domingo, 21 de julho de 2013

Aula 04 – JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE


3º Trimestre_2013

 
Texto Básico: Filipenses 2:5-11

 
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5)

 

INTRODUÇÃO


A encarnação de Cristo foi a maior demonstração de humildade. O Filho de Deus deixou o céu, a glória, o Seu trono, e se fez carne, fez-se homem, se encarnou. O eterno Filho de Deus não nasceu em um palácio. O Rei dos reis não nasceu num berço de ouro nem entrou no mundo por intermédio de uma família rica e opulenta; ao contrário, nasceu num berço pobre, numa família pobre, numa cidade pobre. Jesus nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Ele não veio ao mundo para ser servido, mas para servir (Mc 10:45). Ele renunciou a Sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). No entanto, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e cuspido pelos homens. Do infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente Ele desceu a este mundo de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração, voluntariamente desceu a este mundo, onde foi "... desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53:3). Jesus é o modelo ideal de humildade.

I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (Fp 2:5,6)

“Se alguém não entendeu o que Paulo quis dizer quando falou de agir por humildade (Fp 2:3) e olhar primeiro para as preocupações dos outros (Fp 2:4), então Paulo esclareceu as suas palavras, dando um exemplo a seguir. Os crentes deveriam adotar a mesma atitude ou estrutura de pensamento que foi encontrado em Jesus Cristo, nosso Senhor”.

1. Ele deu o maior exemplo de humildade - “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). Paulo faz passar diante dos olhos dos Filipenses o exemplo do Senhor Jesus Cristo.

Qual foi a atitude que Cristo manifestou? O que caracterizava seu comportamento em relação aos outros? O Senhor Jesus pensava sempre nos outros. Ele serviu aos pecadores, às meretrizes, aos cobradores de impostos, aos doentes, aos famintos, aos tristes e enlutados. Quando os Seus discípulos, no cenáculo, ainda alimentavam pensamentos soberbos, Ele pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (João 13:1-13).

Certa feita, ao entrar numa cidade Ele tocou no corpo imundo de um leproso e na língua de um mundo. Ele Se preocupava com os homens loucos de quem ninguém mais conseguia aproximar-se. Ele aceitava convites para jantar nas casas de pecadores, publicanos, bem como fariseus e hipócritas. Jesus não evitava nenhuma classe de gente. Mulheres de má reputação chegaram a Ele sabendo que encontrariam compreensão, perdão, e também a ordem de arrependerem-se do mal.

Jesus tirava tempo de sua apertada agenda para falar com todos, respondendo perguntas, tirando dúvidas e mostrando o melhor caminho. Ele visitava as casas do povo, assistia casamentos, pescava com amigos, falava com crianças no Seu colo. Ele sempre parava no caminho para atender um chamado de ajuda. Em Jesus podemos ver todas as atitudes associadas com uma pessoa pobre de espírito: humildade, submissão, serviço e amor. Sem dúvida, Jesus é o modelo ideal de humildade.

2. Ele era igual a Deus.Que, sendo em forma de Deus”(v.6). Quando lemos que Cristo Jesus subsistiu “em forma de Deus”, aprendemos que ele existiu desde a eternidade como Deus. Ele não é apenas semelhante a Deus, mas de fato é Deus, no melhor sentido da palavra.

No entanto, “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”. É da máxima importância distinguir aqui entre igualdade pessoal com Deus e igualdade posicional. Quanto à sua Pessoa, Cristo sempre foi, é e há de ser igual a Deus. Era-lhe impossível abrir mão disso, mas igualdade posicional já é outra coisa. Desde a eternidade, Cristo era posicionalmente igual ao Pai, desfrutando as glórias do Céu. Ele não julgou, porém, que fosse necessário agarrar-se a essa posição a qualquer custo. Quando foi necessário redimir a humanidade perdida, ele abriu mão livremente de sua igualdade posicional com Deus, ou seja, os confortos e a alegria do Céu. “Não julgou” necessário agarrar-se a eles para sempre e sob qualquer circunstância.

Assim estava pronto para vir a este mundo e padecer a contradição dos pecadores contra ele mesmo. Ninguém jamais cuspiu em Deus Pai, tampouco foi ele agredido fisicamente ou crucificado. É neste sentido que o Pai é maior que o Filho; não é maior quanto à Sua Pessoa, e, sim, quanto à sua posição e à maneira em que viveu. João exprime esse pensamento: “Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu” (João 14:28). Os discípulos deviam se alegrar com a noticia de que ele ia para o Céu. Enquanto viveu na terra, Jesus foi tratado cruelmente e por fim rejeitado. Vivera em circunstâncias muito inferiores às de seu Pai. Nesse sentido, o Pai lhe era superior. Quando voltou para o céu, porém, passou a ser igual ao Pai quanto às circunstâncias e à Pessoa deste.

3. Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Este texto descreve a posição que Cristo tinha em sua existência antes da criação do mundo, isto é, o seu estado pé-encarnado. Jesus Cristo era Deus. Tudo o que Deus é, Cristo é; a igualdade está em características essenciais e atributos divinos. Mas Jesus não teve como usurpação ser igual a Deus, antes colocou os seus direitos de lado por um tempo, a fim de se tornar humano. Quando Cristo nasceu, Deus tornou-se um homem. Jesus não era parte homem e parte Deus; ele era completamente humano e completamente divino. Cristo é a perfeita expressão de Deus na forma humana. Como um homem, Jesus estava sujeito ao lugar, ao tempo, e às outras limitações humanas. O que tornou a humanidade de Jesus excepcional foi o fato de não ter pecado. Ele não abandonou o seu poder eterno quando se tornou humano, mas deixou de lado a sua glória e os seus direitos. Em sua humanidade plena, podemos ver tudo aquilo que está relacionado ao caráter de Deus que pode ser transmitido em termos humanos.

II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (Fp 2:7,8)

1. “Aniquilou-se a si mesmo “ (Fp 2:7). Diante dessa afirmação, surge logo a pergunta: “O Senhor Jesus se esvaziou em que sentido?”.

Devemos ter cuidado ao responder a essa pergunta. Muitas vezes, ao tentar definir esse esvaziamento, muitos acabam por roubar de Cristo os atributos da Divindade. Por exemplo, dizem alguns que o Senhor Jesus, quando andava aqui na Terra, não era onisciente nem onipotente; que ele não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo; que ele voluntariamente pôs à parte esses atributos da divindade quando entrou no mundo como homem. Uns dizem até que ele estava sujeito às mesmas limitações que os homens, que era passível de erro e que aceitava as opiniões e os mitos comuns de seus dias! Refutamos isso com veemência. O Senhor Jesus Cristo não pôs à parte nenhum dos seus atributos divinos quando veio a este mundo. Ele continuou a ser onisciente (sabendo tudo); continuou a ser onipotente (todo-poderoso); continuou a ser onipresente (presente em todas as partes ao mesmo tempo).

