Texto
básico: Apocalipse 1:9-18
“Não
temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou
vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno”(Ap
1:17,18).
INTRODUÇÃO
João estava preso na ilha de
Patmos em decorrência de sua lealdade à Palavra de Deus e ao testemunho de
Jesus (Ap 1:9). Ele foi arrebatado em Espírito e ouviu por detrás dele uma voz
com a limpidez, volume e timbre de uma trombeta (1:10). Ao voltar-se para quem
falava, João viu “sete candeeiros de ouro”, que simbolizava as sete igrejas
descritas no livro de Apocalipse (Ap 1:11; 1:20). A Pessoa no meio dos
candeeiros era semelhante ao Filho do homem, cujas vestes externas eram
talares, isto é, longas como a beca de um juiz (Ap 1:13). Ele estava cingido
pelos peitos com um cinto de ouro, que simboliza a justiça e fidelidade do seu
julgamento. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, retratando sua
eternidade como o Ancião de Dias(Dn 7:9) e a sabedoria e pureza de suas
sentenças. Os seus olhos eram como chama de fogo (1:14), que se referem ao seu
conhecimento perfeito, discernimento infalível e escrutínio inescapável. Os
seus pés eram semelhantes ao bronze polido (1:15), como que refinado numa fornalha;
uma vez que o bronze costuma representar julgamento, sua presença aqui
corrobora a ideia de que se tem em vista, a cima de tudo, a função judicial de
Cristo. Sua voz era semelhante às ondas do mar ou a cachoeiras majestosas e
assustadoras que descem uma montanha. Tinha na mão direita sete estrelas
(1:16), uma representação de poder, controle e honra; Cristo está não apenas
entre as igrejas, mas as têm em suas próprias mãos. Da sua boca saía-lhe uma
afiada espada de dois gumes, representando a Palavra de Deus(Hb 4:12), que se
refere aos veredictos incisivos e precisos acerca de seu povo, como se vê nas
cartas às sete igrejas. O seu rosto brilhava como o sol ao meio-dia (1:16), com
o esplendor ofuscante e transcendente da glória de sua divindade.
Esse que João viu é o Cristo
Glorificado, que se revela não apenas em glória, mas como o Senhor de toda a
glória, o qual está entronizado à destra do Pai e apresenta-se como Rei dos
reis e Senhor dos senhores (Ap 17:14; 19:16). Ao vê-lo, João prostrou-se aos seus
pés como morto. É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Temos hoje
uma visão do Cristo glorificado?
I. O CRISTO ENCARNADO
Por ocasião de sua primeira vinda
para manifestar o evangelho, Jesus não apareceu glorificado. Teve uma vida
semelhante à nossa, e esteve sujeito ao cansaço, à fome, à sede e demais
limitações de um corpo não-glorificado. Precisou comer, dormir, andar, falar
com as pessoas e tocá-las. Por meio de sua encarnação, Ele falou aos judeus
sobre o plano da salvação. Paulo comenta que Jesus "aniquilou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens" (Fp
2:7). Nesse momento, Jesus experimentou a humanidade.
Nos primórdios do cristianismo, a igreja foi nuveada
com doutrinas heréticas oriundas do segmento gnóstico. Um desses ensinos falsos
era que Jesus não veio em carne, ou seja, esses falsos mestres alegavam
que Jesus não havia encarnado, mas que um espírito se apossara do corpo do
Senhor por ocasião do seu nascimento ou batismo, retirando-se por ocasião da
crucificação. Os textos de 1João 4:1-3 denotam a existência desses falsos
mestres. O apóstolo João, porém, cuidou
logo de refutar esse ensino falso, que pertinaz procurava destruir a fé dos
primeiros cristãos. João chamou
esses falsos mestres de “anticristos” - “… muitos
se têm feito anticristos…”(1João 2:18). E o pior de tudo é que eles saíram do seio da
igreja – “Saíram de nós, mas não eram
de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se
manifestassem que não são todos de nós”(1João 2:19). Esses falsos mestres se haviam infiltrado na
comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a
doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Ora, se no
início da Igreja foi assim, quanto mais hoje em que a apostasia é o principal
tom.
