domingo, 21 de agosto de 2011

Aula 09 - PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA

Texto Básico: Atos 20:25-32

"Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2Co 11:3).
INTRODUÇÃO
Ao estabelecer a Igreja, Jesus tinha um propósito bem definido, todavia muitos estão se desviando desse propósito e caindo nas muitas ciladas do Diabo. Para que a Igreja preserve sua identidade, ela precisa resguardar-se de situações que coloquem sua autenticidade e essência em risco. Dentre esses perigos, destacamos, conforme nos alerta o apóstolo Paulo:
Ameaças internas: "E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si" (At 20:30). Não é incomum ver, na história da igreja, ataques vindos de dentro da própria instituição. Paulo deixa claro que homens do nosso meio, com o objetivo de atrair seguidores, falarão coisas que irão ferir o próprio Evangelho. Em 2Coríntios 11:26, Paulo descreve que, dentre os diversos perigos pelos quais passou, sofreu com os chamados falsos irmãos: "Em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos".
Ameaças externas: "Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho" (At 20.29). Paulo sabia que, depois de sua partida, a igreja sofreria ataques de falsos mestres, lobo em pele de ovelha, que se infiltrariam no rebanho e não teriam misericórdia. Isso tem acontecido em muitas igrejas, onde homens sem temor a Deus entram sem serem impedidos pregando falsas doutrinas e desviando da fé muitos incautos.
Sem dúvida nenhuma, vivemos tempos trabalhosos e difíceis, por isso precisamos orar, vigiar, estudar e meditar na Palavra de Deus a fim de manter nossa identidade como Igreja do Senhor.
I. O QUE É A IGREJA
A Igreja (o Corpo de Cristo) é formada por pessoas oriundas de todas as nacionalidades, culturas e etnias, que, pelo sangue de Cristo, passam a ter comunhão com Deus, perdoados que estão dos seus pecados, um povo espiritual, assim como o seu Senhor, um povo destinado a se reunir aos santos do passado para povoar a Nova Jerusalém, a Jerusalém Celeste, onde se reeditará a comunhão eterna e perfeita que havia entre Deus e a humanidade antes que o pecado entrasse no mundo (Ap 21:3). “A Igreja é a herdeira da Cruz”.
1. Definição. A palavra igreja vem do grego “ekklēsia”. O termo, literalmente, refere-se à reunião pública, ou assembléia regularmente convocada, cujo objetivo é congregar-se para deliberar sobre o bem comum(Mt 18:17; At 15:4).
A palavra “ekklesia” foi utilizada na Versão Grega do Antigo Testamento (a chamada Septuaginta) para traduzir a palavra hebraica “qahal”, que as nossas versões em língua portuguesa costumam registrar como “congregação”, nome pelo qual era conhecida a reunião do povo de Israel, principalmente no tempo da peregrinação no deserto, quando Moisés costumava chamar todo o povo para algumas reuniões solenes à frente do tabernáculo que, por isso mesmo, era denominada de “tenda da congregação” (Nm 10:1-3). Notamos, pois, que a palavra “igreja” fala de uma “reunião”, ou seja, um grupo de pessoas.
Este significado de “igreja” é o que se chama, também, de “igreja universal”, entendida esta como a reunião de todos os homens que creram em Cristo em todos os tempos, a partir da obra redentora na cruz do Calvário, a “universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus” (Hb 12:23a), ao “corpo de Cristo” (1Co 12:27; Ef 4:12), a “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (1Pe 2:9), o conjunto de todos os que creram em Jesus Cristo ao longo da história e que se reunirá, pela vez primeira, quando do arrebatamento da Igreja, os quais serão apresentados ao Pai pelo Filho com as seguintes palavras: “Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu.”(Hb 2:13).
2. As duas principais dimensões da Igreja. A Igreja não é uma mera organização, mas um organismo vivo. O Novo Testamento mostra que ela é Divina e Terrena. Vejamos:
a) Divina. Concebida ainda antes da fundação do mundo(Ef 1:10), a Igreja é um projeto exclusivamente divino, concebido, executado e sustentado por Deus. Ela foi revelada por Jesus na famosa “declaração de Cesaréia”. No entanto, somente teria existência própria a partir do instante em que Jesus subiu aos Céus, assentando-se à direita de Deus, visto que a igreja é “o Corpo de Cristo”. É por isso que podemos ter a certeza, e a história tem demonstrado isto, que nada pode destruir a Igreja. Durante estes quase dois mil anos em que a igreja tem participado da história da humanidade, muitos homens poderosos se levantaram contra a Igreja, tentaram destruí-la e não foram poucas as vezes em que se proclamou que a Igreja estava vencida. No entanto, todos estes homens passaram, mas a Igreja se manteve de pé, vencedora, demonstrando que não se trata de obra humana, mas de algo que é divino e contra o qual todos os poderes das trevas não têm podido prevalecer.
