domingo, 7 de agosto de 2011

Aula 07 - A BELEZA DO SERVIÇO CRISTÃO

Texto Base: João 13:12-17; Atos 2:42-47


Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim“ (Mt 24:46).

INTRODUÇÃO
O serviço cristão é o trabalho amoroso e sacrifical que o crente em Cristo consagra ao Senhor, tendo em vista à expansão do Reino de Deus e à edificação do Corpo de Cristo. A vida cristã é uma vida de serviço, de um serviço em todas as áreas da vida, de um cumprimento de tarefas determinadas pelo Senhor e da qual prestaremos contas quando chegarmos à eternidade.
I. AS CARACTERISTICAS DO SERVO DE CRISTO
Na parábola dos dois servos, Jesus nos mostra, claramente, que cada salvo é um servo e que todo servo é alguém que tem de servir, que tem de prestar um serviço, serviço que deve ser “assim”, ou seja, segundo um modelo, um padrão estabelecido pelo Senhor. Ele disse: “Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim”(Mt 24:46).
Os maiores homens de Deus, na Bíblia, são chamados de servos. Abraão foi chamado de servo pelo Senhor, quando falava sobre ele, com Isaque – “... e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo”(Gn 26:24).
Moisés foi chamado de servo – “... pois, ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra meu servo Moisés?”(Nm 12:8).
Davi foi chamado de servo – “Porque eu ampararei a esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi”(2Cr 19:34).
O Apóstolo João, conhecido como o apóstolo do amor, foi chamado de servo – “Revelação de Jesus Cristo... e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo”(Ap 1:1).
Paulo, o grande Apóstolo dos gentios, ele mesmo se auto-intitulou como sendo servo – “Paulo, servo de Deus e Apóstolo de Jesus Cristo...”(Tito 1:1).
Vê-se, pois, que para todos os grandes homens de Deus, Profetas, Reis, Apóstolos, ser chamado de servo de Deus era considerado uma benção, um privilégio especial. Nós, pela grande misericórdia de Deus, também alcançamos este privilégio de podermos dizer como disse Paulo, de podermos afirmar que somos servos de Deus.
A seguir destacaremos três características, dentre muitas, inerentes ao servo de Cristo:
1. Amor.
O amor é uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro, devemos observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, a primeira característica do fruto do Espírito (Gl 5:22), ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes, em ações, tem de se manifestar fora do indivíduo.
A prova de que alguém é, realmente, um filho de Deus está, precisamente, em ter este amor (vide 1João 4:7). Jesus deixou-nos isto muito claro ao dizer que Seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor(João 15:12; 1João 2:10,11; 3:10,11). Ele é o pressuposto, é o elemento primeiro e indispensável para que alguém seja um cristão e possa ser um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor.
2. Compromisso. Temos duas maneiras de viver: viver como salvo e viver sem compromisso com a salvação. O salvo, diz a Bíblia, “... deve andar como ele andou”(1João 2:6). Esse “Ele” fala de Jesus. O Apóstolo Pedro nos informa como “ele andou”: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”(Atos 10:38).
Os não salvos, sem compromissos com Deus e nem com o céu, seguem “... andando segundo as suas próprias concupiscências”(2Pedro 3:3).
Tem que haver uma nítida diferença entre a maneira de viver dos salvos em relação aos não salvos. Os Salvos, andando como Jesus andou, devem andar em amor, santidade, união, honestidade, humildade, dentre outras virtudes.
Há por aí um evangelho fácil e descomprometido com Deus, com sua Palavra e com a igreja, onde o fascínio de práticas ritualistas está de mãos dadas com a superficialidade da fé ao mesmo tempo em que a visão materialista da vida cristã toma o lugar da renúncia exigida por Cristo e vislumbrada nas bem-aventuranças (ver Mt 5:1-12; 16:24-26). Todavia, o compromisso de viver os princípios do Reino com todas as suas implicações é parte da relevância do crente no mundo.
3. Humildade.Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda humildade...”(Ef 4:1,2). Humildade é uma condição necessária para todo aquele que quer viver como salvo. Os Cristãos primitivos foram ensinados que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “...Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes...”(Tiago 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “...revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”(1Pedro 5:5). Ainda sobre a humildade escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3). Pelo que se pode observar, entre os crentes da Igreja primitiva não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade – “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam...” (Atos 4:32).
Portanto, para viver e andar como salvo é necessário andar em humildade. Entretanto, é bom ressaltar que:
* Humildade não é pobreza. Normalmente quando alguém quer se referir a um irmão muito pobre costuma-se dizer “é um irmão muito humildezinho”. Porém, nem todo pobre é humilde, bem como nem todo rico é soberbo, ou orgulhoso. Existem pobres revoltados pelo simples fato de serem pobres. Não se conformam, têm inveja dos ricos. Humildade e inveja são dois sentimentos que não podem habitar juntos. A presença de um elimina o outro.
* Humildade não é Ignorância. Costuma-se dizer: “aquele irmão é muito humilde, nem ler ele sabe”. Todavia, para ser orgulhoso, altivo, soberbo, não precisa saber ler. Nem todo analfabeto é humilde e nem todo letrado e sábio tem que ser altivo e soberbo. Por certo que temos muitos Obreiros, especialmente dos mais antigos, que não tiveram o privilégio de cursar nem o primeiro grau, porém, eles mesmos e um grande número de crentes que foram ganhos por eles estão vivendo como verdadeiras testemunhas de Cristo. Por outro lado existe uma nova geração de Obreiros que possuem vários diplomas de curso superior, são muito cultos, escritores, estes sempre gostam de escrever, pelo menos um “livrinho” para ser contado entre os escritores. Muitos destes que deixaram a verdadeira humildade correm o risco de nem estar vivendo como Salvos.
* Humildade não é aparência exterior. Ser testemunha de Cristo não é necessário ter cara e nem jeito de “coitado”. Não é pela aparência exterior que identificamos uma pessoa humilde, um crente que esteja dando testemunho de salvo em Cristo. “Ele é muito humilde, não liga para nada, anda mal vestido, não tem vaidade”. Isto pode ser desleixo, falta de higiene, mau gosto no vestir, ou até sovinismo. Humildade não é alimentar-se e vestir-se mal, podendo alimentar-se e vestir-se bem; humildade não é ter um carro velho, podendo ter um novo; humildade não é morar num barraco, podendo morar numa casa confortável. Quando o crente não pode ter o que é bom e Deus ainda não lhe quis dar, então ele segue vivendo como testemunhas de Cristo e dando glórias a Deus. Porém, quando o crente pode ter todo o conforto e regalias, então ele faz uso de seus bens materiais, segue sendo grato a Deus, vivendo como salvo e dando glórias a Deus.
II. O SERVIÇO CRISTÃO
O serviço cristão é a missão que todos os crentes devem cumprir exaltando o nome de Deus, divulgando a salvação, e promovendo a comunhão com o Criador.
1. Ordenado pelo Senhor. O Senhor, depois de haver libertado um homem de espíritos malignos disse-lhe: “Vai para tua casa, para os teus, e conta-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (Mc 5:19). Este homem deve ter feito conforme lhe foi pedido e, certamente, muitos foram abençoados por Deus pelo serviço prestado por esse seguidor de Jesus.
Agora, pois, que é que o Senhor, teu Deus requer de ti, senão que temas ao Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames e sirvas ao Senhor, teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma”(Dt 10:12). Estas palavras foram ditas ao povo de Israel e que se aplicam, literalmente, a todos nós que pertencemos à Igreja do Senhor.
2. Em relação a Deus. Também servimos a Deus mediante a adoração. Adoração com uma atitude certa nos faz ser diferente. É o diferencial entre os que servem e os que não servem a Deus.
Uma das características da descendência piedosa de Sete, estava, precisamente, no fato de que era esta linha de descendentes que adorava a Deus. A Bíblia informa-nos que, após o nascimento de Enos, o filho primogênito de Sete, passou-se a invocar o nome do Senhor (Gn 4:26), ou seja, Deus passou a ser buscado, a ser procurado, a ser reverenciado. O fato de esta linha de descendentes adorar a Deus, buscar reconhecer a sua autoridade, era o grande diferencial entre eles e os descendentes de Caim, a ponto de a Bíblia a eles se referir como sendo os "filhos de Deus" (Gn 6:2). Deus sempre irá manter um relacionamento de pai para filho com aqueles que O adorarem!
A Igreja Primitiva olhava para a adoração como uma atividade diária e constante (At 2:42-47). Para os primeiros discípulos, a adoração não era um tempo separado na vida diária; ela era a própria vida diária. O apóstolo Paulo referiu-se à vida cristã como um contínuo ato de adoração - “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rm 12:1-2). E em Hebreus temos explícito mandamento quanto à necessidade da adoração pública do povo de Deus: “Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”(Hb 10:25). Em Romanos 11:33-36 é demonstrado que só a Deus deve ser prestado adoração, logo o “eu” não tem forma diante dEle. Ele é a fonte de todas as coisas. Ele é o poder que sustenta e governa o mundo em que vivemos e criou tudo para expressão da sua glória - “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.
