sábado, 18 de setembro de 2010

Aula 13 - A MISSÃO PROFÉTICA DA IGREJA

Texto base: Atos 8.4-8,12-17
"Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade"(1 Tm 3.15).

INTRODUÇÃO
A missão profética da Igreja trata-se da responsabilidade que a mesma tem de ser a portadora da Palavra de Deus, a ser proclamada, divulgada e defendida, não só com palavras, mas, principalmente, com atitudes. A Igreja é a porta-voz de Deus sobre a face da Terra. Ela tem o Espírito Santo (João 14:7), cuja função é guiar a Igreja em toda a verdade, anunciar o que há de vir, bem como glorificar e anunciar tudo o que diz respeito a Cristo (João 16:13,14). Por isso, não pode haver qualquer outro “mensageiro” divino além da Igreja enquanto durar esta dispensação. Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do corpo de Cristo em particular (1Co 12:27). Assim, tudo quanto fizermos nesta vida, em qualquer setor ou aspecto, deve levar em consideração, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33).
I. A PERSEGUIÇÃO
Desde o seu nascedouro, a Igreja foi e está sendo perseguida. Satanás nunca a deixou quieta. Enquanto estiver aqui na Terra, ela passará por perseguições. O apóstolo Paulo ressaltou isso quando escreveu ao jovem Timóteo: “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Mas não devemos temê-las, cientes de que as venceremos pela fé em Cristo (1João 5.4); a Igreja sempre prevalecerá. Jesus, o autor da Igreja, foi enfático ao afirmar que “as portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja”(Mt 16:18).
A opressão sofrida pela igreja, ao longo do tempo, se deu de várias maneiras: por meios religiosos, teológicos, em cumprimento a determinações legais, políticos e/ou culturais. Em muitos lugares esses elementos foram aplicados de modo integrado a fim de que os perseguidos não encontrem escapatória.
O autêntico cristão é cônscio de que a perseguição faz parte da caminhada, já que Cristo nos advertiu nesse sentido (Mt 5.11,12; Lc 11.48,51; 21.12; Mc 4.17; João 15.20). Estevão, um dos primeiros mártires da Era Cristã, sentiu na pele o peso da perseguição (At 7.52), mas não apenas ele, a igreja primitiva pagou um alto preço por seguir a Jesus (Hb 11.38; 1João 3.12); basta ler as histórias dos mártires do Coliseu para constatar. Paulo é um caso especial de alguém que perseguiu e depois passou a ser perseguido (At 9.1-9; Fp 3.6; 1Co 15.32; 2Co 11.23). No Apocalipse, a igreja de Esmirna, tipifica a igreja perseguida e vitoriosa (Ap 2.9,13).
1. Perseguição Religiosa. A religião é um instrumento poderoso de perseguição. Jesus foi alvo de intensos ataques dos religiosos de sua época (João 5.16). A perseguição religiosa é perigosa porque ela se manifesta debaixo da pretensa autoridade de que age em nome de Deus. As autoridades de alguns seguimentos religiosas, ao longo da história, estabeleceram inquisições a fim de julgar e punir todos aqueles que, literalmente, “rezavam fora de suas cartilhas”. A religião se acha detentora de verdade, e, com base em “sua” verdade, persegue a todos aqueles que a ela se opõem. É nesse contexto que, aqueles que seguem a Cristo, que é a Verdade (João 14.6), são vítimas das intensas perseguições religiosas.
a) os judeus legalistas mataram judeus cristãos. O início da perseguição dos judeus contra a igreja se deu quando Pedro e João, em o nome de Jesus, curaram um coxo de nascença que ficava esmolando à “porta do templo chamado Formosa” (At 3.2). Naquele episódio, os apóstolos foram presos (At 4.3), mas muitas pessoas creram, elevando o número dos cristãos a quase cinco mil (At 4.4). A igreja primitiva sofreu muito com as prisões, ameaças e mortes, mas nada disso impossibilitou seu extraordinário crescimento (At 5.19, 29; 6.8-15).
