quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

GRANDE ALEGRIA PARA TODOS OS HOMENS


O anjo falou aos pastores: "Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo" (Lc 2.10). Nesta curta frase Deus nos apresenta uma abundância de verdades a respeito da salvação, que nos são dadas por meio de Jesus Cristo:
1. "Eis aqui..." Com essa expressão Deus chama a nossa atenção, para que prestemos atenção ao que Ele vai dizer a seguir. Num mundo em que a humanidade desde sempre esteve à procura de libertação, salvação e perdão, num mundo em que os homens procuram algo em que se apoiar e no que possam confiar plenamente, Deus nos apresenta, em Seu Filho, algo que ilumina toda a eternidade para nós.
O imperador romano Augusto apresentava-se aos súditos do seu reino como sendo Deus. Ele tinha que ser adorado. Mas as pessoas continuavam sofrendo em sua desesperança e permaneciam amargamente decepcionadas. Talvez você também esteja decepcionado com pessoas que considerava exemplos e esteja procurando por alguém em quem possa confiar: olhe para Jesus, o Autor e Consumador da fé! Jesus se apresenta e diz: "Olhe para mim, e você não será decepcionado". Se você olhar constantemente para Jesus pela fé jamais será decepcionado!
2. "Eis aqui vos trago..." Deus nos traz a mensagem mais grandiosa e poderosa de todos os tempos, que supera todas as outras mensagens anteriores. Quantas mensagens humanas já ressoaram sobre esta terra e se perderam para sempre! Mas a mensagem de Deus em Seu Filho Jesus é: Existe perdão dos pecados. Uma vida arruinada pode ser renovada. O Senhor dá vida eterna a todos os que crêem nEle. Qualquer pessoa que vem a Jesus não será rejeitada. Há uma morada maravilhosa junto a Deus para todos aqueles que entregam sua vida a Jesus.
3. "Eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria..." A alegria que nos é dada em Jesus não é uma alegria passageira. Ela é colocada em nosso coração e nos enche de profunda paz. Sua alegria sustenta de maneira maravilhosa a nossa vida nos dias de felicidade e de sofrimento. Sua alegria é a certeza da vida eterna, a maravilhosa certeza de estar ligado a Deus.
Essa alegria falta ao homem natural, porque lhe falta a comunhão com Deus. Ele procura preencher esse vazio com alegrias passageiras da vida. Sua alegria se apóia em aventuras e divertimentos – mas o seu coração não se satisfaz com tais coisas. Ao invés de encontrar a alegria que tanto busca, ele se afunda cada vez mais em desesperança e aflição. Jesus entra nessa situação e quer dar-Se a Si mesmo a você. Aceite o dom inefável de Deus. Então seu coração ficará em paz e você receberá plena alegria. A partir desse momento sua vida passará a ter um fundamento firme e permanente.
4. "Eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo." A mensagem de Deus por ocasião do Natal é para todos, para grandes e pequenos, para jovens e velhos, para pessoas de moral elevada, para vagabundos e criminosos. O Senhor não faz diferença: qualquer um pode vir a Ele, e todo aquele que Lhe pede, recebe.
Por isso, permita que haja Natal em seu coração, lançando sobre Jesus os seus pecados, assim como todas as suas preocupações e angústias, e entregando-Lhe sua vida! Então valerá também para você: "É que hoje vos nasceu... o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11).
A você que já é salvo, que já é filho de Deus, pedimos de todo o coração: continue nos ajudando a propagar esta mensagem! Ajude-nos também a dizer aos homens que Jesus voltará. Justamente a mensagem do Natal indica que Israel ainda tem uma esperança na vinda do seu Messias. Lemos em Lucas 2.32: "Luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel." Na primeira vinda, Jesus foi luz para salvação aos gentios. Na Sua vinda em grande poder e glória, Ele, o Messias de Israel, salvará o Seu povo e estabelecerá Seu glorioso reino milenar de paz. Vem, Senhor Jesus! (Norbert Lieth - http://www.apaz.com.br)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aula 11 - A ORAÇÃO QUE CONDUZ AO PERDÃO