O que ele fez foi desfazer-se de sua posição de igualdade com Deus Pai e ocultou sua glória por baixo de um corpo de carne humana. A glória ainda estava lá, mas escondida, brilhando apenas em certas ocasiões, como, por exemplo, no monte da Transfiguração. Não houve um momento sequer, em toda a sua existência sobre a terra, em que ele ficasse sem os atributos da Divindade.

Portanto, é preciso ter muito cuidado ao explicar a frase: “Aniquilou-se a si mesmo”, ou, conforme a Revista e Atualizada, “a si mesmo se esvaziou”. O método mais seguro é deixar que as expressões que se seguem providenciem a explicação. Ele se esvaziou “assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens”(ARA). Ou seja, Ele se esvaziou, assumindo uma coisa que nunca teve antes: humanidade. Não pôs à parte sua divindade, e, sim, seu lugar nos céus, e isso ele fez apenas temporariamente.

“Assumindo a forma de servo”. Jesus “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20:28). O apóstolo Paulo exorta os cristãos de Filipos a manifestar o mesmo sentimento que havia em Cristo. Os argumentos cessariam se todos se mostrassem dispostos a assumir o lugar mais humilde.

2. Ele “humilhou-se a si mesmo” (Fp 2:8). O Filho de Deus não estava apenas pronto para deixar a glória dos céus. Ele esvaziou-se! Tomou a forma de servo! Fez-se Homem! E, também, “se humilhou”! Não havia profundidade a que ele não estivesse disposto a se rebaixar para salvar as almas perdidas. Bendito seja seu glorioso nome  para sempre!.

3. Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (Fp 2:8). Jesus Cristo serviu sacrificialmente e foi obediente até à morte e morte de cruz. Cristo se esvaziou e se humilhou quando se fez homem. Depois desceu mais um degrau nessa escalada da humilhação, quando se fez servo; mas desceu as profundezas da humilhação quando suportou a morte e morte de cruz. Por seu sacrifício, Ele transformou esse horrendo patíbulo de morte no símbolo mais glorioso do cristianismo (Gl 6:14).

Segundo Hernandes Dias Lopes, a cruz de Cristo é a grande ênfase de toda a Bíblia, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento (Ec 24:25-27). Dois quintos do Evangelho de Mateus são dedicados à última semana de Jesus em Jerusalém. Mais de três quintos do Evangelho de Marcos, um terço do Evangelho de Lucas e quase a metade do Evangelho de João dão a mesma ênfase.

O apóstolo João fala da crucificação de Cristo como "a hora" vital para a qual Cristo veio ao mundo e o Seu ministério foi exercido (João 2:4; 7:30; 8:20; 12:23; 12:27; 13:1; 17:1).

Cristo morreu para remover o pecado (1Pe 2:24; 2Co 5:21), satisfazer a justiça divina (Rm 3:24-26) e revelar o amor de Deus (João 3:16; 1João 4:10).

Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes quando diz que a morte de Cristo foi dolorosíssima, ultrajante e maldita. Todavia, não devemos olhar a morte de Cristo na cruz apenas sob a perspectiva do sofrimento físico.

A grande questão é: por que Ele morreu na cruz? Cristo não foi para a cruz porque Judas O traiu por ganância, porque os sacerdotes O entregaram por inveja ou porque Pilatos O condenou por covardia. Ele foi para a cruz porque o Pai O entregou por amor e porque Ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15:3). Nós O crucificamos. Nós estávamos lá no Calvário não como plateia, mas como agentes da Sua crucificação.

A cruz de Cristo é a maior expressão do amor de Deus por nós e a mais intensa expressão da ira de Deus sobre o pecado. O pecado é horrendo aos olhos de Deus. A santa justiça de Deus exige a punição do pecado. O salário do pecado é a morte. Então, Deus num ato incompreensível de eterno amor, puniu o nosso pecado em Seu próprio Filho, para poupar-nos da morte eterna. Na cruz, Jesus bebeu sozinho o cálice amargo da ira de Deus contra o pecado.

Na cruz, Jesus foi desamparado para sermos aceitos. Ele não desceu da cruz para podermos subir ao céu. Ele se fez maldição na cruz para sermos benditos de Deus. Ele morreu a nossa morte para vivermos a Sua vida. Glórias sejam dadas ao seu glorioso Nome!!

III. A EXALTAÇÃO E CRISTO (Fp 2:9-11)

Cinco verdades devem ser declaradas sobre a exaltação de Cristo: Em primeiro lugar, a exaltação de Cristo é obra de Deus (Fp 2:9); Em segundo lugar, a exaltação de Cristo é uma exaltação incomparável (2:9); Em terceiro lugar, a exaltação de Cristo é uma exaltação que exige rendição de todos (2:10); Em quarto lugar, a exaltação de Cristo é uma exaltação proclamada universalmente (2:11); Em quinto lugar, a exaltação de Cristo é uma exaltação que tem um propósito estabelecido (2:11).

1. “Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2:9). Jesus Cristo se humilhou, mas foi exaltado, e essa exaltação lhe foi dada pelo Pai. O caminho da exaltação passa pelo vaie da humilhação; a estrada para a coroação passa pela cruz. Deus exalta aqueles que se humilham (Mt 23:33; Lc 14:11; 18:14; Tg 4:10; 1Pe 5:6). Foi por causa do sofrimento da morte que essa recompensa lhe foi dada (Hb 1:3; 2:9; 12:2).

Deus Pai não deixou seu Filho na sepultura, mas O levantou da morte, O levou de volta ao céu e O glorificou (At 2:33; Hb 1:3). Deus Pai deu a Jesus "toda autoridade no Céu e na Terra" (Mt 28:18). Deu a Ele autoridade para julgar (João 3:27) e O fez Senhor de vivos e de mortos (Rm 14:9), fazendo-O assentar à sua destra, acima de todo principado e potestade, constituindo-O cabeça de toda a Igreja (Ef 1:20-22). Fica claro que essa elevação de Jesus não foi a restituição da natureza divina, porque Ele jamais a perdeu, mas foi a restituição da glória eterna que tinha com o Pai antes que houvesse mundo, da qual voluntariamente havia se despojado (João 17:5,24).

Porque Jesus se humilhou, Ele foi exaltado. Jesus mesmo é a suprema ilustração de Sua própria afirmação: "... todo o que se exalta será humilhado: mas o que se humilha será exaltado" (Lc 18:1,4b). Os homens cuspiram nEle, mas Deus O exaltou. Os homens Lhe deram nomes insultuosos, mas o Pai Lhe deu o nome que está acima de todo nome.

2. “Dobre-se todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra” (Fp 2:10). Deus Pai estava tão contente com a obra redentora de Cristo que determinou que todo joelho haverá de se dobrar perante Ele – dos seres “que estão nos céus, na terra e debaixo da terra”. Isso não quer dizer que todas as criaturas serão salvas. Os que não dobram o joelho perante Cristo agora por livre vontade serão obrigados a fazê-lo um Dia. Os que não querem ser reconciliados com Ele na era da graça serão subjugados no Dia do juízo.

