Este é um blog evangelizador. Sua principal missão é divulgar o Evangelho genuíno de Jesus Cristo. Contém subsídios para Lições da Escola Bíblica Dominical, destinados a todos que se interessarem em otimizar suas aulas, concernentes aos tópicos propostos nas lições bíblicas da CPAD. "Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino”(Rm.12:7).
sábado, 10 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Aula 02 – A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
4º Trimestre/2015
Texto Base: Salmos 104:1-14
“Pela fé, entendemos que os mundos,
pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi
feito do que é aparente” (Hb 11:3)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, estudaremos sobre a criação dos
Céus e da Terra, um fato histórico que aconteceu exatamente como está escrito
no Livro de Gênesis. Por que Deus criou tudo isto? Simplesmente porque Ele é
livre para criar, e seu propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele
manifesta para sua criação. Ao criar o universo, não significa que Deus
precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24:1). Ele
criou todas as coisas para manifestação da sua glória (Salmos 19:1-5; Is 6:3; 43:7).
A criação da Terra foi aplaudida pelos anjos, os quais foram criados antes da
criação do mundo material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os
filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38: 4,7).
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
O criacionismo bíblico é a doutrina segundo
a qual Deus criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a
Terra, os reinos vegetal e animal, e finalmente o ser humano (Hb 11:3). Diferentes
teorias, através dos tempos, foram levantadas por mentes incrédulas e
perniciosas, no intuito de ofuscar o criacionismo bíblico. Dentre tais teorias
destacou-se o evolucionismo, a abordagem, sem fundamento científico, proposta
por Charles Darwin (1809-1882).
1. Evolucionismo. O
evolucionismo ensina que a matéria é eterna, preexistente. A partir daí,
mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a
existir. Propõe uma visão determinista, na qual o meio torna-se o selecionador
da melhor variedade dentre os seres. Entretanto, essa teoria é simplesmente uma
hipótese sem evidência científica. Não há nenhuma evidência, nem sequer no
registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu
doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a declaração da
Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (Gn
1:21,24,25).
Segundo o método científico, toda conclusão
deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem
ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi
idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da
origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do
desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às
mais complexas.
A
evolução, em todas as áreas, é coisa do homem, por ser imperfeito. Exemplos:
- No mundo marítimo, o
homem, primeiro deve ter flutuado sobre as águas, agarrado num tronco de madeira.
Depois fez do tronco uma canoa, uma jangada, uma barcaça, um navio à vela ou
movido à remos; chegou, depois de muito tempo, ao grande transatlântico. A
construção naval evoluiu.
- No campo aeronáutico, do
14 Bis de Santos Dummont ao “Concorde” dos franceses, foram mais de 50 anos de
evolução.
Os
evolucionistas se enganam por não conhecerem Deus, nem sua perfeição, nem o seu
poder criativo.
2.
Criacionismo. Em Gênesis 1 a 11, Moisés descreve, com
objetividade, a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus
Todo-Poderoso. Segundo o conceito criacionista, a origem do mundo conecta-se à
verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1:1; Ex
20:11; Sl 90). Logo, a Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento
acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas (Ec 3:11).
O Deus trino e eterno criou o universo e o sustenta por intermédio do Seu poder
soberano (João 1:1-3; Cl 1:16,17; Hb 11:3).
Três
verbos hebraicos são usados para traduzir a ação criativa de
Deus no Antigo Testamento: barah, asah
e yatzar.
·
Barah –
indica a ação criadora de Deus. Em relação às coisas, transmite a ideia de
criar do nada. Em relação ao homem, criar a partir de material preexistente (Gn
1:1,27; 5:1a).
·
Asah –
relaciona-se à criação a partir de material preexistente (Gn 1:11,12,31; 5:1b).
·
Yatzar –
significa modelar, dar forma, finalizar (Gn 2:7,22).
O Altíssimo tudo
criou a partir da sua Palavra. Ele, simplesmente, disse: “Haja”, e os elementos
vieram à existência (Gn 1:3; Sl 33:6). Por sua ordem, o sistema solar e os
reinos, vegetal e animal, ganharam vida. Veja, em resumo, o quadro
demonstrativo da criação:
1º
dia
|
Luz
(dia e noite).
|
Gn
1:3-5
|
O AMBIENTE PROPÍCIO PARA
A VIDA
|
2º
dia
|
Céu,
atmosfera e mares.
|
Gn
1:6-8
|
|
3º
dia
|
Terra
e vida vegetal.
|
Gn
1:9-13
|
VIDA
VEGETAL
|
4º
dia
|
Os corpos celestes que
iluminam a Terra.
|
Gn
1:14-19
|
|
5º
dia
|
Os animais do mar e as
aves
|
Gn
1:20-23
|
VIDA
ANIMAL
|
6º
dia
|
Os mamíferos, os répteis
e o homem.
|
Gn
1:24,25
|
3. Propósito e alvo da criação. Deus
criou os Céus e a Terra: (1)
a) para manifestação da sua glória, majestade
e poder. Davi diz: “Os céus
manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”
(Sl 19:1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado – desde a imensa expansão
do universo, à beleza e à ordem da natureza – ficamos tomados de temor
reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
b) para receber a glória e a honra que lhe são
devidas. Todos os elementos da natureza – por exemplo, o sol e a lua, as
árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as
montanhas, os animais e as aves – rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98:7-9;
148:1-10).
c) para prover um lugar onde o seu propósito e
alvo para a humanidade fossem cumpridos:
- Deus
criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o
ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino
e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que
possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com
fé, lealdade e gratidão.
