1º Trimestre/2014
Texto Básico: Êxodo 1:1-14
“E
José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e
fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50:25).
INTRODUÇÃO
Mais um ano letivo inicia-se. Com a graça de
Cristo romperemos os obstáculos e vitórias serão alcançadas. Neste 1º Trimestre
estudaremos o segundo livro das Escrituras Sagradas, Êxodo, cuja autoria é
atribuída a Moisés, homem de Deus. Êxodo significa
“partida”, “saída”. O livro descreve a libertação e saída dos israelitas do
Egito, a sua jornada até o Monte Sinai, e os eventos que ocorreram durante o
tempo em que permaneceram ali. Segundo Eugene H. Merrill, “o Êxodo é o evento teológico
mais expressivo do Antigo Testamento, porque mostra a magnificente ação de Deus
em favor de Seu povo, uma ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da
fragmentação à unidade, de um povo com uma promessa - os hebreus - a uma nação
estabelecida – Israel” (1). No Egito, os
descendentes de Israel cresceram, passando de uma família de setenta pessoas
(cf. Gn 46:26,27) a uma nação de aproximadamente dois milhões de pessoas (com
base na estimativa de seiscentos mil varões com idade superior a 20 anos, Ex
12:37). A ênfase principal do livro de Gênesis estava na família de Abraão, mas
Êxodo concentra-se no desenvolvimento da nação de Israel.
O texto básico para esta Aula, o capítulo 1,
trata da origem de Moisés, o qual foi escolhido por Deus para trazer a
liberdade ao povo de Israel. Liberdade essa que tem sido acompanhada ao longo
da história da Igreja como um referencial de interpretação da história da
salvação. E isso não é sem motivo, pois não se pode imaginar um estudo sério da
Palavra de Deus sem que se examine a forma como Deus libertou o seu povo da
escravidão e o levou à Terra Prometida. Veremos ao longo deste trimestre, ao
estudarmos as lições propostas, que o Livro de Êxodo é o Livro da Redenção
efetuada pelo Senhor.
1. O LIVRO DE ÊXODO
1. Seu propósito. O
Livro de Êxodo
relata como a família escolhida em Gênesis veio a ser uma nação. Registra os
dois acontecimentos transcendentes da história de Israel: o livramento do Egito
e a entrega do pacto da lei no Sinai. O livramento do Egito possibilitava o
nascimento da nação; o pacto da lei modelava o caráter da nação a fim de que
fosse um povo santo.
O
livro descreve, em
parte, o desenvolvimento do antigo concerto com Abraão. As promessas que este
recebeu de Deus incluíam um território próprio, uma descendência numerosa que
chegaria a ser uma nação e bênção para todos os povos por meio de Abraão e sua
descendência. Primeiro, Deus multiplica seu povo no Egito; depois, o livra da
escravidão; e a seguir, o constitui uma nação.
Êxodo
é um livro de redenção.
A
narrativa da libertação do povo hebreu do jugo opressor dos egípcios, mediante
atos poderosos do Senhor, tornou-se central, não apenas no Pentateuco, mas por
toda a Escritura (Sl 103:6,7; Mq 6:4; 7:15; At 13:17; Hb 8:9; Jd 5). Por isso,
Êxodo tem sido designado de o Livro da
Redenção.
Êxodo
lança luz sobre o
caráter de Deus. No livramento de seu povo, vê-se que Ele é misericordioso
e poderoso. A lei revela que ele é Santo; o Tabernáculo revela que Ele é
acessível mediante sacrifício aceitável. (2)
2.
A escravidão (Ex 1:8-14). Os descendentes de
Abraão permaneceram no Egito por 430 anos (Ex 12:40,41). Após gozar um período
de sossego e prosperidade, eles foram subjugados ao estado de escravidão por um
faraó que não conhecia José (Ex 1:8). Isso pode indicar que esse novo rei não
soube que o Egito anteriormente passara por um período de extrema provação,
quando os alimentos se tornaram escassos, e que se não fosse pela
instrumentalidade de José, filho de Jacó, o Egito provavelmente não
subsistiria. A opressão dos egípcios contra os israelitas era tão grande que
Deus disse: “Por isso desci para libertá-los do poder dos egípcios” (Ex 3:8,
NTLH). A expressão “poder” mostra o
grau de opressão com que os egípcios trataram os hebreus, considerando-os como
se fossem nada, descartáveis. Somente Deus poderia resgatá-los e libertá-los do
jugo dos seus inimigos.
Dentre os motivos apresentados por Moisés
para a escravidão do povo israelita, encontram-se:
a) A multiplicação
dos filhos de Israel (Ex 1:7), em cumprimento à promessa de inumerável
descendência, resultado da providência de Deus (Gn 22:15-17).
b) O medo que faraó
tinha de um golpe político, caso os hebreus resolvessem entrar em aliança com
os inimigos da nação egípcia (Ex 1:9,10).
c) O uso de
mão-de-obra forçada, a fim de enfraquecer o moral da população hebraica e, ao
mesmo tempo, possibilitar a construção das suas cidades e pirâmides (Ex
1:11,14).
Independentemente de toda a hostilidade do
faraó contra a descendência de Abraão, Isaque e Jacó, os hebreus não pararam de
crescer e de fortalecer-se (Ex 1:12), porque isto era o desejo de Deus.
3.
Clamor por libertação. “E
aconteceu, depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito, que os filhos
de Israel suspiraram por causa da servidão e clamaram; e o seu clamor subiu a
Deus por causa de sua servidão” (Ex 2:23). Deus em seu infinito amor
revela-se atento à aflição do seu povo, que está no Egito. O clamor e o
sofrimento do seu povo motivam-no a agir. Deus ainda age assim conosco hoje. Os
momentos de dificuldades, as amarguras e as tribulações que experimentamos não
passam despercebidos por Ele (1Pe 3:12).
