3º Trimestre/2013
Texto Básico: Filipenses 4:1-7
08/09/2013
“Alegrai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp
4:4)
Nesta Aula, iniciaremos o
estudo do último capítulo da Carta aos Filipenses. Trataremos acerca das
recomendações finais de Paulo à igreja filipense, que era considerada por ele
como a alegria e coroa do seu ministério. A alta estima que Paulo tinha a essa
igreja fazia com que ele não economizasse no vocabulário, riquíssimo de nobres
sentimentos – “ meus amados e mui
queridos irmãos, minha alegria e coroa”. Essa igreja nasceu num cenário de
muita dificuldade, mas lhe trouxe muitas alegrias. Essa igreja associou-se a
Paulo desde o início para socorrê-lo em suas necessidades. Era uma igreja
sempre presente e solidária. Paulo agora está fazendo suas últimas
recomendações a essa igreja querida, a quem ele chama de "minha alegria e
coroa”. É como se Paulo dissesse que os filipenses são a coroa de todas as suas
fadigas, esforços e empenhos. Ele era o atleta de Cristo, e eles, a sua coroa.
I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E
FIRMEZA DA FÉ (Fp 4:1-3)
“Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e
coroa, estai assim firmes no Senhor, amados. Rogo a Evódia e rogo a Síntique
que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também a ti, meu verdadeiro
companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e
com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da
vida”.
1. A alegria de Paulo. “Portanto, meus amados e mui queridos irmãos,
minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados”.
Paulo referia-se aos filipenses como sua alegria e coroa, querendo
dizer que eles eram sua alegria no tempo presente e serão sua coroa perante o
Tribunal de Cristo. Por causa das promessas extraordinárias e certas, exaradas
no capítulo anterior, nos versículos 20 e 21, Paulo exorta-os a continuarem “firmes no Senhor”, opondo-se à falsa
doutrina e à divisão interna. A igreja estava sendo atacada por falsos mestres
e por falta de comunhão. A heresia e a desarmonia atacavam a igreja. Existiam
problemas que vinham de dentro e problemas que vinham de fora; problemas
doutrinários e relacionais. A igreja estava sendo atacada por fora e por
dentro. Diante desses perigos, Paulo exorta a igreja a permanecer firme no
Senhor. Paulo encerra o versículo supra com a expressão “amados”.
Ele ama de fato os crentes de Filipos, e esse é um dos segredos de sua eficácia
na obra do Senhor.
2. A alegria nas relações
fraternas. “Rogo a Evódia e rogo a Síntique que
sintam o mesmo no Senhor”.
Nem tudo era maravilhoso e perfeito na igreja de Filipos. Ali
estava acontecendo algo que é muito comum nestes últimos dias da Igreja – a
dissensão, oriunda de problemas de relacionamentos. Evódia e Síntique, eram duas irmãs que ocupavam posição de
liderança na igreja, que haviam se esforçado com Paulo no evangelho, mas,
agora, estavam em discórdia na igreja. Elas tinham nomes bonitos (Evódia
significa “doce fragrância”, e Síntique “boa sorte”), mas estavam vivendo de
maneira repreensível. O relacionamento interrompido delas não era um problema
pequeno: muitos havia se tornados crentes através de seus esforços (cf Fp 4:3),
mas a sua briga estava causando uma dissensão na igreja. Não temos detalhes da
causa de sua discórdia (talvez seja bom assim!), mas Paulo rogou a elas que
resolvessem a situação. O apóstolo emprega a palavra “rogo” duas
vezes, para mostrar que essa exortação é dirigida a uma e outra. Paulo as
incentiva que “sintam o mesmo no Senhor”.
É impossível
sermos unidos em todas as coisas da
vida diária, mas quanto às coisas “no Senhor” é possível reprimir pequenas
diferenças a fim de que o Senhor possa ser magnificado e para que sua obra
avance.