- Deus
desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás
conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer aos
seus mandamentos, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das
consequências do pecado (cf. Gn 3:15). Daí Deus teria um povo para sua própria
possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em
retidão e santidade diante dEle (Is 60:21; 61:1-3; Ef 1:11,12; 1Pe 2:9).
- A
culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde
João descreve o fim da história com estas palavras: “... com eles habitará, e
eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap
21:3).
II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO, DOS
CÉUS E OS ANJOS
No “princípio” Deus criou perfeitamente todo
o cosmos (Gn 1:1). Criou também o tempo, o espaço, os Céus e os anjos, e a
Terra sem forma e vazia.
1.
O tempo. Gênesis 1:1 convida todos nós à história. A
criação foi um ato temporal de Deus. Não consta de forma verbal na Bíblia, mas
pode-se afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a
obra divina somente poderia ser concretizada no âmbito temporal.
A declaração de que a criação foi um ato
temporal não significa restringir ou confinar Deus ao tempo, porque Ele está
fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na
verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo (cf. Mt
19:4,5; Mc 10:6; João 1:1,2; Hb 1:10).
A pergunta que costumeiramente é feita,
quando se estuda sobre o tempo da criação, é: “em quanto tempo Deus criou o
mundo?”. Há cinco teorias principais
sobre a interpretação dos seis dias da criação: (2)
- A
teoria do dia pictórico. Esta teoria afirma que os seus dias
mencionados no livro de Gênesis sãos os seis dias durante os quais Deus revelou
a Moisés os eventos da criação. Mas a Bíblia relata a criação de maneira clara,
simples e histórica como relata quaisquer outros eventos. Interpretar o texto
desta forma exige o abandono de todos os princípios exegéticos.
- A
teoria do hiato. Esta teoria afirma que Gênesis 1:1
descreve uma criação original que foi seguida pela queda de Satanás e pelo
grande juízo. Supõe-se que Gênesis 1:2, então, seja uma descrição da recriação
ou restauração que ocorreu. Êxodo 20:11 ensina que todo o universo, incluindo
os céus e a terra (Gn 1:1), foi criado no período de seis dias, mencionado no
primeiro capítulo de Gênesis.
- A
teoria do dia intermitente. Esta teoria afirma que os dias
mencionados são dias literais, mas que são separados por longos períodos (até
mesmo milhões de anos). Contudo, a menos que toda a atividade criativa seja
limitada aos dias literais, esta interpretação é uma contradição direta ao
texto de Êxodo 20:11.
- A
teoria do dia-era. Esta teoria afirma que a palavra yôm, que é o termo hebraico para “dia”,
é usada para se referir a períodos de extensão indefinida, e não dias literais.
Embora seja um significado viável para o vocábulo (Lv 14:2,9,10), não é o mais
comum. Logo, o sentido vernacular não é fundamento suficiente para sustentar essa
teoria.
- A
teoria do dia literal. Esta teoria afirma que este é o
significado claro do texto: o universo foi criado em seis dias literais. Os
vários esforços para unir o relato bíblico da criação e a evolução não são
respaldados nem mesmo pelas várias teorias de hiato, porque a ordem da criação
está em oposição direta às interpretações da ciência moderna (por exemplo, a
criação das árvores antes da luz). A expressão “dia e noite” indica dias
literais (cf. Dn 8:14, onde a mesma expressão em hebraico é traduzida como
“tardes e manhãs”).
Conquanto a teoria dos dias literais seja a mais aceita pelos cristãos e judeus, a Bíblia,
porém, não especifica a duração desses períodos de tempo. A questão real não é
quanto tempo levou, mas como Deus criou. Ele criou a Terra de forma sistemática
(não criou as plantas antes da luz), e criou homem e mulher como seres únicos,
capazes de comunicar-se com Ele. Nenhuma outra parte da criação possui este privilégio.
Portanto, não importa em quanto tempo Deus fez o mundo, se em alguns dias ou
alguns milhões de anos; o importante é que Ele o criou exatamente como
desejava.
Muitas Bíblias destacam notas sobre a
cronologia da Terra, mas isto não faz parte originalmente da Bíblia. Muitos
dizem que a criação ocorreu em 4004 a.C. Um arcebispo chamado Usher chegou a
esta conclusão a partir do cálculo dos anos que atravessam as genealogias
patriarcais (Gn 5; Gn 11). Uma comparação destas genealogias com as contidas
nos Evangelhos revelará que as genealogias não são completas por desígnio, nem
nos foram fornecidas para que calculássemos o intervalo de tempo entre vários
eventos na história antiga do homem. Elas apresentam alguns nomes
significativos, e omitem outros. Portanto, não podem ser usadas para
estabelecer a data da criação. A época mais antiga a partir da qual podemos
calcular anos civis com uma precisão aproximada é a época de Abraão.
2.
O espaço. Deus criou o espaço a fim de conter a sua
obra, que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O
Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim.
Até mesmo os anjos, criaturas de Deus, acham-se condicionados ao aspecto
temporal e espacial, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.
