Leitura Bíblica: Mateus 6.5-13
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 26.41).
INTRODUÇÃO
Todos os que querem seguir o Senhor sabem que a oração é parte essencial da vida do discípulo. Nesta aula, vamos estudar a respeito da oração-modelo ensinada por Jesus Cristo, a saber, a chamada oração do Pai Nosso, exarada em Mateus 6:9-13. O seu ensino a respeito da oração originou-se da súplica dos seus discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar...”(Lc 11:1). Em que pese o conhecimento que tinham da oração sob a perspectiva judaica, os discípulos tiveram de aprender com o Senhor a forma correta de conversar com Deus Pai. Nesta oração modelo, Cristo indicou, em cada área de interesse, a nossa posição diante de Deus Pai. Senão vejamos: “Pai nosso, que estás no Céu” – nossa posição: filhos de Deus; “Santificado seja o teu nome” – nossa posição: adoradores; “Venha o teu Reino” - nossa posição: súditos; “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no Céu” – nossa posição: servos; “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” – nossa posição: dependentes; “Perdoa-nos as nossas dívidas” – nossa posição: pecadores; “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – nossa posição: fracos espiritualmente. Como se vê, a estrutura da oração-modelo que o Senhor deixou não dá lugar para o “EU” e nem para o determinismo arrogante. Será que nossas petições estão sendo realmente sinceras? Estamos dispostos a pôr em prática a instrução bíblica? Para responder a essas perguntas precisamos atentar para cada detalhe da oração-modelo, começando pelo prefácio de Jesus: “Portanto, vós orareis assim...” (Mt 6.9). É bom ressaltar que essa oração que Jesus ensinou não pode ser feita como uma reza, mas deve expressar a verdade do nosso coração.
I. A ORAÇÃO DEVE SER INERENTE AO CRENTE
“Vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes”(Mt 6:8). Se Deus já conhece minhas necessidades, por que então devo orar? Esta é uma dúvida comum, porém sabiamente esclarecida pela Bíblia. Em primeiro lugar, precisamos entender que orar é uma necessidade da alma humana, assim como os pulmões necessitam de ar. Não se deve orar somente para pedir, mas principalmente para se estar em comunhão com Deus. Somos nós que precisamos da oração e não Deus (Fp 4.6). Em segundo lugar, a oração é a base da nossa comunicação com Deus. Além disso, Deus faz coisas em resposta às orações que, sem elas, Ele não faria(Tg 4:2b). Em terceiro lugar, o próprio Senhor Jesus deixou o exemplo para ser seguido, e várias vezes incitou os discípulos a orar (Lc 11:9,10). Em quarto lugar, é através da oração que unimos nossa vontade à vontade de Deus, e, desse modo, ficamos conhecendo a vontade de Deus e comunicamos a nossa (2Co 12:7-10; At 1:24, 25).
1. Aprendendo a orar com o Mestre. Os discípulos perceberam que a oração era uma força real e vital na vida de Jesus. Eles observaram seus hábitos de oração. Viram-no frequentemente procurando um lugar deserto para falar com seu Pai. Eles perceberam que a maneira como Jesus orava era totalmente diferente das formas mecânicas da oração hebréia.
Certa feita, Jesus estava orando em determinado lugar. Quando acabou de orar os discípulos sentiram o desejo de orar como Jesus orava. Então um deles pediu que Jesus os ensinasse a orar(Lc 11:1). O Senhor prontamente atendeu ao súplice, pois Ele sabe que essa função é primordial na vida de qualquer cristão, e que deve ser praticada “sem cessar” enquanto estivermos neste mundo. A resposta imediata de Jesus ao pedido dos apóstolos é encontrada em Lucas 11:2-4 e em Mateus 6:9-13. Ele disse: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!”.