Leitura Bíblica: Salmo 51.1-13
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto”(Sl 51.10).
INTRODUÇÃO
Desvincular quaisquer procedimentos das regras de conduta que a Palavra de Deus estabelece para o nosso viver é realmente perigoso. Ao perceber que o crente está se conduzindo inconvenientemente, fora dos padrões bíblicos, Satanás usa os seus ardis para conduzir aquela pessoa à ruína espiritual, moral, e até mesmo material. Render-se a Deus em oração de forma contrita e pedir perdão pelo pecado cometido é a maneira propícia para corrigir o erro(ver 1João 1:9). Como homem, Davi errou e quase veio a sucumbir, no entanto, ao contrário de Saul, não tentou se justificar, mas reconheceu o seu pecado, arrependeu-se profundamente e pediu perdão a Deus (2Sm 12:13a; Sl 51:4). Davi é o retrato mais claro do que significa arrepender-se do pecado. O Salmo 51 mostra a profundidade da contrição de Davi. Ele assumiu plena responsabilidade pelo pecado, e pediu a ajuda de Deus para renovar seu coração. É este arrependimento que Deus quer. O pecador que volta para Deus precisa reconhecer seu erro, seu pecado. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”(Sl 32:1). Reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante. Disse Davi: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”(Sl 32:5).
I. O PECADO NOS AFASTA DE DEUS
1. O pecado afronta a Deus.
Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Transgressão “é o ato de” transgredir “e” transgredir “, por sua vez, é ”passar de uma parte a outra“, ”violar“, ”infringir”. “Transgredir” é a quebra de um dever e de uma ordem(Rm 2:23). Eis o motivo por que a Bíblia diz que, ao pecar, Eva caiu em transgressão (1Tm 2:14), o mesmo se dando com relação a Adão (Rm 5:14).
A Bíblia diz que a transgressão receberá de Deus a justa retribuição (Hb 2:2). Com efeito, sendo a transgressão um afastamento da vontade de Deus, uma quebra de uma ordem divina, o ser moral que a toma assume a responsabilidade pelos seus atos e deverá, pois, prestar contas ao Criador e Senhor de todas as coisas(ler: Hb 4:13; Ap 20:6-15). Quando transgredimos a Deus, estamos condenados à rejeição por Ele e à morte, como ocorreu com Saul (1Cr 10:13).
A maneira correta de lidarmos com nosso pecado é nos arrependermos dele e, com toda a sinceridade, buscarmos em Deus o perdão, a graça e a misericórdia(Sl 51; Hb 4:16; 7:25), e nos dispormos a aceitar, sem amargura nem rebelião, o castigo divino pelo nosso pecado. Davi tanto reconheceu quanto confessou seus pecados terríveis, voltou-se para Deus, e aceitou a repreensão de Deus, com humildade(2Sm 12:9-13,20;24:10-25;Sl 51).
2. As consequências do pecado. Qualquer pecado contra a santidade de Deus é propenso ao perdão, desde que haja deliberação sincera ao arrependimento por parte do transgressor, como aconteceu com Davi, por exemplo. Porém, as consequencias são inevitáveis e implacáveis.
O relacionamento pecaminoso de Davi com Bate-Seba foi rápido, mas as suas consequências foram duradouras. A mão de Deus pesava sobre ele dia e noite, e o seu vigor se tornou em sequidão de estio. Depois, Davi perdeu sua reputação. Os ímpios blasfemaram do nome de Deus por causa de sua loucura. Perdeu o filho do adultério; a criança morreu a despeito da insistente petição de Davi. Este teve ainda outras perdas: sua filha Tamar foi desonrada pelo próprio irmão Amnon; Absalão irmão de Tamar, mandou matar seu próprio irmão Amnon para vingar o que este havia feito com ela. Depois, Absalão rebelou-se e conspirou contra Davi, seu pai, para tirar-lhe a vida e tomar-lhe o reino. E nessa empreitada, Absalão é assassinado por Joabe, comandante do exército de Davi. Tragédias e mais tragédias desabaram sobre a vida de Davi. Jamais ele podia imaginar que o pecado fosse ter um preço tão alto. Cuidado com o pecado, pois ele vai lhe custar mais caro do que você quer pagar.
Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida. Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir. Quer viver uma vida de acordo com a vontade de Deus? Então persevere em oração e no estudo devocional da Palavra de Deus. A única maneira de o crente manter comunhão com Deus, por meio do seu Espírito Santo, é andar segundo a sua vontade (Rm 8.1,2,8,9,13,14).
O pecado é uma fraude. Promete prazer e paga com o desgosto. Levanta a bandeira da vida, mas seu salário é a morte. Tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado. O pecado é maligníssimo. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. Enfim, o pecado é pior do que a própria morte. Esses males todos não podem destruir sua alma nem afastar você de Deus, mas o pecado arruína seu corpo, sua alma e afasta você eternamente de Deus. O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma as consequencias do pecado.
3. Consciência do pecado.Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades”(Sl 51:7-9).
As expressões usadas por Davi nestes trechos demonstram a plena consciência do pecado praticado contra a santidade de Deus e à sua Lei. Esta percepção leva a uma oração renovada por purificação. “Hissopo” era o ramo do arbusto do deserto usado para borrifar o sangue sobre um leproso para sua purificação e cura(Lv 14:4; cf Hb 9:13-14; 1João 1:7). Ao pedir a Deus que o limpasse com “hissopo” (Sl 51:7), ele revela que se havia contaminado tal qual um leproso ou alguém que havia tocado em um morto; símbolos de impureza máxima em sua época (Lv 14; Nm 19: 16-19).
A consciência do pecado era tão profunda, que era semelhante à dor de ossos quebrados (51:8). Os ossos constituem a força e estrutura do corpo. Por isso o esmagar dos ossos é uma figura muito forte, que denota uma prostração completa, tanto mental como corporal. A intervenção e a ação de Deus foram a única esperança de Davi (51:9).
O pecado destrói a paz com Deus, e a falta dessa paz, como decorrência do pecado, é como um sinal vermelho, a fim de que o crente pare imediatamente e volte-se para Deus em oração. É preciso que se arrependa, confesse o seu pecado e abandone-o, e pela fé em Cristo, e por Ele, receba o perdão de Deus (leia 1Jo 1.7-9).
II. CONFISSÃO E PERDÃO
1. Reconhecer e confessar o pecado.
Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras”(2Sm 12:13). Depois de cair em si, Davi reconheceu o seu pecado: “Pequei contra o Senhor”. E imediatamente após a confissão, foi absolvido da culpa: “O Senhor perdoou o seu pecado”. Observe que a confissão e o perdão estão no mesmo versículo (2Sm 12:13). Davi não dividiu a sua culpa com ninguém. A sua confissão é limpa, tal qual a do publicano: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13). Ele não disse que pecou porque suas mulheres e concubinas não o satisfaziam sexualmente. Não pôs culpa no pecado original herdado de Adão (Sl 51:5). Em nenhum momento responsabilizou Bate-Seba pela sua lascívia. Ele colocou o verbo pecar na primeira pessoa do singular, tanto no caso do adultério (2Sm 12:13; Sl 51:4) como no caso do recenseamento (1Cr 21:8, 17).
Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com a misericórdia. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13). Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mais exige que pautemos uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que reconheçamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça’ (1João 1:9).
Portanto, reconhecer e confessar o pecado, com um coração sincero e arrependido, sempre trará o perdão gracioso da parte de Deus, a remoção da culpa e a dádiva da sua presença constante. Disse Davi: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”(Sl 32:5).
2. Conhecendo o caráter de Deus (Sl 51:6,16). Davi sabia o que era ter intimidade, comunhão com o Senhor. Ainda jovem nos campos era pastor de ovelhas, e o seu tempo era dividido em contemplar as belezas de Deus e o seu trabalho de pastoreio. Desde cedo Davi aprendera a confiar no Senhor. Durante toda a sua vida quando se via em meio às dificuldades, adversidades e desafios lá estava ele buscando refúgio com a pessoa certa e fazendo declarações como vemos neste Salmo: “A ti Senhor, elevo a minha alma. Deus meu, em ti confio. Tu és a minha salvação e por ti espero o dia todo. Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois Ele tirará os meus pés da rede”(25:2,5,15). Com certeza estas declarações faziam derreter o coração de Deus. Davi conhecia de perto o caráter de seu Deus e mesmo em meio às lutas, sofrimentos, decepções, depressões, nada absolutamente nada, o fazia desistir de confiar no Senhor. Havia temor no seu coração, por isso ele diz o seguinte: “Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher. A sua alma repousará na prosperidade e a sua descendência herdará a terra. O segredo do Senhor é para os que o temem. Ele fará saber a sua aliança”(Sl 25:12-14).
Por conhecer o caráter de Deus, Davi sabia que Sua Santidade não admite que os seus servos tenham uma vida desregrada diante dEle. Ele sabia que somente homens limpos de mãos e puros de coração entram no santuário (Sl 24:3,4).
Hoje, pode ser que você não entenda o porquê de algumas regras que Deus nos deu. Faz mal satisfazer algum determinado desejo da carne? Tem problema em tomar uma cervejinha de vez em quando? Prejudica alguém assistir filmes com cenas de sexo? Faz mal alugar fitas pornográficas ou comprar revistas pornográficas? Por que não furtar um pouquinho de dinheiro quando ninguém sentirá falta? Uma mentirinha de vez em quando vai causar problemas? Tais coisas, embora sejam frívolas aos olhos dos seres humanos, vão, porém, de encontro ao caráter de Deus. Logo, devemos respeitar as suas regras (ler 1João 3:3-10).
3. O afastamento de Deus. Está escrito: “Mas as vossas iniqüidades faz separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobre o seu rosto de vós, para que não vos ouça”(Is 59:1,2). Numa sociedade em que a maldade é explicada e justificada de diversas maneiras sociológicas e psicológicas, é fácil esquecer que o pecado é a transgressão da vontade de Deus (1João 3:4) que cria uma barreira entre Deus e os pecadores. A pessoa que quer voltar para Deus precisa identificar o problema de pecado na sua vida. Davi disse: “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl 51:3).
Não é suficiente reconhecer que o pecado nos afasta de Deus. É necessário assumir responsabilidade pessoal pelos pecados que temos cometido. Diferente de crianças que apontam os dedos para jogar a culpa nos outros, precisamos agir como adultos e assumir a responsabilidade pelas nossas próprias transgressões. Embora o pecado de Davi tenha atingido várias outras pessoas (Bate-Seba, Urias, Joabe, a família dele, etc.), Davi entendeu que o principal problema foi a ofensa contra Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51:4). O meu pecado não é culpa da família, da igreja, da sociedade, etc. É culpa minha!
O nosso coração pode cair em incredulidade, provocando afastamento de Deus. Ninguém deixa a igreja de uma hora para a outra, o que ocorre é um distanciamento gradativo, e quando a pessoa percebe já está longe de Deus. É por isso mesmo que cada crente deve procurar incentivar os outros na fé, pois os cuidados e caprichos deste mundo são coisas que querem a todo custo nos afastar dos valores celestiais.
III. A RESTAURAÇÃO DO PECADOR
A restauração, sob o ponto de vista humano, é a maneira de se colocar contritamente nas mãos do divino “Oleiro” para que ele refaça o “vaso quebrado” e lhe dê novamente a forma e a beleza anteriores, depois de qualquer escorregão e queda ou de qualquer escândalo e desastre de natureza moral e religiosa.
Depois de qualquer período de frieza espiritual e crise existencial, depois de qualquer escândalo e desastre de natureza espiritual, depois de qualquer ressentimento ou revolta contra Deus, é necessário que haja restauração para que se retorne ao estado original.
Davi, autor de 73 dos 150 salmos, e que possuía certos traços de caráter muito especiais (1Sm 24:6; 26:8-11; 2 Sm 23:13-17; 1Cr 21:18-27), teve o seu padrão espiritual e moral - tão elogiado por Deus(At 13:22) e pelos de fora(1Sm 16:18) - quebrado, destruído, porque desprezou a Palavra do Senhor(2Sm 12:9). Se quisesse voltar o que era antes (“o homem segundo o coração de Deus”), era necessário uma cabal restauração em sua estrutura espiritual; uma restauração sincera.
A ordem do processo de restauração é sempre essa: arrependimento, conscientização, confissão e abandono da prática pecaminosa. Mesmo tendo pecado e tentado ocultar o que fizera, Davi tinha um coração bom e voltado para Deus, pois era uma pessoa quebrantada. Ele podia, como rei, punir Natã, ou mesmo se escusar daquela acusação, mas se quebrantou diante do profeta e reconheceu seu pecado. Era isto que Deus esperava dele, e assim começou a recuperação de Davi.
Na cruz, Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a cruz, encontramos perdão, cura, restauração completa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”(1João 1:9).
Os versículos 1 e 2 do salmo 51 mostram o pavor de Davi pelo pecado cometido contra a Santidade de Deus, e clama com todo ímpeto de sua alma pela Sua misericórdia: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado”. Esse clamor mostra o desespero de Davi por perda de algo muito importante, e foi importante mesmo, vejamos então: a perda da comunhão de Deus; a perda da sua proteção; a perda do título do homem segundo o coração de Deus; a perda da tranquilidade diante dos inimigos; e consequências nefastas na área política, espiritual, familiar, etc. Para restaurar a sua posição original ele necessitava do favor e da compaixão do Senhor. Mas, para encontrar o caminho da restauração, Davi precisava:
a) Admitir o seu pecado(Sl 51:3) – “...eu conheço as minhas transgressões...”. Davi por um tempo escondeu o seu pecado, mas isso estava arruinando a sua vida (a alegria foi embora, a mão de Deus pesava sobre ele, etc). Até que ele viu seriamente sua situação e teve convicção do pecado. Não há esperança de perdão e restauração enquanto você não admitir o seu pecado. Não olhe para os outros. Não julgue e nem culpe os outros. Pare de se justificar. Diga como Davi: ” Eu reconheço as minhas transgressões”; “Pequei contra o Senhor”. Ou como o filho pródigo: “Pai, eu pequei contra os céus e diante de ti”. Davi reconheceu que o problema não estava fora dele (beleza de Bate-Seba), mas no seu coração sujo. O caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e abandono da prática do pecado. O arrependimento é o reconhecimento de que você não merece nada a não ser o juízo.
Você sabe qual a diferença entre Saul e Davi em relação ao pecado? Ao pecar, Saul tentou justificar-se transferindo a responsabilidade para o povo (1Sm 13.13,14; 15.1-3,9, 15-31); ao passo que Davi admitiu o seu pecado, e arrependeu-se profundamente (2Sm 12.13a; Sl 51.4). Se o crente não admitir os seus erros e rejeitar a disciplina do Senhor, poderá ter o mesmo destino de Saul.
b) Confessar o seu pecado(2Sm 12:13) – “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor”. Quando confessamos nossas faltas ao Senhor, damos o primeiro passo em direção à recuperação da comunhão com Ele - "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"(1João 1.9). O crente não pode se limitar apenas ao quebrantamento. É preciso confessar e deixar o pecado. Dizer a Deus o que fizemos não é confissão. A idéia de confissão exige da pessoa o desejo de abandonar o erro. Deus não quer que leiamos para ele a lista de nossos erros, e sim que os confessemos, admitindo nossas falhas e dependendo dEle para nossa restauração - “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”(Pv 28:13).
c) Buscar o perdão de Deus (Sl 51:1) - “Tem misericórdia de mim, ó Deus”. Davi reconheceu sua culpa, mas foi além. Somente sentir o peso do pecado pode levar ao remorso e autodestruição (por exemplo: Judas). Davi não se suicidou, não fugiu de Deus, mas correu para ele. Precisava ser perdoado e purificado. “A confissão busca o perdão de Deus, não a anistia. Perdão presume culpa; anistia, derivada da mesma palavra grega para amnésia, 'esquece' a suposta ofensa sem imputar culpa" (LUCADO, Max. Nas Garras da Graça, RJ: CPAD, 1999, p.120).
Davi pecou contra Deus, mas o que ele mais desejava era ter Deus de volta. Muitos que pecam, abandonam a sua fé em Deus, abandonam a comunhão com os irmãos da Igreja, a Bíblia, a oração. Fogem de Deus, que é o caminho oposto ao arrependimento. Mas Davi sabia que só Deus podia restaurá-lo, e que Deus não rejeita um coração quebrantado.
Na cruz, Jesus morreu pelos nossos pecados. Quando nos voltamos para a cruz, encontramos perdão, cura, restauração completa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”(1 João 1:9). O perdão e a restauração da comunhão que se fizeram necessários são efetuados mediante a confissão dos pecados (1João 1: 9) e o arrependimento (Lc 17: 3,4; 24: 47).
d) Mudar de atitude. O arrependimento é uma tristeza que opera uma mudança de atitude para com Deus, ou seja, só há arrependimento quando a pessoa muda a sua maneira de viver, ou seja, deixa de proceder em desobediência a Deus para passar a obedecer-Lhe. O arrependimento, portanto, é o atendimento ao chamado divino para a salvação, como deixou claro o apóstolo Pedro no seu sermão no dia de Pentecostes.
Quando o pecador se arrepende, deixa a sua vida de pecados e, por isso, muda de direção na sua vida, atitude que os estudiosos da Bíblia denominam de “conversão” e que implica no início da jornada no “caminho apertado que conduz à vida”, como o apóstolo Paulo deixa claro em 1Ts 1:9. Não há salvação sem que a pessoa mude de orientação na sua vida, passe a ter atitudes diferentes, modifique a sua anterior vã maneira de viver(1Pedro 1:18). A conversão, pois, é a concretização, a realização do arrependimento, quase que como seu complemento, que faz com que o homem arrependido passe a andar no caminho certo(João 14:6).
As pessoas precisam rever suas atitudes quando o coração fala mais alto que a razão. Quando nossos sentimentos nos fazem fracassar precisamos mudar e gerar novas atitudes. Vejamos quais as atitudes Davi diante do seu pecado:
Acatou a palavra do Senhor (2Sm 12:1a). "O Senhor enviou Natã a Davi....". Natã confrontou o pecado de Davi com a palavra do Senhor. Davi aceitou as palavras do profeta e não resistiu a elas.
Reconheceu os erros cometidos(2Sm 12:13). Davi disse: "...Pequei contra o Senhor". O reconhecimento de Davi foi o princípio de sua restauração espiritual.
Confessou o seu pecado e decidiu não pecar mais(Salmo 51:1,13,17).
A Escritura comprova que Davi foi totalmente restaurado diante de Deus, e suas poesias expostas nos Salmos confirmam essa restauração.
CONCLUSÃO
Devemos reconhecer os nossos pecados e buscar em Deus o perdão e a purificação deles. Quando acontece isso os resultados são: o perdão divino e a reconciliação com Deus; a purificação (isto é, remoção) da culpa e a destruição do poder do pecado, a fim de vivermos uma vida de santidade (Sl 32:1-5; Pv 28:13; Jr 31:34; Lc 15:18; Rm 6:2-14).
Devemos nos conscientizar de que a carne, ou a natureza humana pecaminosa é uma ameaça constante na nossa vida, e que devemos sempre estar mortificando as nossas más obras por meio do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8:13; Gl 5:16-25).
Mais que condenar Davi, precisamos estar atentos ao fato de que, em maior ou menor escala, somos parecidos com ele e estamos sujeitos a fazer coisas tão graves quanto as que ele fez. Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará à comunhão perdida. Glórias a Deus!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A INTRÉPIDA ORAÇÃO DO APÓSTOLO PAULO