3.
A Terra ainda informe. “E
a terra era sem forma e vazia...”(Gn 1:2). No original hebraico, esta
expressão dá a ideia de um lugar ermo. Esta frase significa algo desordenado,
como estava desordenada a terra de Israel por causa do pecado (Jr 4:23-27).
Segundo estudiosos, isto se refere à Terra
como um lugar vazio, isto é, um lugar improdutivo e inacabado. O estado da
Terra reflete uma situação na qual não estava produzindo vida. A preocupação da
narrativa é com a vida: aves, animais e vegetação.
“Alguns teólogos entendem este texto como
uma referência ao ato da recriação, mas sem base suficiente na Bíblia para
garantir esta ideia. Os que defendem estra teoria, ensinam que entre Gênesis
1:1 e 1:2, houve um cataclismo geológico, provocado pela queda e Satanás
perante o Criador. Mas, parece-nos que a narrativa da criação nada tem a ver
com isso, pois trata-se de um relato dos atos criativos de Deus, que eliminou o
caos que envolvia a Terra, ‘sem forma e
vazia’” (LBM, p. 13, CPAD. 1995).
A
Bíblia de Scofield afirma que a condição da Terra, em Gn 1:2,
é o resultado de juízo, razão pela qual interpreta o verbo hãyãh como “tornou-se”.
Contudo, a estrutura hebraica de Gn 1:2 é disjuntiva, descrevendo o resultado
da criação descrita em Gn 1:1. A expressão “sem
forma e vazia” é frequentemente mal interpretada em função das
possibilidades de sua tradução. Estas palavras não descrevem o caos, mas o
vazio. Uma tradução melhor seria “sem forma e desocupada”. (3)
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O Espírito Santo na criação. “... o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas” (Gn 1:2); “E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1:26).
A imagem do Espírito Santo de Deus movendo-se sobre a face da terra é
semelhante a um pássaro-mãe cuidando dos seus filhotes e protegendo-os (ver Dt
32:11,12; Is 31:5). O Espírito de Deus, portanto, estava envolvido ativamente
na criação do mundo (ver Jó 33:4; Sl 104:30). O cuidado e a proteção de Deus
ainda são uma realidade.
2.
Tarefas ordenadas. A afirmação de que a “a terra era sem forma e vazia” provê o
cenário para a narrativa da criação que se segue. Durante o segundo e o
terceiro dia, Deus deu forma ao universo; nos três dias seguintes, Ele encheu a
Terra com seres viventes. As trevas foram dispersas no primeiro dia, quando
Deus criou a luz.
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ (Gn 1:3-5)
A Bíblia declara
ousadamente que “No princípio, criou Deus
os céus e a terra” (Gn1:1). Todavia, a Terra não estava pronta para o homem
(coroa da criação), ainda estava sem forma e vazia, a despeito da atividade
Onipotente do Espírito Santo, que se movia continuamente sobre a face das águas
(Gn 1:2). E o primeiro ato de Deus, no primeiro dia, foi a criação da luz.
“E
disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus
separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou
Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro”.
Deus fez aparecer a luz cósmica, pelo poder
da sua Palavra, quando disse: “haja luz,
e houve luz”. O mundo estava debaixo da escuridão total, mas o Criador fez
surgir a luz, mesmo antes de aparecer o Sol. Em Gênesis 1:4, lemos: “e fez Deus
separação entre a luz e as trevas”. Havia, de fato, uma densa acumulação de
neblina e vapor, os quais envolvia a Terra, e, por isso, existia uma total
escuridão. Quando surgiu a luz, as trevas foram vencidas pelo poder da
claridade que se espalhou sobre a expansão das águas. No versículo 5, a luz foi
chamada “dia” e as trevas, “noite”.
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS (Gn 1:6-8)
“E
disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e
águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam
debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. E
chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo”.
Parece que, antes do segundo dia, a terra
estava completamente imersa numa camada espessa de água, talvez em forma de vapor
carregado. Esta vasta cortina líquida e nebulosa cobria a Terra e impedia que a
luz solar a vencesse. Ela impedia o planeta a um juízo de trevas impenetráveis.
No segundo dia, Deus dividiu essa camada em duas partes: uma parte cobriu a terra,
e a outra formou as nuvens, e entre elas surgiu o firmamento ou “expansão”. “E
chamou Deus à expansão [firmamento] céus”, isto é, o espaço imediatamente acima
da superfície do planeta (não o espaço estelar, nem o terceiro Céu, onde Deus
habita). Gênesis 1:20 deixa claro que o céu se refere ao espaço onde voam as
aves – “...e voem as aves sobre a face da expansão dos céus”.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL (Gn 1:
9-13).
“E
disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção
seca. E assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das
águas chamou Mares. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Produza a terra erva
verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua
espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra
produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera,
cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a
tarde e a manhã: o dia terceiro”.
O terceiro ato de Deus diz respeito à
formação de um futuro ambiente ou habitat para o homem, que seria formado no
sexto dia. Primeiramente, Deus ajuntou as águas que cobriam o planeta e fez
aparecer a porção seca, criando assim a Terra
e os Mares. Alguns arqueólogos
acreditam que, originalmente, “a porção
seca” fosse um só continente; isto realmente combina com o texto sagrado: “... e
apareça a porção seca...” (Gn 1:9). Não diz: as porções secas.