A expressão “nos céus” refere-se aos anjos; “na terra” significa toda a humanidade; “debaixo da terra” refere-se ao mundo dos mortos – possivelmente as pessoas não salvas que morreram ou os demônios. Aqueles que amam a Jesus se dobrarão em adoração e reverência; aqueles que se recusaram a reconhecê-lo se dobrarão em submissão e medo (ler Ef 4:9,10; Ap 5:13). Isto ocorrerá na segunda vinda de Jesus, quando as forças do mal serão completamente derrotadas e Deus formará um novo Céu e uma nova Terra (Ap 19:20,21; 21:1).

3. “Toda língua confesse” (v.11). Toda língua confessará a verdade básica do cristianismo: Jesus Cristo é Senhor. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Todo-poderoso Deus, diante de quem os poderosos deste mundo vão ter de se curvar e confessar que Ele é o Senhor. Aqueles que zombaram dEle, vão ter de confessar que Ele é o Senhor. Aqueles que O negaram e nEle não quiseram crer, vão ter de admitir e confessar que Ele é Senhor. Essa confissão será pública e universal. Todo o Universo vai ter de se curvar diante daquele que se humilhou, mas foi exaltado sobremaneira!

Isso não significa, obviamente, que todas as pessoas serão salvas. Somente os que agora reconhecem que Jesus é o Senhor e O confessam como tal serão salvos (Rm 10:9). Entretanto, na segunda vinda de Cristo, nenhuma língua ficará silenciosa, nenhum joelho ficará sem se dobrar. Todas as criaturas e toda a criação reconhecerão que Jesus é o Senhor (Fp 2:11; Ap 5:13).

É válido ressaltar que esses versículos foram introduzidos em razão de um pequeno problema na igreja de Filipos. Não era ideia de Paulo no inicio escrever um tratado sobre o Senhor. Pelo contrário, ele queria apenas corrigir o egoísmo e o espírito de partidarismo entre os santos. Para curar essa condição, é preciso ser governado pela mente de Cristo. Em todas as situações da vida, Paulo apresenta o Senhor Jesus como solução. Devemos fazer o mesmo!

CONCLUSÃO


Entre o povo de Deus, a humildade é um imperativo, pois "Deus escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes" (Pv 3:34). Tiago diz que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4:6), e o apóstolo Pedro ordena: "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte" (1Pe 5:6). A humildade deve ser a marca do cristão, pois seu Senhor e Mestre foi "... manso e humilde de coração" (Mt 11:29). Jesus dizia aos discípulos que maior é o que serve e que Ele mesmo veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10:45). Alguém ainda tem dúvida de que Jesus é o modelo ideal de humildade?

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

Filipenses – A alegria triunfante no meio das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.

 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aula 03 – O COMPORTAMENTO DOS SALVOS EM CRISTO


3º Trimestre_2013

 
Texto Básico: Filipenses 1:27-30; 2:1-4

 

“Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”(Fp 1:27)

 

INTRODUÇÃO

Nesta aula trataremos acerca do comportamento dos cristãos. Uma vez que a pessoa convertida recebe a justificação por meio de Jesus Cristo, “deve andar como Ele andou” (1João 2:6). Isto será demonstrado através de sua conduta, do seu viver diário, independente das circunstâncias. A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Somente por meio da Palavra de Deus é que iremos saber se o comportamento do crente é correto ou não. Somos exortados, pela Palavra de Deus, como deve ser a nossa conduta “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2:15). O crente deve manter um padrão exemplar de conduta, para que em tudo, Cristo venha a ser glorificado. A Palavra de Deus nos exorta a nos portarmos dignamente diante de Deus e dos homens - “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1:27).

I. O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (Fp 1:27)

Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho” (Fp 1:27).

Paulo escrevia de Roma, o centro do Império Romano. Foi o fato de ser cidadão romano que o conduziu à capital do império. Filipos era uma colônia romana, uma espécie de miniatura de Roma. Nas colônias romanas, os cidadãos jamais esqueciam que eram romanos: falavam o latim, usavam vestimentas latinas, davam a seus magistrados os títulos latinos. Desse modo, Paulo está dizendo aos crentes de Filipos que assim como eles valorizavam a cidadania romana, deveriam também valorizar, e ainda mais, a honrada posição que ocupavam como cidadãos do céu – “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20).

1. O crente deve “portar-se dignamente”. Os crentes de Filipos deviam viver como pessoas convertidas tanto dentro da igreja quanto fora, no mundo. A fé que abraçamos precisa moldar o nosso caráter. O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando Juan Carlos Ortiz, diz que a vida do cristão é o quinto evangelho, a página da Bíblia que o povo mais lê. Precisamos viver de modo digno para não sermos causa de tropeço para os fracos. Precisamos viver de modo digno para não baratearmos o evangelho que abraçamos. Precisamos viver de modo digno para ganharmos outros com o nosso testemunho.

2. Para que os outros vejam. Neste texto de Fp 1:27, Paulo deixa transparecer sua preocupação com a unidade na Obra de Deus. Havia um pequeno foco de cizânia naquela igreja. A igreja de Filipos estava sendo atacada numa área vital, a quebra da comunhão (Fp 2:1-4; 4:1-3). Seus membros estavam fazendo a obra de Deus, mas divididos. Paulo os exorta a estarem firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica. Por isso ele escreve num tom de exortação: “...para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”.

Não podemos ter nenhuma dúvida, todos aqueles que fazem a igreja local devem lutar juntos, não por modismos, doutrinas de homens, mas pela unidade da fé em Cristo Jesus, pela unidade doutrinária. A igreja não é apenas um amontoado de gente vivendo num parque de diversão, mas um grupo de atletas trabalhando juntos pelo mesmo objetivo. Paulo diz que os crentes devem trabalhar como atletas de um time, todos com a mente focada no mesmo alvo: o avanço do evangelho. A desunião trás escândalos à Obra de Deus, inibe o progresso do evangelho. Pense nisso!

II. O COMPORTAMENTO ANTE A OPOSIÇÃO (Fp 1:28-30)

E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer  por ele,  tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e, agora, ouvis estar em mim”.

1. O ataque dos falsos obreiros. Paulo havia enfrentado uma oposição severa em muitas cidades, incluindo Filipos. Se ele foi perseguido por causa de sua fé, os cristãos deveriam esperar o mesmo tratamento. Os inimigos do cristianismo incluíam o império romano, a população filipense pagã(a quem Paulo havia enfrentado – At 16:16-24) e falsos obreiros que haviam se infiltrado em muitos círculos cristãos e a quem Paulo censurou em muitas de sua cartas. A igreja precisaria ser forte dentro da comunhão, a fim de suportar as investidas dos inimigos da obra de Cristo. É triste perceber que muito tempo e esforço são perdidos em algumas igrejas, pelas brigas de umas pessoas contra as outras, em vez de se unirem contra a verdadeira oposição! É necessário que uma igreja corajosa resista à luta corpo a corpo e mantenha o propósito comum de servir a Cristo.