Todavia, nem esta oração, nem a semelhante encontrada em Lucas 11:2-4, são destinadas a repetir mecanicamente palavra por palavra. Jesus não estava ensinando palavras para serem memorizadas e recitadas; ele estava ensinando a orar. Ele deu um exemplo que mostra que tipo de coisas devem ser incluídas em nossas orações toda vez que buscarmos a face de Deus.
Orar sem hipocrisia. Certa feita, Jesus, no Sermão da Montanha, ensinou aos seus discípulos que eles deviam orar com sinceridade, ou seja, sem hipocrisia(Mt 6:5-8). Jesus disse isso porque os líderes religiosos de sua época gostavam das orações em lugares públicos para chamarem a atenção(Mt 6:5,6). Portanto, os discípulos não deveriam se posicionar propositadamente em áreas públicas de forma que os outros, vendo-os orar, ficassem impressionados por suas devoções.
Oração em oculto. “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará”(Mt 6:6). Se o motivo sincero é chegarmos a Deus, Ele ouvirá e responderá. Seu quarto secreto pode ser até mesmo dentro de um ônibus lotado.
É bom ressaltar que a oração em “oculto” não proíbe aquela feita em público, haja vista que a igreja primitiva se reunia para a oração coletiva(At 2:42; 12:12; 13:3; 14:23; 20:36). O ponto principal não é onde orarmos; a ênfase aqui está em por que orarmos – para sermos visto pelas pessoas ou para sermos ouvidos por Deus.
“E, orando, não useis de vãs repetições”. A oração não deveria ser constituída de “vãs repetições” – por exemplo, sentenças decoradas ou frases vazias; Deus não se impressiona pela mera multiplicação do muito falar. Ele quer ouvir as expressões sinceras do coração.
2. Os discípulos já conheciam a respeito da oração? Observe que o discípulo suplicante não disse: “Ensina-nos como orar”; mas: “Ensina-nos a orar”. Ele sabia a forma teológica da oração, pois o povo israelita possuía uma longa tradição teologal e litúrgica nas quais a oração era componente essencial do culto a Jeová. De acordo com Atos 3.1, os judeus tinham um horário determinado para as orações: de manhã (às 9h), à tarde (às 15h) e à noite (no pôr do sol). Todavia, o que os discípulos não sabiam era o modelo que Jesus empregava quando Ele se dirigia ao Pai de forma tão impressionante e envolvente.
3. A oração era algo habitual para Jesus. A Bíblia nos mostra que Jesus orava com bastante frequência. Apesar das multidões, das tarefas e das pressões das pessoas, Jesus nunca deixou de dedicar tempo para estar a sós com Deus. Em Lucas 5:15-16 nós lemos: “Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava”. Jesus considerava a oração uma prática extremamente importante na sua vida e ministério. Por isso, ele buscava se retirar para lugares solitários a fim de orar.
a) Se Jesus era e é Deus, existe necessidade de Deus orar? Alguém poderá responder que na condição humana Jesus precisava de Deus. Bem, isso desconstruiria a verdade de que Ele apenas esvaziou-se(Fp 2:7), mas não deixou de ser Deus(1João 5:20). Jesus Cristo não precisava orar, mas assim procedia pelo fato de que relacionar-se com o Pai é algo da própria natureza de sua divindade - "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,"(Cl 2:9).