3. Em relação ao próximo. O amor a Deus é pressuposto para que se tenha amor ao próximo. Quem ama a Deus, ama o próximo(1João 4:21). Não é possível amar o próximo sem que antes se ame a Deus. Todavia, amar o próximo não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas, sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrio em todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais serão necessárias, como nos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessário que levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para que também ame o próximo, como nós o amamos. Isto é um maiúsculo serviço cristão em relação ao próximo.
III. A MISSÃO DA IGREJA NESTE MUNDO
Missão” vem de uma palavra latina que significa “enviar”. Jesus ordenou aos seus primeiros discípulos, como representantes daqueles que os seguiram: “… Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20:21b; cf. 17:18). Essa missão é ainda válida: a Igreja universal, incluindo cada igreja local e cada cristão, é enviada ao mundo para cumprir uma tarefa específica. Dentre as tarefas que a Igreja tem de cumprir destacamos três: proclamar a Palavra de Deus; viver em comunhão; servir a Deus e ao próximo.
1. Proclamar a Palavra de Deus(Mc 16:15). Como agente do Reino, a igreja é chamada a proclamar o Senhor Jesus como único Senhor e Salvador a todos os seres humanos, não importando sua etnia, cor, língua e posição social, e anunciar o convite de Deus aos pecadores para que entrem na vida, voltando-se para Cristo por meio do arrependimento e da fé (Mt 22:1-10; At 17:30). O ministério de Paulo como plantador de igrejas e evangelista por todo o mundo, tanto quanto possível, é um modelo para se levar adiante essa tarefa precípua (Rm 1:14; 15:17-29; 1Co 9:19-23; Cl 1:28-29).
2. Viver em comunhão. É parte da missão da igreja a comunhão do corpo de Cristo, e a partir do corpo de Cristo a visão inclui a família, lembrando que Deus quer ter uma família de muitos filhos semelhantes a Cristo. Neste sentido, a unidade da igreja é uma necessidade urgente. Quando Jesus orou ao Pai, pediu-lhe enfaticamente: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste”(João 17:20-21) .
3. Servir a Deus e ao próximo. A igreja é chamada também para realizar as “boas obras que Deus preparou de antemão para que as realize” (Ef 2:10), pois para isso foi criada. Fomos salvos para as boas obras. Por meio delas, o Reino se torna historicamente visível como uma realidade presente. A esta dimensão tem se chamado de responsabilidade social.
Confiando no mandamento de Deus para amar ao próximo, os cristãos devem responder com generosidade e compaixão a todas as formas de necessidades humanas (Mt 25:34-40; Lc 10:25-37; Rm 12:20-21). Jesus curou doentes, alimentou famintos e ensinou a ignorantes (Mt 15:32; 20:34; Mc 1:41; 10:1), e os que são novas criaturas em Cristo devem por em prática a mesma compaixão. Ao agirem assim, darão credibilidade ao evangelho que pregam a respeito de um Salvador cujo amor transforma pecadores naqueles que amam a Deus e ao próximo (Mt 5:16).
Esse tipo de serviço é também um testemunho de amor cristão. Provavelmente Tiago tenha falado que a fé sem as obras seja morta, nos exortando ao serviço para o bem comum. Está escrito: “Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”(Tg 4:17).
Jesus declarou o seguinte:E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulos, em verdade vos digo, que de modo algum perderá sua recompensa”(Mt 10:42 ).
CONCLUSÃO
Portanto, o serviço é uma parte indissociável da vida do salvo. Logo, todo salvo tem de servir a Deus, tem de Lhe prestar um serviço. Cada um na função que foi estabelecida pelo Senhor, temos de servi-lo: pregando o Evangelho; integrando os salvos na igreja local; aperfeiçoando os santos mediante o estudo da Palavra de Deus; adorando a Deus; buscando influenciar o mundo para que ele viva de acordo com a vontade de Deus; dando um bom testemunho para que os homens glorifiquem ao Senhor, inclusive ajudando ao próximo, tanto material quanto espiritualmente; lutando pela preservação da sã doutrina e pela manutenção de uma vida avivada na igreja local a que pertencemos. Temos feito isto que o Senhor nos determina? Temos cumprido as tarefas cometidas pelo Senhor?
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Caramuru Afonso Francisco – Igreja, povo exclusivo de adoração
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2 comentários:

  1. Ev. Carlos Samaniego11 de agosto de 2011 às 07:33

    A paz do Senhor!!! Achei o estudo em topico muito bom, facil de ser entendido. Que o Senhor Jesus continue abençoando grandemente e que lhe conceda muita sabedoria a cada dia.um forte abraço

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  2. Muito grato pelo seu comentário, caro irmão Ev. Carlos Samaniego! Que o Senhor te abençoe sobremaneira!
    Luciano

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