Após isso, Deus fez surgir todos os tipos de
plantas e árvores na Terra. A parte seca, hoje, disposta no planeta em cinco
continentes, foi capacitada para produzir toda a vegetação em forma de ervas variadas
que dão sementes e árvores frutíferas. Estes elementos vitais da vegetação
seriam os produtores de alimentos para a sobrevivência dos seres vivos.
- “... conforme a sua espécie...”.
Não há espécie de vida à parte do desígnio e ato criativo de Deus. Ele queria
que a vegetação servisse como alimento para formas de vidas mais elevadas (cf
Gn 1:29,30).
- A
fotossíntese. Cabe aqui uma indagação: “como a vegetação
poderia vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser
criado no quarto dia?”. O sol não é a única fonte de luz no universo. Além
disso, é possível que ele já existisse desde o primeiro dia, tendo somente
aparecido ou se feito visível (com a dissipação da neblina) no quarto dia.
Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é possível ver o sol. Portanto,
não há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência.
Afinal, aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico
como a fotossíntese?
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR (Gn
1:14-19)
“E
disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o
dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias
e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E
assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar
o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os
pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a noite,
e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. E foi a
tarde e a manhã: o dia quarto”.
Somente no quarto dia Deus criou os luzeiros
no firmamento dos céus (o sol, a lua e as estrelas) para iluminarem a Terra e
servirem no estabelecimento do calendário.
“Não há contradição entre o relato do
primeiro e o quarto dia, quando ambos os textos relativos falam do aparecimento
da luz. A diferença é que, no primeiro dia (Gn 1:3-5), Deus ordena o surgimento
da luz; e no quarto dia (Gn 1:14-19), organiza o sistema solar. Neste dia,
surgem o Sol e a Lua, e os astros celestes”(LBM, p. 13, CPAD. 1995). Enquanto
nos mitos do antigo Oriente Próximo o sol e a lua são as principais divindades,
aqui são objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem à
humanidade.
“Tudo está pronto para a sobrevivência
animal. Há água portável, comida e o ciclo das estações. No versículo 14,
começa, de fato, a contagem do tempo, pois os luminares surgidos no firmamento
celeste, Sol e Lua, fazem a diferença entre o dia e a noite” (LBM, p. 13, CPAD.
1995).
Deus criou o sistema solar para funcionar
perfeitamente, conforme Deus declarou através do profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz
do dia e as leis fixas à luz e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar
e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 31:35).
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL (Gn
1:20-26)
- “E disse Deus: Produzam as águas
abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão
dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo réptil de alma vivente que as
águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e toda ave de asas
conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se
multipliquem na terra. E foi a tarde e a manhã: o dia quinto” (1:20-23).
- “E disse Deus: Produza a terra alma vivente
conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua
espécie. E assim foi. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua
espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a
sua espécie. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança...” (1:24-26).
Somente
depois de o ambiente natural estar devidamente preparado é que Deus criou, no
quinto e sexto dias, os animais aquáticos e terrestres. O criador agiu de forma
sábia, lógica, em seus desígnios.
1. Quinto
dia (Gn 1:20-23). No quinto dia, Deus povoou as águas com
peixes; e a Terra, com aves e insetos. A palavra traduzida por “aves” significa
“seres que voam”, incluindo morcegos e provavelmente insetos alados. A ordem
divina no versículo 20 é: “Produzam as águas abundantemente...”.
A água não tem o poder de geração espontânea. Ela produz vida somente por meio
da palavra eficaz de Deus.
2.
Sexto dia (Gn 1:24-26). Nos
versículos 24 a 25, Deus criou os animais e répteis. A lei biológica da
reprodução aparece repetidamente com as palavras “conforme a sua espécie”.
Tanto no mundo animal como vegetal, foram feitos de acordo com o seu gênero e
espécie e com a capacidade de reproduzir-se por gerações sem fim. Deste modo,
podemos testemunhar que as diferentes famílias de animais e plantas
conservam-se, desde sua criação até o dia de hoje.
O
versículo 26 diz que Deus criou o homem. Ele é a
obra-prima da criação; a coroa da criação. Quando Deus disse: “Façamos o
homem”, Ele desejava criar um ser distinto de todas as demais criaturas
terrestres; alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimento, e fosse
capaz de representá-lo sobre a Terra. Por esta razão, Ele criou o homem “à sua
imagem e semelhança”. De certa forma, o homem partilha características
semelhantes com o Senhor: Deus é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), e
o homem é um ser tripartite (corpo, alma e espírito). Como Deus, o homem possui
intelecto, juízo moral, poder de se comunicar com os outros e uma natureza
emocional que transcende seus instintos. Não há indicação de semelhança física
no texto. Ao contrário dos animais, o homem é um ser criador e adorador, e se
comunica com clareza.
Deus ordenou aos animais e aos seres
humanos: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (1:22,28). A Bíblia
apresenta a origem dos sexos como um ato criativo de Deus (a teoria da evolução
até agora não conseguiu explicar como surgiu os sexos).
