quinta-feira, 11 de julho de 2013

A ORIGEM DA HUMANIDADE


EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTINUADA


Subsídio Teológico para Lição nº 2

 

Texto Básico: Gn 1:26-28

 

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33:9).

INTRODUÇÃO


No Livro de Gênesis, capítulos 1 a 11, vemos a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus Todo-poderoso. Deus criou o Universo do nada. Essa proposição é conhecida como criacionismo, o qual conceitua que a origem do mundo e da humanidade está conectado à verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1:1; Sl 90). A Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas, inclusive do ser humano (Ec 3:11). Deus criou o homem com o propósito de abençoá-lo e de manter com ele um relacionamento sadio (Gn 2:9; Sl 11:4; Sl 115:15). Portanto, não pode a criatura viver independentemente do Criador (Dt 30:19).

I. NO PRINCIPIO


“No princípio, criou Deus os céus e a terra”(Gn 1:1).

1. Criacionistas. Os criacionistas defendem a existência de um Criador de todas as coisas e que houve uma ação direta dele num tempo determinado para que tudo no universo fosse criado. Para os criacionistas, existe um Agente externo responsável pela criação de todas as coisas completas e acabadas. Esse Agente externo é Deus.

Deus criou o Universo do nada. A narrativa do primeiro capitulo de Gênesis deve ser entendida à luz do contexto bíblico. E o ponto de partida da criação é: “No principio criou Deus os céus e a Terra”(Gn 1:1). Deus trouxe o Universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberania e livre vontade.

“Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33:9).

Nós cremos que toda a natureza, o universo e o próprio homem são obras do Criador. Por que cremos que o mundo foi criado por Deus? Simplesmente porque a Palavra de Deus as­sim o diz.

“Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11:3).

Cremos e aceitamos todos os testemunhos respaldados pelas declarações na Bíblia Sagrada, que comunica aos homens os desígnios, as ações e verdades relativas a Deus e à Sua criação.

“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4:11).

O QUE DIZEM OS EVOLUCIONISTAS?


Os evolucionistas sustentam que a matéria é eterna e dela se originou todas as coisas, até as vidas mais complexas, e que o universo é resulta­do do Big bang, uma explosão que teria ocorrido há bilhões e bilhões de anos e originado todas as galáxias e as várias formas de vida (vegetal, animal e humana). O matemático e astrofísico da Universidade de Cambridge, Sthephen Hawking, em seu livro “Uma Breve História do Universo”, defende um ponto de vista semelhante. Segundo ele, o universo teria surgido a partir de uma grande explosão.

O pastor Silas Malafaia, em seu livro Criação x Evolução, diz que o Dr. Mareei Schvvartzemberg, professor da Universidade de Paris, fez um cálculo sobre a real possibilidade de a evolução ser um fato científico, e verificou que há uma chance de dez elevado a dois bilhões de zeros. Isto significa que não existe chance nenhuma. A despeito disso, para os evolucionistas, a evolução ocorreu e o processo é tão lento que não pode ser observado.

Pergunta-se:

Se o que não pode ser observado e experimentado não pode ser considerado científico, como os evolucionistas chegaram à conclusão de que há bilhões e bilhões de anos houve uma explosão que originou o universo? Eis a primeira divergência entre a teoria evolucionista e o método científico; afinal, há bilhões de anos não havia ninguém para testemunhar essa possível explosão. Logo, a teoria evolucionista não passa de uma especulação. E, como tal, não está de acordo com os critérios de observação e experimentação estipulados pelo método científico.

