4º Trimestre_2012
Texto Básico: Naum 1:1-3,9-14
“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder,
e ao culpado não tem por inocente...” (Na 1:3).
INTRODUÇÃO
Naum profetizou a destruição de
Nínive, capital da Assíria e maior cidade do mundo naqueles dias. A profecia de
Naum complementa o livro de Jonas, no qual lemos que o povo de Nínive se
arrependeu. Contudo, na época de Naum, os assírios voltaram a praticar as
antigas perversidades e, portanto, atraíram sobre si a ira divina.
Enquanto no livro de Jonas vemos
o agir da misericórdia de Deus para com aqueles que se arrependem de seus
erros, em Naum vemos o agir de Deus contra o ser humano que extrapola os
limites estabelecidos por Ele. Deus concedera aos ninivitas uma chance para se
arrepender, o que fizeram depois de ouvir a mensagem profética. Porém,
retornaram aos seus pecados e suas consequências trouxeram-lhes a destruição.
Há um limite para as pessoas, cidades e nações após o qual não existe retorno;
a Assíria ultrapassou este ponto.
Naum significa "consolação".
Quando ele profetizou para Judá, o Reino do Norte (Israel) já tinha sido levado
cativo pelos assírios. Sua profecia é para Nínive, a nação que décadas antes
foi visitada por Jonas, que a advertiu de seus pecados e do iminente juízo
divino. Desta vez, Deus usa Naum para informar-nos que os anos de brutalidade
dos assírios chegará ao fim.
A paciência de Deus nunca deve
ser erroneamente interpretada como fraqueza. O pecado coletivo ou individual não
ficará impune. Definitivamente, Deus decreta todos os eventos da história. Naum
anunciou a destruição iminente de Nínive como o justo castigo de Deus.
I.
O LIVRO DE NAUM
O Livro de Naum é uma clássica
repreensão ao militarismo cruel e desenfreado dos assírios contra os inimigos.
Antigos registros assírios de suas vitórias militares exaltam a forma em que
penduravam as peles dos inimigos sobre tendas e muros. Quer se tratasse de
prática comum, quer não, o fato revela a mentalidade desse povo cruel. Além disso,
desprezavam o Deus de Israel, o Senhor que controla todas as coisas.
1.
Contexto histórico. Naum profetizou antes da queda de Nínive em 612
a.C. O texto, Naum 3:8-10, refere-se à queda de “Nô” ou “Nô-Amom” (isto é, a
cidade egípcia de Tebas) como evento passado, ocorrido em 663 a.C,
provavelmente por volta desta última data, durante a reforma promovida pelo rei
Josias (cerca de 630 – 620 a.C). O rei assírio, Assurbanipal, foi quem destruiu
a cidade egípcia de “Nô”.
O livro de Naum nos fornece uma
chave importante para a compreensão da história passada, presente e futura. Os
acontecimentos não se sucedem como mero acaso, mas cada detalhe da história é
determinado pela vontade, propósito e poder de Deus. Nos textos, Naum 1:2-8 e
especialmente Naum 1:2-3, aprendemos que o governo divino da história está de
acordo com o caráter de Deus da aliança. Por toda parte e individualmente, ele
exige submissão exclusiva. A rejeição de Deus e de sua lei levam não apenas às
consequências necessárias do caos na sociedade e na natureza, mas também
inevitavelmente provoca seu desagrado pessoal, resultando na justa retribuição.
Naum trata da retribuição divina aos feitos dos assírios e suas maldades. Deus
julgou seu povo por causa de seus pecados, mas também julgaria seus opressores
por suas maldades e atrocidades.
a) Origem
do profeta. Naum faz parte daquele grupo de profetas que não
apresentam uma biografia. Nada se sabe a respeito de Naum, a não ser que era
proveniente de Elcós (Na 1:1). Contudo, Elcós ainda não pôde ser
definitivamente identificada. A tradição identifica-a com Al-kush, na
Assíria, cerca de 80 km ao norte de Mossul e declara que, quando Naum nasceu,
os seus pais se encontravam no exílio. Outros consideram que a cidade natal de
Naum era Elcesi, na Galiléia. A tentativa de ligar Naum à Galiléia poderá ter
origem no fato de a cidade de Cafarnaum, que significa “aldeia de Naum”, se
situar na Galiléia.
