Texto Base: 1Rs 18:31-39
“Então, os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até à sua santa habitação, aos céus” (2Cr 30:27)
INTRODUÇÃO
A oração sempre foi uma prática das pessoas que possuem intimidade com o Eterno Deus. No Antigo Testamento, grandes homens de Deus se apresentaram como intercessores perante Deus, em nome do povo de Israel. Nesta função eles manifestaram uma incrível coragem e persistência. Como exemplo, citamos: Abraão, Jacó, Moisés, Jó, Davi, Neemias, Samuel, Elias, Eliseu, Jeremias, Daniel, e todos os demais patriarcas e profetas clássicos ou não. Esses homens falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato, assim o é. Em todos os livros da Bíblia do Antigo Testamento notamos como a oração foi tão grandiosamente praticada por esses homens; seus exemplos nos servem de incentivo a nos dedicarmos a esta função tão sublime e tão necessária para que a igreja cresça espiritualmente e mantenha plena comunhão com Deus. O livro de Salmos, por exemplo, é o livro de orações do Antigo Testamento, abrangendo todo tipo de oração - louvor, súplica, intercessão e ação de graças -, e continua a ser um referencial modelo fundamental para a Igreja. Poéticos que são, os Salmos traduzem, com inspiração divina, a linguagem da alma em busca de seu Criador. Segundo Myer Pearman, até hoje não foi achada linguagem melhor para que nós nos expressemos diante de Deus.
I. A ORAÇÃO NO PENTATEUCO
1. A oração durante o êxodo de Israel. O êxodo de Israel foi marcado por vários acontecimentos sobrenaturais, a maioria motivada pelas orações dos descendentes de Jacó. Foram quatrocentos e trinta anos no Egito(Ex 12:40), tendo ficado a maior parte do tempo na escravidão. Deus avisara a Abrão que seus descendentes seguiriam para o Egito e seriam oprimidos por quatro séculos, numa cifra arredondada dos 430 anos que realmente foram passados ali(Ex 12:40,41; Gl 3:17). O capítulo 3 verso 7 de Êxodo mostra que o clamor do povo descendente de Jacó chegou até aos Céus, e Deus conhecendo as suas dores ouviu o seu clamor por causa dos seus exatores.
Assim como Deus estava atento ao sofrimento do seu povo no Egito, Ele também conhece as aflições de todos os outros seus servos. Ele ouve o clamor dos aflitos e dos oprimidos. Em tais ocasiões, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em seu favor. Quer nossa opressão provenha das circunstancias, das pessoas, de Satanás, do pecado, ou do mundo, o consolo, graça e ajuda de Deus são plenamente suficientes para satisfazer todas as nossas necessidades (Rm 8:32). No tempo certo, Deus nos livrará(Gn 15:13).
2. A gratidão de Israel a Deus. Quando Deus manifesta-se através de sinais e bênçãos para o seu povo, naturalmente, em forma de gratidão, devemos manifestar atitudes em louvor àquele que tudo pode. Mas, é bom ressaltar que Deus merece o nosso louvor e adoração com temor e tremor, pelo que Ele é, e não apenas pelo que Ele faz. A derrota dos inimigos do povo de Israel quando da atravessia no Mar Vermelho foi um grande motivo de alegria e tremenda gratidão a Deus. O povo recém-saído do Egito, ainda não conhecia o seu Senhor de perto, e aquele feito foi motivo de grande alegria e gratidão a Deus. Moisés demonstrou isso através de um lindo cântico(ler Êxodo 15:1-18). Este cântico é um hino de louvor e ações de graças a Deus por sua majestade, por seu poderio nas batalhas e pela sua fidelidade ao seu povo. O que é mais natural que cantar canções de louvor quando Deus concede tremendas libertações? Depois de um período de forte opressão e uma noite escura de desespero, dar-se conta de que a vitória de repente veio é fato que traz ondas de alegria ao coração. O livramento dos israelitas das mãos dos egípcios prefigura e profetiza a vitória do povo de Deus sobre Satanás e do anticristo nos últimos dias; daí, um dos cânticos dos remidos ser chamado o “cântico de Moisés”(Ap 15:3).