Reforçando, o Big bang é uma teoria concebida pela mente engenhosa dos cientistas; algo que não pode ser cientificamente comprovado. Logo, a linha de raciocínio defendida pelos evolucionistas sobre a origem do universo não pode ter valor científico. É apenas mais uma teoria; uma especulação. (1)

EVIDÊNCIAS DE QUE EXISTE UM CRIADOR: DEUS


Ainda conforme o pastor Silas Malafaia, há evidências na natureza e em todas as coisas criadas, especialmente no ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, de que existe um Criador onisciente e onipotente que projetou tudo o que existe, cuidando de cada detalhe dessa complexa e inter-relacionada criação. Vejamos algumas evidências, dentre muitas.

a) A natureza manifesta a glória de Deus. Você já parou para refletir sobre a grandeza do universo? Já se deu conta de sua complexidade e de seus mistérios? Ao lermos a história da criação na Bíblia, verificamos que a Terra foi sabiamente criada por Deus e que não é obra do acaso a posição dela no sistema solar, de forma que durante o dia ela fosse iluminada pelos raios do Sol e à noite peia lua e as estrelas.

- A distância da Terra em relação ao Sol. O planeta Terra está a uma distância média do Sol de aproximadamente 149,1 milhões de quilômetros. O suficiente para a manutenção da vida animal e vegetal. Porém, se estivesse à mesma distância de Vênus (108,2 milhões de quilômetros) ou de Mercúrio (57.910 milhões de quilômetros) em relação ao Sol, certamente a vida animal e vegetal seria queimada pelo calor. A distância da Terra em relação ao Sol não é uma obra do acaso!

- Se a Terra tivesse a mesma distância que tem os planetas Marte (227.940 milhões de quilômetros), ou de Plutão (591.3520 milhões de quilômetros), em relação ao sol, o frio seria tão intenso que não poderia existir vida.

- A atmosfera terrestre. Ela possui uma espessura ideal para impedir que milhões de meteoritos penetrem nela a uma velocidade de 30 mil quilômetros por hora. Já imaginou se a Terra não tivesse uma densidade atmosférica adequada? Naturalmente, sofreríamos diariamente um bombardeio de meteoros que mataria toda a vida animal e vegetal. Esta proteção é obra do acaso?

- A distância da Terra  em relação à Lua. Já parou para pensar por que a lua está a uma distância de 384 mil quilômetros da Terra? Se este satélite natural estivesse a pelo menos 80 mil km de nós, as águas do mar, devido ao fluxo das marés, inundariam os continentes duas vezes por dia. A distância da lua em relação à Terra não é uma obra do acaso!

- E se a Terra tivesse o mesmo tamanho da Lua? Se o diâmetro da Terra fosse igual ao da lua, ela não teria capacidade para "reter" as águas e tão ­pouca atmosfera.

- E o que aconteceria se a Terra tivesse o dobro de seu tamanho? Se a Terra fosse duas vezes maior, a pressão atmosférica seria tão violenta que tornaria impossível a existência de vida em nosso planeta. O diâmetro da Terra não é uma obra do acaso! Foi calculado e estipulado com perfeição por Deus!

- E a rotação da Terra? Um giro completo que a Terra dá em torno de seu próprio eixo cor­responde a um dia de 24 horas. Se esse tempo de rotação fosse diminuído em um décimo, os dias e as noites seriam dez vezes mais longos, o Sol queimaria toda a vegetação durante o dia, e nenhum ser vivo resistiria ao frio excessivo da noite. O tempo de rotação da Terra também não é obra do acaso!

Sabe por que tudo que existe não é obra do acaso? Porque foi Deus quem criou e Ele mesmo deu testemunho disto:

“Ainda antes que houvesse dia, eu sou...”(Isaías 43:13). “Eu fiz a Terra e criei nela o homem, eu o Senhor o fiz, as minhas mãos estenderam os céus e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens”(Isaías 45:12).

É impossível, após constatar a grandeza do universo, concluir que a natureza é uma obra do acaso! O universo deve ser entendido como obra engenhosa, uma obra sabiamente planejada pelo Criador. É o projeto de um Deus tremendo, pode­roso, incomparável, único e absoluto!

b) A complexidade da criação aponta para a grandiosidade do Criador. Não é apenas o universo que é complexo. Cada coisa, cada vida, por mais simples que pareça, possui uma complexidade tão grande que, por mais que se estude a respeito dela sempre fica algo por saber.

