Texto Base: Gênesis 2:8,9; 15-17; 3:1-19
Gn.2:8,9;15-17
8. E plantou o SENHOR
Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha
formado.
9. E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda
árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do
jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.
15. E tomou o SENHOR Deus
o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.
16. E ordenou o SENHOR
Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17. mas da árvore da
ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás.
Gn.3:1-19
1. Ora, a serpente era
mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E
esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim?
2. E disse a mulher à
serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
3. Mas, do fruto da
árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele
tocareis, para que não morrais.
4. Então, a serpente
disse à mulher: Certamente não morrereis.
5. Porque Deus sabe que,
no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,
sabendo o bem e o mal.
6. E, vendo a mulher que
aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido,
e ele comeu com ela.
7. Então, foram abertos os olhos de ambos, e
conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais.
8. E ouviram a voz do
SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e
sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.
9. E chamou o SENHOR Deus
a Adão e disse-lhe: Onde estás?
10. E ele disse: Ouvi a
tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas
nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12. Então, disse Adão: A mulher que me deste
por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13. E disse o SENHOR Deus
à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu
comi.
14. Então, o SENHOR Deus
disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e
mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás
todos os dias da tua vida.
15. E porei inimizade
entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
16. E à mulher disse:
Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e
o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
17. E a Adão disse:
Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei,
dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás
dela todos os dias da tua vida.
18. Espinhos e cardos
também te produzirá; e comerás a erva do campo.
19. No suor do teu rosto,
comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado,
porquanto és pó e em pó te tornarás.
A resposta satisfatória da origem de todo o sofrimento no
mundo, da origem do mal, encontra-se nestes textos bíblicos, os quais relatam
como o pecado entrou no mundo e como tem produzido consequências trágicas e
universais. A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de
modo explícito. Não é um relato teórico ou figurativo, mas um relato histórico.
O pecado de Adão foi uma transgressão deliberada ao limite
que Deus lhe havia colocado. Pelo texto, percebe-se que o culpado de todo o
mal, da morte e das doenças que existem no mundo hoje, é o homem. O apóstolo
Paulo corrobora isso: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso
que todos pecaram” (Rm.5:12).
O homem deliberadamente pecou contra o seu Criador, e ao
pecar, tornou-se escravo do pecado (João 8:34), dominado totalmente por ele (Gn.4:7),
sem condição alguma de modificar esta situação.
Entretanto, a história não terminou com esta tragédia. Bem
ao contrário, a Bíblia Sagrada nos ensina que, mesmo antes da fundação do
mundo, dentro de sua presciência, Deus já havia elaborado um plano para retirar
o homem desta situação tão delicada (Ef.1:4; Ap.13:8).
Esse plano, já existente mesmo antes da criação do mundo,
foi revelado ao homem no dia mesmo de sua queda, quando o Senhor anunciou que
haveria de surgir alguém “da semente da mulher que feriria a cabeça da serpente
e tornaria a criar inimizade entre o homem e o mal e, consequentemente, comunhão
entre Deus e o homem” (Gn.3:15).
O Plano divino para a salvação da humanidade foi
plenamente cumprido no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor
Jesus Cristo (João 1:29; Gl.4:4,5).
Só Jesus é quem pode dar a Salvação, pois “ em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual
devamos ser salvos”(Atos
4:12).
I.
O PARAÍSO NO ÉDEN (Gn.2:8-25)
Perceba pelo texto que lemos, no capítulo 2, que, quando
Deus fez os Céus e a Terra, e quando Ele criou o sol, a lua, as estrelas, as
plantas e as aves, os animais da terra e os animais das águas, nenhum lugar
específico tinha sido separado para ser a morada do homem.
Deus dá um intervalo antes de criar o homem e prepara para
ele um jardim ou paraíso no Éden. Esse jardim é organizado de uma forma
especial. Deus plantou todos os tipos de árvores nesse jardim – árvores
agradáveis à vista e de bons frutos. Duas dessas árvores são chamadas pelo nome:
A árvore da vida, plantada no meio do jardim; e a árvore do conhecimento do bem
e do mal (Gn.2:9).
O jardim foi preparado de tal forma que um rio que tinha
sua nascente no próprio jardim fluía através dele, e dividia-se em quatro
braços, a saber, Pisom, Giom, Tigre e
Eufrates Gn.2:10-14).
Veja com mais detalhe a solicitude de Deus pelo homem, sua
obra prima:
1.
Deus colocou o homem no jardim do Éden
(ou paraíso na Terra), um ambiente agradável, protegido e bem regado (Gn.2:8-14).
Nesse paraíso na Terra, Deus deu a Adão trabalho para
fazer, a fim de que não se entediasse. Há quem pense que o trabalho é parte da
maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa; ensina, sim, que a maldição
transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com fadiga (Gn.3:17).
