, “a igreja que não for missionária não pode ser igreja, pois nega a razão de sua existência (1Pe 2: 9, 10). Por isso, a igreja que não for missionária, logo se tornará um campo missionário”.
A Igreja do Senhor no Brasil tem aproximadamente 35 milhões de membros, entretanto, em vista deste número, a quantidade de missionários transculturais é insignificante. É preciso uma mudança profunda na visão dos líderes das igrejas, em suas prioridades e em seus corações.
No “ide” de Jesus, a igreja não pode desprezar a cultura de um povo a quem pretendemos evangelizar, nem impingir-lhe a nossa. Deve, sim, ser avaliada e provada pelas Escrituras.
3. A ordem é fazer discípulos em todas as nações – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...”(Mt 28:19 – ARA). Este é o propósito da Grande Comissão. Esta ordem tem o sentido de “estar com” as pessoas e torná-las seguidora de Cristo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversões. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo o coração, mente e vontade(cf João 8:31). Paulo foi um exímio formador de discípulo. O propósito do seu ensino era: “Cristo formado em vós”(Gálatas 4:19). Observe que ele não diz: Cristo informado em vós, mas “Cristo formado em vós”.
Todavia, antes de fazer discípulos precisamos ser discípulos. Jesus estipulou quatro condições para sermos considerados discípulos dEle. São elas:
a) Um discípulo verdadeiro coloca e ama a Jesus em primeiro lugar(cf Lucas 9:23; 14:26,27 e 33). Você ama a Cristo mais do que a si mesmo? Mais do que a sua família? Mais do que a seu conforto? Mais do que às suas posses? Mais que sua própria vida? O discípulo deve vir após Cristo. Isso quer dizer que ele deve viver o tipo de vida que Cristo viveu: uma vida de renúncia, humilhação, perseguição, opróbrio, tentação e contradição dos pecadores contra si mesmo.
b) Um discípulo verdadeiro ama a Palavra de Deus – “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (João 8:31). Você estuda A Bíblia Sagrada diariamente? O simples fato de termos a Bíblia Sagrada é o suficiente para que entendamos que a leitura devocional da Palavra de Deus é imprescindível para o nosso relacionamento com o Senhor.
c) Um discípulo verdadeiro ama aos outros irmãos. Disse Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”(João 13:35). Ao testemunharmos, o que é mais importante: aquilo que falamos ou o que fazemos?
d) Um discípulo verdadeiro gera frutos, isto é, forma discípulos - ama as almas perdidas – “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”(João 15:8). Formar discípulos é a razão de ser da Noiva do Cordeiro na Terra; é a essência da Missão Integral da Igreja.
CONCLUSÃO
“Para que existe no mundo a Igreja Cristã? Ela não é uma grande arca, em que podem flutuar os favoritos, felizes, e sem cuidado algum, por sobre o mar da vida até chegar à praia áurea. Ela não é uma companhia de seguros, à qual se podem pagar prêmios! A Igreja não é um clube social, cujos membros se reúnem ocasionalmente para gozar a companhia uns dos outros, se divertirem e trocarem idéias! Não é uma casa de saúde em que os deformados espirituais e os moralmente anêmicos tratam de seus males hereditários. Não. A Igreja de Cristo é uma instituição ganhadora de almas, a proclamar, a tempo e fora de tempo, que Jesus Cristo salva a todos os homens que O aceitarem...”(Orlando Boyer - Esforça-te para ganhar almas).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Caramuru Afonso Francisco – Evangelização, a Missão máxima da Igreja.
A paz do Senhor.
ResponderExcluirQuerido irmão Luciano
Agradecemos sua participação em nosso blog.
Queremos também lhe dar os parabéns pelo empenho e esmero em melhorar nossa EBD. Saiba que estamos juntos nessa caminhada. Queremos exaltar o nome do Senhor Jesus por meio de Sua palavra. E um dos lugares mais apropriados para isso é a EBD!
Glória a Deus por sua vida! Continue o trabalho!
Forte abraço!