Quanto à criação, Deus disse ao homem:
sujeitai-a; dominai; porém não mandou que fosse destruída. A crise atual que
afeta o meio ambiente se deve à ganância, ao egoísmo e à negligência do ser
humano.
CONCLUSÃO
Por sua livre e espontânea vontade, e por
seu poder absoluto, Deus chamou o universo à existência, criando-o a partir do
nada (Êx 20:11; Sl 33:6,9; 102:25; Is 45:12; Jr 10:12; João 1:3; At 14:15;
17:24; Rm 4:17; Cl 1:15-17; Hb 1:10; 11:3; Ap 4:11). Quando se reconhece o
poder absoluto de Deus, é necessário aceitar o seu poder de criar e destruir,
como declaram as Escrituras. O crente deve aceitar essas coisas pela fé (Hb
11:3).
----------
Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O.
Richards
Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
O Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura
Cristã.
Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton.
CPAD.
História de Israel no Antigo Testamento.
Eugene H. Merrill. CPAD.
(1)
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD,1991, p.31).
(2) Bíblia de Estudo PALAVRA CHAVE
–Hebraico e Grego.
(3) Bíblia de Estudo PALAVRA CHAVE
–Hebraico e Grego.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Aula 01 – GÊNESIS, O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA
4º Trimestre/2015
Texto Base: Gênesis 1:1-10,14,26
“No princípio, criou Deus os céus e a
terra” (Gn 1:1).
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando mais um período letivo. Neste 4º trimestre de 2015 estudaremos a respeito do livro de Gênesis. O título Gênesis, vem do grego, e significa “origem”. Foi dado pelos tradutores da Septuaginta, entre o século III a.C. e o século I a.C., em Alexandria. É, portanto, o Livro das Origens ou do começo. Os judeus o chamam de bereshîth - “no princípio” -, que contém o único relato verdadeiro da criação feito pela única pessoa que estava lá: o Criador.
I. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
1. Tema. O
tema do Gênesis faz-se acompanhar de sua reivindicação central: “No princípio, criou Deus...”(Gn 1:1). Efetivamente,
o Livro de Gênesis pode ser considerado "o livro dos começos", porque
é nele que Deus dá notícia ao homem de como tudo começou. Inicia dizendo como
foi criado o mundo e, posteriormente, como foi criado o homem. Também indica
qual foi a primeira ordenação ética para o comportamento do homem e como, pela
desobediência de nossos primeiros pais, entrou o pecado na humanidade, com as
suas primeiras consequências da desobediência do homem. Mostra-nos como começou
a povoação da terra e como foram praticados os primeiros crimes. Em seguida,
demonstra-nos qual foi o primeiro grande juízo sobre a humanidade e como se
recomeçou a vida na Terra. Por fim, apresenta-nos como Deus formou o Seu povo,
Israel, a partir da chamada de Abrão.
É bom ressaltar que a abrangência do Livro
de Gênesis, no tempo, não pode ser quantificada em números. Gênesis informa que,
no princípio, os céus e a terra foram criados. Não se diz que foi a milhares,
milhões ou bilhões de anos - diz, no
princípio. Tentar identificar quando foi esse “princípio” é uma tarefa inglória. Não se pode entender aquilo que o
Espírito de Deus não revelou.
Gênesis, portanto, fala sobre a origem de
tudo - menos de Deus. O Espírito Santo, por meio
de seu servo Moisés, relata a origem de tudo o que há de mais importante: o
homem e a mulher, o matrimônio, o pecado, os sacrifícios, as cidades, o
comércio, a agricultura, a música, a adoração, as línguas, as raças e as nações
do mundo. Tudo isso nos primeiros onze capítulos. Em seguida, os capítulos 12 a
50 narram o surgimento de Israel, nação criada por Deus com o objetivo de se
tornar um microcosmo espiritual a representar todos os povos do planeta. Como
se vê, Gênesis fala sobre a origem de tudo, menos de Deus.
Gênesis não poderia falar da
origem de Deus, porque ele é eterno - “... de
eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90:2). Eterno significa não ter
começo e nem fim. Somente Deus, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
é eterno. Ninguém mais. Todos os demais seres, materiais ou espirituais,
incluindo Satanás, foram criados, ou seja, tiveram uma origem, por isto não são
eternos. Aliás, a Bíblia, em nenhum de seus 31.175 versículos, procura provar a
origem de Deus.
2.
Data. Os estudiosos mais conservadores geralmente datam o
êxodo entre 1445 e 1045 a.C., durante a peregrinação de Israel pelo Sinai.
Portanto, Gênesis provavelmente foi escrito entre 1445 a.C. e a morte de
Moisés, ocorrida cerca de quarenta anos mais tarde. Obviamente, é possível que
esse livro do Pentateuco tenha sido escrito antes do êxodo, uma vez que os
acontecimentos registrados em Gênesis são anteriores a esse grande
acontecimento. Eleger qualquer outra época, como a do pós-exílio babilônico,
por exemplo, é atentar contra as evidências da própria Bíblia. Todos os
profetas quanto os apóstolos têm como certa a autoria mosaica de todo o Pentateuco,
incluindo o Gênesis.
3.