b) Terrena. A partir do livro de Atos dos Apóstolos, nos deparamos com a chamada “igreja local”, ou seja, um conjunto de pessoas que dizem crer em Jesus Cristo e que professam a sua doutrina e que se encontram numa determinada localidade. É uma reunião de pessoas que, chamadas por Deus, passam a obedecer às Escrituras e aos ensinos do Senhor Jesus, e, por isso mesmo, pregam a Cristo e ensinam a Palavra de Deus a todos quantos vivem naquele determinado lugar.
O significado de Igreja Local surge, pela vez primeira, em At 8:1, quando se fala na perseguição que se iniciou contra “a igreja que estava em Jerusalém”, para, logo em seguida, dizer que os membros desta igreja foram dispersos, com exceção dos apóstolos, passando a pregar a Cristo em todos os lugares, começando a narrativa por Samaria, para onde fora Filipe. Neste significado, encontramos a palavra “igreja” no plural, como se lê, por exemplo, em At 9:31, que fala das “igrejas em toda Judéia, e Galiléia, e Samaria”. A “igreja local”, portanto, é um grupo social, uma reunião de pessoas, uma partícula da “igreja universal”, do “corpo de Cristo”.
3. Sua identidade. Há dois elementos principais, registrados na Bíblia Sagrada, que identificam a Igreja de forma contundente: o Amor e a Santidade.
a) O Amor. Deus nos amou (João 3:16), e nos deu, juntamente com a salvação, o dom de amar. Muito além do amor romântico, de um sentimento, o verdadeiro amor ultrapassa essas barreiras e é parte da personalidade do cristão.
Como está escrito no “Manual Bíblico de Halley”, "o amor é a arma mais eficaz da igreja. O amor é a essência da natureza de Deus. O amor é a perfeição do caráter humano. O amor é a força mais poderosa e determinante do universo inteiro. Sem o amor, nenhum dos vários dons do Espírito teria proveito". O amor é cartão de identidade do cristão.
Nestes “últimos dias”, o desamor é uma constante e, em virtude disto, os dias são repletos de violência, pois a vida humana é vilipendiada, já que não há amor a Deus e, conseqüentemente, não há amor ao próximo. O homem é menosprezado e se desenvolve, entre os homens, uma verdadeira “cultura da morte”.
b) A Santidade. Acima de todas as coisas, a Santidade é a prioridade de Deus para os seus seguidores (Ef 4:21-24). Ser santo é ficar perto de Deus, e de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão.
A Santidade foi o propósito de Deus para o seu povo quando Ele planejou sua salvação em Cristo(Ef 1:4). A Santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta Terra(Mt 1:21; 1Co 1:2,30). A Santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou por eles na cruz(Ef 5:25-27). A Santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo(Rm 8:2-15; Gl 5:16-25; Ef 2:10). Sem Santidade, ninguém poderá ser útil a Deus(2Tm 2:20,21). Sem Santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus(Sl 15:1,2). Sem Santidade, ninguém verá o Senhor(Hb 12:14; Mt 5:8).
Os crentes primitivos pela sua vida de santidade, pela sua comunhão com o Senhor, geravam temor, respeito e estima entre os incrédulos. Hoje, infelizmente, muitos dos que cristãos dizem ser, não tem mais esta identidade. Nos dias em que vivemos, não se pode sequer definir o perfil de um salvo, pois há “evangélicos”, “crentes” de todos os tipos, de todos os gostos, “de todas as tribos”. Quem poderia imaginar, há alguns anos atrás, que haveria “blocos carnavalescos evangélicos”? Quem poderia dizer que haveria o “heavy metal rock evangélico”? E “evangélicos” que posam nus para revistas eróticas ou que apresentassem programas eróticos nos meios de comunicação? Isto para não falar de “evangélicos homossexuais”, “novenas evangélicas”, “amuletos evangélicos” (sal grosso, rosas ungidas, óleo santo etc.), “samba evangélico”, “comunicação com santos do Paraíso”, “cultos evangélicos dirigidos por anjos” e tantos outros modismos que têm invadido e confundido muitos que dizem ter sido salvos por Jesus e deixado o pecado. A causa de tudo isso é a falta de discernimento entre o que é santo e o que é profano. Isso é terrível! Isso é uma ameaça à identidade da Igreja!