2. Padecendo por Cristo. “E em nada vos espanteis... Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele...”. A igreja de Filipos estava enfrentando uma ameaça interna (a quebra da comunhão) e uma ameaça externa (a perseguição). Paulo os exorta a trabalharem unidos e também a enfrentarem os adversários sem temor, sabendo que o padecimento por Cristo é uma graça (Fp 1:29), pois até mesmo a perseguição à igreja vem da parte de Deus. É bem verdade que somente pela fé, que vem pela graça, pode o sofrimento ser considerado um privilégio.

O rev. Hernandes Dias Lopes, citando Ralph Martin, diz que os planos de Deus incluem o sofrimento das igrejas (Fp 1:29), visto que a natureza da vocação cristã recebeu o seu modelo do próprio Senhor encarnado que sofreu e foi humilhado até à morte e morte de cruz (Fp 2:6-11). A vida da igreja deriva daquele que exemplificou o padrão do "morrer para viver". Dessa forma, não há absolutamente nada incoerente, nem inconsistente, no "destino dos cristãos como comunidade perseguida, inserida em um mundo hostil" (Fp 2:15). Enquanto muitos pregam que a glória é a insígnia de todo cristão, Paulo afirma que a marca distintiva do crente é a cruz. O sofrimento por causa do evangelho não é acidental, mas um alto privilégio, nada menos do que um dom da graça de Deus! A cruz dignifica e enobrece.

III. PROMOVENDO A UNIDADE DA IGREJA (Fp 2:1-4)

Concordo com o rev. Hernandes Dias Lopes quando diz que  a unidade espiritual da igreja é uma obra exclusiva de Deus. Não podemos produzir unidade, mas apenas mantê-la. Todos aqueles que creem em Cristo, em qualquer lugar, em qualquer tempo, fazem parte da família de Deus e estão ligados ao corpo de Cristo pelo Espírito. Essa unidade não é externa, mas interna. Ela não é unidade denominacional, mas espiritual. Só existe um corpo de Cristo, uma Igreja, um rebanho, uma noiva. Todos aqueles que nasceram de novo e foram lavados no sangue do Cordeiro fazem parte dessa bendita família de Deus.

Essa unidade é construída sobre o fundamento da verdade. Fora da verdade, não há unidade (Ef 4:1-6). Por isso, a tendência ecumênica de unir todas as religiões, afirmando que a doutrina divide enquanto o amor une, é uma falácia.

Muitos cristãos fraquejam, ensarilham as armas e fogem do combate na hora da tribulação. Outros se distanciam não da obra, mas dos irmãos, e rompem a comunhão fraternal. Paulo os exorta a estarem juntos e firmes, lutando pela fé evangélica.

1. O desejo de Paulo pela unidade – “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo  uma mesma coisa” (Fp 2:1,2). 

Paulo queria a unidade na Igreja filipenses para que eles pudessem dar continuidade ao ministério do Evangelho; mas tal unidade só seria possível se eles estivessem unidos a Cristo, para que houvesse relacionamentos harmoniosos entre os próprios crentes.

Os filipenses haviam dado a Paulo grande alegria (Fp 1:4). Contudo, Paulo estava ciente de uma falta de unidade na igreja filipense. Por exemplo, os crentes estavam demonstrando um falso senso de superioridade espiritual sobre os outros (Fp 2:3), e alguns não estavam trabalhando harmoniosamente com outros (Fp 4:2). Paulo sabia que até mesmo o inicio de uma divisão poderia causar grandes problemas, a menos que as “rachaduras” fossem consertadas rapidamente.

Por causa de sua experiência comum em Cristo e sua comunhão comum com o Espírito Santo, eles deveriam concordar sinceramente uns com os outros. Isto não significa que os crentes tenham que ter a mesma opinião em tudo; em vez disso, cada crente deve ter a mente (ou atitude) de Cristo, que Paulo descreve com detalhes em Fp 2:5-11.

Paulo também queria que os membros da Igreja estivessem amando uns aos outros. O amor de Cristo o trouxe do Céu, em uma situação humana humilde, para morrer em uma cruz em favor dos pecadores. Embora os crentes não possam fazer o que Cristo fez, eles seguem o exemplo de Cristo quando expressam o mesmo amor no seu trato com os outros (veja Gl 5:22).

O Espírito Santo deve unir os crentes em um só corpo. Quando eles permanecem firmes no Espírito, superam pequenas diferenças e trabalham vigorosamente em direção a um só propósito – um só objetivo (Fp 3:14,15). O objetivo da Igreja é anunciar o Evangelho.

Uma igreja unificada é uma fortaleza extraordinária contra qualquer inimigo. A própria unidade da igreja filipenses iria garantir que ela pudesse se opor a qualquer perseguição ou falsa doutrina que pudesse surgir em seu caminho.

2. O foco no outro como em si mesmo –“ Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3).

Os membros da igreja de Filipos estavam causando discórdia por suas atitudes ou ações. Eles desejavam reconhecimento e distinção, não por motivos puros, mas meramente por serem egoístas. As pessoas deste tipo não podem trabalhar com outras pessoas na igreja com o mesmo pensamento e amor (Fp 2:2). Quando as pessoas são egoístas e ambiciosas e tentam apenas causar uma boa impressão, elas destroem a unidade da igreja. Portanto, não se deve fazer absolutamente nada por ambição egoísta ou vanglória, uma vez que são dois dos maiores inimigos da união entre o povo de Deus.

Quando encontramos alguém desejoso de reunir um grupo em torno de si, a fim de promover os próprios interesses, ali encontramos as sementes da contenda e da porfia. O remédio está na ultima parte do versículo: “por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”. Isso não quer dizer que devemos pensar que um criminoso pode ter um caráter melhor que o nosso, mas que devemos viver para os outros sem egoísmo algum, colocando os interesses dele acima dos nossos.

É fácil ler uma exortação dessas na palavra de Deus; absorver seu verdadeiro significado e pô-lo em prática é outra história. Considerar os outros superiores a nós mesmos é coisa estranha à nossa natureza, e não conseguiremos fazer isso por esforço próprio. Somente pelo Espírito Santo e fortalecido por ele podemos assumir tal atitude. Considerar os outros superiores a nós mesmos significa que estamos cientes dos nossos próprios defeitos e estamos, assim, dispostos a aceitar os defeitos nos outros sem menosprezá-los.