Autoria. Embora haja quem
discorde, aceitamos o antigo ensinamento judaico-cristão de que Gênesis, por
inspiração do Espírito de Deus, foi escrito e compilado por Moisés, servo de
Deus e legislador de Israel. Nenhum homem, por mais sábio e inteligente, jamais
poderia imaginar tudo o que se encontra em Gênesis, principalmente nos seus
primeiros três capítulos. As suas revelações estão muito acima da capacidade
intelectiva de qualquer ser humano.
Obviamente que os fatos narrados
por Moisés lhe são anteriores, mas Moisés os escreveu com base na revelação
divina (cf. Dt 34:10) e, também, em tradições orais obtidas junto aos próprios
hebreus (não nos esqueçamos que sua mãe foi a responsável pela sua educação -
cf. Ex 2:9). Moisés também deve ter se utilizado de registros e histórias
obtidas junto aos arquivos egípcios, pois também foi criado em toda a ciência
daquele povo (cf. At 7:22). Uma possível indicação de Moisés ter utilizado
registros históricos existentes ao escrever Gênesis é a repetida expressão
através do livro: “estas são as gerações
de”, que também admite a tradução: “estas
são as histórias de” (ver Gn 5:1; 6:9; 10:1; 11:10,27; 25:12,19; 36:1,9; 37:2).
II. OBJETIVOS DO GÊNESIS
Gênesis provê um alicerce essencial para o
restante do Pentateuco e para toda a revelação bíblica subsequente. Preserva o
único registro fidedigno a respeito do começo do universo, da humanidade, do
casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das nações, de Israel e da
história da redenção. Foi escrito de conformidade com o propósito de Deus a fim
de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do Antigo Testamento quanto do Novo
Testamento, uma compreensão fundamental de si mesmo, da criação, da raça
humana, da queda, da morte, do julgamento, do concerto e da promessa da
redenção através do descendente de Abraão.
1.
Fortalecer a fé da geração do êxodo. Concordando com Paull
Hoff, o Livro de Gênesis narra como Deus estabeleceu para si um povo. Relata a
infância da humanidade, porém o autor não pretende apresentar a história da
raça toda; destaca apenas os personagens e sucessos que se relacionam com o
plano de redenção através da história. Traça a linhagem piedosa, que transmite
a promessa de Gênesis 3:15, e vai descartando as linhas colaterais, não lhes
dando importância. A história da humanidade vai-se restringindo, cada vez mais,
até que o interesse se concentra em Abraão, pai do povo escolhido. A partir daí
toda a história do Antigo Testamento trata, em grande parte, da história de
Israel. Fala de outras nações, porém o faz incidentalmente e apenas no que se
refere a suas relações com Israel.
Podemos dizer, em síntese, que o Gênesis foi
escrito principalmente para relatar como o Senhor escolheu um povo que levaria
a cabo os propósitos divinos. Essa escolha se revela na forma em que Ele lidou
com os progenitores dos israelitas. O povo de Israel precisava conscientizar-se
de uma grande e absoluta verdade: o mesmo Deus, que criou todas as coisas e se
revelou a Abraão, Isaque e Jacó, era poderoso o bastante para colocá-lo, de
forma definitiva, na Terra Prometida (Ex 3:17). Os israelitas precisavam
entender que a terra de Canaã pertencia-lhes por direito (Gn 12:1;15:18;17:8;
26:3; 28:13; 50:24).
Não obstante, este Deus não o é somente de
Israel, mas do mundo inteiro. Chamou a Abraão, estabeleceu uma aliança com ele
e prometeu-lhe multiplicar sua descendência até convertê-la em uma nação, a
qual seria instalada em Canaã. Qual era o motivo divino ao fazer tudo isto? Que
Israel se constituísse em uma fonte de bênção para "todas as famílias da
terra" (Gn 12:3). Isto é, Deus abençoa um povo para que, depois, este seja
o veículo de bênção universal.
2.
Responder às grandes perguntas da vida. Também, o Livro de
Gênesis tem como objetivo responder as grandes perguntas da vida: “quem fez os Céus e a Terra?”; “de onde viemos?”; “para onde iremos?”.
Se não fosse o Livro de Gênesis, estas e outras perguntas deixariam de serem
respondidas, e seríamos aprisionados tanto pelas fábulas sem fundamento, pelas
mitologias antigas, como pelas modernas, que nos chegam pertinazmente pelos
diversos sistemas de educação e pelos meios de comunicação, travestidas de
ciência.
Concordo com o pr. Claudionor de Andrade
quando diz que a leitura do Livro de Gênesis nunca se fez tão necessário como
nos dias de hoje. Nossas crianças precisam saber quem fez todas as coisas. O
que elas veem não é obra do acaso; é criação divina. Se não formos precavidos,
doutrinas fúteis, como a falaciosa teoria da evolução, lhes roubarão a fé
salvadora.
A verdade inexorável e
indubitável é: todas as coisas vieram à existência por um ato da graça e da
soberania de Deus (Sl 19:1; Sl 33:9; 102:25).
III. O CONTEÚDO DO GÊNESIS
O Livro do Gênesis, que tem 50 capítulos, abrange
uma época muito longa; desde as primeiras origens das coisas até ao
estabelecimento de Israel no Egito. Pode ser dividido, basicamente, em duas
partes, a saber:
1ª parte - trata da origem do mundo, do homem e da civilização (cap. 1 a 11).
É a parte do livro onde há a narrativa da origem do mundo, do homem e da
civilização humana, com o fracasso dos gentios em atender ao chamado de Deus.