b) Quando Jesus orou? Ele orou em vários momentos. Ele orou em horas de grandes aflições e provações, tais como suas orações no Getsêmani, poucas horas antes de sua morte. Ele orou momentos antes de grandes decisões, tais como no dia em que Ele escolheu os doze discípulos(Lc 6:12-16); note o que ele fez antes de selecioná-los:"Retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus" (Lc 6:12). Ele orou antes de grandes realizações, tal como ocorreu na ressurreição de Lázaro. Quando Jesus se preparou para ressuscitar Lázaro dentre os mortos, Ele primeiro se dirigiu ao seu Pai, em oração (João 11:41-43). Ele orou quando sua obra terminou (João 17:4). Ele também orou no momento mais crítico de sua vida: quando estava na cruz do Calvário recebendo todos os pecados do ser humano. Foi a mais terrível e chocante oração não-respondida da história da humanidade: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27:46). Se o Pai celestial tivesse respondido a oração de Jesus na cruz, não haveria futuro para nós, mas um perpétuo e imensurável sofrimento além de uma eternidade no inferno! Entretanto, as Escrituras nos dá uma tremenda notícia: "Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo"(Ef 2:13). Assim sendo, para o nosso próprio bem, a melhor resposta para o clamor do Senhor Jesus foi o silêncio de Deus. Jesus deliberadamente veio à Terra com o único propósito de redimir o homem caído. Sua vinda não foi um acidente ou o resultado de alguma circunstância invisível, mas fazia parte do plano eterno de Deus para a nossa salvação.
c) Onde Jesus orou? Jesus frequentemente procurava um lugar e uma hora livre e sem interrupções para falar com seu Pai em oração. Frequentemente, Ele subia a montes, ou saia para um jardim, e gostava mais do período da noite ou ao amanhecer, quando havia menos distração com o mundo agitado. Tais hábitos eram tão típicos da vida de Cristo que Judas sabia exatamente onde encontrá-lo, embora só estivesse estado em Jerusalém poucos dias (João 18:1-3).
d) Por que Jesus orou? As circunstâncias das orações de Jesus sugerem motivos imediatos para oração: tentações, provações, tristeza, momentos decisivos, etc. Mas estes são realmente apenas o reflexo de uma razão maior pela qual Jesus orou. Ele valorizava sua comunhão com o Pai. Por isso, mantinha esse momento de íntima relação com seu Pai através da oração. Tendo a escolha entre multidões de homens e seu Pai, Jesus frequentemente escolheu a companhia deste. Quando tinha que escolher entre o sono e a oração, Jesus encontrava o profundo fortalecimento espiritual de que necessitava, não no descanso físico, mas na conversa espiritual com seu Pai.
Estas orações de Jesus nos induzem a entender sobre o privilégio de sermos chamados filhos de Deus. Portanto, a oração deve ser uma prática habitual na vida do crente, assim como foi na vida de Jesus.
II. A ORAÇÃO-MODELO
O fato de um dos discípulos pedir que Jesus os ensinasse a orar, como também João ensinou aos seus discípulos(Lc 11:1), deixa claro que a oração de Jesus distinguia da oração judaica e da oração dos discípulos de João Batista. Por se tratar de um serviço tão sublime e indispensável ao corpo da Igreja, Jesus atendeu o pedido dos seus discípulos e lhes mostrou o modelo para nos dirigir ao Pai em oração, a chamada “oração do Senhor”, “oração dominical” ou, como é conhecido, o “Pai nosso”. Essa oração-modelo não foi ensinada pelo Senhor para ser repetida automaticamente como uma reza, como muitos a têm tornado, mas, muito pelo contrário, nela temos uma verdadeira aula de como devemos orar corretamente e de forma agradável ao Senhor.
Note a beleza singela da oração-modelo que o Senhor nos deixou: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!”(Mt 6:9-13).
1. “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6:9).
“Pai nosso” - Aqui, a melhor tradução do original da palavra “Pai” é “Paizinho”. Dessa forma soa em aramaico a palavra Abbá, que é um diminutivo, o modo como as crianças se dirigem ao pai. Essa foi a grande novidade introduzida por Jesus. Deus não era somente o Deus dos patriarcas, o Senhor dos Exércitos, o Senhor assentado num alto e sublime trono, não! Jesus nos revelou outra maneira de nos comunicarmos com Deus! Os judeus concebiam Deus como o Pai do povo todo, mas não ousavam dirigir-se pessoalmente a Ele com tanta intimidade. Jesus, porém, o fez(Mc 14:36), e ensinou os seus discípulos, de todos os tempos, a endereçarem a oração ao Pai nessa total intimidade e confiança.