A fim de resolver a questão,
Paulo solicita ajuda de um líder da igreja, que ele não nomeia, para auxiliar
essas duas diaconisas da igreja de Filipos, a fim de construírem pontes, em vez
de cavar abismos. Precisamos exercer na igreja o ministério da reconciliação,
em vez de jogar uma pessoa contra a outra. Precisamos aproximar as pessoas, em
vez de afastá-las. A igreja é um corpo, e cada membro desse corpo deve
trabalhar em harmonia com os demais para a edificação de todos.
É válido ressaltar que na vida cristã não há comunhão vertical sem comunhão
horizontal. Não podemos estar unidos a Cristo e desunidos com os irmãos. A
lealdade mútua é fruto da lealdade a Cristo. A irmandade humana é impossível
sem o senhorio de Cristo. Ninguém pode estar em paz com Deus e em desavença com
os seus irmãos. Por isso, a desunião dos crentes num mundo fragmentado é um
escândalo. Devemos ser um povo diferente do mundo ímpio, senão, nossa
evangelização é inócua.
3. A alegria de ter os nomes escritos no Livro da Vida. “... cujos nomes estão no
livro da vida”.
Há uma realidade celestial acerca da igreja: os nomes de todos os
crentes salvos estão registrados no Livro da Vida, e lá no Céu não há divisão.
O “Livro” simboliza o conhecimento que Deus tem daqueles que lhe
pertencem (cf Lc 10:17-20; 12:8,9; Hb 12:22,23; Ap 3:5; 20:11-15). No Antigo
Testamento, ter seu nome escrito no livro da vida se referia ao registro do
povo da aliança de Deus (cf Ex 32:32,33; Sl 69:28; 139:16).
É bom conscientizar-nos
que a igreja na terra deve ser uma réplica da igreja do Céu. A igreja que
seremos deve ensinar a igreja que somos. É contrária à natureza da igreja
confessar a unidade no Céu e praticar a desunião na terra. Todos os crentes,
lavados no sangue do Cordeiro, têm seus nomes escritos no Livro da Vida e serão
introduzidos na cidade. O fato de irmos morar juntos no Céu deveria nos ensinar
a viver em harmonia na terra. Pense nisso!
II. A ALEGRIA DIVINA
SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (Fp 4:4,5)
“Regozijai-vos, sempre,
no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória a todos
os homens. Perto está o Senhor”.
1. Alegria permanente no Senhor. “Alegrai-vos, sempre...”.
Paulo diz que devemos nos alegrar sempre. Parece estranho que um
homem na prisão estivesse dizendo à igreja para continuar a se alegrar. Mas a
atitude de Paulo nos ensina uma lição importante: as nossas atitudes interiores
não tem que refletir as nossas circunstâncias exteriores. Paulo estava cheio de
alegria porque sabia que, a despeito daquilo que lhe acontecesse, Jesus Cristo
permaneceria com ele. Portanto, a alegria do cristão não pode depender das
circunstâncias, ou seja, ela é ultracircunstancial. Na verdade, nossa alegria
não é ausência de problemas. Não é algo que depende do que está fora de nós.
Neste mundo, passamos por muitas aflições, cruzamos vales escuros, atravessamos
desertos esbraseados, singramos águas profundas, mas a alegria verdadeira
jamais nos falta. Embora os crentes frequentemente enfrentem situações nas
quais não podem estar felizes, eles sempre podem se alegrar e se deleitar no
Senhor. Temos uma linda promessa: a vida eterna (1João 2:25); isto nos basta!
2. Uma alegria cuja fonte é Cristo. “Alegrai-vos, sempre, no Senhor”.
Nossa alegria é uma Pessoa, o Senhor, e não ausência
de problemas. Nossa alegria está centrada em Cristo, ou seja, nossa alegria é cristocêntrica.
Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira alegria; quem não tem Jesus, pode
ter momentos de alegria, mas não a alegria verdadeira. Quem tem Jesus, tem a
alegria; quem não O tem, jamais a experimentou.