A igreja tem um motivo imensurável para demonstrar gratidão a Deus: a gloriosa salvação. Pela graça de Deus somos salvos(Ef 2:8), e isto deve ser motivo de gratidão a Deus, pois estávamos todos perdidos para sempre e destituídos da Sua glória(Rm 6:23) - “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”(João 1:12). Antes, destituídos; agora somos filhos de Deus, porque o aceitamos como nosso Senhor e Salvador. Temos agora vida eterna(1João 5:11). É ou não é motivo de gratidão ao nosso Deus? Reconhecendo isso, devemos, pois, dar-lhes glórias e louvor por tão grande bênção.
O apóstolo Paulo, em Efésios 1:3-14, exteriorizou sua gratidão a Deus pela benção da salvação. Nestes versículos, o apóstolo ergue a voz num magnífico hino de louvor, atingindo talvez os mais elevados níveis de adoração do Novo Testamento. Aqui se percebe um coração que transborda de gratidão a Deus pelas bênçãos da salvação.
3. O esquecimento e a ingratidão de Israel. Deus tirara Israel do Egito com mão forte e poderosa. Realizara tantos milagres e providências em sua vida e o engrandecera aos olhos das nações. Mas, Israel em vez de agradar a Deus rebelou-se contra Ele. Por essa razão, os profetas condenaram-lhe a ingratidão e a deslealdade (Jr 16.10-12). Embora escolhido por Deus e, de livre e espontânea vontade, tenha aceitado viver conforme os preceitos provenientes do Senhor, Israel cedo fracassou neste seu propósito, tendo, a partir da primeira geração adulta do êxodo, aquela mesma que havia firmado o compromisso com o Senhor no monte Sinai, deixado de observar o pacto, endurecendo o seu coração continuadamente, ao longo da história, porquanto se mostrara um povo obstinado (Ex.32:9; Dt.9:6; Ez.3:7), e por causa dessa obstinação, Israel sofreu progressivas sanções da parte do Senhor, pois Deus corrige a quem ama e castiga a quem quer bem (Hb.12:5-12), numa escalada já prevista na lei de Moisés (Dt.28:15-68), escalada esta que foi rigorosamente cumprida por Deus que chegou a tirar o povo da própria Terra Prometida para Babilônia (2Cr.36:15-21), sem falar na integral destruição das dez tribos do Norte (Efraim, Manassés, Ruben, Gade, Issacar, Zebulom, Naftali, Aser, Simeão e Dã (cf. 2Rs.17).
No entanto, apesar de todos estes pecados, em Israel sempre houve um remanescente fiel, ou seja, pessoas que, ainda que anônimas e despidas de poder político, social ou econômico, serviam a Deus com sinceridade, cumprindo a sua Palavra. Isto nos mostra, também, que, embora Deus tivesse um compromisso com a nação de Israel, com a qual firmara um pacto (todo o povo o firmou, dizem as Escrituras – Ex.19:8), não devemos nos esquecer que a resposta que se deu ao chamado divino foi de cada indivíduo, tanto assim é que, embora a geração adulta do êxodo tenha perecido no deserto, isto não ocorreu com Josué e Calebe, que ingressaram na Terra Prometida, embora pertencessem àquela geração. E por quê? Por um simples motivo, porque creram em Deus e nas suas promessas, ao contrário do restante, que se manteve incrédulo (Nm.14:24; Dt.1:36,38; Hb.3:19). Este remanescente fiel, que sempre existiu em cada geração, é o que constitui o verdadeiro e genuíno Israel.
II. A ORAÇÃO E OS PROFETAS
1. A oração como fator decisivo no ministério profético. No Antigo Testamento, a oração era o elo entre o profeta e Deus. Várias são os exemplos de profetas, cujas orações foram decisivas para a mudança de determinadas situações, em sua maioria relacionada com a nação de Israel. Citarei para ilustrar este item a oração decisiva de Neemias, exarada em Neemias 1:1-11. Deste exemplo podemos aprender como a oração pode tornar-se um fator decisivo em nossa vida e na vida de um povo.