2.
Deus proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio (Gn.2:21,22).
O propósito primordial do matrimônio é proporcionar
companheirismo e ajuda mútua: "Não é
bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante
ou adequada] " (Gn.2:18).
O matrimônio deve ser monógamo, pois Deus criou uma só
mulher para o homem; deve ser exclusivista, porque "deixará o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união
estreita e indissolúvel: "apegar-se-á
à sua mulher, e serão ambos uma carne".
Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o lar para
formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados cabalmente em
todos os aspectos: física, social e espiritualmente.
Ensina-se a igualdade e dependência mútua dos sexos – "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem
o varão, no Senhor" (1Co.11:11). Um não é completo sem o outro.
O comentarista Matthew Henry observa que a mulher não foi
formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre ele; nem de seus
pés, para que não seja pisada; mas de seu lado, para ser igual a ele, e de
perto de seu coração, para ser amada por ele.
A mulher deve ser....
- Uma companheira que compartilhe a responsabilidade de
seu marido.
- Reaja com compreensão e amor à natureza dele.
- E colabore com ele para levar a cabo os planos de Deus.
3.
Deus concedeu a Adão ampla inteligência, pois ele podia
dar nomes a todos os animais (Gn.2:19,20).
Isto demonstra o fato de que tinha poderes de percepção
para compreender suas características. O homem sempre foi um ser inteligente.
4.
Deus mantinha comunhão com o homem (Gn.3:8). Possivelmente, Deus tomava a forma de um anjo para andar
no jardim com o primeiro casal.
A essência da vida eterna consiste em conhecer
pessoalmente a Deus (João 17:3), e o privilégio mais glorioso desse
conhecimento é desfrutar da comunhão com Ele. “E a vida eterna é esta: que
conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
5.
Deus pôs o casal à prova quanto à árvore da ciência do bem e do mal (Gn.2:16,17).
Para os filhos de Deus as provas são oportunidades de
demonstrar-lhe amor, obedecendo a Ele. Também constituem um meio de desenvolver
seu caráter e santidade. Adão e Eva foram criados inocentes, porém a santidade
é mais do que a inocência: é a pureza mantida na hora da tentação.
Adão recebeu uma dupla tarefa para realizar: cultivar e guardar
(preservar) o jardim do Éden. Isto é, ele tinha que cultivar a terra, e assim
extrair dela todos os tesouros que Deus tinha reservado para o uso humano; e
ele tinha que vigiar a terra, protegê-la contra todo o mal que pudesse
ameaçá-la e preservá-la.
Todavia, o homem só poderia cumprir essa missão se ele não
quebrasse a conexão que o unia ao Céu, ou seja, somente se ele continuasse a
obedecer a Deus. Essa dupla tarefa, como podemos observar, é essencialmente uma
só tarefa.
Adão deveria dominar toda a terra, não de forma ociosa e
passivamente (isto é: inerte, indiferente), mas através do trabalho de sua
mente, de seu coração e de suas mãos. E para que isso fosse possível, ele
deveria servir a Deus, que é o seu Criador e Legislador.
Trabalho e descanso, domínio e serviço, vocação terrena e
celestial, cultura e culto, são pares que caminham juntos desde o princípio. Eles
pertencem e estão contidos na vocação do grande, santo e glorioso propósito do
homem.
Todo trabalho que o homem realiza para subjugar a Terra,
seja através da agricultura, da pecuária, do comércio, da indústria, da
ciência, ou de qualquer outra forma, é o cumprimento de um mandato divino. Mas
para que o homem realmente cumpra esse mandato divino ele tem que depender e
obedecer à Palavra de Deus.
II.
A TENTAÇÃO NO PARAÍSO (Gn.3:1-6)
Como vimos acima, tudo no Jardim era bom, felicidade plena.
Mas para que o homem desfrutasse de tudo isso ele precisava demonstrar
fidelidade e obediência ao seu Criador.
No Jardim do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento
do bem e do mal como forma de testar a obediência do homem. A única razão para
não comerem daquele fruto era o fato de Deus assim haver ordenado. De muitas
maneiras, tal fruto ainda se encontra em nosso meio nos dias de hoje.
1.
O Agente ativo da tentação. Satanás foi permitido por Deus para testar o homem. Ele ia
demonstrar que o homem, assim como ele, não era fiel a Deus. E Satanás
instigou o primeiro casal a desobedecer à ordem de Deus.
Satanás utilizou uma das suas armas preferidas: a
sutiliza. Esta é a marca registrada do diabo (João 8:44). As Escrituras
registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há
coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a
ele.