b)
Nínive. A história de Nínive é resumida por Naum na seguinte
frase: “Cidade de Derramamento de Sangue” ou “Cidade ensanguentada” (Na 3:1). Os assírios estavam entre os povos
mais cruéis da história. As crônicas de Assurbanipal II (885-860 a.C.) narram
suas próprias atrocidades:
·
“Esfolei todos os homens importantes (da cidade de
Suru) que tinham se revoltado, e revesti o pilar com a pele deles; alguns eu
emparedei no pilar, outros empalei no pilar em estacas e uns prendi com estacas
em volta do pilar; muitos, já na fronteira de minha terra, esfolei e estendi a
pele pelos muros; e cortei os membros
dos oficiais, dos oficiais do rei, que tinham se rebelado. Levei Aiababa para
Nínive. [...] No meio da grande montanha, matei-os, com o sangue tingi de
vermelho a montanha, que ficou como lã vermelha, e com o que restou deles
manchei as valas e precipícios das montanhas”.
É por
isso que Naum disse que Nínive era “cidade ensanguentada”. Esta cidade ficou
gravada na consciência das pessoas quase unicamente por estar ligada a
assassinato, sangue, repressão, violação dos fracos, guerra e terror de toda
sorte. Nínive era a capital da raça de homens provavelmente mais imorais,
ferozes e diabolicamente atrozes que já existiram no mundo inteiro.
Ninive
ficava localizada no lado oriental do rio Tigre, em frente à moderna
povoação de Mossul, no norte do Iraque. Era altamente fortificada por muralhas
e fossos e era a capital do Império Assírio na parte final de sua história.
Contudo, a origem da cidade remonta aos dias de Ninrode, o “poderoso caçador em
oposição a Jeová. . . . [Ninrode] saiu para a Assíria e pôs-se a construir Nínive”
(Gn 10:9-11). Portanto, Nínive teve um mau começo. Ficou especialmente famosa
durante os reinados de Sargão, Senaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal, no
período final do Império Assírio. Por meio de guerras e conquistas,
enriqueceu-se com despojos e ficou famosa por causa do tratamento cruel e
desumano que seus governantes infligiam à multidão de cativos.
Os
ninivitas adoravam um grande panteão de deuses, muitos dos quais
importados de Babilônia. Seus governantes invocavam esses deuses quando saíam
para destruir e exterminar, e seus gananciosos sacerdotes estimulavam suas
campanhas de conquista, aguardando rica retribuição dos despojos. Guerrear era
a principal ocupação dessa nação, e os sacerdotes eram fomentadores incessantes
da guerra; eram sustentados principalmente pelos despojos das conquistas, dos
quais uma porcentagem fixa era invariavelmente destinada a eles, antes de
outros partilharem deles, pois esta raça de saqueadores era extremamente
religiosa.
No auge
de sua prosperidade, Nínive era cercada por um muro interior com cerca de 12
quilômetros de circuito, onde, de conformidade com pesquisas feitas, mais de
175 mil pessoas poderiam ter vivido. Segundo relato do profeta Jonas (Jn 1:2;
3:2), a população da “grande cidade” teria cerca de 120 mil pessoas, que não
sabiam a diferença entre o certo e o errado.
2. Estrutura. O livro
de Naum consiste numa série de três profecias distintas contra a Assíria,
especialmente contra Nínive, sua capital. As três profecias correspondem aos
três capítulos do livro:
-
O capítulo 1 contém uma descrição
clara e marcante da natureza de Deus, especialmente de sua ira, justiça e
poder, que tornam inevitável a condenação dos ímpios em geral, e a destruição
de Nínive em particular.
-
O capítulo 2 prediz a condenação
iminente de Nínive, e descreve, em linguagem vívida, como se daria o juízo
divino.
-
O capítulo 3 alista, de modo breve, os
pecados de Nínive, declarando que Deus é justo no seu juízo, e termina com um
quadro do julgamento já executado.
3.
Mensagem. Naum profetizou a destruição do
império Assírio e de consolo para o povo de Deus, sabendo que Ele é soberano e
que preserva a justiça no mundo.