Neemias, cujo nome quer dizer “Jeová conforta”, copeiro do rei persa(Ne 1:11), Artaxerxes, era um homem religioso e devoto que passava muito tempo em oração e que também era muito leal às tradições de seu povo. No entanto, o seu fervoroso interesse pela situação de Jerusalém e o seu desejo de participar pessoalmente da restauração da cidade parecem ter ocorrido acidentalmente. Um grupo de peregrino de Jerusalém, liderado por um certo Hanani(Ne 1:2), que talvez fosse irmão de Neemias, trouxe tristes notícias sobre a situação da cidade: “Os restantes”, disseram, “estão em grande miséria e desprezo; e o muro... fendido, e as suas portas, queimadas a fogo”(Ne 1:3). Estas notícias trouxeram grande tristeza ao coração de Neemias e um sentido maior da sua própria responsabilidade de encontrar uma maneira pela qual ele pudesse levar alívio aos seus conterrâneos aflitos. Nesta ocasião, ele se punha diante de Deus e profere a oração descrita em Ne 1:4-11, que, certamente, mudaria a história de Israel - “... Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu...” (Ne 1:4). Na oração que Neemias fez nesta ocasião, provavelmente proferida na intimidade de seu alojamento, temos uma idéia da sinceridade e da devoção desse homem de Deus.
Ao analisarmos a experiência da oração de Neemias chegamos a algumas conclusões que servem de lições práticas para nossa vida:
Em primeiro lugar, a oração deve proceder do conhecimento de uma necessidade especifica (Ne 1:1-4). Muitas de nossas orações são vagas, vazias. São apenas pedidos a Deus que abençoe a alguém ou a nós mesmos. Quando oramos por alguém geralmente não procuramos saber a real situação e necessidade da pessoa. Quando quisermos orar por alguém devemos entender que devemos nos concentrar numa luta por aquela pessoa. A oração é uma guerra. O relato de Hanani era um relato preocupante. E o conhecimento das condições daquelas pessoas leva Neemias a orar. Ele passa dias orando e jejuando. Ele não soltou apenas algumas palavras. Ele lutou em oração.
Em segundo lugar, a oração deve ser fruto de reverência a Deus (Ne 1:5). Neemias começa sua oração exaltando ao Senhor: “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível...”. Ele focaliza sua oração sobre a grandeza daquele de quem se aproxima. Ele está diante da majestade do Senhor, reconhece e declara isso. Quanto mais ele declara a grandeza do Senhor, menor se torna seu problema.
Em terceiro lugar, a oração deve ser fruto de um coração arrependido (Ne 1:6-7). Neemias reconhece que é um pecador. Ele não está ali para fazer nem uma exigência a Deus. Ele não diz que tem algum direito. Ele não está em uma posição de colocar Deus contra a parede. Ele se confessa um pecador.
Em quarto lugar, a oração deve se basear numa aliança com Deus (Ne 1:8-9). Muitas de nossas orações são ocasionais, descompromissadas. A oração de Neemias demonstra que ele conhecia as promessas do Senhor, ele conhecia a Palavra de Deus. Demonstra também como a Palavra controlava sua vida.
Em quinto lugar, a oração deve também louvar a Deus (Ne 1:10). Muitas pessoas oram, mas só pedem. Pedir é muito importante, mas não esqueça de agradecer a Deus, reconhecendo que ele tem agido na sua vida.
Em sexto lugar, a oração deve ser perseverante (Ne 1:11). Suas palavras finais neste texto revelam que ele seguirá orando. Na continuação do texto chegamos à conclusão que ele orou quatro meses até que a resposta viesse. Ele poderia orar uma ou duas vezes e depois deixar tudo como estava, mas ele continuou orando. Muitas vezes começamos a orar e depois não perseveramos, mas Jesus nos ensinou através da parábola do amigo importuno (Lc 11:5-8) que a oração deve ser perseverante.
2. O profeta Elias. Israel vivia, nos dias de Elias, uma verdadeira “apostasia nacional”, pois todo o país estava se enveredando pelo culto a Baal. O próprio Deus diria a Elias, pouco depois, que apenas sete mil pessoas não haviam dobrado seus joelhos a Baal nem o haviam beijado, um número bem diminuto frente a uma população que deveria ser bem maior (1Rs 19:18). Diante da apostasia reinante, Elias resolveu fazer um desafio ao povo de Israel: o Deus verdadeiro deveria responder com fogo a aceitação do sacrifício que Lhe fosse dado. No momento do desafio, os profetas de Baal e de Asera, num total de oitocentos e cinqüenta (1Rs.18:19), tentaram, durante toda a manhã, resposta de seus deuses para o sacrifício, sem resultado.