3. Não ao individualismo. Paulo ainda adverte: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros “(Fp 2:4).

Ter interesse em proteger os interesses alheios faz parte dos alicerces da ética cristã. No mundo, cada um cuida primeiro de si, pensa somente em si, e seu olhar está atento apenas aos próprios interesses. Os interesses dos outros estão fora de seu verdadeiro campo de visão. Por isso, tampouco existe no mundo verdadeira comunhão, mas somente o medo recíproco e a ciumenta autodefesa contra o outro. Na irmandade da Igreja de Jesus, pode e deve ser diferente. Cada crente não deve ficar completamente absorvido pelo que é “propriamente seu”, mas deve também estar interessado nos “outros”, observando os seus pontos positivos e qualidades. Precisamos ter a mesma atitude de Cristo, que sacrificou a si mesmo, para que possamos olhar além de nós mesmos e enxergar as necessidades dos outros. É quando entregamos nossa vida em serviço dedicado aos outros que nos erguemos acima da luta egoísta dos homens.

CONCLUSÃO

“Abstende-vos de toda aparência do mal” (1Tes 5:22). A conduta certa, o modo de viver certo, o comportamento correto, tudo isso depende única e exclusivamente de uma submissão de nosso próprio ser ao senhorio de Jesus Cristo. Só assim, seremos capazes de praticar os princípios contidos em Sua Palavra. “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus (Ef 5:15,16).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.

Filipenses – A alegria triunfante no meio das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.

 

 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A ORIGEM DA HUMANIDADE


EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA


Subsídio Teológico para Lição nº 2

 

Texto Básico: Gn 1:26-28

 

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33:9).

INTRODUÇÃO


No Livro de Gênesis, capítulos 1 a 11, vemos a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus Todo-poderoso. Deus criou o Universo do nada. Essa proposição é conhecida como criacionismo, o qual conceitua que a origem do mundo e da humanidade está conectado à verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1:1; Sl 90). A Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas, inclusive do ser humano (Ec 3:11). Deus criou o homem com o propósito de abençoá-lo e de manter com ele um relacionamento sadio (Gn 2:9; Sl 11:4; Sl 115:15). Portanto, não pode a criatura viver independentemente do Criador (Dt 30:19).

I. NO PRINCIPIO


“No princípio, criou Deus os céus e a terra”(Gn 1:1).

1. Criacionistas. Os criacionistas defendem a existência de um Criador de todas as coisas e que houve uma ação direta dele num tempo determinado para que tudo no universo fosse criado. Para os criacionistas, existe um Agente externo responsável pela criação de todas as coisas completas e acabadas. Esse Agente externo é Deus.

Deus criou o Universo do nada. A narrativa do primeiro capitulo de Gênesis deve ser entendida à luz do contexto bíblico. E o ponto de partida da criação é: “No principio criou Deus os céus e a Terra”(Gn 1:1). Deus trouxe o Universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberania e livre vontade.

“Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33:9).

Nós cremos que toda a natureza, o universo e o próprio homem são obras do Criador. Por que cremos que o mundo foi criado por Deus? Simplesmente porque a Palavra de Deus as­sim o diz.

“Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11:3).

Cremos e aceitamos todos os testemunhos respaldados pelas declarações na Bíblia Sagrada, que comunica aos homens os desígnios, as ações e verdades relativas a Deus e à Sua criação.

“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4:11).

O QUE DIZEM OS EVOLUCIONISTAS?


Os evolucionistas sustentam que a matéria é eterna e dela se originou todas as coisas, até as vidas mais complexas, e que o universo é resulta­do do Big bang, uma explosão que teria ocorrido há bilhões e bilhões de anos e originado todas as galáxias e as várias formas de vida (vegetal, animal e humana). O matemático e astrofísico da Universidade de Cambridge, Sthephen Hawking, em seu livro “Uma Breve História do Universo”, defende um ponto de vista semelhante. Segundo ele, o universo teria surgido a partir de uma grande explosão.

O pastor Silas Malafaia, em seu livro Criação x Evolução, diz que o Dr. Mareei Schvvartzemberg, professor da Universidade de Paris, fez um cálculo sobre a real possibilidade de a evolução ser um fato científico, e verificou que há uma chance de dez elevado a dois bilhões de zeros. Isto significa que não existe chance nenhuma. A despeito disso, para os evolucionistas, a evolução ocorreu e o processo é tão lento que não pode ser observado.

Pergunta-se:

Se o que não pode ser observado e experimentado não pode ser considerado científico, como os evolucionistas chegaram à conclusão de que há bilhões e bilhões de anos houve uma explosão que originou o universo? Eis a primeira divergência entre a teoria evolucionista e o método científico; afinal, há bilhões de anos não havia ninguém para testemunhar essa possível explosão. Logo, a teoria evolucionista não passa de uma especulação. E, como tal, não está de acordo com os critérios de observação e experimentação estipulados pelo método científico.

Reforçando, o Big bang é uma teoria concebida pela mente engenhosa dos cientistas; algo que não pode ser cientificamente comprovado. Logo, a linha de raciocínio defendida pelos evolucionistas sobre a origem do universo não pode ter valor científico. É apenas mais uma teoria; uma especulação. (1)

EVIDÊNCIAS DE QUE EXISTE UM CRIADOR: DEUS


Ainda conforme o pastor Silas Malafaia, há evidências na natureza e em todas as coisas criadas, especialmente no ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, de que existe um Criador onisciente e onipotente que projetou tudo o que existe, cuidando de cada detalhe dessa complexa e inter-relacionada criação. Vejamos algumas evidências, dentre muitas.

a) A natureza manifesta a glória de Deus. Você já parou para refletir sobre a grandeza do universo? Já se deu conta de sua complexidade e de seus mistérios? Ao lermos a história da criação na Bíblia, verificamos que a Terra foi sabiamente criada por Deus e que não é obra do acaso a posição dela no sistema solar, de forma que durante o dia ela fosse iluminada pelos raios do Sol e à noite peia lua e as estrelas.

- A distância da Terra em relação ao Sol. O planeta Terra está a uma distância média do Sol de aproximadamente 149,1 milhões de quilômetros. O suficiente para a manutenção da vida animal e vegetal. Porém, se estivesse à mesma distância de Vênus (108,2 milhões de quilômetros) ou de Mercúrio (57.910 milhões de quilômetros) em relação ao Sol, certamente a vida animal e vegetal seria queimada pelo calor. A distância da Terra em relação ao Sol não é uma obra do acaso!

- Se a Terra tivesse a mesma distância que tem os planetas Marte (227.940 milhões de quilômetros), ou de Plutão (591.3520 milhões de quilômetros), em relação ao sol, o frio seria tão intenso que não poderia existir vida.

- A atmosfera terrestre. Ela possui uma espessura ideal para impedir que milhões de meteoritos penetrem nela a uma velocidade de 30 mil quilômetros por hora. Já imaginou se a Terra não tivesse uma densidade atmosférica adequada? Naturalmente, sofreríamos diariamente um bombardeio de meteoros que mataria toda a vida animal e vegetal. Esta proteção é obra do acaso?