Texto Base: Efésios 3.14-21

14 - Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
15 - do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
16 - para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 - para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
18 - poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19 - e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
20 - Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21 - a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém!
INTRODUÇÃO
Esta oração é o ponto alto da teologia de Paulo. É considerada a oração mais ousada do apóstolo Paulo. Paulo está preso, na ante-sala da morte, com muitas necessidades físicas e materiais imediatas, porém, ele não faz nenhuma espécie de pedido a Deus relativo às necessidades materiais. Os homens podem colocar Paulo atrás das grades, mas não podem enjaular a sua alma. Eles podem algemar Paulo, mas não podem algemar a Palavra de Deus. Eles podem proibir Paulo de viajar, visitar e pregar nas igrejas, mas não podem impedir Paulo de orar pelas igrejas. Paulo estava na prisão, mas não inativo. Ele estava realizando um poderoso ministério na prisão: o ministério da intercessão. Paulo nunca separou o ministério da instrução do ministério da oração. Instrução e oração andam juntas. Hoje, a maioria dos teólogos não são homens de oração. E os homens que oram não se apaixonam pela teologia. Precisamos ter a cabeça cheia de luz e o coração cheio de fogo.
I. O INTRÓITO DA ORAÇÃO
1. A postura de Paulo revela reverência – v. 14
. Os judeus normalmente oravam de pé, mas Paulo se coloca de joelhos. Um santo de joelhos enxerga mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. Quando a igreja ora o céu se move, o inferno treme e coisas novas acontecem na terra. Quando o homem trabalha, o homem trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha.
2. A motivação de Paulo revela exultação pela obra de Deus na igreja – v. 14,15.Por causa disso” (v. 14) falam da gloriosa reconciliação dos gentios com Deus e dos gentios com os judeus, formando uma única igreja, o corpo de Cristo. A igreja da terra e a igreja do céu são a mesma igreja, a família de Deus. Paulo fala aqui da igreja militante na terra e da igreja triunfante no Céu como sendo uma única igreja. Somos a mesma igreja (Hb 12:22,23). Os nomes de todos os crentes, sejam os que ainda estão na terra, sejam os que já estão no céu, estão escritos em um só livro da vida, e gravados no peitoral do único Sumo Sacerdote. Paulo se dirige a Deus como o nosso Pai: temos confiança, intimidade: ousadia, acesso e confiança (v. 12).
3. A audácia de Paulo revela sua confiança – v. 16. Paulo manifesta o desejo de que Deus atenda às suas súplicas “segundo as riquezas da sua glória” (v. 16). A glória de Deus não é um atributo de Deus, mas o fulgor pleno de todos os atributos de Deus. O apóstolo tinha em mente os ilimitados recursos que estão disponíveis a Deus. Podemos fazer pedidos audaciosos a Deus. Seus recursos são inesgotáveis.
II. O CONTEÚDO DA ORAÇÃO
Nesta oração, as petições de Paulo são como degraus de uma escala, cada uma delas subindo mais, porém, baseadas todas no que veio antes.
1. Uma súplica por poder interior – v. 16,17. A presença do Espírito na vida é evidência de salvação (Rm 8:9), mas o poder do Espírito é evidência de capacitação para a vida (At 1:8). Jesus realizou seu ministério na terra sob o poder do Espírito Santo (Lc 4:1,14; At 10:38). Há 59 referências ao Espírito Santo no livro de Atos. Precisamos ser fortalecidos com poder porque somos fracos ou porque o diabo é astucioso ou porque nosso homem interior(mente, coração e vontade) depende do poder do alto para viver em santidade.
Cada cristão é habitado pelo Espírito Santo e é templo do Espírito Santo. O coração do crente é o lugar da habitação de Cristo, onde ele está presente não apenas para consolar e animar, mas para reinar. Se Cristo está presente em nossos corações, algumas coisas não podem estar (2Co 6:17-18; Gl 5:24).
2. Uma súplica por aprofundamento no amor fraternal – v. 17b. Paulo ora para que os crentes sejam fortalecidos para amar. Nessa nova comunidade que Deus está formando, o amor é a virtude mais importante. Precisamos do poder do Espírito e da habitação de Cristo para amar uns aos outros. O amor é a principal virtude cristã (1Co 13). O amor é a evidência do nosso discipulado (João 13:34,35). O amor é a condição para realizarmos a obra de Deus (João 21:15-17). O amor é o cumprimento da lei. O conhecimento incha, mas o amor edifica (1Co 8:2).
Paulo usa duas metáforas para expressar a profundidade do amor: uma botânica, outra arquitetônica. Ambas enfatizando profundidade em contraste com superficialidade. Devemos estar tão firmes como uma árvore e tão sólidos como um edifício. O amor deve ser o solo em que a vida deve ser plantada; o amor deve ser o fundamento em que a vida deve ser edificada. Uma árvore precisa ter suas raízes profundas no solo se ela quer encontrar provisão e estabilidade. Assim também é o crente. Precisamos estar enraizado no amor de Cristo. A parte mais importante num edifício é o seu fundamento. Se ele não cresce para baixo solidamente, ele não pode crescer para cima seguramente. As tempestades da vida provam se nossas raízes e se o fundamento da nossa vida estão profundos (Mt 7:24-29).
3. Uma súplica por compreensão do amor de Cristo – v. 18,19. O apóstolo passa agora do nosso amor pelos irmãos para o amor de Cristo por nós. Precisamos de força e poder para compreender o amor de Cristo. A idéia central do pedido provém de duas idéias: compreender (v. 18) e conhecer (v. 19). A primeira sugere compreensão intelectual; significa apossar-se de alguma coisa, tornando-a sua propriedade. Mas o verbo conhecer refere-se a um conhecimento alcançado pela experiência. Portanto, a súplica implica em que os crentes tenham um conhecimento objetivo do amor de Cristo e uma profunda experiência nele.
Paulo ora para que possamos compreender o amor de Cristo em suas plenas dimensões: qual a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade. A referência às dimensões tem o propósito de falar da imensurabilidade desse amor. O amor de Cristo é suficientemente largo para abranger a totalidade da humanidade (Ap 5:9,11; 7:9; Cl 3:11), suficientemente comprido para durar por toda a eternidade (Jr 31:3; Ap 13:8; Jo 13:1), suficientemente profundo para alcançar o pecado mais degradado (o que Cristo fez por nós – Is 53:6-7), e suficientemente alto para levá-lo ao céu (João 17:24).
4. Uma súplica pela plenitude de Deus – v. 19b. Nesta carta aos Efésios Paulo nos fala que devemos ser cheios de plenitude do Filho (Ef 1:23), do Pai (Ef 3:19) e do Espírito Santo (Ef 5:18). Devemos ser cheios da própria Trindade. Embora Deus seja transcendente e nem os céus dos céus podem contê-lo (2Cr 6:18), ele habita em nós. O pedido de Paulo é que sejamos tomados de toda a plenitude de Deus! Deus está presente em cada célula, em cada membro do corpo, em cada área da vida. Tudo está tragado pela presença e pelo domínio de Deus. Nós gostamos de medir a nós mesmos, comparando-nos com os crentes mais fracos que nós conhecemos. E então, nos orgulhamos: “Bem, eu estou melhor do que eles”. Paulo, porém nos fala que a medida é Cristo e que nós não podemos nos orgulhar sobre coisa alguma. Quando tivermos alcançado a plenitude de Cristo, então, teremos chegado ao limite.
III. A CONCLUSÃO DA ORAÇÃO
1. A capacidade de Deus de responder as orações – v. 20
. A capacidade de Deus de responder às orações é declarada pelo apóstolo de modo dinâmico numa expressão composta com sete etapas: Primeiro, Deus é poderoso para fazer - Pois ele não está ocioso, nem inativo nem morto. Segundo, Deus é poderoso para fazer o que pedimos – Pois escuta a oração e a responde. Terceiro, Deus é poderoso para fazer o que pedimos ou pensamos – Pois lê os nossos pensamentos. Quarto, Deus é poderoso para fazer tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque sabe de tudo e tudo pode realizar. Quinto, Deus é poderoso para fazer mais do que tudo que pedimos ou pensamos – Pois suas expectativas são mais altas do que as nossas. Sexto, Deus é poderoso para fazer muito mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Porque a sua graça não é dada por medidas racionadas. Sétimo, Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos – Pois é o Deus da superabundância.
2. A doxologia ao Deus que responde as orações – v. 21. Nada poderia ser acrescentado a essa oração de Paulo senão a doxologia: “A ele seja a glória” – exclama Paulo, a este Deus com poder para ressuscitar, ao Único que pode fazer com que o sonho se torne realidade. O poder vem da parte dele; a glória deve ser dada a ele.
A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém”. A igreja é a esfera onde a glória de Deus se manifesta. A Deus seja a glória no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador, por todas as gerações(na história), para todo o sempre (na eternidade). Amém.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Aula 10 - O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO

Leitura Bíblica: Gênesis 18.23-29,32,33
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”(Ef 6.18).