Satanás, no princípio da Igreja, em Jerusalém, usando seus súditos, matou Estevão. O resultado para o reino de Satanás foi catastrófico. Os crentes de Jerusalém se espalharam por toda parte e incendiaram o mundo através da pregação do Evangelho. O Cristianismo, já no tempo de Paulo, alcançou toda a Terra, conforme ele afirmou: “...ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo...”(Cl 1:5-6). E tudo tinha começado com a morte de Estevão!Deu tudo errado para satanás. A igreja, tendo o Senhor Jesus como seu Comandante, venceu e seguiu triunfante.
b) Os imperadores romanos mataram cristãos. Satanás resolveu de uma vez para sempre, acabar com toda a Igreja, matando não apenas um, mas todos os cristãos. Sendo ele o príncipe do presente século, mobilizou, através dos imperadores de Roma, todo o gigantesco Império Romano, com todas as suas forças e recursos, jogando contra os, aparentemente, indefesos cristãos. Matou milhares, porém, converteram-se milhões. No final de cerca de dois séculos e meio de ardente e terrível perseguição, segundo a história, havia cerca de seis milhões de cristãos no Império Romano. Deu tudo errado para Satanás. A Igreja, tendo o Senhor Jesus como seu Comandante, venceu, e seguiu triunfante.
c) Satanás mudou de tática: usou o “poder espiritual”. Deixou de lado o poder bélico e passou a usar o poder “espiritual” para criar a maior de todas as Heresias, com aparência cristã, a saber, a chamada Igreja Universal de Constantino - IUC. Através dessa igreja satanás procurou mergulhar o mundo na mais densa escuridão, escondendo a Bíblia Sagrada do povo, proibindo, terminantemente, sob pena de morte, a sua leitura. Enquanto isto procurou substituir o Teocentrismo pelo antropocentrismo, levando a humanidade à idolatria, transformando em “deuses” homens e mulheres já falecidos. Foram séculos de escuridão, mas, a luz não se apagou. Terminada a Idade Média, apareceu Lutero com a Bíblia na mão, e o resultado foi a reforma Protestante, iniciada em 31/10/1517. Deu tudo errado, novamente, para Satanás; a Igreja saiu triunfante novamente.
d) Mais uma vez satanás mudou sua tática: Usa prepostos (os líderes da IUC) para matar os cristãos. Novamente, pelas forças das armas, agora tendo os seus principais líderes como seu preposto, satanás se propôs a acabar de vez com os cristãos. Esses líderes religiosos mataram ferozmente milhões de cristãos que não se submetiam a seus dogmas antibíblicos. Várias foram os instrumentos destrutivos que os Papas usavam para intimidar os crentes fiéis, e uma delas, foi a mal chamada “santa inquisição”. Muitos cristãos foram queimados vivos nas fogueiras do ódio, mas Satanás fracassou outra vez. Os cristãos perseguidos por toda Europa, começaram a migrar para a América. Acabaram construindo nela a maior potência da Terra e, através dela, o Evangelho foi sendo alcançado por todo o mundo, tendo inclusive chegado ao Brasil. Deu tudo errado para Satanás. A Igreja tendo o Senhor Jesus como seu Comandante, venceu, e seguiu triunfante.
e) No Movimento Pós-Moderno, qual a tática do Inimigo da Igreja? Certamente, a perseguição camuflada. A “perseguição silenciosa, astuta, camuflada” é a mais dura de todas as perseguições, porque não é aparente, não traz repugnância aos olhos da sociedade e se apresenta como algo normal e compreensível.
Através deste tipo de perseguição, não se proíbe a Igreja de pregar o Evangelho e de cultuar a Deus, mas, sim, de combater o pecado. A idéia básica da “perseguição camuflada” é a pregação da “tolerância máxima”, ou seja, a elaboração de leis, regras e regulamentos que exijam das pessoas a “máxima tolerância”, tolerância não entendida como o respeito ao livre-arbítrio das pessoas, o que é um comportamento que todo servo do Senhor deve ter, uma vez que Deus criou o homem com o livre-arbítrio e o respeita, mas, sim, de consentimento e concordância com o pecado, algo impossível para quem tem o Espírito de Deus(João 14:17; Rm 8:9), o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2:5), Espírito e sentimento que fazem com que o servo de Deus abomine o pecado (Zc 13:1; Rm 6:2; Hb 12:4; 1João 3:8).
A pressão exercida pelo mundo sobre cada servo do Senhor para que ele “deixe de ser fanático”, “faça uma trégua com o pecado”, “seja tolerante com o pecado” tem sido intensa. Como a perseguição camuflada não se apresenta violenta, não é sanguinária, tem aparência de civilidade, consegue ser muito mais forte do que a perseguição aberta. Quem não se revolta ao ver cenas de incêndio de templos de igrejas, de condenações à morte de pessoas somente por causa da pregação do Evangelho? No entanto, quantos não estão indiferentes e até defendem atitudes de “repressão ao fundamentalismo”, como as que têm sido feitas na atualidade?