- A distância da Terra  em relação à Lua. Já parou para pensar por que a lua está a uma distância de 384 mil quilômetros da Terra? Se este satélite natural estivesse a pelo menos 80 mil km de nós, as águas do mar, devido ao fluxo das marés, inundariam os continentes duas vezes por dia. A distância da lua em relação à Terra não é uma obra do acaso!

- E se a Terra tivesse o mesmo tamanho da Lua? Se o diâmetro da Terra fosse igual ao da lua, ela não teria capacidade para "reter" as águas e tão ­pouca atmosfera.

- E o que aconteceria se a Terra tivesse o dobro de seu tamanho? Se a Terra fosse duas vezes maior, a pressão atmosférica seria tão violenta que tornaria impossível a existência de vida em nosso planeta. O diâmetro da Terra não é uma obra do acaso! Foi calculado e estipulado com perfeição por Deus!

- E a rotação da Terra? Um giro completo que a Terra dá em torno de seu próprio eixo cor­responde a um dia de 24 horas. Se esse tempo de rotação fosse diminuído em um décimo, os dias e as noites seriam dez vezes mais longos, o Sol queimaria toda a vegetação durante o dia, e nenhum ser vivo resistiria ao frio excessivo da noite. O tempo de rotação da Terra também não é obra do acaso!

Sabe por que tudo que existe não é obra do acaso? Porque foi Deus quem criou e Ele mesmo deu testemunho disto:

“Ainda antes que houvesse dia, eu sou...”(Isaías 43:13). “Eu fiz a Terra e criei nela o homem, eu o Senhor o fiz, as minhas mãos estenderam os céus e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens”(Isaías 45:12).

É impossível, após constatar a grandeza do universo, concluir que a natureza é uma obra do acaso! O universo deve ser entendido como obra engenhosa, uma obra sabiamente planejada pelo Criador. É o projeto de um Deus tremendo, pode­roso, incomparável, único e absoluto!

b) A complexidade da criação aponta para a grandiosidade do Criador. Não é apenas o universo que é complexo. Cada coisa, cada vida, por mais simples que pareça, possui uma complexidade tão grande que, por mais que se estude a respeito dela sempre fica algo por saber.

-  Atente, por exemplo, para a estrutura de uma ameba (animal unicelular que somente pode ser visto com o auxílio do microscópio). Apesar de sua estrutura ser simples, comparada a de outros organismos multicelulares, as informações genéticas sobre uma ameba seriam capazes de preencher mais de mil vezes a Enciclopédia Britânica.

- E o cérebro humano? É outro exemplo da sabedoria criadora de Deus. O cérebro é uma estrutura extremamente complexa. Pesando em média 1,4 kg nos homens e nas mulheres 1, 2kg, esse potente "microcomputador'' possui cerca de cem bilhões de neurônios com incalculáveis ramificações interligadas. Nenhuma empresa no mundo tem estrutura suficiente para criar uma rede de comunicação capaz de armazenar um número de informações tão grandes como o cérebro. Essa "máquina" perfeita seria obra do acaso? A resposta obviamente é não!

c) A criação da luz cósmica. Até um tempo atrás, acreditava-se que a luz que ilumina nosso planeta provinha do sol, mas a Cosmologia(a ciência que estuda os astros e planetas), comprovou que a luz é uma unidade mais antiga e independente. Apesar de esta ser uma descoberta moderna, há mais de cinco mil anos essa verdade é proclamada na Bíblia. Em Gênesis 1:3-5,14-19, vemos que, no primeiro dia, Deus criou a luz e, no quarto, criou o sol e a lua. Sendo a luz mais antiga que o sol, não provém desse astro.

d) formato arredondado da Terra. Um outro fato interessante. Antes do humanismo e do advento das ciências, acreditava-se que a Terra era plana e o centro do universo. Pessoas eram excomungadas da igreja e até queimadas se dissessem o contrário. Contudo, a Bíblia já proclama este fato há muito tempo. Em Isaías 40:2, é dito que o Senhor estava assentado sobre o globo (arc), ou círculo, da Terra. Este texto foi escrito em hebraico há aproximadamente 2.700 anos. Já nessa época a Bíblia falava que a Terra era redonda!

e) E quanto ao Genoma humano? O Projeto Genoma Humano, criado em 1990 com o apoio de 18 países, inclusive do Brasil, mapeou bilhões de bases químicas de DNA (Ácido Desoxirribonucleico), concluindo que todos os homens descendem de um único homem que viveu na África Oriental. Uma matéria sobre o assunto, publicada em uma das últimas páginas do jornal O Globo de 25 de dezembro de 2002, dizia: "Ciência estuda: o verdadeiro Adão viveu na África. Cientistas sustentam que a humanidade descende de um ancestral comum". Portanto, todos os seres humanos descendem de um ancestral comum.

Esse fato é anunciado na Bíblia há milhares de anos. Em gênesis, vemos que Deus criou Adão e, a partir dele, Eva. Desse casal descende toda humanidade. Em outras palavras, a Bíblia é a Palavra de Deus revelada ao homem. Nela, está a verdade infalível e absoluta de quem conhece todas as coisas.

É por isto que cremos no que é revelado na Bíblia! É por isto que temos convicção de que o mundo e tudo o que nele há foi criado por Deus, como afirma a teoria criacionista. É por isso também que não cremos em evolucionismo. Porque tudo o que é revelado na Bíblia passa no teste da veracidade ao longo dos séculos, e só poderia ter sido revelado por Alguém que conhece muito bem a Sua criação, o passado, o presente, o futuro; Alguém Todo-poderoso que estabeleceu as leis que regem o universo e sabe exatamente como elas funcionam.

Nós, cristãos, assim como os judeus, cremos que as Escrituras Sagradas são a revelação de Deus para o homem saber que nada surgiu por obra do acaso. Todo o universo foi criado pela sabedoria e onipotência de Deus. (2)

2. Obra Prima de Deus. Finda a criação dos Céus e da Terra, Deus coroou Sua criação com a formação do homem - “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”(Gn 1:24b). O verbo “fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo criador dos demais seres.

Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do planeta, no Oriente, no sítio do jardim do Éden ou do Paraíso, o Deus Pai, o Deus Filho e Deus Espírito Santo se reuniram solenemente para fazer surgir o novo ser, o homem à imagem e semelhança de Deus, obra prima da criação, que haveria de revolucionar toda a criação.

Em Gn 1:26-30, encontramos o homem feito à imagem de Deus: (a) um ser espiritual apto para a imortalidade, v. 26b; (b) um ser moral que tem a semelhança de Deus, v. 27; (c) um ser intelectual com a capacidade de razão e de governo, vv. 26c, 28-30.

a) O ser humano original. Em seu estado original, o homem foi feito por Deus pouco menor do que os anjos, coroado de glória e de honra (Sl 8:5). Isso fica evidente na concessão dada pelo Senhor para que o homem domine sobre todas as demais criaturas (Gn 1:28).

O homem foi criado tendo uma parte material e outra imaterial. Assim, uma visão correta acerca do ser humano, há de abordar tanto o seu corpo como a sua parte espiritual.

b) A constituição do homem.

 



 
De acordo com as Sagradas Escrituras, segundo os textos de 1Ts 5:23 e Hb 4:12, a natureza humana é constituída por espírito, alma e corpo. São três partes diferentes, com funções diferentes e uma não substitui a função da outra. Embora não seja fácil explicar a tricotomia humana, ela, todavia, é uma realidade.

O corpo é a parte física, material e visível, onde entra em contato com as coisas materiais, através dos cinco sentidos: ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar.

O espírito e a alma compõem a parte imaterial, invisível e substancial do homem.

A alma é a sede da personalidade humana, relaciona o ser consigo mesmo e dá vida ao corpo; Na alma está as emoções, vontade, centro decisório, sentimentos.

O espírito é o elemento singular do homem, relaciona o ser com Deus. A função do espírito é entender as coisas espirituais, as coisas de Deus, é a ligação com os céus, é o canal de comunicação com Deus.

Logo, o relacionamento do homem é tríplice: horizontal, central e vertical. No horizontal, o corpo relaciona-se com o mundo físico; no central, a alma relaciona-se consigo mesma; no vertical, o espírito relaciona-se com Deus.

Então, um homem para ser um homem completo, tem que ter as três partes. Quando usa cada parte, as outras não ficam isoladas, todas se interagem entre si normalmente. Quando adoro a Deus estou O adorando todo inteiro, apesar de ser uma função específica do espírito. Quando estou correndo ou comendo estou por inteiro, mas são funções do corpo. Quando estou pensando, usando o meu intelecto, estou agindo diretamente com a alma, mas estão lá o meu corpo e o meu espírito. Portanto, espírito, alma e corpo (tricotomia), se distinguem, mas compõem apenas um ser – o homem.

Portanto, do ponto de vista das Escrituras, não há nada mais grandioso do que a criação do homem, único ser que Deus fez à Sua imagem e semelhança para refletir a Sua glória. Essa semelhança do homem com Deus diz respeito à Sua imagem natural e moral, não é física, pois Deus é espírito e não tem corpo (João 4:24).

A imagem de Deus no homem revela os aspectos que o determinam como ser humano:

·  Personalidade - a humanidade é o símbolo vivo de Deus na terra e foi criada para representar o Seu reino e do­mínio (Gn 1:26-28). Nenhuma criatura, além do homem, assemelha-se aos padrões de comportamento e sentimento humanos, os quais derivam do Criador. Assim como Deus é um ser pessoal (Êx 3:14; João 8:58), o homem é dotado de personalidade; por isso o homem pensa, sente e toma decisões.

·  Espiritualidade - Deus é espírito e concedeu ao homem espiritualidade (João 4:24). Por tal razão, o espírito humano tem anseios por seu Criador (Sl 130:6), sem o qual se sente incompleto e angustiado (Sl 9:9).

·  Moralidade - o homem é um ser moral, com plena capa­cidade de distinguir entre o certo e o errado (Gn 3:22a; Am 5:14). Tal capacidade abrange o livre-arbítrio e as responsabilidades decorrentes das suas escolhas (Js 24:15; Sl 18:20). As escolhas morais possibilitam o aperfeiçoamento constante e a aproximação de Deus (Mt 5:48).

·  Racionalidade - Deus, ser supremo em conhecimento e sabedoria, transmitiu ao homem Sua própria inteligência (Ec 1:16; Jó 38:36). Somente o homem foi criado como um ser racional, que elabora teorias, desenvolve técnicas e usa o seu raciocínio para planejar, criar, inventar, fazer história e promover mudanças.

II.  A GRANDE TRAGÉDIA


1. A Queda (Gn 3:1-12).  De acordo com as Escrituras Sagradas, Deus pôs o homem no Éden para lavrá-lo e guarda-lo (Gn 2:25). Essa não era a única finalidade, pois sabemos que a presença do homem na Terra tem o sentido de adoração e glorificação ao Criador. O Senhor ordenou ao homem que ele poderia comer de toda a árvore do Jardim, com exceção de uma, a árvore da ciência do bem e do mal, que era, na verdade, um meio de prova, posto por Ele para que Adão e Eva exercessem a sua liberdade de modo consciente.

Em sua bondade, Deus deu o direito e a liberdade de o homem apropriar-se de todos os frutos do Jardim, exceto dos produzidos pela árvore proibida. Mas o homem desprezou a benção de Deus em cada árvore, em cada fruto, em cada folha – milhares de bênçãos -, e resolveu dar ouvidos à do Diabo. Este enganou a mulher, dando-lhe a entender que poderia desobedecer a Deus sem sofrer as consequências do pecado.

Sabemos que Eva foi enganada por sua própria concupiscência (Tg 1:14b). Satanás fez do amargo, doce; e do doce, amargo (cf. Is 5:20). E a mulher compartilhou o pecado com seu marido, e ambos caíram, perdendo a imagem e a semelhança originais do Criador.

Antes da Queda, o homem possuía uma estrutura físico-espiritual excepcional. Tinha conhecimento profundo de Deus; comunhão direta com o Criador; bênçãos da presença dEle no Jardim, paz, segurança e alegria, decorrente do relacionamento direto, sem intermediários, com o Criador; conhecimento e bem-estar físico inigualável, sem doença, distúrbios emocionais ou físicos; desconhecimento do medo; conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa; conhecimento da realidade social e do trabalho, de modo útil e satisfatório (Gn 2:15).

As consequências da Queda

a)  O Pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos Romanos: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5:12). A morte física se tornou, então, a consequência natural da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu na eterna separação de Deus. O Criador foi enfático, no Jardim: "Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17).

b) O pecado afetou a vida espiritual do homem. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).
Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi a perda da imagem de Deus em sua vida. Isto implicou, essencialmente, no rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador, e causou-lhe a "morte espiritual", no momento exato que pecou.

c) Somos herdeiros da corrupção moral de Adão (Rm 5:12). Vários textos bíblicos indicam este fato, mas destacaremos apenas o que Paulo escreveu: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12). Outro texto diz: "Pela ofensa de um só, a morte reinou" (Rm 5:17).

2. Descendentes e destruição. Três filhos de Adão e Eva são mencionados na Bíblia: Caim, Abel e Sete. Os três tiveram destinos diferentes. Com relação aos dois primeiros, Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim tornou-se lavrador. Ao fim de algum tempo, ambos resolveram oferecer um sacrifício a Deus. Caim levou alguns frutos do solo, mas quanto a Abel, ele ofereceu o melhor dos seus carneiros. Deus se agradou da oferta de Abel, mas não a de Caim.