-  Atente, por exemplo, para a estrutura de uma ameba (animal unicelular que somente pode ser visto com o auxílio do microscópio). Apesar de sua estrutura ser simples, comparada a de outros organismos multicelulares, as informações genéticas sobre uma ameba seriam capazes de preencher mais de mil vezes a Enciclopédia Britânica.

- E o cérebro humano? É outro exemplo da sabedoria criadora de Deus. O cérebro é uma estrutura extremamente complexa. Pesando em média 1,4 kg nos homens e nas mulheres 1, 2kg, esse potente "microcomputador'' possui cerca de cem bilhões de neurônios com incalculáveis ramificações interligadas. Nenhuma empresa no mundo tem estrutura suficiente para criar uma rede de comunicação capaz de armazenar um número de informações tão grandes como o cérebro. Essa "máquina" perfeita seria obra do acaso? A resposta obviamente é não!

c) A criação da luz cósmica. Até um tempo atrás, acreditava-se que a luz que ilumina nosso planeta provinha do sol, mas a Cosmologia(a ciência que estuda os astros e planetas), comprovou que a luz é uma unidade mais antiga e independente. Apesar de esta ser uma descoberta moderna, há mais de cinco mil anos essa verdade é proclamada na Bíblia. Em Gênesis 1:3-5,14-19, vemos que, no primeiro dia, Deus criou a luz e, no quarto, criou o sol e a lua. Sendo a luz mais antiga que o sol, não provém desse astro.

d) formato arredondado da Terra. Um outro fato interessante. Antes do humanismo e do advento das ciências, acreditava-se que a Terra era plana e o centro do universo. Pessoas eram excomungadas da igreja e até queimadas se dissessem o contrário. Contudo, a Bíblia já proclama este fato há muito tempo. Em Isaías 40:2, é dito que o Senhor estava assentado sobre o globo (arc), ou círculo, da Terra. Este texto foi escrito em hebraico há aproximadamente 2.700 anos. Já nessa época a Bíblia falava que a Terra era redonda!

e) E quanto ao Genoma humano? O Projeto Genoma Humano, criado em 1990 com o apoio de 18 países, inclusive do Brasil, mapeou bilhões de bases químicas de DNA (Ácido Desoxirribonucleico), concluindo que todos os homens descendem de um único homem que viveu na África Oriental. Uma matéria sobre o assunto, publicada em uma das últimas páginas do jornal O Globo de 25 de dezembro de 2002, dizia: "Ciência estuda: o verdadeiro Adão viveu na África. Cientistas sustentam que a humanidade descende de um ancestral comum". Portanto, todos os seres humanos descendem de um ancestral comum.

Esse fato é anunciado na Bíblia há milhares de anos. Em gênesis, vemos que Deus criou Adão e, a partir dele, Eva. Desse casal descende toda humanidade. Em outras palavras, a Bíblia é a Palavra de Deus revelada ao homem. Nela, está a verdade infalível e absoluta de quem conhece todas as coisas.

É por isto que cremos no que é revelado na Bíblia! É por isto que temos convicção de que o mundo e tudo o que nele há foi criado por Deus, como afirma a teoria criacionista. É por isso também que não cremos em evolucionismo. Porque tudo o que é revelado na Bíblia passa no teste da veracidade ao longo dos séculos, e só poderia ter sido revelado por Alguém que conhece muito bem a Sua criação, o passado, o presente, o futuro; Alguém Todo-poderoso que estabeleceu as leis que regem o universo e sabe exatamente como elas funcionam.

Nós, cristãos, assim como os judeus, cremos que as Escrituras Sagradas são a revelação de Deus para o homem saber que nada surgiu por obra do acaso. Todo o universo foi criado pela sabedoria e onipotência de Deus. (2)

2. Obra Prima de Deus. Finda a criação dos Céus e da Terra, Deus coroou Sua criação com a formação do homem - “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”(Gn 1:24b). O verbo “fazer”, na primeira pessoa do imperativo, no plural, denota que o Criador não estava sozinho, na criação do homem. A compreensão humana não alcança a grandeza daquele momento único e singular, totalmente distinto de todo processo criador dos demais seres.

