sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aula 09 - O PRINCÍPIO BÍBLICO DA GENEROSIDADE

Leitura Bíblica: 2 Coríntios 8.1-5;9.6,7,10,11

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co 9:7).

INTRODUÇÃO

Nesta aula, estudaremos a segunda seção da carta de 2Corintios, destacada nos capítulos 8 e 9, onde Paulo instrui sobre a obrigatoriedade de “amarmos e auxiliarmos os pobres e necessitados”. Segundo o pastor Elienai Cabral, estes capítulos “formam o que poderíamos chamar de uma “teologia da generosidade”. Generosidade significa bondade; liberalidade. Nestes capítulos, o apóstolo apela para os cristãos de Corinto serem abundantes na generosidade para com os irmãos necessitados, especialmente, os de Jerusalém, a Igreja-mãe, pois foi onde tudo começou.
Os cristãos em Jerusalém estavam sofrendo de pobreza e escassez. Por essa razão, Paulo estava coletando ofertas para eles (Rm 15:25-31; 2Co 8:4; 9:1ss). Naqueles dias, a Judéia enfrentava tempos difíceis em virtude de uma escassez, que deixou muitos dos santos em grande aflição (At 11:28,29). Esse flagelo ocorreu nos dias do imperador Cláudio César, que reinara de 41 a 54 d. C., isto é, na época do ministério de Paulo na província da Ásia Menor.
Vivemos em uma sociedade marcada pelo individualismo e o egoísmo, onde parece não existir mais lugar para a generosidade. Todavia, ajudar aos necessitados, tanto do ponto-de-vista material quanto espiritual, é um dos elementos do serviço cristão; é um preceito bíblico. Podemos fazer muitas declarações ao Senhor e prometer-lhe obediência e amor. No entanto, é diante do nosso próximo que vamos mostrar se há mesmo amor, benignidade, bondade, etc, em nossos corações. De nada vale o nosso discurso se não há a prática de boas obras palpáveis (Tg 2:14-17).
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Por que ajudar aos necessitados é importante?
Em primeiro lugar, porque é um ato pelo qual demonstramos nosso amor ao próximo. Por isso, não pode o salvo se isentar de toda e qualquer ação que venha a promover o bem-estar da coletividade, a bênção de Deus sobre as pessoas, que venha mitigar o sofrimento daquele que está ao nosso redor. Na parábola do bom samaritano (Lc.10:25-27), Jesus mostrou que próximo é qualquer um que esteja em nosso caminho e, em algumas oportunidades, o apóstolo Paulo ensinou que fazer o bem a outrem é uma qualidade que não pode faltar àqueles que dizem servir a Deus (Rm.12:13-21; Gl.4:31,32; Cl.3:12-14; I Ts.4:9-12).
Em segundo lugar, porque é um Mandamento Divino. Este mandamento é dito tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, ou seja, ele foi dado para Israel e para Igreja. Deus reconheceu a existência dos pobres no meio do seu povo e ordenou providência a respeito deles: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra”(Dt 15: 11a). Esta é a frase que mais contraria a pregação contemporânea da teologia da prosperidade. Pretende-se, exterminar a pobreza no meio da igreja. No entanto, o texto declara: "Pois nunca cessará o pobre do meio da terra". E Jesus ratifica: "Porque os pobres sempre os tendes convosco"(João 12:8). Compete àqueles que tem recursos, minimizar a situação.
Deus não prometeu riquezas para todos, porém, daqueles a quem ele deu e dá riqueza, no exercício da Mordomia Cristã das Finanças ele quer que os pobres não sejam esquecidos, tal como aconteceu na Igreja de Jerusalém - “Não havia entre eles necessitado algum...”(Atos 4: 34). Pobres, sim. Necessitados, não. Esta é a regra a ser seguida pela Igreja, hoje.