INTRODUÇÃO
A intercessão deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Há pessoas que têm um ministério de intercessão, com uma unção especial para tanto, mas cada crente tem uma vocação de Deus para interceder; é um imperativo, quem não o faz não exerce seu sacerdócio. A intercessão é uma forma de levarmos as cargas uns dos outros, cumprindo, assim, a exortação de Gl 6:2; esta exortação é dirigida a todos os crentes, o que faz com que estejamos todos incluídos neste dever. Paulo é enfático ao dizer: "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações e intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens” (1Tm 2:1). Estamos intercedendo pelas almas perdidas? Pela obra de Deus(Mt 9:28)? Suplicamos em favor da Igreja de Cristo? Oramos pelas autoridades constituídas(1Tm 2:1,2)? Tem você intercedido pelos maus? Ou limita-se a orar somente pelos bons? Tem implorado por seus desafetos?(vide Mt 5:44). Nossa obrigação é interceder por todos, porque Jesus incessantemente intercede por nós(Rm 8:34). Ou já não damos importância à oração sacerdotal? Sem intercessão nenhum avivamento é possível; a bênção de Deus não é manifestada.
I. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
1. No Antigo Testamento.
Grandes servos de Deus e líderes do povo, no Antigo Testamento, exercitaram a intercessão, alcançando resultados espirituais favoráveis e grandes bênçãos em favor da pessoa por quem intercederam. Observando os relatos bíblicos sobre as experiências de intercessão e as circunstâncias em que ocorreram, vemos que ela foi praticada sob três formas de motivação possíveis: por determinação direta da parte de Deus, indicando o intercessor, a causa da intercessão e o beneficiário; por iniciativa e desejo espontâneo do intercessor, que se compadeceu de alguém necessitado; a pedido da pessoa necessitada, que recorre a um intercessor. Nas três situações encontramos evidências de que Deus se agrada da intercessão e atende a essas petições. Vejamos alguns exemplos.
Em Gn 18, encontramos Abraão intercedendo pelo povo de Sodoma e Gomorra. Tendo sido avisado pelo Senhor, que não ocultou de seu servo a destruição que estava por vir às duas cidades, Abraão se pôs a interceder em favor dos justos que ali vivendo viriam a ser destruídos juntamente com os ímpios. Em Sodoma estava o seu sobrinho, Ló, com sua família. O resultado está em Gn 19 e nós conhecemos: dois anjos foram à Sodoma, deram aviso a Ló do que estava para acontecer e o retiraram dali, com sua família, antes de darem início à destruição da cidade.
No cap. 20, mais uma vez Abraão intercede por alguém e, desta vez, por Abimeleque, rei de Gerar. Ainda que tenha sido ele próprio o causador da situação que atingiu a casa do rei, por ter ocultado que Sara era sua mulher, enquanto homem de Deus ele orou por Abimeleque e Deus atendeu à sua oração.
Moisés intercedeu pelo povo quando do pecado contra o Senhor, ao fazerem o bezerro de ouro. Moisés disse ao povo: "Vós pecastes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor; porventura farei propiciação por vosso pecado" (Êx 32:30). Moisés clamou e Deus mudou os seus desígnios para com o povo, retirando o mal que dissera havia de fazer (Êxodo 32:11-14); no dia seguinte, novamente Moisés intercedeu com profundidade de alma: "Agora, pois perdoa-lhes o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste" (Êxodo 32: 30-25). O salmo 106:23 testifica sobre o resultado destas intercessões de Moisés dizendo: "Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse”.
Samuel numa situação de pecado do povo, exorta os filhos de Israel ao arrependimento e depois diz: "Congregai todo o Israel em Mispá, e orarei por vós ao Senhor" (1Sm 7:5).
Até aqui, vimos alguns exemplos em que a intercessão se deu por iniciativa do intercessor, sendo recebida por Deus.
Novamente com Samuel, encontramos um exemplo em que o povo suplica ao profeta que ore por eles, também em conseqüência a uma situação de pecado. Em 1Samuel 12:19 lemos: "E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei". Mais uma vez Samuel os exorta e orienta e, depois, responde: "E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito" (12:23).
Ainda no Antigo Testamento, encontramos outro exemplo, sendo que, desta vez, foi Deus quem determinou a intercessão. Aconteceu com Jó em relação aos seus amigos. Depois de repreender os três amigos de Jó, o Senhor diz: "e ide ao meu servo Jó, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate segundo a vossa loucura..." (Jó 42:8). Eles assim o fizeram e o texto diz: "e o Senhor aceitou a face de Jó”(42:9).
2. Em o Novo Testamento. Em o Novo Testamento, vamos encontrar a intercessão sendo praticada por servos de Deus, individualmente, e pela Igreja do Senhor Jesus, coletivamente. A partir do livro de Atos e das Epístolas há muitos e variados exemplos de intercessões em oração, nos quais há grandes lições para a nossa vida cristã. A igreja é incentivada a orar uns pelos outros (Tg 5.16; Ef 6.18).
Em certa ocasião, Pedro foi chamado para orar por Dorcas que, tendo adoecido veio a falecer. Ele acompanhou os que vieram buscá-lo, orou por ela, e o Senhor operou o milagre da ressurreição, trazendo Dorcas de volta à vida (At 9:36-40).
Em outra ocasião, Pedro que tão bem experimentara a tarefa espiritual de intercessor, encontrou-se na posição de necessitado, estando preso por ordem de Herodes que estava perseguindo e maltratando a alguns da Igreja. Diante da situação, a Igreja se pôs a interceder por ele. Era a sua vez de receber os benefícios da intercessão. O anjo do Senhor foi à prisão e libertou-o de forma sobrenatural.
O apóstolo Paulo muito fala sobre a intercessão em suas cartas, mencionando as orações feitas por ele em favor dos crentes e da Igreja, ao mesmo tempo em que pede as orações em seu favor.
Não podemos deixar de mencionar o maior de todos os exemplos de intercessão: a oração de Jesus em favor de seus discípulos, registrada em João 17 - a chamada oração sacerdotal (estudada na Aula 08 deste trimestre). Intercedendo por nós, o nosso Salvador e Mestre não apenas nos deu um exemplo a seguir, mas também nos ensinou que a intercessão é um meio espiritual de combatermos o mal em todas as suas esferas.
Por meio da oração intercessória, graves problemas são solucionados e, até mesmo, evitados, quando nos antecipamos em interceder. Em resposta às orações intercessórias, Deus põe em ação a sua graça, que concede perdão ao pecador, cura o enfermo, conforta o aflito, dá livramento ao que está em perigo, levanta o caído, faz justiça ao oprimido, supre as necessidades humanas, etc.
Por isso mesmo, a intercessão muito incomoda ao inferno e Satanás remete as suas setas, procurando criar todo tipo de obstáculo ao trabalho intercessório. Ele conhece a Palavra de Deus e sabe que "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5:16). Contudo, nós bem sabemos que maior é o que está em nós do que o que está no mundo (1João 4:4).
3. Nos dias atuais. A prática do serviço da oração intercessória, tanto no Antigo Testamento como no princípio da igreja, são exemplos para serem imitados nos dias atuais, últimos dias da Igreja do Senhor. É um mandamento imperativo: “Orai uns pelos outros”(Tiago 5:16). Aquele que persevera em orar pelos outros, Deus levanta intercessores para orar por ele e, assim, todos são abençoados.
Nos dias atuais, somos instados, de forma imperativa, para orar por nós mesmos (Mt 24:20; 26:41; Mc 13:18,33; Lc 22:40), uns pelos outros (Tg 5:16; Cl 1:3), pelos inimigos da Igreja (Mt 5:44; Lc 6:28), pelos ministros do Evangelho e pela obra do Senhor (Ef 6:19; 1Ts 5:25; Hb 13:18), como também pelas autoridades constituídas (1Tm 2:2), como por todos os homens (1Tm 2:1). Portanto, não responder a esse chamado do Trono é estar em falta com Deus. O profeta Samuel, diante do pedido do povo para que clamasse a seu favor, para que não morressem por causa dos seus próprios pecados, fez uma tremenda declaração que deveria ser um desafio para nós também: "E quanto a mim, longe de mim esteja o pecar contra o Senhor, deixando de orar por vós" (1Sm 12:23).
II. CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR
1. Perseverança.
"Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos" (Ef 6.18). Não há ninguém que tenha alcançado algo em Deus para sua vida sem perseverança. Ao longo de toda bíblia observamos como essa atitude é exigida dos filhos de Deus. Creio que um dos motivos mais fortes para se perseverar é porque Deus não pode mentir (Hb 6:18; Nm 23:19); porque Ele é a verdade, sua palavra é verdadeira e eterna; nEle não há engano, dúvida, injustiça. Só isso já é um motivo sólido para crer e perseverar. Na Bíblia Sagrada existem várias promessas para aquele que crê, e a atitude prática para quem crê é ir até o fim, ou seja, perseverar.
A mulher siro-fenícia, apesar de ser ignorada e receber inicialmente um “não” do Senhor, como teste da sua fé, ela insistiu em seu pedido, humilhando-se diante dEle, até que foi atendida em sua petição (Mt 15.22-28).
George Mueller era conhecido por ter muita fé e ser perseverante em oração. Ainda muito jovem, ele orou pela salvação de cinco amigos. Depois de cinco anos, um deles se tornou um cristão. Após dez anos, dois deles aceitaram a Cristo. Vinte cinco anos se passaram e o quarto também foi salvo. Pelo último ele orou até o dia de sua morte, mas nunca o viu tornar-se um cristão. Contudo, três meses depois que Mueller foi enterrado, este homem também entregou seu coração ao Senhor. Por este último, George Mueller orou 52 anos. Nunca devemos desistir da oração.
A vida cristã vitoriosa se firma numa vida de constante oração, não somente por si mesmo, mas, principalmente pelos outros. Sabemos que a oração move a mão de Deus e que é o fortificante indispensável para nosso crescimento espiritual. Um cristão que não ora não vê os milagres acontecerem e enfrenta os dias obscuros sem a perspectiva de ver o brilho do Sol da Justiça sobre sua vida.