Elias, então, depois que havia deixado tempo suficiente para que Baal respondesse ao sacrifício, oferece o seu diante de Deus. Como Deus não é Deus de confusão (1Co 14:33), reparou o altar, que estava quebrado, bem como pôs água abundante para que não houvesse qualquer dúvida de que era Deus quem iria operar. Este cuidado do profeta é um exemplo a seguirmos na atualidade: a operação de Deus é algo de que devemos ter certeza e convicção. Por isso, nada deve ser feito sem a devida preparação espiritual, a devida santificação (o reparo do altar), como também tudo deve ser feito às claras diante do povo, com transparência, decência e ordem (1Co 14:40). Quantos altares desmantelados na atualidade têm buscado o “fogo divino” e, como Deus não opera em lugares assim, recorrem a subterfúgios, a astuciosos estratagemas para impressionar o povo. Entretanto, não nos iludamos, Deus não é Deus de confusão.
Mas, além de ter reparado o altar e não deixado margem a qualquer dúvida, Elias fez uma oração. Ele não “determinou” coisa alguma a Deus, pois sua “determinação” é a disposição firme de servir a Deus, não qualquer exigência que devesse ser feita, como muitos iludidos atrevem-se a fazer em os nossos dias. Elias fez uma oração, um pedido a Deus, reconhecendo a Sua soberania, o Seu senhorio. Relembrou ao povo, que o escutava, que Deus era o Deus do pacto feito com os patriarcas, o Deus que havia formado a nação de Israel e que ele, Elias, era tão somente um servo dEle. Mal acabou a oração, o Senhor consumiu tudo com o fogo e o povo não teve mais dúvida alguma: só o Senhor é Deus! (1Rs 18:36-39).
3. O profeta Eliseu. Eliseu foi o sucessor do profeta Elias. Mas, para ser o sucessor deste grande homem de Deus, Eliseu pediu para ser “sucessor legítimo”, isto é, pediu por uma porção dobrada do espírito de Elias – “... E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim”(2Rs 2:9). De acordo com o costume da época, o filho primogênito recebia uma porção dobrada da herança do pai(vide Dt 21:17). Eliseu pedia para ser o sucessor de Elias, ou seu herdeiro, aquele que poderia continuar o trabalho daquele homem de Deus como líder dos profetas. Mas a decisão de conceder aquele pedido pertencia ao Senhor. Elias somente lhe disse como poderia saber se seu desejo fora concedido.
Deus atendeu ao pedido de Eliseu porque os seus motivos eram puros. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade, é necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontramos. Se desejarmos obter a ajuda do Espírito Santo, devemos estar prontos para pedir isso.
“Tanto Elias como Eliseu concentraram seus esforços nas necessidades específicas do povo que estava ao seu redor. O impetuoso Elias confrontou e expôs a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente. Eliseu então agiu com a finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para todos aqueles que vieram a Ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal. A Bíblia registra 18 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas, porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que tudo o que somos e temos vem de Deus. Os milagres que aconteceram durante o ministério de Eliseu colocaram as pessoas em contato com o Deus pessoal e Todo-poderoso. Elias teria se orgulhado do trabalho de seu substituto”(Bíblia de Estudo Pentecostal).
O ministério de Eliseu durou mais de 50 anos e teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá, Moabe e Síria. Foi um homem íntegro que não tentou enriquecer-se à custa dos outros. Sua vida de oração permitiu que tivesse uma profunda e ampla visão do mundo, algo que só os que estão em plena comunhão com Deus podem usufruir (2Rs 6:8-23).
III. OS LIVROS POÉTICOS E A ORAÇÃO
1. Jó. O livro de Jó apresenta uma estrutura singular. Inicia-se a narrativa com a apresentação do patriarca, desde seu caráter até seu patrimônio e família. Em seguida, é apresentado o próprio testemunho de Deus a respeito dele, feito ao adversário que, enigmaticamente, é visto prestando contas ao Senhor. Ante este testemunho, há um desafio feito pelo inimigo, aceito por Deus. Começa, então, a provação de Jó, que, sem causa, perde seu patrimônio e seus filhos, mas, mesmo assim, retém sua sinceridade.
Há novo diálogo entre o Senhor e o adversário, que resulta na permissão de retirada da saúde do patriarca, que, assim, é acometido de terrível enfermidade.