Deus não prometeu que todos os pobres ficariam ricos. O que Deus queria, e quer, é que os necessitados não fossem abandonados - “... pelo que te ordeno, dizendo; livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre da tua terra” (Dt 15: 11). Não se está falando de estrangeiros, não se está referindo aos que estão lá fora. Lá no passado está se referindo aos filhos de Israel, e hoje, está se referindo à Igreja. Fala-se em “teu irmão”, “teu necessitado”, “teu pobre”, “tua terra”. Jesus disse: “Porque sempre tendes os pobres convosco...”(Mc 14:7; Mt 26:11; João 12:8). Assim, os crentes ricos que procuram ignorar os necessitados, seus irmãos, estão falhando no exercício da Mordomia Cristã das Finanças, são maus mordomos e responderão diante do Tribunal de Cristo.
I. EXEMPLOS DE AÇÕES GENEROSAS (8.1-6,9; 9.1,2)
1. O exemplo dos macedônios (8.1-6).
Nestes versículos, Paulo cita o bom exemplo das igrejas da Macedônia (norte da Grécia) para incentivar a generosidade dos coríntios. Os cristãos da Macedônia estavam passando por muita prova de tribulação. Em geral, as pessoas em uma situação como essa procuram guardar dinheiro para garantir sua estabilidade financeira no futuro. Isso acontece especialmente quando possuem recursos escassos, como era o caso dos macedônios. Na verdade, esses irmãos não tinham praticamente nenhum dinheiro. Ainda assim, sua alegria era tanta que, ao ficar sabendo das necessidades dos cristãos em Jerusalém, eles agiram de forma contrária a todas as expectativas e ofertaram com generosidade. E as ofertas desses irmãos não foram dadas na medida de suas posses, mas acima delas. Além disso, eles se mostraram voluntários, ou seja, ofertaram espontaneamente, sem precisar ser pressionados, persuadidos ou induzidos.
Esses cristãos queridos entregaram em primeiro lugar a oferta mais valiosa de todas: deram-se a si mesmos. Feito isso, não tiveram dificuldades em fazer a coleta da oferta. Quando Paulo diz que os macedônios a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus, está apenas explicando que, em primeiro lugar, eles entregaram sua vida inteiramente a Cristo e, então, entregaram-se voluntariamente a Paulo no sentido de que contribuiriam com a oferta para Jerusalém. O apóstolo ficou encantado com o exemplo dos macedônios e desejava que fosse imitado pelos coríntios.
Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos entender que os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas para usar no serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso.
2. O exemplo de Jesus Cristo (8:9). “porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis”.
Neste versículo o apóstolo pinta um retrato fascinante da Pessoa mais generosa que andou sobre a terra: Jesus Cristo. O termo “graça” usado neste versículo tem o sentido claro de generosidade. Qual o tamanho da generosidade do Senhor Jesus? Ele foi tão generoso que entregou tudo o que possuía por amor de nós, para que, pela sua pobreza, nos tornássemos ricos. Somos instados a dar um pouco de dinheiro, alimento, vestuário. Jesus, porém, deu a si mesmo.
Quando e onde Jesus era rico? É claro que Ele era rico na eternidade passada, quando habitava com o Pai nos átrios celestiais. Mas “se fez pobre” não apenas em Belém, mas também em Nazaré, na Judéia, no Getsêmani e no Gólgota. Tudo por amor de nós, para que, pela sua pobreza, nos tornássemos ricos.
Jesus, em muitas ocasiões, referiu-se aos pobres e não só no sentido espiritual da palavra, ou seja, aqueles que se fazem dependentes de Deus, carentes de Deus e aceitam a Sua soberania, mas também no sentido material da expressão, pois, se assim não fosse, como entender que Jesus possuía uma bolsa para os pobres (João 12:6; 13:29), bem como mulheres que contribuíam financeiramente para este serviço (Lc.8:3)?