2. Altruísmo. A oração intercessória é puramente uma demonstração de amor, porque é desinteressada; ela se concentra nos outros. É através da oração intercessória que demonstramos amor e altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso. Moisés, por exemplo, chegou a abdicar de sua bem-aventurança eterna ao interceder pelos filhos de Israel: "Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito" (Êx 32:32). Esta sua intercessão foi tão forte, que levou Deus a poupar os rebelados israelitas. O patriarca Jó livrou-se de seu cativeiro quando intercedia por seus amigos (Jó 42:7-12). O apóstolo Paulo, com profundo amor pelo seu povo e anseio por sua salvação, afirmou que abriria mão de sua própria salvação em favor deles (Rm 9:3). Jesus, cravado no madeiro, sofrendo grandes dores, intercedeu por seus algozes (Lc 23.33,34), e pelo ladrão arrependido crucificado ao seu lado (Lc 23:40-43).
3. Empatia. Empatia significa colocar-se na situação de outrem. Significa comungar, sincera e amorosamente, dos sentimentos de nossos irmãos, conforme enfatiza o apóstolo Paulo: "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram" (Rm 12.15). Um grande edifício é construído de pedras que possuem arestas que de vez em quando se cortam e arranham umas nas outras, porém quando são rebocadas e pintadas não mais se lembram das diferenças, pois o mais importante é fazer parte do edifício que chega ao céu. No edifício de Deus, a Igreja, os irmãos se perdoam e se amam, procurando esquecer as falhas de cada um e ajudando-se uns aos outros a serem membros deste tão maravilhoso edifício que vai morar no céu. Em 1Pedro 2:5 está escrito: “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo”.
Interceder, no campo espiritual, é mais do que simplesmente apresentar pedidos em favor de outros diante de Deus. É colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se fora sua própria. É estar entre Deus e as pessoas, a seu favor, tomando seu lugar e sentindo sua necessidade de tal maneira que luta, em oração, até conseguir a vitória na vida daquele por quem intercede. O intercessor vai a Deus não por causa de si mesmo, mas por causa dos outros. Ele se coloca numa posição de sacerdote, entre Deus e a pessoa, para pleitear a sua causa.
Esdras e Jeremias, em oração apresentaram o povo a Deus, rogando-lhe o seu perdão e implorando por salvação (Jr 14.18-22; Ed 9.6-15). Neemias, o governador, fez a mesma coisa (Ne 9.33,37). Em Jesus esta característica é notória; Ele sentia a dor das pessoas, o que o levava à compaixão (Lc 7.11-13; Mt 9.36; 14.14).
David Brainerd, jovem missionário enviado para pregar no terrível oeste americano, para os sanguinários índios peles-vermelha, morreu com apenas trinta e três anos de idade, tuberculoso, dentro de uma cisterna onde procurava se esconder da friagem, clamando: "Dá-me almas, senão eu morro". Após a sua morte ocorreu um fenômeno: - milhares de índios se converteram por toda parte!
João Oxtoby, orava com tal fervor que passou a ser conhecido como "Joãozinho da oração". O concílio da Igreja Metodista estava para tomar a decisão de fechar o campo missionário de Filey, uma vez que vários pregadores já haviam sido enviados e não estavam alcançando resultados. Joãozinho comovido pediu mais uma chance para aquele povo. O concílio decidiu atender. Como não havia nenhum obreiro disposto a ir, Joãozinho se apresentou e foi! Nas primeiras pregações nada ocorreu... Joãozinho então se embrenhou na mata e, em agonia de alma, orava, mais ou menos assim: "Não podes fazer de mim um palhaço! Eu disse aos crentes lá em Bridlington que tu vivificarias a tua obra, e agora é preciso que assim o faças. De outro modo nunca mais terei coragem de lhes mostrar o rosto... então o que dirá o povo sobre a oração e a fé..." Depois clamou: "Filey está conquistada! Filey está conquistada! E saiu cantando e clamando pelas ruas: "Voltai-vos para o Senhor e buscai a salvação". Milhares se converteram. - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.
John Hyde, conhecido como "O Homem que Orava", foi missionário na Índia. Inicialmente nas suas intercessões pedia a Deus que lhe desse a conversão de uma alma por dia. Deus ouviu e atendeu a sua oração. Passou, então, a solicitar duas almas por dia. Deus lhas deu. Aumentou o número para quatro! Milhares se converteram na Índia. Na sua biografia "O Homem Que Orava", é registrado que John Hyde orava com tamanha intensidade de alma, que uma certa feita, um seu companheiro de oração não suportou permanecer ao seu lado, porque um calor muito forte encheu todo o aposento.
No texto de Ezequiel 22:30 o Senhor diz que não achou intercessores, que se pusessem na brecha do muro e clamassem pelo povo. Esta falta ainda continua sendo sentida em muitas igrejas. Quando há intercessões, almas se convertem.
III. A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA
1. Nínive.
Nínive era uma grande cidade, cujo pecado havia chegado ao limite da paciência de Deus (Jonas 1.1-3). Deus queria dar aos ninivitas uma oportunidade de se arrependerem, antes de desatar seu juízo contra eles, porém, Jonas não queria anunciar a advertência de Deus, pois temia o arrependimento dos ninivitas. Não queria compartilhar a misericórdia de Deus com os demais, pelo contrário, queria monopolizá-la toda para si e seu povo judeu. Deus, porém, não pensava assim. Seu amor e misericórdia estendem-se a todas as nações.
Os habitantes de Nínive, diante da pregação do profeta Jonas, decidiram arrepender-se e humilhar-se diante de Deus, como um só homem, apregoando um jejum que incluía até os animais, clamando a Deus por misericórdia e pela revogação da sentença destruidora que fora motivada por eles mesmos.
Deus respondeu com misericórdia e cancelou sua ameaça de destruição(Jn 3:5-10). Ele afirmou que qualquer nação, sobre a qual tivesse pronunciado seu juízo, seria salva caso se arrependesse (Jr 18:7,8). Deus perdoou Nínive, exatamente como concedera o perdão a Jonas. A finalidade do juízo de Deus é a correção, não a vingança. Ele está sempre pronto a mostrar sua compaixão a qualquer pessoa que esteja disposta a buscá-lo em oração.
2. Israel. Quando a rainha Ester foi desafiada pelo seu tio a tomar uma atitude em relação à perseguição estatal que estava para acontecer contra o seu povo, ela foi obediente e, na obediência está o segredo da vitória. Abandonou o seu indiferentismo (Et 4:11), pediu a intercessão dos judeus e iniciou três dias de oração e jejum, decidida a arriscar a sua vida a fim de obter a salvação do seu povo judeu(Et 4:16). E ela mesma participou desta preparação espiritual.
Após esta preparação espiritual, Ester vestiu-se de vestidos reais, pôs-se no pátio interior da casa do rei, em frente ao seu aposento (Et 5:1). Embora soubesse da importância e prioridade da preparação espiritual, por meio de jejum e oração, Ester não descuidou dos aspectos materiais da questão. Para se apresentar diante do rei, deveria estar bem vestida, realçando a sua beleza natural e se mostrando agradável. Não iria vestir-se de saco, apesar da situação em que estava. Não iria, também, apresentar-se com semblante caído, ainda que tivesse ficado três dias em jejum e oração. Tinha de ter aparência alegre, a fim de alcançar graça aos olhos de Assuero, para que fosse possível a salvação do seu povo.
Foi a grande misericórdia de Deus que fez com que Ele aceitasse a oração coletiva do Seu povo desesperado e o salvasse para a Sua honra(Et 8:7-17). A Sua misericordiosa providencial protegeu o resto do povo do aniquilamento total! A decisão de Hamã de exterminar os judeus e enforcar Mordecai foi frustrada pelo corajoso ato de Ester (Hadassa) - "Se morrer, morrerei"! Com essa decisão corajosa ela não apenas frustrou o plano de Hamã, mas também do rei, agindo em favor do seu povo. E Hamã experimentou o dito: aquele que prepara uma forca para Israel será pendurado nela. Em memória do maravilhoso livramento da mão de Hamã, Israel festeja a cada ano, no dia 14 de adar, a Festa de Purim.
3. Igreja Primitiva. A Igreja Primitiva frequentemente se dedicava à oração coletiva (Atos 1:4;2:42; 4:24-31; 12:5,12; 12:12;13:2). O poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas de Paulo trazem lindos relatos de como os cristãos da igreja primitiva perseveravam unidos em encontros de oração, tanto no pátio do templo judaico - local de reuniões inserido na cultura da época (Atos 3:1) - como nas residências (At 12:5;12). Foi na casa de Maria, mãe de Marcos (o autor do Evangelho) que a Igreja costumeiramente se reunia, especialmente em Cultos de Oração, conforme se lê em Atos 12:12. A intenção de Deus é que seu povo do Novo Testamento se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: “A minha casa será chamada casa de oração”(Mt 21:13).
As igrejas que declaram basear sua teologia prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e outros escritos do Novo Testamento, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração - e não apenas um ou dois minutos por culto. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”(Atos 1:14; 2:42).
É somente aos pés do Senhor Jesus que a igreja encontra direção e disposição para o trabalho, bem como forças para não fraquejar diante das dificuldades. Jesus está voltando e a necessidade da igreja se manter fervorosamente unida em oração é cada vez mais premente, pois o adversário de nossas almas está fazendo tudo que está ao seu alcance para desviar o maior número de cristãos dos caminhos do Senhor. O alerta do apóstolo Pedro é vital para a igreja de hoje: “Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”(1Pe 4:7).
CONCLUSÃO
Chegou o momento de cultivar o ministério da intercessão. Oremos como Jeremias. Aos pés de Cristo, choremos lágrimas compassivas e misericordiosas. Assim não intercedeu o Senhor Jesus por todos nós? Choremos pelos que sofrem. Supliquemos pelos que perecem. Assim fazendo, além de aprimorar sua vida de comunhão com Deus, o cristão estará cumprindo o mandato divino de amar ao próximo como a si mesmo. Que as nossas orações tenham como fundamento o amor altruísta e desinteressado.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.