1. A
encarnação. “Todo espírito
que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”(1João 4:2). O
mais importante não é o fato histórico, ou seja, o fato de que Jesus nasceu no
mundo em um corpo humano, mas, sim, a confissão de uma Pessoa Viva, de que Jesus
Cristo veio em carne, a confissão que reconhece Jesus como o Cristo
encarnado. Quem o confessa também se prostra diante dele como Senhor de sua
vida.
Hoje, encontramos muitas pessoas dispostas a dizer coisas aceitáveis
acerca de Jesus, mas não a confessá-lo como o Deus encarnado. Dizem que Cristo
é “divino”, mas não que é Deus. Menosprezam a glória de Cristo. São, portanto,
falsos profetas, falsos mestres.
No início da Igreja, os falsos mestres do gnosticismo negavam tanto a divindade
quanto a humanidade de Cristo. Eles negavam tanto a sua encarnação
como a sua ressurreição. Eles negavam tanto a sua concepção virginal quanto a
sua morte expiatória. Eles separavam o Jesus do Cristo; faziam uma distinção
entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Para eles, o Cristo veio sobre Jesus
no batismo e se retirou dele na cruz. João classifica esta posição como heresia
e procedente do anticristo.
Não foi o Cristo que veio "para" a carne de Jesus, mas o
próprio Jesus era o Cristo vindo "em" carne. Quem negar isto, ou
seja, quem negar que Jesus é o Cristo e que Ele veio em carne não é de Deus; é
negar que ele seja o nosso Sumo Sacerdote, que nos abre acesso à presença de
Deus; é negar que ele seja o nosso Salvador; é negar a redenção do corpo bem
como a possibilidade do encontro entre o humano e o divino.
Portanto, a doutrina cristã fundamental, que nunca pode ser
transigida, é a da Pessoa divino-humana e eterna de Jesus Cristo, o Filho de
Deus. Nenhum sistema pode ser tolerado, por mais estrondosas que sejam as suas
pretensões ou por mais cultos que sejam os seus adeptos, se negar que Jesus é o
Cristo vindo em carne, isto é, se negar a sua divindade eterna ou a sua
humanidade histórica.
2. O objetivo da encarnação de Cristo. Em Nazaré, a cidade da juventude, Jesus entrou, num
sábado, na sinagoga, segundo o seu costume. Lá, Ele levantou para ler as
Escrituras do Antigo Testamento. O auxiliar lhe deu o pergaminho no qual a
profecia de Isaias estava escrita. O Senhor estendeu o rolo até a parte que
agora conhecemos como Isaías 61, e leu o versículo 1 e a primeira metade do
versículo 2: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar
liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos,
a anunciar o ano aceitável do Senhor”(Lc 4:18,19).
Quando Jesus disse “hoje se cumpriu a Escritura que acabam
de ouvir”, ele estava dizendo de maneira mais clara possível que era o Messias
de Israel, e o objetivo de sua encarnação. Jesus veio para tratar dos enormes
problemas que têm afligido a humanidade através da história:
· Pobreza: “Levar
boas notícias aos pobres”(NTLH). A pobreza não é vista propriamente como
escassez de bens materiais, mas como necessidade da alma. No Sermão da Montanha
Jesus proclamou: “bem-aventurados os pobres”. Nesse contexto,
pobre é o que tem uma carência espiritual! Por conseguinte, é aquele que
reconhece suas verdadeiras necessidades espirituais. E por isso almeja um
relacionamento mais profundo com Deus como o fez o salmista: “Como o cervo
brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A
minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...”(Sl 42:1,2).
· Tristeza: “Restaurar
os contritos de coração”(RC). O pecado escraviza e debilita o homem, os
quebrantados de coração são aqueles oprimidos e machucados pelo pecado,
portanto Jesus veio proporcionar a cura.
· Escravidão: “Apregoar
liberdade aos cativos”. Os prisioneiros do pecado sentem medo da morte,
sente-se culpado diante de Deus, praticam tudo aquilo que não agrada ao Senhor,
motivos estes que conduziram Jesus ao calvário, dando liberdade integral ao
homem oprimido pelo pecado. “Se, pois, o Filho do Homem vos libertar,
verdadeiramente, sereis livres”(João 8.36).
·
Sofrimento: “Dar vista aos cegos”.
Existem cegos fisicamente e cegos espirituais, aqueles que não conseguem
perceber a verdade de Deus, como nos mostra as escrituras – “nos quais o deus
deste século (satanás) cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”(2Co
4:4). Jesus veio libertá-los desse sofrimento. Ele se apresentou como a
resposta para todos os males que nos atormentam. E se pensarmos nesses males em
sentido físico ou espiritual, isto também se aplica. Cristo é a resposta.