Esta primeira parte é considerada, por alguns estudiosos da Bíblia, como um
retrato da humanidade diante de Deus.
2ª
parte - trata da
origem de Israel (cap. 12 a 50). É a parte do livro que nos mostra a
formação de um povo por Deus, diante do fracasso espiritual dos gentios, formação
esta que se dá com a chamada de Abrão (que teria seu nome mudado para Abraão) e
que envolve a história dos patriarcas, ou seja, dos pais da nação israelita
(Abraão, Isaque, Jacó e seus doze filhos). A narrativa encerra-se com a morte
de José, com o povo de Israel formado por dezenas de pessoas, um verdadeiro
clã, habitando o Egito.
Todavia, para efeitos didáticos, neste
tópico, adotou-se uma divisão mais analítica. Dividiu-se o conteúdo de Gênesis
em cinco partes.
1.
Criação (Gn
1-2). Nos dois capítulos iniciais
do Livro de Gênesis é mostrado como vieram a existir os céus, a Terra e a
humanidade. Tudo foi criado por Deus - “No
princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1). Não está escrito que ele começou a criar, mas está escrito que “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Não há como identificar quando
ocorreu esse “princípio”. Não vamos tentar entender o que o Espírito de Deus
não revelou. Pelo que está revelado, sabemos que: Deus é o Criador - “... criou Deus...”. Deus não fez - Deus
criou. Fazer significa construir ou elaborar alguma coisa utilizando-se algo
preexistente, ou seja, matéria prima. O fazer é do homem, mas o criar é de
Deus. Criar significa trazer à existência o que antes não existia, ou seja, do
nada. A matéria não é eterna, como quer a ciência. A matéria teve uma origem -
foi criada por Deus. O capítulo dois
é dedicado à criação do homem e da mulher e à instituição do casamento.
As teorias da "falsamente chamada
ciência" (1Tm 6:20) sempre
procuraram desmentir o Livro de Gênesis, principalmente no que se refere à
narrativa da criação, mas, passados mais de cem anos após o surgimento da
teoria da evolução de Charles Darwin, esta teoria encontra-se desacreditada,
enquanto que, cada vez mais, as pesquisas confirmam a ordem bíblica da criação.
Os achados arqueológicos têm confirmado as narrativas do livro do Gênesis, em
especial, os achados na cidade de Ur dos caldeus e os referentes às
confirmatórias de um dilúvio sobre a face da Terra.
2.
A queda e a degradação humana. Nos capítulos três, quatro
e cinco, vemos como o pecado foi introduzido no mundo e as suas terríveis
consequências. De acordo com as Escrituras Sagradas,
Deus pôs o homem no Éden para lavrá-lo e guardá-lo (Gn 2:25). Essa não era a
única finalidade, pois sabemos que a presença do homem na Terra tem o sentido
de adoração e glorificação ao Criador. O Senhor ordenou ao homem que ele
poderia comer de toda a árvore do Jardim, com exceção de uma, a árvore da
ciência do bem e do mal, que era, na verdade, um meio de prova, posto por Ele
para que Adão e Eva exercessem a sua liberdade de modo consciente.
Em sua
bondade, Deus deu o direito e a liberdade de o homem apropriar-se de todos
os frutos do Jardim, exceto dos produzidos pela árvore proibida. Mas o homem
desprezou a benção de Deus em cada árvore, em cada fruto, em cada folha –
milhares de bênçãos -, e resolveu dar ouvidos aos ardis do Diabo. Este enganou
a mulher, dando-lhe a entender que poderia desobedecer a Deus sem sofrer as
consequências do pecado.
Antes
da Queda, o homem possuía uma estrutura
físico-espiritual excepcional. Tinha comunhão direta com o Criador; bênçãos da
presença dEle no Jardim; paz, segurança e alegria, decorrente do relacionamento
direto, sem intermediários, com o Criador; conhecimento e bem-estar físico
inigualável, sem doença, distúrbios emocionais ou físicos; desconhecimento do
medo; conhecimento interno e externo em relação à sua pessoa; conhecimento da
realidade social e do trabalho, de modo útil e satisfatório (Gn 2:15). Tudo
isso foi perdido por causa do pecado da desobediência.
As
consequências da Queda.
a) O
Pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos Romanos: "Por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5:12). A morte física se tornou, então,
a consequência natural da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu
na eterna separação de Deus. O Criador foi enfático, no Jardim: "Porque no
dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17).
b) O
pecado afetou a vida espiritual do homem. "O
salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).
Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi o rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador.
Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi o rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador.
c) Somos
herdeiros da corrupção moral de Adão (Rm 5:12). Vários textos bíblicos indicam este fato, mas destacaremos apenas
o que Paulo escreveu: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso
que todos pecaram" (Rm 5.12). Outro texto diz: "Pela ofensa de
um só, a morte reinou" (Rm 5:17).
3. O dilúvio (Gn 6-8). Devido
à degradação da raça humana, o Senhor decreta o fim da raça humana - “Então, disse Deus a
Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está
cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra”(Gn 6:13). “Porque
eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em
que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará”(Gn
6:17).