II. A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA
1. Na pregação e no ensino do Evangelho.
As duas principais missões da Igreja no mundo são a evangelização e o ensino da Palavra de Deus. Elas representam, respectivamente, o relacionamento horizontal: igreja e o mundo; e o relacionamento central: igreja e seus membros. Quando os cristãos têm consciência dessas missões, passam a entender que sua existência gira em torno delas.
Na exposição da mensagem do Evangelho é necessário ter convicção da verdade apresentada. A pessoa que comunica a verdade do evangelho precisa ter muita certeza para poder comunicá-la efetivamente. Então, o Evangelho poderá ser recebido como palavra de Deus (ler 1Ts 2.13).
Muitos obreiros acham que para pregar o evangelho não é necessário aprender a doutrina bíblica. Acham que o aprendizado sistemático da Palavra de Deus é perda de tempo. Acham que o Espírito Santo os ensinará no momento da pregação. Isto é uma aberração! O espírito Santo jamais ajudará obreiros preguiçosos, que não estudam a Palavra de Deus.
É bom observar o belo exemplo de Epafras; ele foi um grande missionário. Além de fundar a igreja de Colossos foi também o fundador das igrejas de Laudicéia e Hierápolis. Tudo indica que ele se converteu ao evangelho pela pregação de Paulo, por isso Epafras deve ter se formado na teologia paulina, de modo que estaria bem preparado para ser um missionário e mestre. Ele era um obreiro zeloso, pois se preocupava com o estado espiritual das igrejas que havia aberto orando por elas (Cl 4:12).Era também um obreiro que pregava e ensinava o evangelho genuíno, pois no início da epístola aos Efésios Paulo afirma que Epafras fora um missionário que havia pregado a “palavra da verdade do evangelho” e que havia incutido na mente dos crentes a “esperança reservada nos céus” (Cl 1:5). Era também um mestre preocupado com o ensino da sã doutrina (Cl 1:7), e o próprio Paulo escrevendo a Timóteo afirma que o verdadeiro líder deve estar apto para ensinar (1Tm 3.2). Portanto, Epafras foi um líder preocupado com a vida espiritual de seus liderados, ele tinha zelo por eles. Que isto sirva de exemplo aos nossos líderes atuais.
2. No amor cristão. Outro fator determinante de uma Igreja forte é sem dúvida a demonstração de amor que os membros manifestam uns pelos outros. Mesmo que haja atritos entre os irmãos, esse sentimento funcionará como o adesivo, unindo as partes conflitantes sem causar feridas.
Jesus ensinou aos seus seguidores que o amor evidencia a comunhão com Ele e com o Pai: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:35). Somente através de Jesus Cristo o amor de Deus é derramado em nossos corações, levando-nos a cumprir o conselho do apóstolo João de amarmos uns aos outros (1João 3:23).
3. Na defesa da fé. Cada crente deve preservar a doutrina de Cristo, lutando contra as várias distorções e heresias que surgem a cada dia (2João vv.9,10; 1Tm 6.3-5). Somente poderemos defender a santíssima fé se nos dedicarmos com afinco a estudo da doutrina bíblica. Timóteo permaneceu em Éfeso a pedido de Paulo para que aconselhasse que não fosse ensinada “outra doutrina”(1Tm 1:3). A doutrina bíblica não pode ser modificada, substituída ou anulada por supostas revelações, visões e profecias (At 20:27-30; 1Tm 6:20). Timóteo, também, foi incentivado a defender a sua fé: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante muitas testemunhas”(2Tm 6:12). Aqueles que conhecem os fundamentos básicos da fé cristã podem defender suas convicções à luz da Palavra de Deus, como também aplicar as verdades à sua vida.
Saibamos que nossa fé é atacada por inimigos e questionada por pessoas sinceras e desejosas de respostas. Conhecendo bem a doutrina, podemos “responder, com mansidão e temor, a razão da esperança” que há em nós(1Pe 3:15).
III. ALGUNS PERIGOS QUE AMEAÇAM A IGREJA
1. A perda e o esfriamento do amor.
Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”(Ap 2:4,5). Estas palavras foram dirigidas a Igreja de Éfeso, aquela que representou os cristãos até o ano 100 depois de Cristo. Quando estas palavras foram proferidas muitos dos seus fundadores já haviam morrido e a maioria dos crentes da segunda geração havia perdido seu zelo por Deus. Era uma igreja muito ocupada. Seus membros faziam muito em beneficio próprio e da comunidade, mas estavam agindo de acordo com motivos errados. A obra de Deus deve ser motivada pelo amor a Deus; caso contrário, não durará.