Somente através de Cristo e a redenção conquistada na cruz do Calvário, nós podemos realmente considerar a Deus como o nosso perfeito e querido PAI. A Bíblia declara que o Espírito Santo testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8:16). O apóstolo Paulo confirma em Romanos 8:15: "Recebestes o espírito de adoção de filhos, no qual clamamos Aba, Pai”. O significado é igual ao significado da palavra que as crianças usam com freqüência: Pai. Logo após a ressurreição Jesus disse: "Subo para meu Pai, e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”(João 20:17).
“que estás nos céus” – Isso nos lembra que este Pai bondoso, amoroso e misericordioso está nos Céus, ou seja, é o Senhor do universo, o Soberano, aquele que tem todo o poder. Lembrar que Deus é Pai, mas está nos céus, é lembrar que Ele não é nosso empregado, nem está à nossa disposição ou à disposição de nossos caprichos.
2. “Santificado seja o teu nome” (Mt 6:9). Na Bíblia, o nome equivale à pessoa. A oração-modelo nos lembra que o nome do Senhor é santificado, ou seja, que para termos uma verdadeira comunhão com Deus é necessário que estejamos em santidade diante de Deus. Por isso o apóstolo Pedro nos exorta: “como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”(1Pe 1:15,16). Portanto, é dever de todo o crente honrar como santo o nome do Senhor nosso Deus, não só de lábios, mas com sua vida santa. Não é possível que queiramos orar a Deus sem que estejamos em paz com Ele, o que somente se dá mediante a justificação pela fé em Jesus (Rm5:1).
3. “Seja feita a tua vontade” (Mt 6:10). Nesta petição reconhecemos que Deus sabe o que é melhor e que rendemos nossas vontades à dele. O apóstolo João disse que “se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”(1João 5:14). Aliás, devemos temer orar por qualquer coisa que não esteja de acordo com a vontade de Deus. Talvez alguém pergunte: “Como saber qual é a vontade de Deus?”. Podemos responder em termos gerais que a vontade de Deus nos é revelada nas Escrituras Sagradas. Portanto, devemos estudá-las a fim de conhecer melhor a vontade de Deus e aprender a orar com mais discernimento. Uma das vontades de Deus é dominar os corações dos seres humanos. A Bíblia diz que "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se" (2Pedro 3:9). Quando alguém ora pedindo que Deus mostre a sua vontade ele está orando para que Jesus domine os corações dos homens e mulheres.
III. DECORRÊNCIAS PRÁTICAS DA ORAÇÃO-MODELO
1. “O pão nosso de cada dia”. Aqui, o peticionário é ensinado a tornar conhecidos seus desejos pessoais e suas necessidades. O ser humano apresenta constante necessidade de alimento, tanto físico quanto espiritual. Temos de viver em dependência diária de Deus, reconhecendo-o como a fonte de todo bem. Nenhum homem pode ignorar as providências divinas, mesmo que suas posses “garantam” sua manutenção (Dt 11.14,15; 28.12; Mt 5.45). “Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas aqueles que buscam ao SENHOR de nada têm falta”(Sl 34:10).
2. Perdão das nossas dívidas – “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Essas palavras nos levam a pensar que não temos o direito de pedir perdão se nós mesmos não estamos dispostos a perdoar. O perdão de Deus para nós é proporcional ao perdão que concedemos aos outros. A questão é séria. Nenhuma igreja ou comunidade se mantém unida sem o perdão, porque viver juntos sempre traz mal-entendidos, atritos, conflitos e ofensas e, mais do que nunca, o perdão mútuo é necessário. Por isso, a pessoa que ora o ”Pai Nosso” não precisa ser apenas criatura de Deus, mas uma criatura redimida (perdoada) por Deus. Redimida pela cruz, no sangue do Cordeiro ela não apenas deve ter encontrado anulação dos pecados do passado, mas também a libertação da sua natureza não reconciliável.