Outra demonstração de que o ministério de Jesus também abrangia a filantropia vemos no próprio comportamento dos discípulos que, nos tempos apostólicos, sempre cuidaram dos necessitados, particularmente das viúvas, como nos atestam textos como At.2:45; 6:1; 2Co.9; 1Tm.5:3-5. Vemos, portanto, que, se os discípulos assim procediam é porque assim havia sido o procedimento do seu Mestre e Senhor, a quem imitavam.
3. O exemplo da igreja coríntia (9:2). “porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós, para com os macedônios, que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado muitos”.
A presteza dos corintios era inquestionável. Assim que o assunto foi levantado, eles demonstraram grande preocupação e zelo. Na verdade, Paulo se gloriara deles junto aos cristãos da Macedônia. Dissera a eles que “a Acaia está pronta desde o ano passado”. A designação Acaia, a região sul da Grécia, é usada aqui em referência a Corinto, uma vez que a cidade ficava nessa região. Muitos dos macedônios se sentiram estimulados a ofertar quando ficaram sabendo que os coríntios estavam preparados “desde o ano passado”. Foram contagiados pela disposição de ofertar e decidiram entregar-se de todo o coração.
II. EXORTAÇÃO AO ESPÍRITO GENEROSO PARA CONTRIBUIR (8.7-15)
A graça de contribuir está fundamentada no princípio de que mais "bem-aventurada coisa é dar do que receber". Há igrejas que estão desengavetando as indulgências da Idade Média e vendendo as bênçãos de Deus, cobrando taxas escorchantes por seus serviços. Há igrejas que levantam dinheiro apenas para se enriquecer, lançando mão de metodologias abusivas. A igreja não pode imitar o mundo. Este enriquece tirando dos outros; o cristão enriquece dando aos outros. A contribuição cristã não deve ser compulsória. Não devemos contribuir por pressão psicológica. A recomendação de Paulo é que “cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”(2Co 9:7). Contribuição cristã não é uma espécie de barganha com Deus.
1. A igreja de Corinto foi encorajada a repartir generosamente com os necessitados (8:10,11). “E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado começastes; e não foi só praticar, mas também querer. Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes”.
Os crentes de Corinto haviam pensado em levantar um oferta para os irmãos pobres antes de os macedônios decidirem fazer o mesmo. Na verdade, os coríntios haviam iniciado a coleta antes de os macedônios começarem arrecadar as ofertas. Assim, para serem coerentes e evidenciarem sua sinceridade, deviam terminar o que tinham começado no “ano passado”. A prática tinha precedido o querer. Mas,agora, por lhes faltar o querer, a prática estava inativa. Paulo, então, os encoraja a não ficarem apenas nas boas intenções, mas avançarem para uma prática efetiva. Não se assiste os necessitados com boas intenções. Disposição não é um substituto para a ação. Eles deviam contribuir segundo sua capacidade, e não de acordo com o que talvez desejassem fazer no futuro caso suas riquezas aumentassem – “Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem”(2Co 8:12).
2. A responsabilidade social da Igreja. A função de assistência social na Igreja é um dos seus pilares e, sem dúvida, uma das formas mais poderosas de demonstrarmos, ao mundo, a nossa diferença e o amor de Deus que está em nossos corações. Ela é a continuação da obra iniciada por Jesus. Jesus disse que sempre haveria pobres sobre a face da Terra (João 12:8), não fugindo desta realidade nem mesmo aqueles que pertencem à igreja, como nos mostra o episódio que levou à criação do diaconato (At.6:1-3). Desde o início da história da igreja, havia aqueles que padeciam de necessidades para sobreviver (cf. At.2:45; 4:35). Se é verdade que Deus tem promessa de que o justo não será desamparado e que sua descendência não mendigará o pão (Sl.37:25), isto se deve, em grande parte, ao fato de que o Senhor, na igreja, proporciona aqueles que repartem o que têm com quem tem necessidade.