Observamos, no relato da queda do primeiro casal, que o
diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem
ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em
que a mulher não esperava, diríamos que num instante de distração. Ante à distração
do primeiro casal, o diabo conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa
destruidora.
A distração, o “cochilo espiritual”, é fatal para a saúde
espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está relacionado com a meditação
diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as
estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra brecha para agir.
Observe os passos que levaram a raça humana a pecar:
a)
Satanás instigou dúvida em relação à Palavra de Deus: “É
assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? ” (Gn.3:1b).
Eva estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde se
aproximar dela e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da
dúvida. Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou
firmeza, pois, em sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia
dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais
ardiloso.
b)
Eva demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Eva declarou (falando sobre a árvore
do conhecimento do bem e do mal): “... do
fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio
do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não
morrais” (Gn.3:2,3).
Dá para perceber que a mulher demonstrou desconhecimento
da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina era para que não se comesse da
árvore do conhecimento do bem e do mal (cf.Gn.2:16,17), a mulher respondeu à
serpente que a ordem era a proibição de comer e tocar na árvore que estava no
meio do jardim (Gn.3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois
pontos a ordem divina, a saber: árvore da ciência do bem e do mal por árvore
que está no meio do jardim; não comereis por não comereis nem tocareis.
c)
Satanás contradita o próprio Deus.
Em Face do desconhecimento da Palavra de Deus, agora Satanás estava em condições
de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a
mulher.
Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à
veracidade da Palavra do próprio Deus - “... certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que
Deus havia mentido. Satanás se atreveu a negar as consequências da
desobediência, como fazem até hoje seus seguidores, ao continuarem negando a
existência do inferno e a punição eterna.
Satanás deturpou o mandamento do Senhor ao sugerir que
Deus ocultava algo benéfico para Adão e Eva.
d)
Satanás desperta na mulher a soberba e o desejo de ser como Deus. Não tendo havido nenhuma reação por
ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com maior
sutileza deu sua cartada final, despertando, agora, a soberba e o desejo de ser
como Deus: “Porque Deus sabe que, no dia
em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o
bem e o mal” (Gn.3:5).
O humanismo secular tem perpetuado a mentira de Satanás: “você
será igual a Deus”. Declare, determine, ouse, afirme. Você é um deus, afirmam
os falsos pregadores.
e)
A derrocada de Adão e Eva.
O diabo mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas
quais o primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada.
Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na
sutileza, Satanás já estava com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou
enganar – pensou que seria como Deus. Olhou – “vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”;
Desejou – “... árvore desejável para dar
entendimento...”; Tomou – “... tomou-lhe
do fruto...”; Comeu - “... comeu...”;
Morreu: morte espiritual instantânea e morte física gradativa.
A punição por transgredir o mandamento era a morte - “... no dia em que dela comeres, certamente
morrerás”(Gn.2:17).
Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são
iludidos com falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de
“fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm.1:4; 4:7; 2Tm.4:4; 2Pd.1:16),
falsidades que a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos,
significarão a morte eterna.
2.
O agente passivo da tentação - “...
e deu também a seu marido, e ele comeu
com ela” (Gn.3:6).
Eva foi enganada (1Tm.2:14), mas Adão agiu intencionalmente,
em rebelião deliberada contra Deus. Eva pecou antes de Adão, e Satanás, por seu
turno, pecara muito antes de Eva.
Todavia, o pecado entrou no mundo não através da mulher,
nem por intermédio do Diabo. O grande responsável pela introdução da apostasia
no mundo foi Adão. É o que esclarece Paulo: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram" (Rm.5:12).
III.
O JUÍZO DE DEUS (Gn.3:8-19)
Deus havia provido tudo para o bem do homem e havia
proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de Satanás, o homem escolhia
agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente a Deus. Era um ato de
egoísmo e rebelião inescusável. Na realidade, era atribuir a si o lugar de
Deus.
1.
As consequências teológicas da queda:
a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o
mal: seus olhos "foram abertos". Adão e Eva chegaram a assemelhar-se
a Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém, seu conhecimento se diferencia
do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência
pecaminosa e contaminada. A consciência deles despertou para um sentimento de
culpa e vergonha.
b) Interrompeu-se a comunhão com Deus, e
então fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do
gozo da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais
profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto
proibido (Gn.2:17).
c) A natureza humana corrompeu-se e o
homem adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança,
mas sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo.
Outra prova da sua natureza corrompida: ele lançou a culpa
sobre sua mulher. Adão chegou a insinuar que Deus era o culpado: "A mulher que me deste por companheira, ela
me deu da árvore, e comi" (Gn.3:12). Isto é uma demonstração clara da
natureza decaída do homem.
2.