Apesar disso, pode-se entender que, num ponto do planeta, no Oriente, no sítio do jardim do Éden ou do Paraíso, o Deus Pai, o Deus Filho e Deus Espírito Santo se reuniram solenemente para fazer surgir o novo ser, o homem à imagem e semelhança de Deus, obra prima da criação, que haveria de revolucionar toda a criação.

Em Gn 1:26-30, encontramos o homem feito à imagem de Deus: (a) um ser espiritual apto para a imortalidade, v. 26b; (b) um ser moral que tem a semelhança de Deus, v. 27; (c) um ser intelectual com a capacidade de razão e de governo, vv. 26c, 28-30.

a) O ser humano original. Em seu estado original, o homem foi feito por Deus pouco menor do que os anjos, coroado de glória e de honra (Sl 8:5). Isso fica evidente na concessão dada pelo Senhor para que o homem domine sobre todas as demais criaturas (Gn 1:28).

O homem foi criado tendo uma parte material e outra imaterial. Assim, uma visão correta acerca do ser humano, há de abordar tanto o seu corpo como a sua parte espiritual.

b) A constituição do homem.

 



 
De acordo com as Sagradas Escrituras, segundo os textos de 1Ts 5:23 e Hb 4:12, a natureza humana é constituída por espírito, alma e corpo. São três partes diferentes, com funções diferentes e uma não substitui a função da outra. Embora não seja fácil explicar a tricotomia humana, ela, todavia, é uma realidade.

O corpo é a parte física, material e visível, onde entra em contato com as coisas materiais, através dos cinco sentidos: ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar.

O espírito e a alma compõem a parte imaterial, invisível e substancial do homem.

A alma é a sede da personalidade humana, relaciona o ser consigo mesmo e dá vida ao corpo; Na alma está as emoções, vontade, centro decisório, sentimentos.

O espírito é o elemento singular do homem, relaciona o ser com Deus. A função do espírito é entender as coisas espirituais, as coisas de Deus, é a ligação com os céus, é o canal de comunicação com Deus.

Logo, o relacionamento do homem é tríplice: horizontal, central e vertical. No horizontal, o corpo relaciona-se com o mundo físico; no central, a alma relaciona-se consigo mesma; no vertical, o espírito relaciona-se com Deus.

Então, um homem para ser um homem completo, tem que ter as três partes. Quando usa cada parte, as outras não ficam isoladas, todas se interagem entre si normalmente. Quando adoro a Deus estou O adorando todo inteiro, apesar de ser uma função específica do espírito. Quando estou correndo ou comendo estou por inteiro, mas são funções do corpo. Quando estou pensando, usando o meu intelecto, estou agindo diretamente com a alma, mas estão lá o meu corpo e o meu espírito. Portanto, espírito, alma e corpo (tricotomia), se distinguem, mas compõem apenas um ser – o homem.

Portanto, do ponto de vista das Escrituras, não há nada mais grandioso do que a criação do homem, único ser que Deus fez à Sua imagem e semelhança para refletir a Sua glória. Essa semelhança do homem com Deus diz respeito à Sua imagem natural e moral, não é física, pois Deus é espírito e não tem corpo (João 4:24).

A imagem de Deus no homem revela os aspectos que o determinam como ser humano:

·  Personalidade - a humanidade é o símbolo vivo de Deus na terra e foi criada para representar o Seu reino e do­mínio (Gn 1:26-28). Nenhuma criatura, além do homem, assemelha-se aos padrões de comportamento e sentimento humanos, os quais derivam do Criador. Assim como Deus é um ser pessoal (Êx 3:14; João 8:58), o homem é dotado de personalidade; por isso o homem pensa, sente e toma decisões.

·  Espiritualidade - Deus é espírito e concedeu ao homem espiritualidade (João 4:24). Por tal razão, o espírito humano tem anseios por seu Criador (Sl 130:6), sem o qual se sente incompleto e angustiado (Sl 9:9).