O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo ímpio e
impenitente. Deus resolveu destruir tudo o que fez. Mas, ao ver a fidelidade de
Noé (Gn 6:9) resolveu fazer com ele uma aliança (Gn 6:18) para através de sua
vida e da preservação de espécies restaurar toda sua criação. Noé correspondeu
ao pacto de Deus, crendo nele e na sua Palavra (Hb 11:7). Sua fé foi
demonstrada quando ele “temeu” e quando construiu a arca e entrou nela (Gn
6:22; 7:7; 1Pe 3:21). O dilúvio
aconteceu e Deus salvou animais e a família de Noé, apenas oito pessoas.
O
apóstolo Pedro refere-se ao dilúvio para relembrar a seus
leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas
agora por fogo (2Pe 3:10). Tal julgamento resultará no derramamento da ira de
Deus sobre os ímpios, como nunca houve na história (Mt 24:21).
Deus
conclama os crentes atuais, assim como Ele fez com Noé na antiguidade,
para avisarem os não-salvos sobre esse dia terrível e instar com eles para que
se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de Cristo, e
assim sejam salvos.
4.
O recomeço da civilização (Gn 9-11). Quando
terminou o dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e foram abençoados por
Deus e povoaram novamente a Terra. O capítulo 10 de Gênesis mostra os
descendentes dos filhos de Noé. O propósito deste capítulo é revelar como todas
as nações e povos da terra descendem de Noé e dos seus filhos, após o dilúvio
(Gn 10:32).
- Gn 10:2-5 - Os filhos de Jafé. Aqui
são alistados os descendentes de Jafé, que emigraram para o norte e se
estabeleceram nas terras costeiras dos mares negro e Cáspio. Foram os
progenitores dos medos, dos gregos e das raças brancas da Europa e da Ásia.
- Gn 10:6-20 - Os filhos de Cam. Aqui
são alistados os descendentes de Cam, os quais se fixaram na Arábia meridional,
no Egito meridional, na orla oriental do mar mediterrâneo e na costa
setentrional da África. Os descendentes de Cam: Cuxe(etíopes),
Mizraim(egípcios), Pute (líbios) e Canaã (cananeus). Os descendentes de Canaã (Gn
10:15-19) estabeleceram-se num território que denominou-se Canaã, território
este que posteriormente se tornou a pátria do povo judeu.
- Gn 10:21-31 – Os filhos de Sem. Aqui são alistados os descendentes de Sem, que se estabeleceram
na Arábia e nas terras do vale do Tigre e do Eufrates, no oriente médio. Foram
os progenitores dos hebreus, assírios, sírios, elamitas, caldeus e lídios.
Os descendentes de Sem povoaram as
regiões asiáticas, desde as praias do Mediterrâneo até o oceano Índico,
ocupando a maior parte do território entre Jafé e Cam. Foi dentre eles que Deus
escolheu o seu povo, cuja história constitui o tema central do Livro de Gênesis.
Os descendentes de Cam foram
notavelmente poderosos no princípio da história do mundo antigo. Constituíam a
base dos povos que mais relações travaram com os hebreus, seja como amigos,
seja como inimigos. Eles estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da
Arábia e na Mesopotâmia. Canaã, neto de Noé, foi amaldiçoado por Noé porque
Cam, seu pai, viu Noé nu, após este ter se embriagado; de acordo com a
maldição, Canaã seria servo de Sem e de Jafé.
Os descendentes de Jafé formaram os
povos indo-europeus, ou arianos. Embora não tivessem sobressaído na história
antiga, tornaram-se nas raças dominantes do mundo moderno.
5.
A origem da nação de Israel. A partir do capítulo 12
até ao fim do Livro de Gênesis trata-se da formação da nação de Israel. Israel nasceu através de uma aliança de Deus com Abraão, e
Deus prometeu um lar para essa nação. Quando Deus chamou Abraão para que
deixasse a parentela e fosse para uma determinada terra (Gn 12:1), este foi
para Canaã. Ali, ele peregrinou e criou sua família. O Senhor prometeu que
daria aos descendentes de Abraão "esta terra" (Gn
12:7), e repetiu a promessa para Abraão (Gn 13:14,15,17;17:8), Isaque (Gn 26:3,4)
e Jacó (Gn 28:13). Mas finalmente, por meio da liderança de Josué, Israel
entrou e conquistou a terra. Israel tomou conta de toda a terra que Deus prometera
(Js 21:43,45).
CONCLUSÃO
Em todo o Livro de Gênesis vemos a mão de
Deus em tudo o que Moisés escreveu. Até pequenas sentenças, como a exarada em
Gênesis 1:3 – “haja luz” -, adquirem beleza e ternura em seu instrumento de
escrita. O Livro de Gênesis é tão belo e singular que só podia ser divino.
Escrito há mais de três mil e quatrocentos anos, continua a encantar crianças,
adolescentes, adultos e anciãos. Portanto, Gênesis é uma história real; não é uma
parábola, nem uma coleção de alegorias, como sugerem os liberais e inimigos da
Palavra de Deus. Se o interpretarmos doutra forma, jamais poderemos aceitar,
como verdade, a História da Redenção, diz o pr. Claudionor de Andrade.
---------
Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O.
Richards
Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
O Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis. Bruce
K. Waltke. Editora Cultura Cristã.
Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton.
CPAD.
História de Israel no Antigo Testamento.
Eugene H. Merrill. CPAD.
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