Juízo de Deus. Deus
castigou o pecado com dor, sujeição e sofrimento. Um Deus santo não pode passar
por alto a rebelião de suas criaturas. Ele é o justo Juiz.
a)
Com relação à serpente (Gn.3:14,15) - ”Então, o SENHOR Deus disse à serpente:
Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os
animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua
vida” (Gn.3:14). “E porei inimizade entre ti e a mulher e
entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar” (Gn.3:15).
O Senhor Deus amaldiçoou a serpente a viver de modo
degradante e em desgraça e derrota. Mesmo no Milênio quando a natureza dos animais
for restaurada, ela não será redimida de sua degradação (Is.65:25).
Contudo, Gn.3:15 volta a falar de Satanás. Este versículo
é conhecido como protoevangelho, isto
é, “o primeiro evangelho”. O texto anuncia a inimizade perpétua entre Satanás e
a mulher (que representa toda a humanidade), e entre a descendência de Satanás
(seus representantes) e o seu descendente (o descendente da mulher, o Messias).
O descendente da mulher feriria a cabeça de Satanás. Essa
ferida foi infligida no Calvário, quando o Salvador triunfou sobre Satanás. Este,
por sua vez, feriria o calcanhar do Messias. Essa ferida se refere ao
sofrimento (incluindo morte física), mas não à derrota final.
Cristo sofreu na cruz e morreu, mas ressuscitou dentre os
mortos, vitorioso sobre o pecado, o inferno e Satanás.
O fato de Cristo ser chamado de descendente da mulher pode
aludir a seu nascimento virginal.
Observe a bondade de Deus ao prometer a vinda do Messias
antes mesmo de decretar a sentença de juízo condenatório ao homem e a mulher. É
a mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do homem da condenação. Ao
invés de lançar apenas juízos inclementes e condenatórios sobre o casal, Deus,
o justo Juiz, abriu um espaço para a redenção.
b)
Com relação à mulher (Gn.3:16) - “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente
a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o
teu marido, e ele te dominará”.
A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu
marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é maldição? Não deve ter a família uma
cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a
Igreja? (Ef.5:22,23).
O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o
propenso a abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a
autoridade do marido sobre a mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a
respeito de seu esposo pode ser motivo de angústia.
O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas
abrange todas as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento
fracassa, a mulher fica desolada.
c)
Com relação ao homem (Gn.3:17-19) - “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à
voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás
dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da
tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No
suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.
O homem foi sentenciado a obter alimento de uma terra
amaldiçoada com espinhos e cardos. Isto significa que ele teria de trabalhar o
resto da vida em fadigas e com suor do rosto até retornar ao pó.
Devemos observar que o trabalho não é uma maldição. Em
geral, o trabalho é uma bênção. A maldição está mais ligada à tristeza, à
frustração, ao suor e ao cansaço que acompanham o trabalho.
Toda a raça humana e a própria natureza ainda continuam
sofrendo como consequência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O
apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm.8:22).
CONCLUSÃO
Embora a queda tenha acarretada tanta desgraça para o ser
humano, nós aprendemos que há uma esperança para o pecador, em Cristo Jesus. Através
de Cristo, Deus Pai provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um
tratamento mui especial.
O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física,
ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo. Se ele o aceita, estará
aceitando ir morar com Cristo, estar ao lado dEle para sempre (João 3:16-21;
14:1-3; 17:24).
A alma daqueles que aceitam a Cristo estarão na luz para
sempre; no momento da morte física vão para o paraíso (Lc.23:43), um lugar de
gozo espiritual, um lugar de alegria.
O Paraíso é um lugar de espera até o arrebatamento da
Igreja, pois neste dia Jesus Cristo virá e todos os mortos que morreram em
Cristo ressurgirão num corpo incorruptível, num corpo glorioso (Fp.3:21, 1Co.15:12,
51,52), e daí para frente estarão para sempre junto do Senhor, tanto no reinado
de Cristo, no milênio (Ap.3:21 e 20:4), como na eternidade futura na Nova Jerusalém
celestial (Ap.21).
A advertência principal de Cristo é: “[...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa
da vida” (Ap.2:10).
Mensagem Maravilhosa, de Esperança, de Certeza de que não merecemos mas temos um Pai Amoroso e Zeloso, Deus continue te abençoando, irmão "LuLoure". Saudades dos teus comentarios das Lições Bíblicas
ResponderExcluirVerdade. Muitas saudades mesmo dos comentários das lições bíblicas. Realmente, as postagens do irmão "Luloure" são uma bênção: tem linguagem simples e, ao mesmo tempo, profunda em edificação e crescimento espiritual.
ResponderExcluirVou preparar o subsídio da primeira Lição do 3ª Trimestre. Publicarei uma semana antes do inicio. Até lá! Paz de Cristo!
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