Jesus deixa claro que só seremos perdoados por Deus pelas nossas faltas, se perdoarmos os que nos prejudicam: “se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas”(Mt 6.14,15).
O apóstolo Paulo disse em Efésisos 4:32: “Antes sede uns para como os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. Precisamos nos perdoar mutuamente, porque Cristo já nos perdoou. O perdão de Deus foi concedido quando nos convertemos e nos incentiva a perdoarmos uns aos outros. Só o perdão compartilhado pode garantir a continuidade da vida comunitária.
3. Livramento do mal – “E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal”. Todo crente está sujeito às tentações e ataques do mal. Todos têm o seu lado frágil e susceptível ao mal de cada dia (Rm 7.15-19; Gl 5.17; Tg 1.14,15; 1 Co 10.12,13). Mas a que tentação Jesus se referiu? A todo tipo de tentação, mas talvez, principalmente, a de abandonar o evangelho de Cristo em troca das sugestões de Satanás: abundância, riqueza, poder e prestígio(Lc 4:1-13). Esse abandono pode ser motivado pela ganância, mas também pelo desânimo, pelo medo e pela insegurança. Judas foi tentado, caiu e abandonou definitivamente o plano de Deus(Lc 22:3-6,47,48). Pedro foi tentado, caiu, mas se arrependeu(Lc 22:54-62). Esse é o pedido mais importante: que Deus nos poupe de o trairmos, de o negarmos, pois assim trairíamos e negaríamos a nós mesmos e a todos aqueles que lutam para que o reino venha.
Portanto, nesta parte da oração, Jesus lembra-nos do compromisso divino de nos livrar do mal enquanto vivemos neste mundo de aflições e que está imerso no maligno (1João 5:19), compromisso este que foi ratificado e reiterado pelo próprio Senhor em sua oração sacerdotal (João 17:15). Este compromisso é a certeza que o cristão tem de que o mal não lhe tocará (1João 5:18). Isto não quer dizer, em absoluto, que o crente sincero nunca terá dificuldades ou lutas, nem que não poderá sofrer. Deus prometeu a vitória e somente há vitória após uma luta, de forma que a promessa de vitória é uma indireta declaração de que haverá lutas na vida do cristão, o que, aliás, foi explicitado pelo próprio Senhor(João 15:33).
4) Expressamos o nosso amor e adoração ao Deus único e verdadeiro - “porque teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre. Amém”. A oração-modelo termina com uma expressão de adoração, parte indispensável em qualquer oração. É através da oração que expressamos nosso amor ao Senhor, que lhe rendemos a glória que só a Ele é devida. Lamentavelmente, nos nossos dias, oração tem significado apenas um petitório. Somente pedimos, pedimos, pedimos e, para finalizar, pedimos. Nem sempre nos lembramos de agradecer ao que Deus nos fez, que dirá adorá-lO, render-Lhe glória e louvor. É fundamental que a nossa oração, pelo menos, tenha uma parte de adoração. É preciso que louvemos e glorifiquemos a Deus em nossas orações.
CONCLUSÃO
Jesus deu aos discípulos mais do que palavras, quando mostrou um exemplo consistente de fé em suas orações. Teriam eles aprendidos? Os episódios iniciais no livro de Atos mostram que eles aprenderam a importância da oração. Depois que Pedro e João foram perseguidos e passaram algum tempo na prisão por causa de sua pregação, eles encontraram outros cristãos e oraram juntos com confiança, pedindo coragem para continuar sua obra (Atos 4:23-31). Sua citação da poderosa mensagem do Salmo 2 mostra que eles entenderam que o poder da oração é encontrado no poder daquele que ouve essas orações: o Deus que se assenta nos céus.
Como vai a sua vida de oração? Você tem se dirigido a Deus, desfrutando da intimidade que Jesus nos proporcionou com o Pai? “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!”(2Co 13:13).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 44. Guia do leitor da Bíblia. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald. Através da Bíblia – Lucas – John Vernon McGee.
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