domingo, 28 de novembro de 2010

JERUSALÉM




Jerusalém, capital de Israel e sede de seu governo, é a maior cidade do país. Seus habitantes constituem um mosaico de diversas comunidades nacionais, religiosas e étnicas. Jerusalém é uma cidade com sítios históricos cuidadosamente preservados e restaurados e modernos edifícios, bairros em constante expansão, zonas comerciais, centros comerciais, parques industriais de alta tecnologia e áreas verdes bem cuidadas. É uma cidade antiga e moderna ao mesmo tempo, com tesouros do passado e planos para o futuro.
A santidade de Jerusalém é reconhecida pelas três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islã - mas a natureza desta santidade difere nas três crenças.
Para o povo judeu, a própria cidade é santa. Escolhida por Deus em sua aliança com Davi, Jerusalém é a essência e o centro da existência e continuidade espiritual e nacional judaicas. Durante 3.000 anos, desde o tempo do rei Davi e da construção do primeiro Templo por seu filho, o rei Salomão, Jerusalém tem sido o foco da prece e da devoção judaicas. Há quase 2.000 anos os judeus se viram na direção de Jerusalém e do Monte do Templo quando oram, onde quer que estejam.
Para os cristãos, Jerusalém é uma cidade de lugares santos associados a eventos da vida e ministério de Jesus e ao início da igreja apostólica. Estes são locais de peregrinação, prece e devoção. As tradições que identificam alguns destes sítios datam dos primeiros séculos do cristianismo.
Na tradição muçulmana, o Monte do Templo é identificado como "o mais remoto santuário" (em árabe: masjid al-aksa), de onde o “profeta” Maomé, “acompanhado pelo anjo Gabriel, fez a jornada noturna ao trono de Deus” (Alcorão, Surata 17:1, Al-Isra).
A soberania judaica sobre a cidade terminou no ano 135 d.C., com a repressão da segunda revolta judaica contra Roma; e só foi restaurada em 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido. Durante todos aqueles séculos, Jerusalém esteve sob o domínio de poderes estrangeiros. Contudo, através dos tempos, sempre houve judeus vivendo em Jerusalém, e desde 1870 eles constituem a maioria da população da cidade.
Em consequência dos combates durante a guerra da Independência, em 1948, e a subseqüente divisão de Jerusalém, as sinagogas e academias religiosas históricas no quarteirão judaico da cidade velha foram destruídas ou seriamente danificadas. Com a reunificação da cidade após a guerra dos seis dias, em 1967, elas foram restauradas e o quarteirão judaico reconstruído.
Hoje em dia, Jerusalém é uma cidade movimentada e vibrante. É um centro cultural de renome internacional, que oferece festivais de cinema e artes dramáticas, concertos, museus singulares, grandes bibliotecas e convenções profissionais.
"Três mil anos de história nos contemplam hoje, na cidade de cujas pedras a antiga nação judaica se ergueu; e deste ar puro da montanha, três religiões absorveram sua essência espiritual e sua força...
"Três mil anos de história nos contemplam hoje, na cidade onde as bênçãos dos sacerdotes judeus misturam-se aos chamados dos muezins muçulmanos e aos sinos das igrejas cristãs; onde em cada alameda e em cada casa de pedra foram ouvidas as admoestações dos profetas; cujas torres viram nações se erguerem e caírem - e Jerusalém permanece para sempre...
"Três mil anos de Jerusalém são para nós, agora e eternamente, uma mensagem de tolerância entre religiões, de amor entre os povos, de entendimento entre as nações..." (Yitzhak Rabin, setembro de 1995
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Não há outra cidade na face Terra como Jerusalém
Há cidades conhecidas por seu tamanho, seu clima e beleza, ou ainda por sua força industrial. Mas nenhuma se compara em majestade a Jerusalém. Por quê? Porque Jerusalém é a cidade de Deus, a capital da nação que Deus criou por sua palavra (Gn 12:1-3; 13:14) e com a qual ele mais tarde estabeleceu um laço eterno, um pacto de sangue incondicional(Gn 15:8-18).
Esta é acidade que Deus escolheu para a sua habitação: “Mas escolhi Jerusalém para que ali seja estabelecido o meu nome... nela, estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias... nesta casa e em Jerusalém, que escolhi... porei o meu nome para sempre”(2Cr 6:6; 7:16). O rei Davi, o homem que expulsou os jebuseus de Jerusalém, nela reinou por muitos anos. Também os filhos de Corá escreveram sobre a cidade de Deus com uma paixão santa, dizendo: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e sobranceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do Norte, a cidade do grande Rei. Como temos ouvido dizer, assim o vimos na cidade do Senhor dos Exércitos, na cidade do nosso Deus. Deus a estabelece para sempre”(Sl 48:1-2,8).
O mais apaixonado verso da Bíblia referente a Jerusalém foi escrito no livro dos Salmos: “Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar do ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria”(Sl 137:5-6). O autor desse Salmo provavelmente era músico e cantor. Com estas palavras, ele estava dizendo que, caso se esquecesse de Jerusalém e dos propósitos de Deus para aquela cidade, ele preferia que sua mão direita não tivesse mais condições de tocar um instrumento – uma das coisas mais preciosas para ele - e que não pudesse mais abrir sua boca para cantar. Um músico que não pode tocar e um cantor incapaz de cantar são pessoas que perderam o propósito da vida. Do mesmo modo, o homem que se esquecer de Jerusalém, coração e alma de Israel, não tem razão para continuar vivendo.
Jerusalém é um monumento à fidelidade de Deus. O salmista escreveu: “Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, firme para sempre. Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o Senhor, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre”(Sl 125:1-2).
Jerusalém é um testemunho vivo a todos os crentes de que não pode ser abalada pelas tempestades da vida, pois está abrigada nos braços de Deus, assim como Israel está protegido pelos montes.
Nos últimos dias, pouco antes da segunda vinda de Cristo, as nações do mundo se reunirão para lutar contra Jerusalém, e Deus vai defender a sua habitação na Terra.
O profeta Zacarias registra que “esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: a sua carne se apodrecerá, estando eles de pé, apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na boca”(Zc 14:12). Creio que esta descrição feita por Zacarias é de um ataque nuclear, o qual gera um calor de um milhão de graus Celsius em menos de um segundo. É assim que nossas línguas e olhos se dissolveriam em nossos bocas e órbitas antes mesmo de nosso corpos caírem no chão.
Durante o reino milenar de Cristo, Jerusalém será o centro do universo. Zacarias escreve: “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos”(Zc 14:16).
Quando Jesus Cristo retornar à Terra, ele estabelecerá o seu Trono na cidade de Deus – Jerusalém. Reis, rainhas, príncipes e monarcas virão à Cidade Santa “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”(Fp 2:10,11).