Nos tempos em que vivemos, pós-moderno, não vamos encontrar prisões cheias de cristãos, presos por causa do testemunho da fé; cristãos desapossados de seus bens, sendo torturados, mortos, jogados às feras, devorados, não. Vamos, contudo, encontrar muitas lideranças, sem a direção de Deus, sentadas à mesa com os “Gibeonitas” e sendo enganados por eles, tal como aconteceu com Josué(Ler capitulo 9 de Josué e compare com Dt 7:1-2). Vamos encontrar muitos “Tobias”, homens sem temor de Deus, infiltrados na Casa de Deus, cuidando de seus próprios interesses pessoais e materiais (Ler Ne 4:3 e 13:4-9).
Satanás não mudou sua natureza. Acompanhando pela Bíblia e pela história, até parece que ele mudou, mas ele continua o mesmo. Assim como Tobias ele mudou de tática. Agora ele procura agir com Diplomacia, e, pela porta, entra na Igreja, levando o mundo consigo. Mas “batendo” de frente com a Igreja ele perdeu todas, pois “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela”(Mt 16:18).
2. Perseguição política-religiosa. A perseguição feita pelo poder político traz inúmeros sofrimentos à Igreja. Por causa do desatendimento da ordem do Sinédrio, os discípulos foram presos (At 5:18), açoitados (At 5:40) e até mortos, como ocorreu com Estêvão(At 7:58-60) e Tiago, o filho de Zebedeu (At 12:1,2). Que dizer, então, da perseguição sofrida pelos cristãos, que foram obrigados a sair de Jerusalém (At 8:1)? E os milhares de cristãos mortos durante as dez perseguições do Império Romano, profetizadas em Ap 2:10?
Não nos esqueçamos de que a expressão de Jesus é “portas do inferno” e que as portas falava das autoridades de uma cidade, do poder de uma cidade daquele tempo. Nas portas, estavam as defesas (cf Ne 7:3 - autoridade militar) e os juízes para julgar (cf Rt 4:1,2 - autoridade judiciária).
Para refletir a respeito de como acontece a perseguição político-religiosa, basta lembrar da união entre Caifás e Pilatos na execução de Cristo (João 19.7). Pilatos queriam se manter no poder, e, para isso, sabia que não poderia desagradar a religião judaica. Por isso, mesmo com o apelo de sua esposa (Mt 27.19), Pilatos determinou que Jesus fosse crucificado (João 19.6). A política, debaixo da influência da religião, mesmo na democracia, persegue intensamente aqueles que escutam a Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
A perseguição do poder político para impedir a pregação do Evangelho ainda prossegue em nossos dias, mesmo diante das grandes conquistas relacionadas com a proteção e o reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana. Ainda hoje, em pleno século XXI, pessoas são presas, torturadas e mortas única e exclusivamente porque professam o nome do Senhor Jesus, como se pode ver em boa parte dos países muçulmanos.
3. Perseguição Teológica. Nos tempos apostólicos, no limiar da igreja primitiva, a Igreja sofreu o ataque do inimigo e muitos se deixaram seduzir pelo adversário, abandonando a fé genuína na Palavra de Deus e adotando ensinos falsos e distorcidos. Os apóstolos levantaram-se contra os judaizantes (Gl 5:1-4), os gnósticos (Cl 2:18-23; 1João 4:1-3), os nicolaítas (Ap 2:2,6,15) e os que apresentaram falsos ensinos sobre a ressurreição (2Tm 2:17,18).
A partir de então, mostra-nos a história do cristianismo, não houve época em que não se levantassem movimentos, doutrinas e grupos que distorceram a Palavra de Deus e construíram “outros evangelhos”, muito diferentes daquele que foi anunciado pelo Senhor Jesus. A situação chegou a tal ponto que a própria cúpula governante do que se dizia ser a Igreja do Senhor era a fomentadora dos falsos ensinos, criando-se a lamentável situação que só iria melhorar a partir da Reforma Protestante.
Sem falar nos problemas existentes na igreja dos dias apostólicos, os escritores do Novo Testamento já alertavam os crentes que os dias finais do tempo da Igreja na Terra seriam nebulosos e repletos de falsos ensinos numa profusão nunca antes conhecida. Porventura não estamos presenciando isso nos dias hodiernos?
II. OS SAMARITANOS
Os samaritanos eram discriminados no tempo de Jesus, e odiados pelos judeus da Judéia, por uma razão muito antiga:
(1) Após a morte do rei Salomão, cerca de 900 anos antes de Cristo, o seu filho sucessor, Roboão, se desentendeu com as 10(dez) tribos da região norte do país, o que motivou a divisão do povo judeu em dois reinos: as 10 tribos ficaram sob o reinado de Jeroboão, com a capital em Samaria, e duas tribos (Judá e Benjamin) ficaram no sul, sob o reinado de Roboão, filho de Salomão, com capital em Jerusalém.