·
Opressão: “Pôr em liberdade os
oprimidos”. Isto é, romper os grilhões do mal e proclamar a libertação do
pecado e do domínio satânico.
·
Perdição eterna: “anunciar o ano aceitável do
Senhor”. Jesus encarnou-se para propiciar o amanhecer de uma nova
era para o ser humano: a Salvação da sua alma. A salvação do homem anunciada
pelo próprio Senhor Jesus cumpre-se na integra na vida daqueles que dão ouvidos
as Escrituras Sagradas e deixam o poder de Deus agir em suas vidas. É
significativo que Jesus termina a leitura com as palavras “anunciar o ano
aceitável do Senhor”. Perceba que Jesus não acrescentou as palavras
restantes de Isaias: “... e o dia da vingança do nosso Deus”. O propósito
da sua primeira vinda, da sua encarnação, foi “anunciar o ano aceitável do
Senhor”. A atual época da graça é o tempo aceitável e o Dia da salvação. Ao
voltar à Terra pela segunda vez, será para proclamar o “Dia da vingança do
nosso Deus”.
II. O CRISTO
HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
O capítulo 53 de
Isaias é um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Nele
o profeta dá riqueza de pormenores sobre o sofrimento de Jesus. Após indagar
quem havia dado crédito à pregação do Servo do Senhor, apresenta-O sem parecer
nem formosura, fala que Ele está desprezado e tornado o mais indigno entre os
homens (Is 53:3). Diz que Ele assumiu a posição de vítima no sacrifício,
tomando sobre si as nossas enfermidades, as nossas dores. Tornou-se Ele o ferido
de Deus e oprimido [humilhado] (Is 53:4). Ele foi ferido
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades (Is 53:5),
ou seja, assumia a condição da vítima dos sacrifícios da lei, levando a culpa
do ofertante sobre si (Is 53:6). O profeta afirma que não houve apenas
sofrimento, mas morte, pois foi levado como cordeiro ao matadouro (Is 53:7),
sendo cortado da terra dos viventes (Is 53:8), devidamente sepultado (Is
53:9), embora fosse justo. Sua morte representou verdadeira expiação do
pecado (Is 53:10), que teria o agrado do Senhor e representaria a
justificação de muitos (Is 53:11), a ponto de levar sobre si o pecado de
muitos e de poder interceder pelos transgressores, embora, para tanto,
tivesse tido de ser contado com eles (Is 53:12).
Cristo foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Diz o profeta
Isaias: “Ele foi oprimido [humilhado], mas não abriu a boca; como um
cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a boca”(Is 53:7). Esta observação do profeta
Isaias acerca do Sofredor paciente ocorre duas vezes neste versículo. Ele não
abriria a sua boca. Em primeiro lugar, Ele não precisava se defender,
visto que nenhuma acusação válida foi feita contra Ele. Em segundo lugar,
seu julgamento foi apenas uma farsa judicial conduzida por hipócritas sem
princípios, reivindicando motivos piedosos, enquanto naquele exato momento
estavam violando as leis judaicas da jurisprudência; por conseguinte, nenhuma
defesa faria diferença. Diante do Sinédrio, Jesus falou somente quando o
silêncio significaria uma renúncia da sua divindade e de ser o Messias(Mt
26:63,34). Diante de Pilatos, Ele somente falou quando o silêncio
significaria a renúncia da sua realeza. E diante do incestuoso Herodes,
o Tetrarca, não falou uma só palavra(Lc 23:9). Como a ovelha muda perante
os seus tosquiadores, assim o nosso Senhor suportou em silêncio a sua
humilhação.
É bom ressaltar que o sofrimento de Cristo e
sua morte na cruz são o ponto central da história. Para lá todas as estradas do
passado convergem; e de lá saem todas as estradas do futuro. Somente conhecemos
a Cristo vendo-o na cruz. Somente encontramos Jesus se pudermos vê-lo como
Cristo crucificado. Não podemos vê-lo antes da cruz somente, nem depois
somente. Muitos param antes da cruz. Outros tentam encontrá-lo somente como
ressuscitado. Muitos evitam a cruz, e assim fazendo rejeitam a Jesus. É bom
ressaltar que não estamos simplesmente falando do madeiro em si mesmo, mas da
“cruz” de Cristo que representa a sua obra redentora mediante sua morte substitutiva
no Calvário.