Segue-se, então, a parte poética do livro, composto de discursos entre Jó e seus quatro "amigos", que vêm à presença do patriarca com o intuito de fazê-lo confessar seus pecados, pois, para eles, Deus somente castiga o pecador, jamais permitindo que o justo venha a sofrer, numa indicação clara que a chamada "teologia da prosperidade", tão em voga nos nossos dias, tem sua origem desde os primórdios da história da humanidade.
Após o debate entre Jó e seus três "amigos", surge na discussão o jovem e também enigmático Eliú, ao qual Jó não responde, cujo discurso procura demonstrar, sobretudo, a soberania de Deus.
Em seguida, ingressa-se na parte final da discussão, com o diálogo entre Jó e Deus, onde o Senhor afirma a justiça de Seu ato de provação a Deus e a Sua soberania para fazê-lo.
No final, Jó é restaurado, enquanto orava pelos seus amigos, recebendo em dobro tudo quanto antes possuía e, ainda, vivendo mais 120 anos após sua restauração.
Em Jó, temos a certeza de que a integridade e sinceridade no servir a Deus não depende das circunstâncias que cercam o homem na sua vida terrena, bem como de que Deus está, sempre, no controle de todas as coisas, de forma que não podemos, de forma alguma, pelas aparências julgarmos a espiritualidade de alguém. Antes, pelos resultados de seus atos é que poderemos tirar alguma conclusão a respeito.
2. Salmos. Os Salmos são uma coletânea de hinos e poemas que foram reunidos, na sua atual estrutura, após o cativeiro da Babilônia, muito provavelmente por Esdras ou no seu tempo.
Uma prova de que os Salmos são uma coletânea é o fato de terem vários autores. Nem todos os salmos têm a autoria indicada, mas boa parte deles indica quem é seu autor. São 101 os salmos que têm indicação de autor. A maior parte dos salmos é atribuída a Davi, num total de 74. Depois de Davi, o maior número de salmos é atribuído a Asafe e a seus cantores, num total de 12(Sl 50, 73-83) bem como aos filhos de Coré, num total de 11(Sl 42-49, 84 e 87). Um é atribuído a Moisés(Sl 90), outro a Hemã(Sl 88), outro, ainda, a Etã (Sl 89) e dois a Salomão(Sl 72 e 127). Quarenta e oito salmos não têm indicação de autoria.
A temática dos Salmos diz respeito ao relacionamento do homem para com Deus. Se no livro de Provérbios, a ênfase do autor é dar conselhos práticos para que o homem possa conviver com seus semelhantes de maneira que agrade a Deus, nos Salmos há a preocupação de expressar toda a riqueza sentimental e emocional do relacionamento entre o homem e o seu Deus. É esta busca de expressão sentimental-emocional-afetiva do relacionamento entre Deus e o homem que torna os Salmos um dos pontos altos das Escrituras e que os tornaram tão populares e tão apreciados em todo o mundo, independentemente de credo, cultura ou época.
3. A experiência de Asafe. O salmista Asafe dizia não desejar ninguém senão a Deus (Sl.73:25). Ele, que quase havia se desviado dos caminhos do Senhor por ter deixado de buscar a presença do Senhor onde Ele estava, isto é, no santuário, agora admitia que não deveria desejar nada mais do que a Deus, tanto no céu quanto na terra. Este desejo de ter a Deus e a mais ninguém é que o levava a se aproximar de Deus e achar isto bom (Sl 73:28).
Não se busca a Deus se não se sentir atraído por Deus, se não se deixar atrair pelo Senhor, ou seja, se não tiver amor a Deus. O amor a Deus é o único elemento a impulsionar o cristão a ir ao encontro do Senhor. Esta busca de Deus é que constrói a comunhão com o Pai e com o Filho, que estabelece a disciplina da vida com Deus.
CONCLUSÃO
Que as orações impetradas pelos grandes personagens de Deus no Antigo Testamento nos estimulem cada dia mais a desempenhar tão sublime função, pois é através dela que o crente aprimora seu relacionamento com Deus e absorve o caráter de Cristo em sua vida. A oração e o estudo da Palavra de Deus de forma devocional e contínua produzirá no crente firmeza inabalável diante de qualquer vendaval de tribulações e de vorazes doutrinas ludibriadores e antibíblicas.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
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