·  Moralidade - o homem é um ser moral, com plena capa­cidade de distinguir entre o certo e o errado (Gn 3:22a; Am 5:14). Tal capacidade abrange o livre-arbítrio e as responsabilidades decorrentes das suas escolhas (Js 24:15; Sl 18:20). As escolhas morais possibilitam o aperfeiçoamento constante e a aproximação de Deus (Mt 5:48).

·  Racionalidade - Deus, ser supremo em conhecimento e sabedoria, transmitiu ao homem Sua própria inteligência (Ec 1:16; Jó 38:36). Somente o homem foi criado como um ser racional, que elabora teorias, desenvolve técnicas e usa o seu raciocínio para planejar, criar, inventar, fazer história e promover mudanças.

II.  A GRANDE TRAGÉDIA


1. A Queda (Gn 3:1-12).  De acordo com as Escrituras Sagradas, Deus pôs o homem no Éden para lavrá-lo e guarda-lo (Gn 2:25). Essa não era a única finalidade, pois sabemos que a presença do homem na Terra tem o sentido de adoração e glorificação ao Criador. O Senhor ordenou ao homem que ele poderia comer de toda a árvore do Jardim, com exceção de uma, a árvore da ciência do bem e do mal, que era, na verdade, um meio de prova, posto por Ele para que Adão e Eva exercessem a sua liberdade de modo consciente.

Em sua bondade, Deus deu o direito e a liberdade de o homem apropriar-se de todos os frutos do Jardim, exceto dos produzidos pela árvore proibida. Mas o homem desprezou a benção de Deus em cada árvore, em cada fruto, em cada folha – milhares de bênçãos -, e resolveu dar ouvidos à do Diabo. Este enganou a mulher, dando-lhe a entender que poderia desobedecer a Deus sem sofrer as consequências do pecado.

Sabemos que Eva foi enganada por sua própria concupiscência (Tg 1:14b). Satanás fez do amargo, doce; e do doce, amargo (cf. Is 5:20). E a mulher compartilhou o pecado com seu marido, e ambos caíram, perdendo a imagem e a semelhança originais do Criador.

Antes da Queda, o homem possuía uma estrutura físico-espiritual excepcional. Tinha conhecimento profundo de Deus; comunhão direta com o Criador; bênçãos da presença dEle no Jardim, paz, segurança e alegria, decorrente do relacionamento direto, sem intermediários, com o Criador; conhecimento e bem-estar físico inigualável, sem doença, distúrbios emocionais ou físicos; desconhecimento do medo; conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa; conhecimento da realidade social e do trabalho, de modo útil e satisfatório (Gn 2:15).

As consequências da Queda

a)  O Pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos Romanos: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5:12). A morte física se tornou, então, a consequência natural da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu na eterna separação de Deus. O Criador foi enfático, no Jardim: "Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17).

b) O pecado afetou a vida espiritual do homem. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).
Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi a perda da imagem de Deus em sua vida. Isto implicou, essencialmente, no rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador, e causou-lhe a "morte espiritual", no momento exato que pecou.

c) Somos herdeiros da corrupção moral de Adão (Rm 5:12). Vários textos bíblicos indicam este fato, mas destacaremos apenas o que Paulo escreveu: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12). Outro texto diz: "Pela ofensa de um só, a morte reinou" (Rm 5:17).

2. Descendentes e destruição. Três filhos de Adão e Eva são mencionados na Bíblia: Caim, Abel e Sete. Os três tiveram destinos diferentes. Com relação aos dois primeiros, Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim tornou-se lavrador. Ao fim de algum tempo, ambos resolveram oferecer um sacrifício a Deus. Caim levou alguns frutos do solo, mas quanto a Abel, ele ofereceu o melhor dos seus carneiros. Deus se agradou da oferta de Abel, mas não a de Caim.

A rejeição da oferta de Caim não decorre do fato de ter sido feita de vegetais ou de ter sido uma oferta incruenta, mas a Bíblia é clara ao afirmar que Caim era do maligno (1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não teve aceita a sua oferta. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1:2-20; Mt 5:21-26).

Caim era o filho primogênito de Adão e Eva, portanto deveria ser uma pessoa que tivesse um relacionamento especial com Deus, vez que toda a humanidade estaria sob sua influência e domínio. Contudo, a Bíblia nos mostra que Caim preferiu afastar-se de Deus e toda a civilização nascida deste homem acabou por perecer.

Caim foi recebido em seu lar como uma bênção de Deus e assim poderia ter sido se tivesse buscado servir a Deus. Todavia, a Bíblia relata que seu modo de vida não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a oferta apresentada por Caim.

Caim construiu toda uma civilização alheia a Deus, um protótipo do sistema de vida que a humanidade construiria durante a sua história, sistema de vida que a Bíblia denomina de "mundo" e até de "Babilônia".

Mais tarde, Eva deu à luz outro filho a quem chamou de Sete e este também passou a produzir a sua descendência. Embora em Gênesis não seja mencionada quem teria sido a esposa de Sete, é confirmado que o patriarca teve como filho Enos, aos 105 anos, e morreu aos 912 anos, gerando filhos e filhas. Pelos cálculos a respeito da vida dos patriarcas, significa que Sete teria alcançado o arrebatamento de Enoque e o nascimento de Noé. Segundo Gênesis 4:26, com o nascimento de Enos, os homens passaram a invocar a Deus.

3. Dilúvio.Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra”(Gn 6:13). “Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará”(Gn 6:17).

O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo ímpio e impenitente. Deus havia se arrependido de ter criado a raça humana (Gn 6:3-6) e resolveu destruir tudo o que fez. Mas ao ver a fidelidade de Noé (Gn 6:9) resolveu fazer com ele uma aliança (Gn 6:18) para através de sua vida e da preservação de espécies restaurar toda sua criação. Noé correspondeu ao pacto de Deus, crendo nele e na sua Palavra (Hb 11:7). Sua fé foi demonstrada quando ele “temeu”  e quando construiu a arca e entrou nela (Gn 6:22; 7:7; 1Pe 3:21).

O dilúvio aconteceu e Deus salvou aqueles animais e a família de Noé, apenas oito pessoas, formando 4 casais que seriam uma família fiel a Deus.

O apóstolo Pedro refere-se ao dilúvio para relembrar a seus leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas agora por fogo (2Pe 3:10). Tal julgamento resultará no derramamento da ira de Deus sobre os ímpios, como nunca houve na história (Mt 24:21).

Deus conclama os crentes atuais, assim como Ele fez com Noé na antiguidade, para avisarem os não-salvos sobre esse dia terrível e instar com eles para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de Cristo, e assim sejam salvos.



III. UMA NOVA HISTÓRIA


1. Aliança com Noé. A salvação do grande Dilúvio foi celebrada com um sacrifício. Noé fez um altar e ofereceu um sacrifício ao Senhor (Gn 8:20) que aceitou sua oferta e marcou sua aliança com todo o universo (Gn 8:21,22), com os animais (Gn 9.2,3 e 10), com a humanidade (Gn 9:9-17) e com a família de Noé (Gn 9:1).

Aliança é um pacto, um acordo ou trato, a diferença é que não tem prazo de vencimento a menos que uma das partes quebre o contrato. Toda aliança apresenta o contrato com as partes, tem bênçãos pela obediência, maldições pela desobediência, exige sacrifício de sangue (Gn 9:5) e tem um sinal visível para servir de memorial (Gn 9:12-16). O arco-íris foi o sinal de Deus e o memorial perpétuo da sua promessa, no sentido de nunca mais Ele destruir todos os habitantes da terra com um dilúvio. O arco-íris deve nos lembrar da misericórdia de Deus e da sua fidelidade à sua Palavra.



 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Povos Antigos. Quando terminou o dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e foram abençoados por Deus e povoaram novamente a Terra.

O capítulo 10 de Gênesis mostra os descendentes dos filhos de Noé. O propósito deste capítulo é revelar como todas as nações e povos da terra descendem de Noé e dos seus filhos, após o dilúvio (Gn 10:32).

- 10:2-5 - Os filhos de Jafé. Aqui são alistados os descendentes de Jafé, que emigraram para o norte e se estabeleceram nas terras costeiras dos mares negro e Cáspio. Foram os progenitores dos medos, dos gregos e das raças brancas da Europa e da Ásia.

- 10:6-20 - Os filhos de Cam. Aqui são alistados os descendentes de Cam, os quais se fixaram na Arábia meridional, no Egito meridional, na orla oriental do mar mediterrâneo e na costa setentrional da África. Os descendentes de Cam: Cuxe(etíopes), Mizraim(egípcios), Pute (líbios) e Canaã (palestinos). Os descendentes de Canaã (vv. 15-19) estabeleceram-se num território que denominou-se Canaã, território este que posteriormente se tornou a pátria do povo judeu.

- 10:21-31 – Os filhos de Sem. Aqui são alistados os descendentes de Sem, que se estabeleceram na Arábia e nas terras do vale do tigre e do Eufrates, no oriente médio. Foram os progenitores dos hebreus, assírios, sírios, elamitas, caldeus e lídios.

Os descendentes de Sem povoaram as regiões asiáticas, desde as praias do Mediterrâneo até o oceano Índico, ocupando a maior parte do território entre Jafé e Cam. Foi dentre eles que Deus escolheu o seu povo, cuja história constitui o tema central das Sagradas Escrituras.

Os descendentes de Cam foram notavelmente poderosos no princípio da história do mundo antigo. Constituíam a base dos povos que mais relações travaram com os hebreus, seja como amigos, seja como inimigos. Eles estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da Arábia e na Mesopotâmia. Canaã, neto de Noé, foi amaldiçoado por Noé porque Cam, seu pai, viu Noé nu, após este ter se embriagado; de acordo com a maldição, Canaã seria servo de Sem e de Jafé.

Os descendentes de Jafé formaram os povos indo-europeus, ou arianos. Embora não tivessem sobressaído na história antiga, tornaram-se nas raças dominantes do mundo moderno.



 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO


A origem da humanidade remete ao Criador, revelando aspectos de Seu caráter e personalidade (Hb 11:3). Todas as coisas vieram à existência por um ato da graça e da soberania de Deus (Sl 33:9; 102:25). Essa confissão de fé é vital para cumprir o propósito da criação, que é o de existir para louvor e glória do Criador (Sl 69:34).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

Estudos Sistemáticos – CPAD

Estudos Sistemáticos –

Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.

(1) Adaptado do Livro: “Criação x Evolução – Quem está com a verdade?” – Silas Maalafaia.

(2) Adaptado do Livro: “Criação x Evolução – Quem está com a verdade?” – Silas Maalafaia.

2 comentários:

  1. A Paz amado, quanto esclarecimento numa só postagem, o que mais dizer diante de tão precioso estudo.
    Creio sinceramente que nasci para adorar a Deus e O glorifico por ter enviado o Seu Filho Jesus, para morrer a minha morte e me conceder a vida eterna.
    Que privilégio é poder estar na presença dAquele que é a nossa própria vida.

    Parabéns pelo blog e pelas mensagens publicadas.

    A propósito, caso ainda não esteja seguindo o meu blog deixo aqui o convite, acesse o link abaixo:

    Fruto do Espírito

    Minha Fan Page

    P.S. Convido a conhecer o blog do irmão J.C.de Araújo Jorge.
    Mensagens atuais, algumas polêmicas, porém abençoadoras...
    Acesse e confira:
    Discípulo de Cristo

    Em Cristo,
    ***Lucy***

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  2. Prezados, depois do advento da Biologia Molecular, o Evolucionismo está morto.

    Darwin não podia sequer pensar no que esta ciência iria mostrar, a perfeição, a sincronização, o milagre de engenharia das proteínas levado ao extremo.

    Um vídeo de exemplo:

    https://www.youtube.com/watch?v=7sRZy9PgPvg

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