Concluindo este pequeno relato, espero que os cristãos possam atender ao mandado bíblico que diz: "Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam"(Sl 122:6). Que tenhamos consciência da importância de Jerusalém para nós, para o povo judeu e para a redenção da igreja de Cristo e de Israel!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Aula 09 - A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS

Leitura Bíblica: João 14.13-17; 15.7;1 João 5.14,15
Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”(João 15.7).
INTRODUÇÃO
Paulo, discorrendo sobre a fraqueza humana, a exemplifica na vida cristã no fato de não sabermos orar como convém (Rm 8:26-27). Por isso, o Espírito Santo que em nós habita nos auxilia em nossas orações, fazendo-nos pedir o que convém, capacitando-nos a rogar de acordo com a vontade de Deus. Muitas vezes, estamos tão confusos diante das opções que temos, que não sabemos nem mesmo como apresentar os nossos desejos e as nossas dúvidas diante de Deus. Todavia, o Espírito Santo nos socorre. Ele ora a nosso favor quando nós mesmos deveríamos ter orado, porém não sabíamos para que orar. Orar como convém é orar segundo a vontade de Deus, colocando os nossos desejos em harmonia com o santo propósito de Deus; isto só é possível pelo Espírito de Deus que Se conhece perfeitamente (1Co 2.10-12). Assim, toda oração genuína é sob a orientação e direção do Espírito (Ef 6:18; Jd 20).
I. A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS
Quando temos a certeza da vida eterna, é evidente que podemos colocar-nos diante de Deus com a confiança que João descreve em 1João 5:14-15, que diz: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos”. Portanto, a oração não é um recurso conveniente para impormos a nossa vontade a Deus, ou para dobrar a sua vontade à nossa, mas, sim, o meio prescrito de subordinar a nossa vontade à de Deus. É pela oração que buscamos a vontade de Deus, nos abraçamos e nos alinhamos a ela.
1. O caráter de Deus. Por caráter, Deus é amoroso, justo, santo, sábio, bom, compassivo, misericordioso, amável, perdoador, paciente, tardio para se irar, fiel e muito mais. Deus é soberano e tem o controle final da história ao mesmo tempo em que leva em conta as decisões das pessoas. Deus é tanto transcendente (fora da criação) como imanente (está presente e ativo na criação e habita dentro do crente). Portanto, o conhecimento de tais atributos divinos é imprescindível para orarmos a Deus com entendimento e sermos respondidos em nossas súplicas. Quanto mais conhecermos a Deus, melhor compreenderemos, aceitaremos e identificaremos a sua vontade para nós.
O homem natural não conhece a vontade de Deus. E, por que não pode conhecê-la? Porque os caminhos e os pensamentos de Deus são mais altos do que os do homem. Aqueles que crêem n’Ele e O seguem, estão capacitados a conhecer a vontade de Deus.
2. A vontade de Deus e as Sagradas Escrituras. Submissão à vontade de Deus, e não imposição da nossa vontade a Deus, é o alicerce da nossa confiança na oração. Hoje temos visto falsos mestres ensinando que a oração da fé precisa determinar para Deus o que queremos. Este falso ensino proclama que oração é a vontade do homem prevalecendo no céu em vez da vontade de Deus prevalecendo na terra. A oração é um instrumento poderoso, não para conseguir que a vontade do homem seja feita no céu, mas para garantir que a vontade de Deus seja feita na Terra.
Aliás, devemos temer orar por qualquer coisa que não esteja de acordo com a vontade de Deus. Tiago e João, por exemplo, insensatamente pediram algo a Jesus Cristo em conflito com sua natureza e vontade, mas foram repreendidos pelo Senhor (Lc 9.54-56). Talvez alguém pergunte: “Como saber qual é a vontade de Deus?”. Podemos responder em termos gerais que a vontade de Deus nos é revelada nas Escrituras Sagradas. Devemos, portanto, estuda-las a fim de conhecer melhor a vontade de Deus e aprender a orar com mais discernimento.
Portanto, para orar segundo a vontade de Deus, é preciso conhecê-la e concordar com ela. Somente depois que estivermos convictos de que desejamos a vontade de Deus mais do que nossa própria vontade, é que podemos orar a oração dominical, com segurança: “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”(Mateus 6:10).
3. A vontade de Deus para cada indivíduo. Conhecer a vontade de Deus é, às vezes, difícil. As pessoas querem que Deus, basicamente, diga a elas o que fazer – onde trabalhar, onde morar, com quem se casar, etc. Deus raramente dá às pessoas informações assim tão diretas e específicas. Deus permite que façamos escolhas em relação a estas coisas. A única decisão que Deus não quer que tomemos é a decisão de pecar ou resistir à Sua vontade.
Deus quer que façamos escolhas que estejam em conformidade com sua vontade. Mas, como podemos saber a vontade de Deus para nossa vida? Para descobri-la, é necessário que o servo de Deus cultive uma vida de íntima comunhão com Deus. À medida que conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente para nós. Romanos 12:2 nos diz: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
Se buscarmos a Deus em favor de determinada causa precisamos saber se ela está dentro da vontade de Deus. Apresentamos dois comandos para se conhecer a vontade de Deus para uma dada causa:
a) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer não é algo que a Bíblia proíbe.
b) Certifique-se de que o que você está pedindo ou pensando em fazer irá glorificar a Deus e ajudá-lo a crescer espiritualmente. Se estas duas coisas forem verdades e Deus, ainda assim, não está dando o que você está pedindo, então provavelmente não é da vontade de Deus que você tenha o que está pedindo. Ou, talvez, você somente precise esperar um pouco mais por isso.
Se você estiver caminhando junto ao Senhor e verdadeiramente desejar a vontade dEle para sua vida, Deus colocará Sua vontade em seu coração. A chave é desejar a vontade de Deus, não a sua própria. “Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração” (Salmos 37:4). Se a Bíblia não se coloca contra algo, e este algo pode verdadeiramente beneficiá-lo espiritualmente, então a Bíblia dá a você a “permissão” de tomar decisões e seguir seu coração.
Para saber a vontade de Deus para decisões mais específicas, por exemplo, com quem casar, ou sobre a vida profissional, deveria considerar os seguintes:
a) Se existir uma falta da paz dentro de si, não vá em frente.
b) Fale com outros crentes mais maduros, e preste atenção aos seus conselhos.
c) Pergunte a si próprio: "Será que quero fazer a vontade de Deus com todo o meu coração?" Se a sua resposta for "sim", é muito provável que saiba logo qual é a vontade de Deus.
d) Pergunte a si próprio: "Será que esta coisa me vai ajudar na minha vida espiritual?".
e) Quando uma porta abrir, não suponha automaticamente que Deus esteja a abrir a porta. Às vezes o diabo tenta-nos com coisas atraentes que não são de acordo com a vontade de Deus para nós. Peça a sabedoria de Deus e pela Sua confirmação se aquela oportunidade à sua frente for a Sua vontade.
f) Não tome uma decisão rápida. Espere em Deus porque muitas vezes com o passar do tempo nossos pensamentos e desejos mudam.
Enfim, o que faço é para a glória de Deus? "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (1Co 10:31). Deus deve não somente ser glorificado nos templos, mas também fora deles; não somente na vida privada, mas também na esfera pública. Não somente nas coisas referentes à sobriedade do "ministério cristão", mas também nas coisas evidentes e simples do nosso cotidiano como "comer e beber".
II. ORAÇÕES NÃO RESPONDIDAS POR DEUS
1. Orações egoístas (Tg 4.3).
Há algo muito errado com o crente que não sente necessidade e nem prazer em fazer a vontade de Deus. E essa grave anomalia é evidenciada em orações egoístas. O escritor do livro de Tiago disse: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Aqui, o apóstolo Tiago afirma que pedidos egoístas, que visam interesses próprios, não são respondidos pelo Senhor – é a dura consequencia. Deus não responde as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas. Todos devemos tomar consciência disso, porque Deus não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas. Nossas orações se tornarão poderosas quando permitirmos que Deus mude nossos desejos para que correspondam perfeitamente à vontade dEle para a nossa vida(1João 3:21,22).
Quantos estragos temos feito em nossa própria vida, por orações centralizadas em nós mesmos?
E quantos benefícios a outras pessoas deixamos de proporcionar por nem pensarmos neles em nossas orações? Após conhecer o Senhor mais profundamente, Jó intercedeu por seus amigos (Jó 42.10). Experimente orar mais pelos outros do que por si.
2. Orações por posição social (Mt 20.17-28). É um tremendo erro orar por posição social tal como reconhecimento humano, honras, glórias, poder, dinheiro, para satisfazer a natureza hedonista do ser humano. Esse tipo de oração, considerada egoísta, certamente, Deus não atenderá. Vemos um exemplo clássico na Bíblia com a Mãe de Tiago e João: “Então, se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino”(Mt 20:20,21). É claro que Jesus não acatou esse pedido, como bem denota os versículos seguintes. Foi um pedido egoísta. É louvável da sua parte que ela quisesse os filhos perto de Jesus, e que ela ainda esperasse seu futuro reino. Mas ela não entendeu os princípios pelos quais as honras seriam conferidas no reino. Jesus respondeu claramente que eles não entendiam o que estavam pedindo. Eles queriam uma coroa sem uma cruz, um trono sem o altar de sacrifício, a glória sem o sofrimento anterior. Então Ele lhes perguntou sem rodeios: “Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber?”. Ela não tinha consciência de que não existe posição melhor do que ser um servo de Deus, que foi transportado do reino das trevas para o Reino do Filho do seu amor (Cl 1.13), e agora vive não mais para si mesmo, mas em e por Cristo (Gl 2.19,20).
Observe que a mãe de Tiago e João adorou a Jesus antes do seu pedido. Ela adorou Jesus, mas seu objetivo principal era obter algo dEle. Isso acontece muitas vezes em nossas igrejas e em nossa vida. Desempenhamos atividades religiosas, esperando que Deus nos dê alguma coisa em troca. Entretanto, a verdadeira adoração e louvor devem ser dados a Cristo por quem Ele é, e por aquilo que Ele fez.
Diante daqueles que estão a pensar apenas nas coisas materiais, que se tornaram materialistas, é imperioso que a Igreja mostre a sublimidade e a superioridade das coisas espirituais. Neste particular, é necessário que a Igreja seja a primeira a dar o seu testemunho de que as “coisas de cima” são melhores e maiores que as coisas desta terra. Paulo é taxativo ao afirmar que “… se já ressuscitastes com Cristo, buscais as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra, porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”(Cl 3:1-3). Entretanto, como podemos querer que o mundo se liberte do materialismo, se temos, enquanto Igreja, igualmente dado prioridade às coisas da terra? Como podemos querer que o mundo se liberte do materialismo, se nossas preocupações estão única e exclusivamente nesta terra?
Como podemos denunciar o materialismo, se nossos púlpitos apenas falam de “prosperidade material”, se os crentes querem apenas melhores salários, empregos (os mais modestos, pois a maioria quer, mesmo, é se tornar grandes empresários…) e bem-estar nesta vida? Como criticar a prática materialista dos nossos dias, se, nas igrejas, o critério de crescimento no ministério é a arrecadação econômico-financeira, se há uma preocupação em se formar grandes impérios empresariais da fé? Como mostrar a necessidade de se desprender do “ter” se alguns têm associado avivamento espiritual com o surgimento de megatemplos que fazem os grandes estádios e ginásios do mundo parecer miniaturas?
Nossos dias são os dias da “igreja de Laodicéia”, a igreja que deu valor ao materialismo e que, por isso, se achava suficiente e preparada só porque era rica, tinha se enriquecido e de nada tinha falta (Ap 3:17), mal sabendo, porém, que, espiritualmente falando, era praticamente um nada diante de Deus. É preciso voltarmos ao tempo em que a igreja, embora não tivesse prata nem ouro, tinha o poder de Deus para fazer a obra sobrenatural do Senhor (cf. At 3:6). Só aqueles que assim fizerem poderão enfrentar o materialismo hodierno e, mesmo que tenha pouca força, serão vitoriosos, pois são a “igreja de Filadélfia”, a igreja que será arrebatada por Jesus.
3. Orações hipócritas (Mt 6.5,6). “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”(v.5). Aqui, Jesus adverte os discípulos contra a hipocrisia ao orar. Eles não deveriam se posicionar propositalmente em áreas públicas de forma que os outros, vendo-os orar, ficassem impressionados por suas devoções.
A hipocrisia foi condenada porque desvia o propósito da oração, que é a glória de Deus, para a glória do ego, do eu. Alguns, especialmente os religiosos, queriam ser vistos como santos, e a oração em público era um modo de chamarem a atenção para isso. Porém Jesus enxergou a intenção deles de se promoverem e ensinou que a essência da oração não é a justificação em público, mas a comunicação particular com Deus. Como diz o pr. Eliezer de Lira: “É melhor ser sincero como um publicano, carente da misericórdia de Deus, do que um fariseu, cheio de justiça própria, pois aquele teve sua oração atendida e este não" (Lc 18.9-14).
Uma coisa é certa: A presunção, o fato de se considerar melhor que os outros faz parte do jeito dos fariseus. Na parábola, do fariseu e do publicano, o fariseu conhecia muito bem a maldade das outras pessoas, especialmente do publicano. Mas se estivermos conscientes da nossa imperfeição no momento em que orarmos a Deus, então, como Jesus disse, voltaremos "justificados" para nossa casa. "Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado"(Mt 23.12).
III. ORAÇÕES ATENDIDAS POR DEUS
Na Bíblia temos muitos exemplos de orações respondidas, uma vez que estavam em harmonia com a vontade de Deus. Nesta aula citaremos apenas três.
1. A oração do rei Salomão (2Cr 1.7-12).Naquela mesma noite, Deus apareceu a Salomão e disse-lhe: Pede o que quiseres que eu te dê. E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande beneficência com Davi, meu pai, e a mim me fizeste rei em seu lugar. Agora, pois, ó SENHOR Deus, confirme-se a tua palavra, dada a Davi, meu pai; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra. Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? Então, Deus disse a Salomão: Porquanto houve isso no teu coração, e não pediste riquezas, fazenda ou honra, nem a morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te pus rei, sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, e fazenda, e honra, qual nenhum rei antes de ti teve, e depois de ti tal não haverá”.
Eis aqui uma oração curta, porém sincera e sábia. Não há nenhuma denotação egoística em suas palavras. Por isso, Deus atendeu a sua oração sem demora. O pedido de Salomão provavelmente foi inspirado pela oração de que ele, como novo rei, pudesse ter sabedoria e entendimento. A aparição do Senhor, em visão, deu a ele a oportunidade de pedir o que quisesse, ou seja, ele tinha um “cheque em branco”(v.7), no entanto, não teve desejos egoístas, pensou no reino de Israel e no seu povo. Aqui está o princípio hebraico de que riquezas, fazenda e honra (v.12) seguem aquele que faz a vontade de Deus. É claro que isso não era sempre verdade naquela época, nem o é hoje em dia; mas o que era verdade então, e continua hoje, é que o homem que obedece a Deus é sempre melhor do que o que o ignora. Salomão tornou-se o homem mais sábio e rico do mundo de sua época (1Rs 4.29-34).
2. A oração do profeta Elias (1Rs 18.36-39). A oração que está dentro da vontade de Deus, ou seja, aquela que O glorifica e O exalta, será respondida. Aqui, citamos como exemplo, a oração que Elias fez no monte Carmelo diante dos profetas de Baal. Conforme se observa no versículo 37, o único desejo de Elias era que o nome do Senhor fosse reconhecido e aclamado no meio daquele povo.
Naquela época, Israel vivia uma verdadeira “apostasia nacional”, pois todo o país estava se enveredando pelo culto a Baal. O próprio Deus diria a Elias, pouco depois, que apenas sete mil pessoas não haviam dobrado seus joelhos a Baal nem o haviam beijado, um número bem diminuto frente a uma população que deveria ser bem maior (1Rs 19:18). Diante da apostasia reinante, Elias resolveu fazer um desafio ao povo de Israel: o Deus verdadeiro deveria responder com fogo a aceitação do sacrifício que Lhe fosse dado. No momento do desafio, os profetas de Baal e de Asera, num total de oitocentos e cinquenta (1Rs.18:19), tentaram, durante toda a manhã, resposta de seus deuses para o sacrifício, sem resultado.
Elias, então, depois que havia deixado tempo suficiente para que Baal respondesse ao sacrifício, oferece o seu diante de Deus. Como Deus não é Deus de confusão (1Co 14:33), reparou o altar, que estava quebrado, bem como pôs água abundante para que não houvesse qualquer dúvida de que era Deus quem iria operar. Este cuidado do profeta é um exemplo a seguirmos na atualidade: a operação de Deus é algo de que devemos ter certeza e convicção. Por isso, nada deve ser feito sem a devida preparação espiritual, a devida santificação (o reparo do altar), como também tudo deve ser feito às claras diante do povo, com transparência, decência e ordem (1Co 14:40). Quantos altares desmantelados na atualidade têm buscado o “fogo divino” e, como Deus não opera em lugares assim, recorrem a subterfúgios, a astuciosos estratagemas para impressionar o povo. Entretanto, não nos iludamos, Deus não é Deus de confusão.
Mas, além de ter reparado o altar e não deixado margem a qualquer dúvida, Elias fez uma oração. Ele não “determinou” coisa alguma a Deus, pois sua “determinação” é a disposição firme de servir a Deus, não qualquer exigência que devesse ser feita, como muitos iludidos atrevem-se a fazer em os nossos dias. Elias fez uma oração, um pedido a Deus, reconhecendo a Sua soberania, o Seu senhorio. Relembrou ao povo, que o escutava, que Deus era o Deus do pacto feito com os patriarcas, o Deus que havia formado a nação de Israel e que ele, Elias, era tão somente um servo dEle. Mal acabou a oração, o Senhor consumiu tudo com o fogo e o povo não teve mais dúvida alguma: só o Senhor é Deus! (1Rs 18:36-39).
3. A oração de Davi (Sl 51.1-17). O salmo 51 é uma súplica, primeiramente, por perdão, com uma confissão humilde de atos pecaminosos provenientes de uma natureza pecaminosa como sua raiz amarga; e, depois, por renovação e santificação através do Espírito Santo. Neste salmo, Davi reconhece a gravidade de seus erros e, principalmente, por ter pecado contra o seu Deus. Em seguida, arrepende-se profundamente e busca com lágrimas o perdão e a restauração divina. Davi tinha plena certeza que alcançaria a misericórdia e benignidade de Deus se o buscasse com um coração sincero e contrito.
Davi sentiu uma culpa profunda por sua conivência, mentira, adultério e, finalmente, assassinato. Por trás dessas transgressões ele consegue enxergar a raiz e causa e ora para que o Senhor o lave completamente da sua iniquidade e o purifique do seu pecado (51:2). Ele não procura encobrir ou desculpar a profundidade da sua necessidade.
Todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimento de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se O buscarem conforme a natureza e a mensagem deste Salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus(51:1), num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido(51:17) e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados(1João 2:1,2).
Nenhum pecado é grande demais para Deus perdoar! Você sente que nunca poderia aproximar-se do Senhor por ter feito algo terrível? Deus pode e quer perdoá-lo. Embora Ele nos perdoe, nem sempre apaga as conseqüências de nossos pecados. A vida e a família de Davi nunca mais foram as mesmas como resultado do que ele fez(ver 2Samuel 12:1-23).
CONCLUSÃO
Quando oramos exercitamos a nossa confiança no Deus da Providência, sabendo que nada nos faltará, porque Ele é o nosso Pai. A oração tem sempre uma conotação de submissão confiante. Portanto, orar ao Pai, significa sintonizar a nossa vontade com a dEle; sabendo que Ele é santo e a Sua vontade também o é (Mt 6.9,10).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.