O apóstolo Paulo determina que a repartição se dê com liberalidade, de modo generoso, sem mesquinhez, sem avareza. Além de termos poucos repartidores na atualidade, quando este dom é encontrado, está muito aquém da medida recalcada e sacudida, que é a forma como Deus nos abençoa (Lc.6:38). Já imaginaram se Deus fosse tão mesquinho conosco como, às vezes, temos sido na ajuda aos necessitados? A Bíblia afirma que os cristãos primitivos "repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade" (At 2:44,45).
3. A generosidade cristã requer reciprocidade mútua dos recursos. “Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos”(2Co 8:13,14,15).
A reciprocidade mútua entre os crentes supre as necessidades dos irmãos que fazem parte da mesma fé. Não pode haver espaço para a fome e a nudez no meio do povo de Deus. Paulo não espera que ninguém dê acima das suas condições, nem quer que alguns fiquem sobrecarregados enquanto outros são aliviados. Ele procura igualdade entre irmãos. Todos são iguais perante o Senhor, e seus direitos são os mesmos. Alguns interpretam de uma maneira literal e errada esta palavra "igualdade" (2Co 8:13). Nem Paulo nem outros servos de Deus no Novo Testamento pregaram igualdade absoluta em termos de bens materiais. Eles não propuseram nenhum sistema de comunismo onde todos teriam exatamente as mesmas coisas. Ainda encontramos ricos e pobres entre os discípulos primitivos, mas não houve a necessidade de alguém passar fome enquanto outros tinham abundância.
O princípio de igualdade é enfatizado por um a citação de Êxodo 16:18. Quando os filhos de Israel saíam para colher o maná, alguns conseguiram juntar mais do que outros, mas isso não importava. Quando o maná era distribuído, cada um recebia a mesma medida, um gômer(medida equivalente a algo entre dois e quatro litros). Assim, o que muito colheu não teve demais; e o que pouco colheu, não teve falta. Havia igualdade na distribuição, ou seja, quem tinha a mais, compartilhava com quem não tinha o suficiente. Se alguém tentava acumular maná, cresciam bichos.
Que lição isso nos traz? A lição ensinada no Êxodo e por Paulo é que, no meio do povo de Deus, a superabundância de um deve ser empregada para suprir as necessidades de outro; qualquer tentativa de desrespeitar essa lei resultará em vergonha e prejuízo. Bens são como maná; não podem ser acumulados. Deus permite a distribuição desigual dos bens não para que os ricos desfrutem deles egoisticamente, mas para que os compartilhem com os pobres.
III. OS PRINCÍPIOS DA GENEROSIDADE (2Co 9.6-15)
O princípio da generosidade está fundamentado na ideia de doar e não de ter. Para que a generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos, e daquilo que temos, resulta em: suprimir as necessidades dos nosso irmãos mais pobres; louvor e ações de graça a Deus(9:12); e amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda(9:14)
1. O valor da liberalidade na contribuição. “E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra”(2Co 9:6-8).
O cristão pode contribuir generosamente, ou com avareza. Deus o recompensará de acordo com o que ele lhe dá(Mt 7:1,2). Para Paulo, a contribuição não é um perda, mas uma forma de economizar; ela trará benefícios substanciais para quem contribui(ver 8:2; 9:11).
A contribuição é uma semeadura que fazemos em nosso próprio campo. Esse é um investimento que fazemos em nós mesmos. Quanto mais distribuímos, mais temos. Quanto mais semeamos, mais colhemos. Quanto mais abençoamos, mais somos abençoados.
Na agricultura, sabe-se que é preciso semear generosamente a fim de obter uma colheita abundante. Podemos imaginar um agricultor preparando-se para a semeadura. Ele deve semear com liberalidade ou guardar parte do cereal para servir de alimento nos meses seguintes? Se ele “semear pouco pouco também ceifará”. Devemos lembrar, porém, que o agricultor não colhe exatamente a mesma quantidade de grãos que semeou, mas, sim, uma proporção bem maior. O mesmo acontece com a contribuição cristã: não se trata de receber de volta exatamente o que foi dado, mas de receber uma proporção muito maior. É claro que esse retorno se refere mais a bênçãos espirituais do que a bens materiais.