Há pouco tempo a Igreja evangélica viveu momentos de grande avivamento espiritual, mormente a Assembléia de Deus, no que tange ao movimento pentecostal, em que os deleites espirituais da igreja primitiva foram vivenciados. Mas, qual a igreja de Éfeso, à medida que as gerações vão sendo sucedidas por outras, a igreja vai mudando o seu ritmo e sua maneira bíblica e apostólica de viver. Muitos falsos pastores e mestres têm surgido e tem causado tremendos prejuízos espirituais à Igreja.
Deus está alertando a igreja de hoje como o fez com a igreja de Sardes: “... Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”(Ap 3:1-3).
"Tens nome de que estás vivo, e estás morto". Na sociedade daquele tempo, ou até mesmo entre os crentes, Sardes era considerada uma Igreja viva. Até tinha evidências de um avivamento. Porém, aos olhos de Deus, havia lá muito material “necrosado”, “morto”. A Igreja estava morta espiritualmente. Assim são muitos crentes e muitas Igrejas locais atualmente. Muitas vezes, há nelas uma "aparência" de avivamento, um barulho "santo", mas é só barulho, são só lampejos de um verdadeiro avivamento. Deus alerta seus filhos para que despertem: "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará"(Ef 5:14).
“Sê vigilante”. O Senhor está dizendo à Igreja: “Desperta dessa anestesia espiritual!”. O Apóstolo Paulo disse a Timóteo: "Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”(2Tm 3:13). Numa Igreja que tem aparência de viva, mas está morta, não há frutos, arrependimentos, santidade, ética, caráter... Uma Igreja assim precisa de uma reforma, de um novo começo, precisa voltar ao primeiro amor.
"...e confirma o restante, que estava para morrer". Na Igreja de Sardes, as poucas coisas que ainda viviam já estavam à beira da morte, mas poderiam ser salvas, mediante uma pronta intervenção do Senhor da Igreja. A aparência e as formas estavam bem, mas precisavam ser trocadas pelo poder e pela dedicação. Temos aqui também, um grande perigo. Muitos já morreram na vida cristã. Mas outros há que estão morrendo em sua passividade. É necessário interromper este "sono letal", esta "morte lenta", esta “mornidão espiritual”, que atinge um certo número de irmãos no seio da Igreja local nos dias hodiernos. Nosso amor por Jesus deve ser puro, sincero e ardente (Mt 15:8). Voltemos, pois, imediatamente ao primeiro amor.
2. A perda do temor a Deus. Num mundo onde impera o relativismo moral e ético, corremos o perigo de perder o temor e a reverência ao Altíssimo. Ser temente a Deus não é ter medo de Deus, mas, muito pelo contrário, é ter respeito a Deus, comportar-se de modo que se reconheça que Deus é o Senhor e que nós somos apenas Seus servos.
Ser temente a Deus é reconhecer que Deus deve guiar nossos passos e que nós devemos obedecer-lhe, simplesmente porque Ele é o Senhor. Aqui repousa, aliás, a própria moralidade do servo do Senhor. Fazemos ou deixamos de fazer algo não porque tenhamos medo de Deus, mas porque reconhecemos que Ele é o Senhor e que a Ele cabe ordenar os homens sobre o que deve ser feito ou não.
Ser temente a Deus é ser dependente de Deus, é negar o convite feito pelo inimigo de sermos auto-suficientes e de querermos ser "pequenos deuses", dizendo, para nós mesmos, o que é certo ou o que é errado, exatamente a mensagem satânica que está sendo disseminada no mundo, atualmente sob a roupagem do movimento Nova Era.
Alguém com verdadeiro temor a Deus deseja andar de acordo com a vontade divina e cumprir os ensinamentos da sua santa Palavra. Não seria nenhum exagero afirmarmos que não cometeríamos muitas das nossas transgressões se, de fato, houvesse em nosso coração um autêntico e sincero temor ao Senhor. Com o mesmo temor ao Senhor, os opressores não oprimiriam, os injustos não fariam injustiças, os corruptos não agiriam despudoradamente e os ímpios mudariam de vida.