domingo, 21 de novembro de 2010

NÃO ABRA MÃO DE SER UM VENCEDOR

Na Palavra de Deus podemos ver que o povo de Israel, que entra em guerra com os filisteus, tinham um grande problema, que era um Gigante que lutava do lado de seus inimigo. (1Samuel 17:1-11). Muitos temeram o gigante, e não quiseram guerrear com ele, mas quando Davi resolve guerrear, os seus familiares o menosprezam e zombam dele. Mas Davi não vê somente o insulto que o gigante fazia, mas também o que ele ganharia para enfrentar aquele problema (1Samuel 17:23-31). E não somente isso, Davi também mostra seu valor e seu espírito de coragem ao enfrentar aquele gigante (1Sm 17.32-37). E mesmo assim, aqueles que estavam ao redor de Davi, tentaram mostrar para ele o problema, e dizer que ele não era capaz de enfrentar aquele gigante(1Sm 17.38-39). E pela orientação do Espírito, Davi escolhe pedras do ribeiro (1Sm 17.40), e não somente isso, além de escolher bem sua arma de guerra, ele vai em direção ao seu inimigo com a certeza da vitória (1Sm 46-47). E depois disso, enfrenta o inimigo em Nome do Senhor. Vence e volta mostrando sua vitória para todos (1Samuel 17:48-54).
Vencedores de gigantes triunfam em público, porque já tiveram importantes vitórias privadas. Saul destacava-se do ombro para cima de todos os demais guerreiros de Israel, mas não tinha estatura suficiente para lutar contra o gigante Golias. Davi enfrentou e venceu o gigante porque já triunfara sobre um leão e um urso na solidão das montanhas de Belém. O que você é quando está sozinho determina o que você será publicamente. O caráter precede a performance. Ser é mais importante do que fazer.
Vencedores de gigantes não olham para os obstáculos, mas para as oportunidades. Henry Ford estava coberto de razão quando afirmou: “Obstáculos são aquelas coisas tenebrosas que vemos quando desviamos os olhos do nosso objetivo”. Na Bíblia, vemos o grande exemplo de Calebe, contemporâneo de Josué. Ele foi um dos únicos de uma geração a alcançar as promessas de Deus para a sua vida. Ele era um homem de visão e não temia obstáculos que surgissem à sua frente como empecilhos para que alcançasse a benção de Deus, mesmo que esses obstáculos fossem gigantes de quase três metros de altura, os anaquins. Calebe, assim como Davi era um vencedor de gigantes. Muitos de nós também enfrentamos todos os dias, situações que parecem gigantes que se levantam contra nós. Problema financeiro; problema de saúde na família; crise conjugal; desemprego; pecados... E muitas vezes nos sentimos como “gafanhotos” diante dos problemas. Mas o relato da vida de Calebe nos serve como inspiração para enfrentarmos todas as situações que nos são propostas em nossas vidas.
Vencedores de gigantes mantém seus olhos em Deus e nunca nas circunstancias. Pedro afundou no mar quando tirou os olhos de Jesus para colocá-los no fragor das ondas. Enquanto ele manteve os olhos em Jesus foi capaz de caminhar em meio à tormenta, mas no instante em que reparou na força do vento, teve medo e começou a ser engolido pelos vagalhões. Andar sobre as águas é algo impossível para o homem, mas quando nossos olhos estão fitos no Criador do Céu e da terra, podemos experimentar o sobrenatural e pisar no solo firme dos milagres.
Vencedores de gigantes não ouvem a voz dos pessimistas. Tenhamos cuidado com o vozerio dos pessimistas, eles olham para a vida com lentes embaraçadas. Eles perdem a vida por medo de viver. Eles correm até da sombra. Eles pensam que os gigantes são invencíveis. O gigante Golias julgava-se invencível. Era um guerreiro inveterado, assombroso, experiente, que infundia medo em todo o exército de Saul. Ele desafiou os exércitos de Israel e fez Saul e seus soldados recuarem, empapuçados de medo. Durante quarenta dias, duas vezes por dia, Golias afrontou os exércitos do Deus vivo e não apareceu ninguém com coragem para enfrentá-lo. Mas, em meio à orquestra do medo, ouve-se o clarinete da esperança. Entre o povo circulou a notícia de que o jovem pastor Davi, que acabara de chegar de Belém, estava disposto a enfrentar o gigante. Essa notícia espalhou-se rapidamente e foi parar no palácio do rei. Davi tapou os ouvidos à voz dos embaixadores do caos; ele não ouviu os profetas do pessimismo, nem inclinou os seus ouvidos ao vozerio desolador da multidão apavorada.
Um vencedor de gigantes não segue o caminho dos medrosos. Os prognósticos agourentos dos covardes só infundem desespero. Eles olham para a vida com lentes cinzentas e só enxergam dificuldades. A voz da multidão quase sempre infunde medo e conduz ao fracasso. Aqueles que nunca mataram um gigante vão lhe dizer que os gigantes são invencíveis. Aqueles que correm até da sombra dirão que a estrada da vida está cheia de fantasmas. Aqueles que fracassam justificarão suas retiradas do campo de batalha.
Precisamos olhar não para a altura dos gigantes, mas por sobre seus ombros e agarrar a crise pelo pescoço. Precisamos olhar não para a carranca da crise, mas para as possibilidades que se ocultam pr trás delas. A crise é um tempo de oportunidade, um terreno fértil de milagres. A crise é o cemitério dos covardes e a porta de entrada da terra prometida para os vencedores. Enquanto todos se assentam para chorar, os vencedores empunham as armas e triunfam. Enquanto os covardes só se encolhem de medo diante das dificuldades, os vencedores permanecem com os olhos fixos na recompensa e obcecados pela vitória. Por isso, não dê atenção aos medrosos. Você pode derrubar os gigantes e ser um vencedor.
O vencedor de gigantes não tira os olhos de Deus para colocá-los nas circunstancias. Os dez espias de Israel foram esmagados pela síndrome do gafanhoto porque tiraram os olhos de Deus para colocá-los na fortaleza dos gigantes. Isso lhes deu uma perspectiva falsa do problema, fazendo com que dissessem: os gigantes são fortes e nós fracos; são muitos e nós poucos; são guerreiros e nós nômades; são gigantes e nós gafanhotos. Porque duvidaram da promessa de Deus, sentiram-se menos do que homens, sentiram-se insetos, gafanhotos. Eles não só introjetaram um sentimento de fracasso na alma, mas também contaminaram todo o arraial de Israel com o seu pessimismo. Como resultado, toda aquela geração pereceu no deserto e não pôde entrar na Terra Prometida. Apenas Josué e Calebe olharam para as circunstâncias com os olhos da fé. Note o que eles disseram: “Certamente o Senhor nos deu toda esta terá em nossas mãos. E todos os seus moradores estão desmaiados diante de nós”(Josué 2:24). Eles creram e venceram. Por terem crido, eles tomaram posse da Terra Prometida.
Vencedores de gigantes triunfam sobre as críticas. Os críticos são como erva daninha, florescem em qualquer lugar. São os inimigos de plantão, que sempre estão à nossa espreita. Estão espalhados por toda parte, esperando para nos morder sem piedade. Eles estão dentro de casa, nas ruas, no trabalho, na escola e até na igreja. Davi foi duramente criticado pelo seu próprio irmão Eliabe. A raiz da crítica era a inveja. Davi foi criticado também por Saul, que o julgou incapaz de enfrentar o gigante Golias. Saul subestimou Davi. Finalmente, Davi foi criticado pelo próprio duelista, o gigante Golias, que o desprezou, escarnecendo dele e do seu Deus. A motivação foi o sentimento de superioridade.
Você não pode ser um vencedor de gigantes sem antes vacinar-se contra o veneno dos críticos. O objetivo deles é sempre querer nos nivelar à sua mediocridade. Eles são medrosos e covardes e não toleram ver em nós uma atitude de confiança diante dos desafios da vida. Os críticos questionam nossas motivações, julgam nossos propósitos e assacam contra nós acusações pesadas e levianas, tentando macular a nossa honra e desbaratar nossos objetivos.
Os críticos são movidos pelo combustível da inveja. O invejoso é aquele que se sente infeliz por não ser como você e por não ter o que você tem. Caim matou Abel por inveja, em vez de seguir seu exemplo. Os irmãos de José tentaram se livrar dele por inveja, em vez de seguir os seus passos. Os fariseus, por inveja de Jesus, preferiram persegui-lo a seguir os seus ensinos. O invejoso é um egoísta inveterado, dono de uma auto-imagem doentia. Ele sofre de um avassalador complexo de inferioridade. É capaz de chorar com os que choram, mas jamais se alegrar com os que se alegram.
Vencedores de gigantes não são covardes. Eles não fogem e nunca desistem. São perseverantes. Eles não se contentam com nada menos que a vitória. Fazem das derrotas do passado experiências indispensáveis para construírem as vitórias do futuro. Experiência não é simplesmente aquilo que acontece na vida de uma pessoa, mas como ela lida com o que lhe acontece. Os vencedores nunca desviam os olhos do alvo. Eles são determinados e obcecados pela vitória, não importa o quanto possa lhes parecer difícil alcança-la. Quando Thomas Alva Edison inventou a lâmpada elétrica, foram necessárias mais de duas mil experiências antes de obter sucesso. Certa vez, um jovem repórter perguntou como ele se sentia tendo fracassado tantas vezes. Ele respondeu: “Eu nunca fracassei. Inventei a lâmpada elétrica. Só que para chegar lá, foi preciso uma caminhada de dois mil passos”. John Milton ficou cego aos quarenta e quatro anos de idade. Dezesseis anos depois, escreveu o clássico “Paraíso Perdido”. Após uma perda progressiva da audição, o compositor alemão Ludwig Van Beethoven ficou totalmente surdo aos quarenta e seis anos. Apesar disso, continuou compondo, e algumas de suas melhores composições, inclusive cinco sinfonias, foram escritas durante seus últimos anos. Vencedores de gigantes não desistem, mesmo diante dos maiores obstáculos.
A revista Time de abril de 1986 publicou um artigo sobre algumas pessoas que foram consideradas sem perspectiva de futuro. Todas foram vistas pelos críticos como condenadas ao fracasso. Quer saber os nomes de algumas dessas pessoas?
Beethoven – Seu professor certa feita fez o seguinte comentário sobre ele: “Esse jovem tem uma maneira estranha de manusear o violino. Prefere tocar suas próprias composições ao invés de aprimorar sua técnica”. Esse mesmo professor avaliou que não havia esperança para ele como compositor. Beethoven não aceitou esse prognóstico pessimista a seu respeito. Ele superou todas as dificuldades e triunfou. Mesmo tendo ficado completamente surdo, ele se tornou um dos músicos mais excelentes e consagrados de toda a história. Seus críticos tiveram que engolir suas previsões negativas e ver o sucesso desse gigante da música clássica. Mesmo carregando o fardo da surdez, compôs músicas timbradas pelo mais alto grau de excelência.
Thomas Alva Edison – Sua professora o devolveu à mãe por considerá-lo inapto para o aprendizado. Sua mãe, sem perder o ânimo, resolveu investir em sua educação. Certa feita, ele perguntou à sua mãe porque a escola o recusara, e ela lhe respondeu: “Porque você é muito inteligente e a escola não consegue acompanhar seu ritmo de aprendizado”. Thomas Edison superou as dificuldades e galgou o honroso posto de maior cientista do mundo, tendo registrado mais de mil invenções, entre elas a lâmpada elétrica. No dia de sua morte, como forma de homenageá-lo, desligaram todas as luzes por alguns minutos, mostrando como seria o mundo sem ele.
Albert Einstein – Sua tese de doutorado em Bonn foi considerada irrelevante e sofisticada. Alguns anos depois, foi expulso da Escola Politécnica de Zurich. Alguns de seus críticos acharam que não havia futuro para ele, mas Einstein galgou as alturas excelsas, fazendo vôos altaneiros em suas conquistas cientificas. Tornou-se mundialmente conhecido por ter descoberto a teoria da relatividade, que lhe valeu o Prêmio Nobel de Física.
Luiz Pasteur – Foi um estudante medíocre. Em uma turma de vinte e dois alunos de química, obteve apenas a décima quinta colocação. Mas devemos a ele a descoberta da penicilina, que tanto tem contribuído para o tratamento dos males que afligem a humanidade.
Portanto, não permita que os críticos roubem as suas forças ou tirem de você a sede da vitória. Enfrente os gigantes e vença-os!
Vencedores de gigantes não dão ouvidos aos arautos do pessimismo. Eles não olham para as dificuldades, mas para as possibilidades. Eles não gastam tempo medindo a altura do inimigo, mas fortalecem os braços para vencê-lo. Eles não fogem assustados com o rugido do inimigo, mas correm para a linha de frente, para a zona de combate, porque estão obcecados pela vitória.
Saul enxergou três empecilhos em Davi:
Primeiro, ele considerou Davi incapaz
– Saul disse: “Você não pode...”. Nunca diga para uma pessoa que ela não pode. Aquele que confia em Deus pode o impossível. O apóstolo Paulo, mesmo preso, na ante-sala do martírio, disse: “Tudo posso naquele que me fortalece”(Fp 4:13).
Segundo, ele considerou-o inexperiente – Saul disse: “Você não tem experiência”. O sucesso de uma pessoa não está na sua idade cronológica, mas na sua confiança em Deus. Há jovens sábios e velhos tolos. Há jovens cansados e velhos cheios de sonhos e projetos. Davi nunca tinha estado numa guerra, mas tinha intimidade com o Senhor dos Exércitos. Ele nunca tinha empunhado uma espada, mas tinha matado um urso e agarrado um leão pela barba e vencido. Davi nunca tinha usado uma armadura nem empunhado um escudo, mas manejava com perícia sua funda. Ele não tinha performance para fazer parte do exército de Saul, mas tinha determinação para enfrentar e vencer o gigante.
Terceiro, ele considerou-o muito jovem – Saul disse: “Você é ainda muito jovem”. Davi era jovem, mas corajoso. Era jovem, mas confiava em Deus e possuía a fibra de um vencedor de gigantes. Os jovens também podem ser heróis e vencedores. Eles podem triunfar sobre os gigantes. Se você é jovem, não permita que os críticos contaminem seu coração e deixem você desanimado por causa da sua pouca idade.
Os gigantes pensam que são invencíveis. Eles jamais contam com a derrota. Eles são convencidos. Eles sofrem de um grande complexo de inexpugnabilidade. São megalomaníacos. Mas quem se exalta será humilhado. Quem tenta ficar de pé estribado no bordão da autoconfiança precisa beijar o chão e se alimentar com o pó da derrota. A maldição imprecada a Davi voltou-se contra Golias. Ele mesmo sofreu o golpe fatal de suas medonhas previsões. Ao afrontar Davi, ele estava afrontando o Deus de Davi. Quem toca nos filhos de Deus toca na menina dos olhos de Deus. Quem declara guerra contra os filhos de Deus chama o próprio Deus Todo-Poderoso para a briga. Naquele combate, o gigante caiu. Davi, com uma só pedra, jogou o gigante ao chão. A cabeça de Golias foi cortada pela sua própria espada. Ele pereceu através de suas próprias armas. Golias morreu. Davi prevaleceu. Israel ficou livre e o nome de Deus foi glorificado. Davi não se intimidou porque tinha paixão em promover a glória de Deus; tinha seus olhos na recompensa e sabia que o próprio Deus é quem estava pelejando por ele.
Os tempos mudaram. Nós mudamos. Os gigantes se travestiram e usam novas roupagens, mas eles ainda rondam a nossa vida e nos espreitam com insolentes ameaças. Muitos ainda estão com medo, dando as costas ao inimigo e fugindo acovardados. Muitos estão desacreditados aos seus próprios olhos, enfileirados apenas para fugir ao sonido do próximo estardalhaço do gigante. Volte seus olhos para Deus em vez de inclinar os seus ouvidos às bravatas dos gigantes. Você não foi criado para viver debaixo das botas dos gigantes. Ponha sua fé naquele que está assentado no alto e sublime trono. Enfrente o seu gigante em nome do Senhor dos Exércitos. Não deixe que a insolência dos gigantes tire de você a certeza da vitória e a pressa para vencer. Não abra mão de ser um vencedor de gigantes.
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Luciano de Paula Lourenço
Alguns trechos foram extraídos do Livro “Vencendo Gigantes”, cujos autor é o Rev. Hernandes Dias Lopes – Editora Hagnos.