2. Quando a igreja contribui, sua oferta glorifica a Deus e produz camaradagem espiritual entre os irmãos(9:13,14). “visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para com todos, e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há”.
A generosidade da igreja promove a glória de Deus, pois aqueles que são beneficiários do nosso socorro glorificam a Deus pela nossa obediência. Quando a oferta dos coríntios fosse entregue em Jerusalém, não apenas supriria a necessidade dos santos, mas também redundaria em muitas graças a Deus. Seria prova inequívoca para os cristãos da Judéia de que Cristo havia, de fato, operado na vida dos gentios convertidos.
Houve um tempo em que os cristãos judeus expressaram dúvidas em relação a cristãos gentios como os coríntios, talvez chegando a considerá-los inferiores na fé cristã. Esse gesto de bondade, porém, seria uma importante prova da realidade da fé dos corintios, e eles, isto é, os cristãos judeus, glorificariam a Deus por aquilo que o evangelho de Cristo havia feito na Acaia e também pela liberalidade da contribuição desses irmãos.
Mas não é só! A oferta de Corinto para Jerusalém levaria os cristãos judeus a lembrar de seus irmãos coríntios em oração e criaria fortes laços de afeto. Os santos em Jerusalém teriam saudades dos coríntios por causa da superabundante graça de Deus que estes últimos haviam demonstrado.
A contribuição produz comunhão. As dádivas materiais promovem bênçãos espirituais. Nunca estamos tão próximos de alguém como quando oramos por ele. É impossível orar por alguém sem amá-lo ao mesmo tempo. Por isso, Paulo diz que os crentes judeus oravam pelos gentios com grande afeto.
3. A graça de contribuir. A graça de contribuir está fundamentada no princípio de que mais "bem-aventurada coisa é dar do que receber" (At 20.35). É possível contribuir sob a pressão de um apelo emocional ou público constrangimento. Não devemos contribuir apenas porque outros estão fazendo ou por um desencargo de consciência. Não devemos contribuir por necessidade nem com tristeza, mas com alegria, pois Deus ama a quem dá com alegria(9:7). Devemos contribuir com grande exultação. O princípio de dar é mais sublime do que a alegria de receber. Deveríamos pular de alegria pelo fato de Deus nos conceder a graça de contribuir.
O crente que contribui com o que pode, para ajudar os necessitados, verá que a graça de Deus suprirá o suficiente para suas próprias necessidades, e até mais, a fim de que possa ser fecundo em toda boa obra –“[...]trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”(Ef 4:28). Contribuir é um ato de adoração e louvor a Deus (Fp 4.18).
CONCLUSÃO
Os pobres existem e continuarão existindo, para que os cristãos generosos exerçam a caridade, a maior expressão do cristianismo verdadeiro. Você tem ajudado a quem necessita? Você se preocupa em saber quem precisa da sua ajuda? A generosidade para com os necessitados é considerada não como um mérito à salvação, mas apenas como “um teste de caráter”. Ajudando aos necessitados, estaremos rompendo com nossos próprios interesses egoístas, para acumular “tesouros no Céu” (Mt 6:19-21; Lc 12:33-34). O maior tesouro é, sem dúvida, a salvação eterna, pela graça de Cristo (Ef 2:8-10), daqueles que são levados a glorificar a Deus por nossas boas obras de generosidade (ver Mt 5:16).
Espero que esta aula não tenha apenas se limitada à historicidade da filantropia da igreja primitiva, mas que tenha estimulado, naqueles que cristãos dizem ser, o ato de estender as mãos aos menos favorecidos, te tal forma que expresse genuinamente o amor de Deus através de suas vidas. Atentemos para o que nos exorta as Escrituras: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade”(1João 3:17,18).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo DAKE. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da bíblia – 2Corintios. 2Corintios – Rev. Hernandes Dias Lopes. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdnald. II Corintios – Colin Kruse.

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