3. Uma
alegria que produz moderação. “Seja a vossa equidade notória a todos os
homens. Perto está o Senhor”.
Aqui,
Paulo incentiva os filipenses a fazer conhecida de todos os homens sua
moderação. Entendendo melhor, o apóstolo Paulo fala à igreja sobre a
necessidade de cuidarmos das nossas atitudes internas e das nossas reações
externas. A alegria nem sempre é visível aos outros, mas as ações em relação
aos outros são prontamente vistas. Assim, Paulo encorajou os filipenses a
deixarem que todos vissem que eles eram atenciosos. Eles deveriam ter um
espírito que fosse justo e caridoso. Eles
são motivados à alegria e à consideração aos outros, lembrando-se de que o
Senhor voltará em breve. A promessa da segunda vinda do Senhor encoraja a
conduta cuidadosa de seus seguidores.
Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, a moderação tem que ver com o controle
do temperamento. Um crente não pode ser uma pessoa explosiva, destemperada e
sem domínio próprio. Suas palavras precisam ser temperadas com sal, as suas
atitudes precisam edificar as pessoas, e a sua moderação precisa refletir o
caráter de Cristo.
III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (Fp
4:6,7)
“Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz
de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
1. A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz. “Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças “.
A ansiedade é a maior doença do século. Ela atinge
adultos e crianças, doutores e analfabetos, religiosos e ateus.
Será possível ao crente não andar ansioso de coisa
alguma? Sim, é possível, visto que temos o
recurso da oração da fé. A oração combate a preocupação, permitindo que
purguemos aquilo que estiver nos preocupando. A oração é um antídoto à
preocupação. A oração e a preocupação não podem coexistir. Disse Paulo: “Antes,
as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus”. “Tudo”
significa tudo mesmo. Não há nada que
seja pequeno demais ou grande demais para o amoroso cuidado de nosso Deus.
Todavia, os crentes não devem colocar de lado as
responsabilidades da vida, de forma a não se preocuparem com elas; Paulo estava
enfocando as atitudes dos crentes na vida cotidiana e ao enfrentarem oposições
e perseguições. Os crentes devem ser responsáveis por suas necessidades, por
suas famílias, por cuidar dos outros e se interessar por estes, mas não devem
permitir que as preocupações os dominem (Mt 6:25-34).
Preocupar-se é ruim, porque é uma forma sutil de
não confiar em Deus. Quando os crentes se preocupam, eles estão dizendo que não
confiam que Deus proverá aquilo de que necessitam e duvidam que Ele se importa
ou que pode controlar a situação. Veja o caso dos espias (Nm 13:25-30), somente
dois confiaram em Deus; os demais não confiaram, por isso, pereceram no deserto
juntamente com aqueles que os seguiram. Lembre-se, o deserto é a trajetória do
povo de Deus rumo à Canaã. Se não pormos a nossa confiança no Senhor,
certamente, sucumbiremos.
Concordo com o rev. Hernandes Dias Lopes quando diz
que:
· A ansiedade é o
resultado de olharmos para os problemas, em vez de olharmos para Deus. Os
crentes de Filipos não estavam vivendo em um paraíso existencial, mas num mundo
cercado de perseguições (Fp 1:28). O próprio Paulo estava preso, na antessala
do martírio, com os pés na sepultura. Nuvens pardacentas se formavam sobre sua
cabeça. Quando olhamos as circunstâncias e os perigos à nossa volta, em vez de
olharmos para o Deus que governa as circunstâncias, ficamos ansiosos.
· A ansiedade é o
resultado de uma exagerada preocupação com as coisas materiais (Fp 3:19).
Aqueles que só se preocupam com as coisas materiais vivem inquietos e
desassossegados. Aqueles que põem a sua confiança no dinheiro, em vez de pô-la
em Deus, descobrem que a ansiedade, e não a segurança, é a sua parceira.