III. O CRISTO GLORIFICADO
João tem uma visão do Cristo na
sua glória excelsa (Ap 1:13-18): “E, no meio dos sete castiçais, um
semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e
cingido pelo peito com um cinto de ouro”.
“E a sua cabeça e cabelos eram
brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo”;
“E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se
tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua
voz, como a voz de muitas águas”.
“E ele tinha na sua destra sete
estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era
como o sol, quando na sua força resplandece”.
“E eu, quando o vi, caí a seus
pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou
o Primeiro e o Último”;
“E o que vive; fui morto, mas eis
aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do
inferno”.
No versículo 16, veja o
que João diz: “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía
uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua
força resplandece”. O que João vê agora não é mais um Cristo servo,
perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de
glória, Glorificado. A luz do sol supera o brilho dos candelabros. O que João
contempla aqui não é mais um rosto desfigurado, ensanguentado, mas um rosto que
brilha como o sol. Agora não é mais o Cristo humilhado, mas o Cristo exaltado.
Não é mais o Cristo torturado pela sede, esbordoado pelos algozes, ferido pelos
soldados, mas o Cristo majestoso diante de quem todo joelho se dobra.
Ele disse a João: “fui
morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da
morte e do inferno”(1:18). Aqui, o Cristo Glorificado
mostra a João a sua vitória triunfal.
Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só
ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte,
aqui, se refere ao corpo, e o inferno, à alma. A palavra inferno também pode
ser traduzida por “Hades”, um termo usado para descrever o reino dos mortos e o
estado sem corpo. Quando uma pessoa sem salvação morre, a alma vai para esse
lugar, enquanto o corpo desce à cova. Para o cristão, entretanto, esse estado
corresponde a estar na presença do Senhor; na ressurreição, a alma será reunida
ao corpo glorificado e arrebatada à casa do Pai Celestial.
Tanto a morte quanto o Hades
serão lançados no lago do fogo no juízo final (Ap 20:14). Quem tem as chaves
tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt
28:18). Jesus tem não apenas a chave do céu (Ap 3:7), mas também a chave da
morte (túmulo). Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está
com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna.
João quando viu o Cristo em sua Excelsa Glória ele não
suportou, caiu como morto – “E eu, quando o vi, caí a seus pés
como morto”(v. 17). O mesmo João que debruçara no peito de Jesus,
agora cai a seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5;
Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3,4) passaram pela mesma experiência ao
contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele
habita em luz inacessível (1Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem
se prostrar.
O que a igreja necessita hoje é uma clara percepção de
Cristo e Sua glória. Necessitamos vê-lo exaltado em Seu alto e sublime trono.
Há uma perigosa ausência de admiração reverente e adoração em nossas
assembléias hoje. Orgulhamo-nos de nos levantar sobre os nossos próprios pés,
em vez de cairmos com o rosto em terra ante os pés do Cristo Glorificado.
1. Ressurreição. A
ressurreição é a restituição à vida, ou seja, o retorno à unidade entre
corpo, alma e espírito, que havia quando da vida física. É válido ressaltar
que a ressurreição de Jesus foi a primeira ressurreição propriamente dita,
porque Jesus ressuscitou em corpo glorificado, para não mais morrer, visto que
não pecou e venceu o pecado e a morte, morte que é o último inimigo a ser
derrotado(1Co 15:54, 55). Por isso, Jesus foi feito “as primícias dos que
dormem” (1Co 15:20). É importante observar que Jesus ressuscitou enquanto
homem e, portanto, foi o Deus Pai quem O ressuscitou (At 2:32; 3:15; 4:10;
10:40; 13:30,37; Rm 4:24; 1Co 6:14; 15:15; 1Pe 1:21). Com a ressurreição,
Jesus foi exaltado sobre todo o nome (Fp 2:9).
A ressurreição de
Jesus Cristo é a demonstração de que o seu sacrifício foi
aceito por Deus (Is 53:10-12), assim como a saída do sumo sacerdote do lugar
santíssimo em vida significava, no tempo da lei, que Deus havia perdoado as
iniquidades do povo e que cobrira os pecados por mais um ano (Lv 16:29-34).