A Assíria era a nação mais
poderosa na terra. Orgulhosa de sua auto-suficiência e poderio militar,
saquearam, oprimiram e mataram suas vítimas. Cem anos antes, Jonas pregara nas
ruas da grande cidade de Nínive; o povo ouvira a mensagem de Deus e
convertera-se do mal. Porém, nas gerações seguintes, o mal reinava novamente, e
o profeta Naum pronunciou o juízo sobre esta nação má. Nínive é chamada de
cidade sanguinária (Na 3:1) e cruel (Na 3:19), e os assírios são julgados por
sua arrogância (Na 1:11), idolatria (Na 1:14), assassinatos, mentiras, traições
e injustiças sociais (Na 3:1-19). Naum predisse que esta nação orgulhosa e
poderosa seria totalmente destruída por causa dos seus pecados. O fim veio em
50 anos.
Neste juízo da Assíria e sua
capital, Nínive, Deus julga um mundo pecador. E a mensagem é clara: A
desobediência, a rebelião e a injustiça não prevalecerão, mas serão severamente
castigados por um Deus justo e santo que governa sobre toda a Terra.
Portanto, qualquer pessoa que
permaneça arrogante e resista a autoridade de Deus enfrentará sua ira. Nenhum
governante ou nação escapará impunemente por rejeitá-lo. Nenhum individuo poderá
se esconder de seu juízo. Contudo, aqueles que sempre confiarem no Senhor
estarão seguros para sempre.
II.
TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO
1. Vingança – “O
Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança; o Senhor toma vingança e é cheio
de furor; o Senhor toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira
contra os seus inimigos” (Na 1:2).
Somente o Senhor tem o direito de
ser zeloso e praticar a vingança (Dt 4:24; 5:9). Pode parecer surpreendente
associar a Deus os termos ciúme e vingança. Quando os homens são ciumentos e
tornam-se vingativos, normalmente agem com um espírito egoísta. Mas Deus tem
todo o direito de insistir em nossa completa submissão, e é absolutamente justo
que Ele castigue os malfeitores que não se arrependem. Seu zelo e vingança não
são misturados com egoísmo, como no caso dos seres humanos. Seu propósito é
remover o pecado e restabelecer a paz no mundo.
Nínive era uma metrópole ímpia,
imperialista e desonesta, com um desejo arrogante e inescrupuloso pelo poder e
pela dominação, que se manifestava num impiedoso desejo por guerras(Na 3:1-4).
Além de seus feitos militares, Nínive foi condenada por suas práticas
comerciais impiedosas e por seu materialismo insaciável (Na 3:16). Naum
proclamou a sua mensagem da vingança e retribuição divinas contra essa cidade
pecaminosa (Na 1:14; 3:5-7). Nenhum poder terreno que tenha desafiado a lei de
Deus poderia escapar do seu julgamento.
Entretanto, o juízo não é a
palavra final de Deus. O julgamento retributivo de Deus é também redentor, na
medida em que estende seus propósitos de amor e suas promessas da aliança ao
seu povo (Na 1:15; 2:2). Ele destrói as forças do mal com o propósito de criar
um mundo novo de liberdade (Na 1:13), paz e conforto duradouro. Ele “conhece os
que nele se refugiam” e os protege (Na 1:7).
2.
Longanimidade – “ O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em
força e ao culpado não tem por inocente...” (Na 1:3). Deus é compassivo e
“tardio em irar-se”, pois a longanimidade divina espera o arrependimento do
pecador (Rm 2:4-6). Todavia, quando está pronto para castigar, até a terra
treme. O Senhor não permitirá que o pecado fique isento de punição para sempre.
Quando as pessoas perguntam por que Deus não castiga o mal imediatamente,
devemos ajudá-las a compreender que se Ele agisse dessa maneira, nenhum de nós
estaria aqui. Todos nós devemos ser gratos ao Senhor pela sua longanimidade,
por dar tempo para que as pessoas se convertam a Ele.
III.
O CASTIGO DOS INIMIGOS
1. Quem são os “inimigos”? Os
assírios eram os principais inimigos. Aliás, qualquer nação que se opõe aos
princípios estabelecidos por Deus, exarados em sua Palavra, é considerada
inimigo de Deus.