2. Uma paz que excede todo o entendimento. “E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento...”.
A “paz de
Deus” é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode entender. Se os
filipenses levassem ao coração as palavras de Paulo em Fp 4:4-6, então eles
transformariam a ansiedade em oração e seriam cheios com a “paz de Deus”. A
oração aquieta o nosso interior e muda o mundo ao nosso redor. Por meio dela,
nos elevamos a Deus e trazemos o céu à terra.
A ansiedade é um
pensamento errado e um sentimento errado, por isso a paz de Deus guarda mente e
coração. O mesmo coração que estava cheio de ansiedade, pela oração agora está
cheio da “paz de Deus”. Esta paz é diferente da paz do mundo. É a paz que Jesus
prometeu aos seus discípulos e a todos aqueles que o seguissem (João 14:27). A
verdadeira paz não é encontrada no pensamento positivo, na ausência de
conflitos, ou em bons sentimentos; ela vem do conhecimento de que Deus está no
controle. Os crentes recebem a paz com Deus quando creem (Rm 5:1), e tem a
tranquilidade interior da paz de deus quando andam diariamente com Ele.
3. Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do
crente.
”... guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
A palavra grega para “guardar” é um termo
militar que significa cercar e proteger uma guarnição militar ou uma cidade. Os
filipenses, vivendo em uma cidade de guarnição, estavam familiarizados com os
guardas romanos que mantinham vigília, guardando a cidade de qualquer ataque
externo. A “paz de Deus” é como soldados cercando o coração e a mente de cada
crente (isto é, as emoções e os pensamentos), guardando-os contra as forças
externas ameaçadoras e destruidoras. Portanto, a “paz de Deus” protege o
coração e o pensar. Que tônico maravilhoso para estes dias de neuroses, crises
nervosas, tranquilizantes e aflições mentais!
CONCLUSÃO
Com base no que foi exposto nesta Aula,
afirmo que alegria do Senhor é uma ordenança, e não uma opção. Ser alegre é um
mandamento, e não uma recomendação. Deixar de ser alegre é uma inobediência a
uma expressa ordem de Deus. O evangelho trouxe alegria, o Reino de Deus é
alegria, o fruto do Espírito é alegria, e a ordem de Deus é
"alegrai-vos". Quem tem Jesus tem a alegria da salvação e pode se
regozijar em toda e qualquer situação. Na nossa jornada rumo à pátria celestial
enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo Eterno nos dá forças
para seguirmos em frente. Talvez você esteja enfrentando momentos difíceis em
sua família, no seu trabalho, na sua igreja, no seu ministério; talvez você
esteja encarando um luto traumático ou um divórcio ameaçador ou uma dívida
inquietante e amedrontadora, mas saiba de uma coisa, Deus nunca abandonou o seu
povo no deserto, Ele sempre esteve e está presente. “Perto está o Senhor”.
Portanto, não perca a força nem o ânimo, confie no Senhor e permita que a
alegria dEle inunde sua alma trazendo paz e esperança.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD –
Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 55 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal.
Filipenses – A alegria triunfante no meio das provas – Rev.
Hernandes Dias Lopes.
foi de grande ajuda e edificaçao.aumentou meu entendimento em um assunto tao relevante para nossa vida espiritual.
ResponderExcluirAdvirto ao caro comentarista que ao fazer citações, faça a correta distinção de suas próprias palavras, pois isso caracteriza plágio.
ResponderExcluirPrezado irmão Josué, grato pela tua visita a este blog. É possível o meu amado irmão ser mais claro na sua advertência? Em qual item acima eu fui tão displicente?
ExcluirDeus te abençoe, e volte sempre!
Que estudo maravilhoso...
ResponderExcluirParabéns, que Deus continue lhe usando!
Comentário muito rico e muito proveitoso. Difícel encontrar um estudo tão rico em qualidade como este. Parabéns.
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