A ressurreição de
Jesus Cristo é a demonstração de que Ele venceu a morte e
que, por isso, também nós poderemos nEle vencê-la e alcançar a vida eterna (Rm
8:11; 2Co 4:14; Ef 2:6; 1Ts 4:14).
A ressurreição de
Jesus Cristo é a principal garantia de que devemos
aguardá-lo, pois, assim como Ele ressuscitou, como havia prometido, Ele também
voltará para arrebatar a sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57;
1Ts 1:10).
2. Ascensão. A Ascensão de Jesus
Cristo é a Sua grande coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores. É o
evento pelo qual Cristo cumpriu o seu ministério terreno, concluiu suas
aparições pós-ressurreição, deixou a Terra, e subiu ao Céu, de onde aguardamos
o seu retorno fisicamente, conforme nos garante a Palavra de Deus. À semelhança
do que ocorrera no Monte da Transfiguração, o corpo de Cristo foi elevado aos
Céus já revestido de glória, poder e celestialidade. Quando da sua segunda
vinda, teremos um corpo semelhante ao dele (1Co 15:50-58; 1João 3:2).
No Evangelho segundo escreveu
Lucas é descrito esse fato da seguinte forma: "Então, os levou para
Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava,
ia-se retirando deles, sendo elevado para o Céu" (Lc 24:50-51 ARA). O Livro de Atos o descreve da seguinte forma: “Ditas
estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o
encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto
Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e
lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse
Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir"
(Atos 1:9-11 ARA).
Podemos afirmar ainda que a
Ascensão de Cristo é o término de sua missão vicária e de sua presença visível
na terra. Se o dia da sua crucificação fosse a Palavra final, estaríamos
perdidos e nos restaria a confissão de desespero dos discípulos de Emaús:
"Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a
Israel" (Lc 24:21 ARA); seria o triunfo da lei, de Satanás e do
Inferno. Todavia, Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado,
a morte e Satanás. Agora, a cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente:
"Creio na ressurreição da carne e na vida eterna", pois a ascensão de
Cristo é a aprovação e a confirmação divina de toda a obra redentora de Cristo,
e sua coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como Redentor e Juiz de
vivos e de mortos. Glórias sejam dadas ao Senhor Jesus Cristo!
3. A Segunda Vinda. A Promessa da segunda Vinda de Cristo é
a mais importante para a Igreja, é a razão da sua própria fé. Ela é lembrada no
Novo Testamento por 318 vezes. É "a
bem-aventurada esperança" de que trata Tito 2:13. Esse tão aguardado
evento significará, para a Igreja, o ápice de sua peregrinação neste mundo (Mt
16:18). Ela representa o último estágio do processo da Salvação, que é a
glorificação. Paulo, na sua última epístola, mostra que era
esta a sua esperança, tanto que diz que esperava a coroa que estava reservada
não só a ele, mas a todos quantos amassem a vinda do Senhor (2Tm 4:8), a nos
indicar, portanto, que o motivo do bom combate, da guarda da fé e da carreira
até o fim era o amor à vinda de Jesus.
Em apocalipse 1:7, João faz uma
descrição da gloriosa vinda do noivo da igreja para estabelecer o seu reino na
terra: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o
traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”.
É a verdade mais preciosa que contém a Bíblia. Enche o coração do crente de
gozo e o cinge com força para a batalha. Eleva-o por cima das lutas, temores,
necessidades, provas e ambições deste mundo, e o faz mais que vencedor em todas
as coisas. W. J. Grier diz que na sua gloriosa vinda, as nuvens
serão a sua carruagem; os anjos, a sua escolta; o arcanjo, o seu arauto e os
santos, o seu glorioso cortejo (W.J.Grier. O maior de todos os
acontecimentos. Imprensa Metodista. São Paulo, SP).
Na primeira vinda, a glória de
Cristo não era autoevidente, mas na segunda vinda o será (Mc 14:61). A igreja
triunfa com Ele, enquanto Seus adversários lamentarão (1:7; 6:15-16; Zc 12:10).
CONCLUSÃO
Temos hoje uma visão do Cristo
glorificado? Temos honrado o seu glorioso nome? Estamos nos preparando para nos
encontrar com Ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de
azeite?
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –
Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular
(Antigo Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 49.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico Beacon – CPAD.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Apocalipse – O
futuro chegou.
Rev.Hernandes Dias Lopes – Ouça o
que o Espírito diz às Igrejas.