Veja a expressão de Deus contra
os seus inimigos: “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e
queimarei na fumaça os teus carros, e a espada devorará os teus leõezinhos, e
arrancarei da terra a tua presa, e não se ouvirá mais a voz dos teus
embaixadores” (Na 2:13). Aqui é demonstrado que o próprio Deus colocou-se
contra a Assíria, principalmente a sua capital Nínive. A brutalidade, crueldade
e as atrocidades dos ninivitas eram de tal monta que o Todo-Poderoso lhes fez
guerra. Já não havia mais oportunidade para o arrependimento! Agora, receberiam
o suplício e a desgraça que os seus atos requeriam.
A Assíria e, principalmente, a
sua capital, Nínive, é um exemplo para todos os governantes e nações do mundo
hoje que desafiam os limites estabelecidos pelo Deus Todo-Poderoso. Ele é
soberano até mesmo sobre aqueles que são aparentemente invencíveis. Podemos
estar confiantes de que o poder e a justiça de Deus um dia vencerão todo o mal.
2. O estilo de Naum. Poético.
Na curta profecia de destruição, Naum demonstra, por meio de linguagem poética
e cheia de energia, que o Deus do povo a quem os assírios desprezavam era, na
verdade, o artífice e controlador de toda a história humana. À sua justiça, até
mesmo os maiores poderes terrenos devem se submeter em humildade e temor.
3. A consolação de Judá – “Assim
diz o SENHOR: Por mais seguros que estejam e por mais numerosos que sejam, ainda
assim serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei
mais. Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços”
(Na 1:12,13).
Naum consola o povo de Deus,
Judá, declarando que o Senhor destruiria os filhos da Assíria. A notícia de sua
iminente destruição foi um alívio para Judá, que estava sujeita à dominação
assíria. Judá não seria mais forçada a pagar tributos como um seguro contra
invasões. Judá estava contente por saber que Deus ainda se encontrava no controle.
A queda de Nínive ocorreu em 612 a.C, quando foi conquistada por uma coalizão
dos babilônios, medos e citas. Suas ruínas só foram identificadas em 1845.
4. A
Mensagem de “Boas-Novas” - “Eis sobre os montes os pés do que traz
boas-novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os
teus votos, porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente
exterminado”(Na 1:15).
Visto que Judá tinha assim
sofrido por muito tempo sob a mão pesada da Assíria, a profecia de Naum a respeito
da iminente destruição de Nínive era boas-novas. Naum escreveu como se a
Assíria já tivesse sofrido a queda. Não haveria mais interferência por parte
dos assírios; nada impediria os judeus de assistir ou de celebrar as
festividades. Sua libertação do opressor assírio seria completa. Os assírios
tramavam destruir Jerusalém e Judá, mas Deus não permitiria que tais planos
fossem executados (veja Na 1:9).
Semelhantemente, os pregadores do
Novo Testamento levam as boas-novas de libertação do poder de Satanás mediante
a fé no Senhor Jesus Cristo (Rm 10:15). No tempo determinado, serão
completamente destruídos o pecado, a enfermidade, a tristeza, o mundo e o
próprio Satanás (ver AP 19-21).
CONCLUSÃO
Deus governa sobre toda a Terra,
mesmo sobre aqueles que não o reconhecem. O Senhor é o Todo-poderoso, e ninguém
pode frustrar seus planos. Deus vencerá qualquer um que tentar desafiá-lo e
ultrapassar os limites estabelecidos por Ele. O poder humano mostra-se fútil
quando é utilizado contra o Senhor.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo
Testamento).
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.
A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.
Como sempre uma rica explanação da aula. Certo dia andei navegando na net em busca de um auxílio para enriquecer a aula, logo apos ter sido colocado como adjunto na sala dos jovens solteiros. achei esse site da EBD na web e entre todas as postagem, encontrei a do irmão abençoado por Deus, Luciano de Paula, e pra mim me bastava ler suas postagem, que sempre bem explanadas não deixavam dúvidas. e toda honra e glória para o senhor Jesus que tem te abençoado assim. Agora soou participante do seu blog. sempre que puder deixarei meu comentário aqui. Continue na sua simplicidade e humildade, e deus com certeza continuará te abençoando cada vez mais amém!? Fique na paz amado.
ResponderExcluirPrezado irmão Nelson, fico grato pela tua presença aqui. Fico feliz em servi-lo. Deus o abençoe sobremaneira!
ExcluirLuciano