(2) No ano de 722 antes de Cristo, o reino da Samaria foi vencido pelo rei da Assíria, Assurbanipal, e o povo foi levado para a Assíria em cativeiro(2Rs 17:23,26,29,33). Durante esse tempo, povos pagãos, não judeus, vieram para a Samaria(2Rs 17:24), e houve muitos casamentos mistos de judeus que permaneceram em Samaria com pessoas pagãs(parece que os assírios não retiraram dali todos os habitantes israelitas, porque o relato de 2Crônicas 34:6-9, compare isso com 2Rs 23:19, 20, dá a entender que, durante o reinado do rei Josias, ainda havia israelitas naquela terra). Isto era proibido pela lei de Moisés; por isso o povo de Jerusalém, chamados de judeus, odiavam os samaritanos. Não os consideravam mais judeus por terem se misturado com povos não judeus.
Apesar desse clima tenso, Jesus amava os samaritanos. Ele procurou quebrar a barreira de comunicabilidade entre esses dois povos. Pode-se ver isso quando ele, em sua passagem por Samaria, dialogou com a mulher samaritana, e que resultou na conversão de toda aquela aldeia para o Reino de Deus (João 4:1-39).
Para a mulher samaritana havia três barreiras para ela aproximar-se de Jesus: (a) A barreira racial: Jesus era judeu; e, ela samaritana; (b) a barreira material: Jesus não tinha para ela os utensílios para tirar a água da vida. Para tirar água do poço era necessário corda e um balde; (c) a barreira espacial: o poço era fundo.
Mas para Jesus as barreiras são encurtadas. Ele diz para a mulher: "Se tu conheceras o Dom de Deus e quem é o que diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (João 4:10). Para tirar a água viva, que é a graça salvadora de Deus, não precisamos de balde e corda, precisamos sim de conhecer o dom de Deus que é a graça dEle; não existe poço fundo para Jesus Cristo, as dificuldades são superadas.
Jesus não perguntou qual a sua religião e sua família; não perguntou se a mulher era idólatra, nem se era de boa ou má conduta; mas ofereceu à mulher o que ela mais necessitava: a água viva. A mulher não sabia que Jesus é a fonte d’água viva. Para tirar água do poço de Jacó era necessário, sim, balde e corda; mas, para tirarmos água da fonte da vida é necessário unicamente fé. Ele oferece gratuitamente a água da vida(Ap 22:17).
Jesus demonstrou para a mulher samaritana que para Deus não há barreira étnica, o seu amor é ilimitado; Ele não discrimina ninguém. Quando a amor divino passa a existir no ser humano, o que somente é possível mediante a salvação, gera uma fonte de água que jorra para a vida eterna (João 4:14). Se é fonte de água que jorra, é água em movimento; se é água em movimento, é água que atinge outros lugares; se é água que atinge outros lugares, é água que leva a vida eterna até estes outros lugares.
O Evangelho desconhece fronteiras. Mediante esse fato, Jesus dá ordem aos seus discípulos para que enfrentem e debelem as barreiras étnicas com a pregação do Evangelho. Após a sua ressurreição dentre os mortos, o Senhor Jesus Cristo mandou seus discípulos pregar o evangelho em todas as partes, inclusive em Samaria (At 1.8). "A Igreja é o estandarte da reconciliação entre a humanidade e Deus, e dos seres humanos entre si” (HORTON, Stanley).
III. O EVANGELHO EM SAMARIA
Depois de refrear a curiosidade dos discípulos quanto à data futura do seu reino terreno(Atos 1:7), Jesus direcionou a atenção deles para uma questão mais imediata: a natureza e abrangência da missão da qual seriam incumbidos. Quanto à natureza dessa incumbência, os discípulos deviam ser testemunhas; quanto à abrangência, deviam testemunhar tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra(Atos 1:8).
Antes disso, porém, precisavam receber o poder do Espírito Santo. Esse poder é o elemento absolutamente indispensável do testemunho cristão. Uma pessoa pode ter muitos talentos, treinamento e experiência, mas, sem poder espiritual, será ineficaz. Em contrapartida, uma pessoa pode ter pouca instrução, ser pouco atraente e polida, mas, ao receber o poder do Espírito Santo, é capaz de fazer grandes coisas para Deus. Os discípulos temerosos precisavam de poder para testemunhar e de ousadia santa para pregar o evangelho. Esse poder lhes seria dado quando o Espírito Santo descesse sobre eles.