Amado irmão e companheiro do Ministerio do ensino,louvo a Deus por sua vida, confesso que me surpreendi com a riqueza e clareza do comentario postados meu amado irmão, algo que me leva a nada mais nada menos que glorificar ao Dono da sabedoria que ora se manifesta através da vida do irmão ao postar uma relíquia referente ao tema da nossa lição dessa semana "A visão de Cristo glorificado", que o bondoso Deus continue superabundando esta visão e sabedoria na vida do cooperador da obra de Deus.
ResponderExcluirUm forte abraço de seu irmão tambem professor da EBD, Funcionário Publico Federal e em semelhante ao irmão:mais um CACO entre muitos Reinilson S. P. Silva.
Prezado irmão Reinilson, muito grato pelas tuas palavras. São bastante lisonjeadoras. Não as mereço. Ficou feliz por estar contribuindo através deste blog edificando a vida espiritual de milhares de pessoas (crentes ou não). Este blog em menos de dois anos já teve mais de cem mil acessos. Ainda é pouco! Se fosse um blog que se ocupasse a falar mal da vida dos outros e a denegrir a imagem de pastores talvez tivesse mais acesso. Todavia, fico feliz por todos os acessos que tivemos. Se um dia eu tiver o privilégio de ganhar uma alma ou trazer uma pessoa desviada dos caminhos do Senhor ao redil dos Santos, então minha felicidade estará completa. Fico feliz por isso, mas fico ainda mais quando recebo e-mais de alguém dizendo que foi edificado ou confortado com algum estudo aqui exposto. Tudo para glória de Deus, o verdadeiro dono da Palavra. Estejamos juntos nesta empreitada divulgando a Palavra de Deus!
ExcluirQue o Senhor Jesus esteja contigo sempre e continue te abençoando.
Luciano Lourenço
Meu amado irmão em cristo, luciano de paula gostaria de saber se o irmão pode me responder por quanto tempo JOÃO ficou na ilha de patmos?
ResponderExcluirDeste já agradeço!!
Prezado irmão Aylon, é difícil depreender com precisão o período do exílio de João em Patmos. Segundo uma tradição preservada por Irineu, Eusébio, Jerônimo e outros, o exílio de João aconteceu em 95 ou 96 d.C., no ano décimo quarto do reinado de Domiciano. Tudo indica que o período que João passou na ilha de Patmos foi de, aproximadamente, quatro anos, até que o cruel imperador Domiciano foi assassinado e o mais moderado imperador Nerva chegasse ao poder de Roma. Segundo pesquisa que fiz, ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos de idade.
ExcluirUm abraço!
Luciano Lourenço
Paz de Cristo, agradeço pelos subsídios, que muito tem contribuindo para meu desempenho na Escola Bíblica Dominical, sou leitora assídua deste blog.
ResponderExcluirDeus te Abençoe
Muito grato por acompanhar-me nesta empreitada! Deus te abençoe muito!
ExcluirLuciano
Prezado irmão Luciano, a Paz do Senhor!
ResponderExcluirMuito me edificou seus comentários da lição deste trimestre, louvo ao Senhor pela sua vida.Que o Espírito Santo continue te usando no ensino. Também sou professora na escola bíblica na ADCA Assembleia de Deus em Araguari e fico feliz por poder contar com pessoas comprometidas com a palavra do Senhor.
Jane
Grato pelas tuas palavras, prezada irmã Jane. Que o Espírito Santo te ilumine a cada dia em tua jornada brilhante de professora da EBD.
ExcluirDeus te abençoe muito!
Luciano
A paz do Senhor, prezado irmão.
ResponderExcluirSou seu "fã" no que diz respeito a pesquisas sobre os assuntos da EBD. gosto muito das suas publicações.
Andei pesquisando sobre escatologia na net e, ... gostaria de saber se vc tem algum artigo aí sobre o assunto.
Sou professor da EBD na minha igreja, moro em Guarapari - ES
Por favor, se tiver o que eu pedi, envie pra erifi@hotmail.com
Desde já fico muitíssimo grato.
Erivelton Figueiredo
Prezado irmão Erivelton, no 4º Trimestre de 2004 estudamos exaustivamente sobre Escatologia. Irei enviar para você a coletânea de aulas por mim elaborada para aquele trimestre.
ExcluirUm abraço! Obrigado por seguir este blog.