Jó era temente a Deus(Jó 1:1), reconhecia em Deus o senhorio sobre o universo e sobre a sua vida e, por isso, aborrecia o mal (Pv 8:13). A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio do conhecimento (Pv 1:7), é o princípio da sabedoria (Sl 111:10). É no temor de Deus que Jó depositava a sua confiança (Jó 4:6), não sendo diferente conosco nestes dias(Pv 14:26), pois, ao temermos a Deus, sabemos que Ele é soberano e tem o absoluto controle sobre todas as coisas, o que nos deixa tranquilos quanto à Sua bênção sobre nós e o cumprimento de Suas promessas a nosso respeito.
Só poderemos alcançar a pureza se tivermos o temor do Senhor, pois só Ele é limpo (Sl 19:9). Não temer a Deus é ser ímpio e, portanto, sem qualquer parte com o Senhor e com a vida eterna (Sl 36:1;Rm 3:12-18).
3. A perda da humildade.Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda humildade...”(Ef 4:1,2). Humildade é uma condição necessária para todo aquele que quer viver como salvo. Pelo que se pode observar, entre os crentes da Igreja primitiva não havia sentimentos de grandeza, orgulho, soberba, superioridade – “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam...” (Atos 4:32). Aqueles cristãos primitivos sabiam que o orgulho, a altivez, a soberba eram coisas do mundo e que “... Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes...”(Tiago 4:6). Neste mesmo sentido ensinou, também, o Apóstolo Pedro, dizendo: “... revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”(1Pedro 5:5). Ainda sobre a humildade escreveu Paulo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”(Fp 2:3).
Nestes dias pós-modernos, muitos são os que permitiram o orgulho tomar conta de seus corações. Eles se esquecem de que tudo neste mundo é efêmero: riqueza, fama e poder. Por conseguinte, quando o crente perde a simplicidade cristã torna-se orgulhoso e insuportável, inclusive para o próprio Deus. Vigiemos para que jamais venhamos a perder a humildade, pois a "soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra" (Pv 29:23).
CONCLUSÃO
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobreviverão tempos trabalhosos
”(2Tm 3:1). Nos “tempos trabalhosos” dos “últimos dias” Paulo não se refere a perseguições, mártires, prisões, mas fala de convulsões internas. Nessa época, o perigo estaria dentro ou no seio da própria igreja local. Esses “tempos trabalhosos” seriam caracterizados por um período de Apostasia cada vez mais intenso, bem como de uma crescente corrupção moral. Conforme 2Timóteo 3:1-5, Paulo enumera cerca de vinte diferentes aspectos da reprovação que iria caracterizar uma boa parte das lideranças da “Igreja”, para depois afirmar que “... os homens maus e enganadores irão de mau para pior, enganando e sendo enganados”(2Tm 3:13). Assim, olhando para a Bíblia, e olhando para o chamado “mundo evangélico” temos a impressão de estarmos vivendo aqueles “últimos dias” referidos por Paulo.
Tenhamos cuidado para não perdermos a identidade de verdadeiros cristãos. Conservemos a sã doutrina, pois o Inimigo tenta macular a Igreja de Cristo mediante as heresias, modismos e costumes mundanos, através de influencias externas e, principalmente internas. Sigamos o conselho de Paulo a Timóteo: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem" (1Tm 4:16).

Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular(Novo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão – nº 47.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Caramuru Afonso Francisco – A secularização da Igreja

3 comentários:

  1. Irmão Luciano
    A Paz do Senhor

    Fiz uma visita em seu blog e achei interessante. Estou me tornando seguidor de seu blog e gostaria que o irmão visitasse o meu blog também e se torna-se seguidor dele. O meu blog possui estudos bíblicos e notícias religiosas que saem na imprensa. O irmão vai gostar. Deus abençoe.

    Rafael Carlos
    fidelidadeajesus.blogspot.com

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  2. A Paz do Senhor Rafael! Muito grato por seguir este blog! Achei bastante instrutivo e esclarecedor os artigos inseridos no seu blog!A partir de então acompanharei os assuntos ali inseridos!
    Deus o abençoe!
    Luciano Lourenço

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  3. A Paz do Senhor Jesus, Louvo a Deus pela sua via irmão, Deus tem te usado muito neste Ministério do Ensino, eu tbm pela misericordia de Deus trabalho na area de ensino da Igreja. Que Deus continue te abençoando a vç., e sua familia. fka na paz do Senhor Jesus(rms.reinaldo.msoares@hotmail.com)

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