A rejeição da oferta de Caim não decorre do fato de ter sido feita de vegetais ou de ter sido uma oferta incruenta, mas a Bíblia é clara ao afirmar que Caim era do maligno (1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não teve aceita a sua oferta. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1:2-20; Mt 5:21-26).

Caim era o filho primogênito de Adão e Eva, portanto deveria ser uma pessoa que tivesse um relacionamento especial com Deus, vez que toda a humanidade estaria sob sua influência e domínio. Contudo, a Bíblia nos mostra que Caim preferiu afastar-se de Deus e toda a civilização nascida deste homem acabou por perecer.

Caim foi recebido em seu lar como uma bênção de Deus e assim poderia ter sido se tivesse buscado servir a Deus. Todavia, a Bíblia relata que seu modo de vida não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a oferta apresentada por Caim.

Caim construiu toda uma civilização alheia a Deus, um protótipo do sistema de vida que a humanidade construiria durante a sua história, sistema de vida que a Bíblia denomina de "mundo" e até de "Babilônia".

Mais tarde, Eva deu à luz outro filho a quem chamou de Sete e este também passou a produzir a sua descendência. Embora em Gênesis não seja mencionada quem teria sido a esposa de Sete, é confirmado que o patriarca teve como filho Enos, aos 105 anos, e morreu aos 912 anos, gerando filhos e filhas. Pelos cálculos a respeito da vida dos patriarcas, significa que Sete teria alcançado o arrebatamento de Enoque e o nascimento de Noé. Segundo Gênesis 4:26, com o nascimento de Enos, os homens passaram a invocar a Deus.

3. Dilúvio.Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra”(Gn 6:13). “Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará”(Gn 6:17).

O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo ímpio e impenitente. Deus havia se arrependido de ter criado a raça humana (Gn 6:3-6) e resolveu destruir tudo o que fez. Mas ao ver a fidelidade de Noé (Gn 6:9) resolveu fazer com ele uma aliança (Gn 6:18) para através de sua vida e da preservação de espécies restaurar toda sua criação. Noé correspondeu ao pacto de Deus, crendo nele e na sua Palavra (Hb 11:7). Sua fé foi demonstrada quando ele “temeu”  e quando construiu a arca e entrou nela (Gn 6:22; 7:7; 1Pe 3:21).

O dilúvio aconteceu e Deus salvou aqueles animais e a família de Noé, apenas oito pessoas, formando 4 casais que seriam uma família fiel a Deus.

O apóstolo Pedro refere-se ao dilúvio para relembrar a seus leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas agora por fogo (2Pe 3:10). Tal julgamento resultará no derramamento da ira de Deus sobre os ímpios, como nunca houve na história (Mt 24:21).

Deus conclama os crentes atuais, assim como Ele fez com Noé na antiguidade, para avisarem os não-salvos sobre esse dia terrível e instar com eles para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de Cristo, e assim sejam salvos.



III. UMA NOVA HISTÓRIA


1. Aliança com Noé. A salvação do grande Dilúvio foi celebrada com um sacrifício. Noé fez um altar e ofereceu um sacrifício ao Senhor (Gn 8:20) que aceitou sua oferta e marcou sua aliança com todo o universo (Gn 8:21,22), com os animais (Gn 9.2,3 e 10), com a humanidade (Gn 9:9-17) e com a família de Noé (Gn 9:1).

Aliança é um pacto, um acordo ou trato, a diferença é que não tem prazo de vencimento a menos que uma das partes quebre o contrato. Toda aliança apresenta o contrato com as partes, tem bênçãos pela obediência, maldições pela desobediência, exige sacrifício de sangue (Gn 9:5) e tem um sinal visível para servir de memorial (Gn 9:12-16). O arco-íris foi o sinal de Deus e o memorial perpétuo da sua promessa, no sentido de nunca mais Ele destruir todos os habitantes da terra com um dilúvio. O arco-íris deve nos lembrar da misericórdia de Deus e da sua fidelidade à sua Palavra.



 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Povos Antigos. Quando terminou o dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e foram abençoados por Deus e povoaram novamente a Terra.

O capítulo 10 de Gênesis mostra os descendentes dos filhos de Noé. O propósito deste capítulo é revelar como todas as nações e povos da terra descendem de Noé e dos seus filhos, após o dilúvio (Gn 10:32).

- 10:2-5 - Os filhos de Jafé. Aqui são alistados os descendentes de Jafé, que emigraram para o norte e se estabeleceram nas terras costeiras dos mares negro e Cáspio. Foram os progenitores dos medos, dos gregos e das raças brancas da Europa e da Ásia.

- 10:6-20 - Os filhos de Cam. Aqui são alistados os descendentes de Cam, os quais se fixaram na Arábia meridional, no Egito meridional, na orla oriental do mar mediterrâneo e na costa setentrional da África. Os descendentes de Cam: Cuxe(etíopes), Mizraim(egípcios), Pute (líbios) e Canaã (palestinos). Os descendentes de Canaã (vv. 15-19) estabeleceram-se num território que denominou-se Canaã, território este que posteriormente se tornou a pátria do povo judeu.

- 10:21-31 – Os filhos de Sem. Aqui são alistados os descendentes de Sem, que se estabeleceram na Arábia e nas terras do vale do tigre e do Eufrates, no oriente médio. Foram os progenitores dos hebreus, assírios, sírios, elamitas, caldeus e lídios.

Os descendentes de Sem povoaram as regiões asiáticas, desde as praias do Mediterrâneo até o oceano Índico, ocupando a maior parte do território entre Jafé e Cam. Foi dentre eles que Deus escolheu o seu povo, cuja história constitui o tema central das Sagradas Escrituras.

Os descendentes de Cam foram notavelmente poderosos no princípio da história do mundo antigo. Constituíam a base dos povos que mais relações travaram com os hebreus, seja como amigos, seja como inimigos. Eles estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da Arábia e na Mesopotâmia. Canaã, neto de Noé, foi amaldiçoado por Noé porque Cam, seu pai, viu Noé nu, após este ter se embriagado; de acordo com a maldição, Canaã seria servo de Sem e de Jafé.

Os descendentes de Jafé formaram os povos indo-europeus, ou arianos. Embora não tivessem sobressaído na história antiga, tornaram-se nas raças dominantes do mundo moderno.



 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO


A origem da humanidade remete ao Criador, revelando aspectos de Seu caráter e personalidade (Hb 11:3). Todas as coisas vieram à existência por um ato da graça e da soberania de Deus (Sl 33:9; 102:25). Essa confissão de fé é vital para cumprir o propósito da criação, que é o de existir para louvor e glória do Criador (Sl 69:34).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

Estudos Sistemáticos – CPAD

Estudos Sistemáticos –

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

(1) Adaptado do Livro: “Criação x Evolução – Quem está com a verdade?” – Silas Maalafaia.

(2) Adaptado do Livro: “Criação x Evolução – Quem está com a verdade?” – Silas Maalafaia.