Em primeiro lugar, deviam testemunhar em Jerusalém. A mesma cidade onde Jesus havia sido crucificado seria a primeira a receber o chamado para se arrepender e crer nele.
Em seguida, as testemunhas deviam se dirigir à Judéia, a parte sul da Palestina com uma população predominantemente judaica, da qual Jerusalém era a principal cidade.
Em terceiro lugar, deviam ir a Samaria, na região central da Palestina, onde se encontrava uma população de mestiços odiados pelos judeus.
Depois disso, deviam testemunhar até aos confins da terra conhecida na época, ou seja, aos países gentios desprovidos da Graça salvadora de Deus.
A morte de Estevão desencadeou uma perseguição generalizada contra a igreja(Atos 8:1-3). Os cristãos foram dispersos por toda a Judéia e Samaria. Até então, o testemunho dos discípulos tinha se limitado exclusivamente a Jerusalém. A perseguição serviu, então, para impelir os discípulos receosos de levar o evangelho a outros lugares.
Do ponto de vista humano, foi um dia sombrio para os cristãos. Um membro de sua comunidade dera a vida pela fé. Eles próprios estavam sendo perseguidos como animais. Do ponto de vista divino, porém, foi auspicioso. Um grão de trigo precisava ser plantado no solo para dar muito fruto. Os ventos da aflição estavam levando a lugares distantes sementes do evangelho que dariam frutos incalculáveis.
A dispersão dos cristãos não calou seu testemunho. Antes, por toda parte aonde iam, pregavam as boas-novas da salvação. Filipe, o “diácono” do capítulo 6, que tinha o dom ministerial de evangelista(At 21:8), foi para o norte, para a cidade de Samaria(Atos 8:6). Além de anunciar Cristo, realizou muitos sinais. Os espíritos imundos foram expulsos, e muitos paralíticos e coxos foram curados. Como a mensagem genuinamente evangelística e cristocêntrica resulta em bênçãos divinas e conversões, havia muita alegria na cidade. A pregação de Filipe era acompanhada de cura e libertação, por isso, atraiu toda a população de Samaria. Muitos se converteram ao evangelho e, como aconteceu em Jerusalém no Dia de Pentecostes, foi realizado um batismo em água, que marcou o início da igreja naquela localidade (ler Atos 8:4-8).
Quando os apóstolos em Jerusalém receberam a noticia de que Samaria havia recebido de bom grado a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João. Ao chegarem a Samaria, os apóstolos ficaram sabendo que os cristãos haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus, mas não havia recebido o Espírito Santo. Agindo, sem dúvida, sob a orientação de Deus, os apóstolos oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo e lhes impuseram as mãos. Logo em seguida, os samaritanos receberam o Espírito Santo (Atos 8:14-17).
Aqui, os apóstolos fazem uma oração especial pelos samaritanos e lhes impõem as mãos, numa seqüência diferente daquela observada no dia de Pentecostes. No pentecostes, os judeus: (1) Arrependeram-se; (2) Foram batizados; (3) Receberam o Espírito Santo. Neste caso, os samaritanos: (1) Creram; (2) Foram batizados; (3) Receberam a imposição de mãos dos apóstolos; (5) Receberam o Espírito Santo. Esse processo visava a expressar a unidade da Igreja, quer fosse constituída de judeus quer de samaritanos. Havia o perigo de a igreja em Jerusalém manter os conceitos de superioridade judaica e continuar inteiramente afastada dos seus irmãos samaritanos. Para evitar a possibilidade de um cisma ou a idéia de que havia duas igrejas (uma judaica e outra samaritana), Deus enviou os apóstolos para impor as mãos sobre os samaritanos. Esse gesto expressou a comunhão plena com eles como seguidores do Senhor Jesus. Todos eram membros de um só corpo, todos eram um em Cristo Jesus. Agora que haviam estabelecido uma base de operações na região, os apóstolos também evangelizaram muitas aldeias dos samaritanos(Atos 8:25).
CONCLUSÃO
A Grande Comissão é, sem sombra de dúvidas, a suprema missão da igreja. As palavras de Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, apontam para alvo e objetivo que a igreja deva alcançar. Templos, escolas, orfanatos, asilos para idosos, creches e hospitais devem ser encarados no contexto da igreja local como acessórios, entretanto a evangelização dos povos deve ocupar a primazia dos recursos financeiro e pessoal. A igreja pode fazer tudo aqui na terra, mas se não fizer missões e evangelismo, não fez nada. Missões é urgente e importante! Amém!
-------
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
-------
Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 4. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee. A missão profética da igreja: a proclamação da palavra - Caramuru Afonso Francisco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário