4º Trimestre/2015
Texto Base: Salmos 104:1-14
“Pela fé, entendemos que os mundos,
pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi
feito do que é aparente” (Hb 11:3)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, estudaremos sobre a criação dos
Céus e da Terra, um fato histórico que aconteceu exatamente como está escrito
no Livro de Gênesis. Por que Deus criou tudo isto? Simplesmente porque Ele é
livre para criar, e seu propósito baseia-se no fato da eterna bondade que Ele
manifesta para sua criação. Ao criar o universo, não significa que Deus
precisasse de alguma coisa para si, já que Ele possui tudo (Salmos 24:1). Ele
criou todas as coisas para manifestação da sua glória (Salmos 19:1-5; Is 6:3; 43:7).
A criação da Terra foi aplaudida pelos anjos, os quais foram criados antes da
criação do mundo material, conforme Deus revelou a Jó: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os
filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38: 4,7).
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
O criacionismo bíblico é a doutrina segundo
a qual Deus criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a
Terra, os reinos vegetal e animal, e finalmente o ser humano (Hb 11:3). Diferentes
teorias, através dos tempos, foram levantadas por mentes incrédulas e
perniciosas, no intuito de ofuscar o criacionismo bíblico. Dentre tais teorias
destacou-se o evolucionismo, a abordagem, sem fundamento científico, proposta
por Charles Darwin (1809-1882).
1. Evolucionismo. O
evolucionismo ensina que a matéria é eterna, preexistente. A partir daí,
mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a
existir. Propõe uma visão determinista, na qual o meio torna-se o selecionador
da melhor variedade dentre os seres. Entretanto, essa teoria é simplesmente uma
hipótese sem evidência científica. Não há nenhuma evidência, nem sequer no
registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu
doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a declaração da
Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (Gn
1:21,24,25).
Segundo o método científico, toda conclusão
deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem
ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi
idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da
origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo”, ou do
desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às
mais complexas.
A
evolução, em todas as áreas, é coisa do homem, por ser imperfeito. Exemplos:
- No mundo marítimo, o
homem, primeiro deve ter flutuado sobre as águas, agarrado num tronco de madeira.
Depois fez do tronco uma canoa, uma jangada, uma barcaça, um navio à vela ou
movido à remos; chegou, depois de muito tempo, ao grande transatlântico. A
construção naval evoluiu.
- No campo aeronáutico, do
14 Bis de Santos Dummont ao “Concorde” dos franceses, foram mais de 50 anos de
evolução.
Os
evolucionistas se enganam por não conhecerem Deus, nem sua perfeição, nem o seu
poder criativo.
2.
Criacionismo. Em Gênesis 1 a 11, Moisés descreve, com
objetividade, a atuação do Criador do universo e do homem: o Deus
Todo-Poderoso. Segundo o conceito criacionista, a origem do mundo conecta-se à
verdade bíblica de que, no princípio, Deus criou os céus e a Terra (Gn 1:1; Ex
20:11; Sl 90). Logo, a Palavra de Deus refuta a ideia de um surgimento
acidental e apresenta o Senhor como autor da criação de todas as coisas (Ec 3:11).
O Deus trino e eterno criou o universo e o sustenta por intermédio do Seu poder
soberano (João 1:1-3; Cl 1:16,17; Hb 11:3).
Três
verbos hebraicos são usados para traduzir a ação criativa de
Deus no Antigo Testamento: barah, asah
e yatzar.
·
Barah –
indica a ação criadora de Deus. Em relação às coisas, transmite a ideia de
criar do nada. Em relação ao homem, criar a partir de material preexistente (Gn
1:1,27; 5:1a).
·
Asah –
relaciona-se à criação a partir de material preexistente (Gn 1:11,12,31; 5:1b).
·
Yatzar –
significa modelar, dar forma, finalizar (Gn 2:7,22).
O Altíssimo tudo
criou a partir da sua Palavra. Ele, simplesmente, disse: “Haja”, e os elementos
vieram à existência (Gn 1:3; Sl 33:6). Por sua ordem, o sistema solar e os
reinos, vegetal e animal, ganharam vida. Veja, em resumo, o quadro
demonstrativo da criação:
1º
dia
|
Luz
(dia e noite).
|
Gn
1:3-5
|
O AMBIENTE PROPÍCIO PARA
A VIDA
|
2º
dia
|
Céu,
atmosfera e mares.
|
Gn
1:6-8
|
|
3º
dia
|
Terra
e vida vegetal.
|
Gn
1:9-13
|
VIDA
VEGETAL
|
4º
dia
|
Os corpos celestes que
iluminam a Terra.
|
Gn
1:14-19
|
|
5º
dia
|
Os animais do mar e as
aves
|
Gn
1:20-23
|
VIDA
ANIMAL
|
6º
dia
|
Os mamíferos, os répteis
e o homem.
|
Gn
1:24,25
|
3. Propósito e alvo da criação. Deus
criou os Céus e a Terra: (1)
a) para manifestação da sua glória, majestade
e poder. Davi diz: “Os céus
manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”
(Sl 19:1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado – desde a imensa expansão
do universo, à beleza e à ordem da natureza – ficamos tomados de temor
reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
b) para receber a glória e a honra que lhe são
devidas. Todos os elementos da natureza – por exemplo, o sol e a lua, as
árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as
montanhas, os animais e as aves – rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98:7-9;
148:1-10).
c) para prover um lugar onde o seu propósito e
alvo para a humanidade fossem cumpridos:
- Deus
criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o
ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino
e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que
possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com
fé, lealdade e gratidão.
- Deus
desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás
conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer aos
seus mandamentos, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das
consequências do pecado (cf. Gn 3:15). Daí Deus teria um povo para sua própria
possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em
retidão e santidade diante dEle (Is 60:21; 61:1-3; Ef 1:11,12; 1Pe 2:9).
- A
culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde
João descreve o fim da história com estas palavras: “... com eles habitará, e
eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap
21:3).
II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO, DOS
CÉUS E OS ANJOS
No “princípio” Deus criou perfeitamente todo
o cosmos (Gn 1:1). Criou também o tempo, o espaço, os Céus e os anjos, e a
Terra sem forma e vazia.
1.
O tempo. Gênesis 1:1 convida todos nós à história. A
criação foi um ato temporal de Deus. Não consta de forma verbal na Bíblia, mas
pode-se afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a
obra divina somente poderia ser concretizada no âmbito temporal.
A declaração de que a criação foi um ato
temporal não significa restringir ou confinar Deus ao tempo, porque Ele está
fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na
verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo (cf. Mt
19:4,5; Mc 10:6; João 1:1,2; Hb 1:10).
A pergunta que costumeiramente é feita,
quando se estuda sobre o tempo da criação, é: “em quanto tempo Deus criou o
mundo?”. Há cinco teorias principais
sobre a interpretação dos seis dias da criação: (2)
- A
teoria do dia pictórico. Esta teoria afirma que os seus dias
mencionados no livro de Gênesis sãos os seis dias durante os quais Deus revelou
a Moisés os eventos da criação. Mas a Bíblia relata a criação de maneira clara,
simples e histórica como relata quaisquer outros eventos. Interpretar o texto
desta forma exige o abandono de todos os princípios exegéticos.
- A
teoria do hiato. Esta teoria afirma que Gênesis 1:1
descreve uma criação original que foi seguida pela queda de Satanás e pelo
grande juízo. Supõe-se que Gênesis 1:2, então, seja uma descrição da recriação
ou restauração que ocorreu. Êxodo 20:11 ensina que todo o universo, incluindo
os céus e a terra (Gn 1:1), foi criado no período de seis dias, mencionado no
primeiro capítulo de Gênesis.
- A
teoria do dia intermitente. Esta teoria afirma que os dias
mencionados são dias literais, mas que são separados por longos períodos (até
mesmo milhões de anos). Contudo, a menos que toda a atividade criativa seja
limitada aos dias literais, esta interpretação é uma contradição direta ao
texto de Êxodo 20:11.
- A
teoria do dia-era. Esta teoria afirma que a palavra yôm, que é o termo hebraico para “dia”,
é usada para se referir a períodos de extensão indefinida, e não dias literais.
Embora seja um significado viável para o vocábulo (Lv 14:2,9,10), não é o mais
comum. Logo, o sentido vernacular não é fundamento suficiente para sustentar essa
teoria.
- A
teoria do dia literal. Esta teoria afirma que este é o
significado claro do texto: o universo foi criado em seis dias literais. Os
vários esforços para unir o relato bíblico da criação e a evolução não são
respaldados nem mesmo pelas várias teorias de hiato, porque a ordem da criação
está em oposição direta às interpretações da ciência moderna (por exemplo, a
criação das árvores antes da luz). A expressão “dia e noite” indica dias
literais (cf. Dn 8:14, onde a mesma expressão em hebraico é traduzida como
“tardes e manhãs”).
Conquanto a teoria dos dias literais seja a mais aceita pelos cristãos e judeus, a Bíblia,
porém, não especifica a duração desses períodos de tempo. A questão real não é
quanto tempo levou, mas como Deus criou. Ele criou a Terra de forma sistemática
(não criou as plantas antes da luz), e criou homem e mulher como seres únicos,
capazes de comunicar-se com Ele. Nenhuma outra parte da criação possui este privilégio.
Portanto, não importa em quanto tempo Deus fez o mundo, se em alguns dias ou
alguns milhões de anos; o importante é que Ele o criou exatamente como
desejava.
Muitas Bíblias destacam notas sobre a
cronologia da Terra, mas isto não faz parte originalmente da Bíblia. Muitos
dizem que a criação ocorreu em 4004 a.C. Um arcebispo chamado Usher chegou a
esta conclusão a partir do cálculo dos anos que atravessam as genealogias
patriarcais (Gn 5; Gn 11). Uma comparação destas genealogias com as contidas
nos Evangelhos revelará que as genealogias não são completas por desígnio, nem
nos foram fornecidas para que calculássemos o intervalo de tempo entre vários
eventos na história antiga do homem. Elas apresentam alguns nomes
significativos, e omitem outros. Portanto, não podem ser usadas para
estabelecer a data da criação. A época mais antiga a partir da qual podemos
calcular anos civis com uma precisão aproximada é a época de Abraão.
2.
O espaço. Deus criou o espaço a fim de conter a sua
obra, que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O
Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim.
Até mesmo os anjos, criaturas de Deus, acham-se condicionados ao aspecto
temporal e espacial, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.
3.
A Terra ainda informe. “E
a terra era sem forma e vazia...”(Gn 1:2). No original hebraico, esta
expressão dá a ideia de um lugar ermo. Esta frase significa algo desordenado,
como estava desordenada a terra de Israel por causa do pecado (Jr 4:23-27).
Segundo estudiosos, isto se refere à Terra
como um lugar vazio, isto é, um lugar improdutivo e inacabado. O estado da
Terra reflete uma situação na qual não estava produzindo vida. A preocupação da
narrativa é com a vida: aves, animais e vegetação.
“Alguns teólogos entendem este texto como
uma referência ao ato da recriação, mas sem base suficiente na Bíblia para
garantir esta ideia. Os que defendem estra teoria, ensinam que entre Gênesis
1:1 e 1:2, houve um cataclismo geológico, provocado pela queda e Satanás
perante o Criador. Mas, parece-nos que a narrativa da criação nada tem a ver
com isso, pois trata-se de um relato dos atos criativos de Deus, que eliminou o
caos que envolvia a Terra, ‘sem forma e
vazia’” (LBM, p. 13, CPAD. 1995).
A
Bíblia de Scofield afirma que a condição da Terra, em Gn 1:2,
é o resultado de juízo, razão pela qual interpreta o verbo hãyãh como “tornou-se”.
Contudo, a estrutura hebraica de Gn 1:2 é disjuntiva, descrevendo o resultado
da criação descrita em Gn 1:1. A expressão “sem
forma e vazia” é frequentemente mal interpretada em função das
possibilidades de sua tradução. Estas palavras não descrevem o caos, mas o
vazio. Uma tradução melhor seria “sem forma e desocupada”. (3)
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O Espírito Santo na criação. “... o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas” (Gn 1:2); “E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1:26).
A imagem do Espírito Santo de Deus movendo-se sobre a face da terra é
semelhante a um pássaro-mãe cuidando dos seus filhotes e protegendo-os (ver Dt
32:11,12; Is 31:5). O Espírito de Deus, portanto, estava envolvido ativamente
na criação do mundo (ver Jó 33:4; Sl 104:30). O cuidado e a proteção de Deus
ainda são uma realidade.
2.
Tarefas ordenadas. A afirmação de que a “a terra era sem forma e vazia” provê o
cenário para a narrativa da criação que se segue. Durante o segundo e o
terceiro dia, Deus deu forma ao universo; nos três dias seguintes, Ele encheu a
Terra com seres viventes. As trevas foram dispersas no primeiro dia, quando
Deus criou a luz.
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ (Gn 1:3-5)
A Bíblia declara
ousadamente que “No princípio, criou Deus
os céus e a terra” (Gn1:1). Todavia, a Terra não estava pronta para o homem
(coroa da criação), ainda estava sem forma e vazia, a despeito da atividade
Onipotente do Espírito Santo, que se movia continuamente sobre a face das águas
(Gn 1:2). E o primeiro ato de Deus, no primeiro dia, foi a criação da luz.
“E
disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus
separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou
Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro”.
Deus fez aparecer a luz cósmica, pelo poder
da sua Palavra, quando disse: “haja luz,
e houve luz”. O mundo estava debaixo da escuridão total, mas o Criador fez
surgir a luz, mesmo antes de aparecer o Sol. Em Gênesis 1:4, lemos: “e fez Deus
separação entre a luz e as trevas”. Havia, de fato, uma densa acumulação de
neblina e vapor, os quais envolvia a Terra, e, por isso, existia uma total
escuridão. Quando surgiu a luz, as trevas foram vencidas pelo poder da
claridade que se espalhou sobre a expansão das águas. No versículo 5, a luz foi
chamada “dia” e as trevas, “noite”.
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS (Gn 1:6-8)
“E
disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e
águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam
debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. E
chamou Deus à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo”.
Parece que, antes do segundo dia, a terra
estava completamente imersa numa camada espessa de água, talvez em forma de vapor
carregado. Esta vasta cortina líquida e nebulosa cobria a Terra e impedia que a
luz solar a vencesse. Ela impedia o planeta a um juízo de trevas impenetráveis.
No segundo dia, Deus dividiu essa camada em duas partes: uma parte cobriu a terra,
e a outra formou as nuvens, e entre elas surgiu o firmamento ou “expansão”. “E
chamou Deus à expansão [firmamento] céus”, isto é, o espaço imediatamente acima
da superfície do planeta (não o espaço estelar, nem o terceiro Céu, onde Deus
habita). Gênesis 1:20 deixa claro que o céu se refere ao espaço onde voam as
aves – “...e voem as aves sobre a face da expansão dos céus”.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL (Gn 1:
9-13).
“E
disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção
seca. E assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das
águas chamou Mares. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Produza a terra erva
verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua
espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra
produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera,
cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a
tarde e a manhã: o dia terceiro”.
O terceiro ato de Deus diz respeito à
formação de um futuro ambiente ou habitat para o homem, que seria formado no
sexto dia. Primeiramente, Deus ajuntou as águas que cobriam o planeta e fez
aparecer a porção seca, criando assim a Terra
e os Mares. Alguns arqueólogos
acreditam que, originalmente, “a porção
seca” fosse um só continente; isto realmente combina com o texto sagrado: “... e
apareça a porção seca...” (Gn 1:9). Não diz: as porções secas.
Após isso, Deus fez surgir todos os tipos de
plantas e árvores na Terra. A parte seca, hoje, disposta no planeta em cinco
continentes, foi capacitada para produzir toda a vegetação em forma de ervas variadas
que dão sementes e árvores frutíferas. Estes elementos vitais da vegetação
seriam os produtores de alimentos para a sobrevivência dos seres vivos.
- “... conforme a sua espécie...”.
Não há espécie de vida à parte do desígnio e ato criativo de Deus. Ele queria
que a vegetação servisse como alimento para formas de vidas mais elevadas (cf
Gn 1:29,30).
- A
fotossíntese. Cabe aqui uma indagação: “como a vegetação
poderia vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser
criado no quarto dia?”. O sol não é a única fonte de luz no universo. Além
disso, é possível que ele já existisse desde o primeiro dia, tendo somente
aparecido ou se feito visível (com a dissipação da neblina) no quarto dia.
Vemos luz num dia nublado, mesmo quando não nos é possível ver o sol. Portanto,
não há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência.
Afinal, aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico
como a fotossíntese?
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR (Gn
1:14-19)
“E
disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o
dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias
e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E
assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar
o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os
pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a noite,
e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. E foi a
tarde e a manhã: o dia quarto”.
Somente no quarto dia Deus criou os luzeiros
no firmamento dos céus (o sol, a lua e as estrelas) para iluminarem a Terra e
servirem no estabelecimento do calendário.
“Não há contradição entre o relato do
primeiro e o quarto dia, quando ambos os textos relativos falam do aparecimento
da luz. A diferença é que, no primeiro dia (Gn 1:3-5), Deus ordena o surgimento
da luz; e no quarto dia (Gn 1:14-19), organiza o sistema solar. Neste dia,
surgem o Sol e a Lua, e os astros celestes”(LBM, p. 13, CPAD. 1995). Enquanto
nos mitos do antigo Oriente Próximo o sol e a lua são as principais divindades,
aqui são objetos sem nome designados por um Deus Criador para servirem à
humanidade.
“Tudo está pronto para a sobrevivência
animal. Há água portável, comida e o ciclo das estações. No versículo 14,
começa, de fato, a contagem do tempo, pois os luminares surgidos no firmamento
celeste, Sol e Lua, fazem a diferença entre o dia e a noite” (LBM, p. 13, CPAD.
1995).
Deus criou o sistema solar para funcionar
perfeitamente, conforme Deus declarou através do profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz
do dia e as leis fixas à luz e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar
e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 31:35).
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL (Gn
1:20-26)
- “E disse Deus: Produzam as águas
abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão
dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo réptil de alma vivente que as
águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e toda ave de asas
conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo:
Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se
multipliquem na terra. E foi a tarde e a manhã: o dia quinto” (1:20-23).
- “E disse Deus: Produza a terra alma vivente
conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra conforme a sua
espécie. E assim foi. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua
espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a
sua espécie. E viu Deus que era bom. E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança...” (1:24-26).
Somente
depois de o ambiente natural estar devidamente preparado é que Deus criou, no
quinto e sexto dias, os animais aquáticos e terrestres. O criador agiu de forma
sábia, lógica, em seus desígnios.
1. Quinto
dia (Gn 1:20-23). No quinto dia, Deus povoou as águas com
peixes; e a Terra, com aves e insetos. A palavra traduzida por “aves” significa
“seres que voam”, incluindo morcegos e provavelmente insetos alados. A ordem
divina no versículo 20 é: “Produzam as águas abundantemente...”.
A água não tem o poder de geração espontânea. Ela produz vida somente por meio
da palavra eficaz de Deus.
2.
Sexto dia (Gn 1:24-26). Nos
versículos 24 a 25, Deus criou os animais e répteis. A lei biológica da
reprodução aparece repetidamente com as palavras “conforme a sua espécie”.
Tanto no mundo animal como vegetal, foram feitos de acordo com o seu gênero e
espécie e com a capacidade de reproduzir-se por gerações sem fim. Deste modo,
podemos testemunhar que as diferentes famílias de animais e plantas
conservam-se, desde sua criação até o dia de hoje.
O
versículo 26 diz que Deus criou o homem. Ele é a
obra-prima da criação; a coroa da criação. Quando Deus disse: “Façamos o
homem”, Ele desejava criar um ser distinto de todas as demais criaturas
terrestres; alguém que tivesse personalidade, vontade, sentimento, e fosse
capaz de representá-lo sobre a Terra. Por esta razão, Ele criou o homem “à sua
imagem e semelhança”. De certa forma, o homem partilha características
semelhantes com o Senhor: Deus é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), e
o homem é um ser tripartite (corpo, alma e espírito). Como Deus, o homem possui
intelecto, juízo moral, poder de se comunicar com os outros e uma natureza
emocional que transcende seus instintos. Não há indicação de semelhança física
no texto. Ao contrário dos animais, o homem é um ser criador e adorador, e se
comunica com clareza.
Deus ordenou aos animais e aos seres
humanos: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra...” (1:22,28). A Bíblia
apresenta a origem dos sexos como um ato criativo de Deus (a teoria da evolução
até agora não conseguiu explicar como surgiu os sexos).
Quanto à criação, Deus disse ao homem:
sujeitai-a; dominai; porém não mandou que fosse destruída. A crise atual que
afeta o meio ambiente se deve à ganância, ao egoísmo e à negligência do ser
humano.
CONCLUSÃO
Por sua livre e espontânea vontade, e por
seu poder absoluto, Deus chamou o universo à existência, criando-o a partir do
nada (Êx 20:11; Sl 33:6,9; 102:25; Is 45:12; Jr 10:12; João 1:3; At 14:15;
17:24; Rm 4:17; Cl 1:15-17; Hb 1:10; 11:3; Ap 4:11). Quando se reconhece o
poder absoluto de Deus, é necessário aceitar o seu poder de criar e destruir,
como declaram as Escrituras. O crente deve aceitar essas coisas pela fé (Hb
11:3).
----------
Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O.
Richards
Teologia do Antigo Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
O Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura
Cristã.
Manuel do Pentateuco. Victor P. Hamilton.
CPAD.
História de Israel no Antigo Testamento.
Eugene H. Merrill. CPAD.
(1)
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD,1991, p.31).
(2) Bíblia de Estudo PALAVRA CHAVE
–Hebraico e Grego.
(3) Bíblia de Estudo PALAVRA CHAVE
–Hebraico e Grego.
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