Deus ouve os clamores do seu povo, mas
espera até “a plenitude do tempo” para dar a vitória - “e atentou Deus para os filhos de Israel e conheceu-os Deus” (Ex
2:25). Deus salva quando põe Seu povo em liberdade, redimindo-o da escravidão.
Liberdade é, portanto, a evidência maior da salvação.
O rei, provavelmente Tutmosis III, que
decretou a escravidão falecera (Ex 2:23-25), mas seu sucessor, provavelmente Amenotepe
II, manteria aquele sistema. Durante o tempo de permanência de Moisés em Midiã,
o povo oprimido no Egito sentiu mais intensamente o peso esmagador da
escravidão. Os líderes do Egito tinham recorrido à servidão cruel para manter
os hebreus em sujeição, continuando a politica de matar os recém-nascidos do
sexo masculino. O povo de Israel começou a clamar a Deus, pedindo socorro.
Quando os israelitas se voltaram para Deus, Ele se voltou para eles (Ex
2:23-25). Até esse tempo, muitos tinham adorado aos deuses do Egito e
provavelmente os invocaram, buscando socorro e livramento.
Deus ouviu o “gemido” do povo e se “lembrou”
do “concerto” (Ex 2:24). Deus adiou a libertação de Israel até que Moisés e
Israel estivessem prontos. Moisés precisava das disciplinas do deserto, e
Israel precisava aumentar o desejo por liberdade. A escravidão continuada no
Egito uniu o povo de Israel no desejo por liberdade e na fé de que só Deus
podia livrá-lo.
À
semelhança do ato redentor de Deus no Egito, nosso Senhor Jesus Cristo:
- Fez-se homem, descendo do Céu para
resgatar a humanidade perdida (João 1:1; 3:13,16).
- Anulou o pesado jugo do pecado (Mt
11:28).
- Quebrou as cadeias da servidão (João
8:36).
- Pagou o preço devido da liberdade, por
meio do seu sacrifício na cruz do Calvário, como o Cordeiro de Deus (1Tm
2:5,6).
II. O NASCIMENTO DE MOISÉS
1. Os israelitas no Egito.
Moisés nasceu em um momento desfavorável aos descendentes de Jacó no Egito. Uma
nova dinastia, diferente daquela que José conhecera, assumiu o poder no Egito.
Em Êxodo 1:8, a historia nos mostra uma mudança no cenário politico do Egito
que traria muito sofrimento aos filhos de Israel. A dinastia dos hicsos reinou no Egito de
aproximadamente 1720 a.C. até 1570 a.C. Estes reis eram estrangeiros e foram
expulsos por este novo rei. Parece que a nova dinastia, a décima oitava, odiava
os povos associados com os reis anteriores, sobretudo os hebreus. O novo rei
desconhecia José e não se importava com o passado do Egito. Esquecer José
também significava esquecer Deus. Ao desconsiderar o povo de Deus Faraó fixou a
mente e o coração contra Jeová. É comum a recusa em se lembrar do passado
resultar em rebelião presente. Todo aquele que fixa o rosto contra Deus terá
dias infelizes. (3)
Homens maus buscam razões para justificar seus
caminhos diante de outros homens e a seus próprios olhos. Pelo que se depreende
do texto sagrado, no mínimo três razões foram engendradas pelo novo rei a fim
de oprimir o povo de Deus (cf. Ex 1:10,11):
(a) os israelitas,
como um grande grupo de pessoas, estava crescendo bastante. Faraó não percebeu
que se o povo de Israel estava crescendo, era um sinal claro da bênção de Deus.
(b) ele imaginou que
em um caso de guerra futura, os israelitas se associariam com os inimigos dos
egípcios. Só que não há evidências de Israel ter intenções bélicas, mas é
surpreendente o mal que o coração carnal pode ler nas intenções de outros
homens.
(c) ele também
entendeu que no caso de uma guerra, os israelitas sairiam do Egito (“suba da terra”). Se Faraó temia a
presença do povo de Israel no Egito, por que não o mandou sair em vez de
procurar destruí-lo? Possivelmente porque tinha medo que se tornasse uma nação
forte naquela região, ou, talvez, que trouxesse uma grande frustração aos
planos de expansão e de reformas estruturais de construção civil nacional.
A Bíblia declara que os pensamentos de Faraó
estavam relacionados a trazer prejuízo aos israelitas. Por isso, ele lhes impôs
pesadas e amargas tarefas com dura servidão (Ex 1:14). Os egípcios, os
“maiorais de tributos”, os faziam trabalhar desumanamente e, ao mesmo tempo, os
obrigava a lhes pagar exorbitantes tributos. A escravidão era muito cruenta. E
foi neste cenário que Moisés nasceu.
2.
Um bebê é salvo da morte. Considerando que Israel se
multiplicou, mesmo sob dura escravidão, o rei decidiu atacar o segredo da
força: os bebês do sexo masculino. A fim de evitar publicidade, ele se serviu
da cooperação das parteiras das hebreias (Ex 1:15) - Sifrá e Puá - para que
matassem os meninos ao nascerem. Talvez estas parteiras fossem egípcias
designadas exclusivamente às hebreias. As duas parteiras nomeadas eram
provavelmente chefes de uma instituição de parteiras, visto que duas não dariam
conta de todos os hebreus que haviam de nascer. Este plano acabaria com Israel como nação. Mas, Deus
novamente frustrou a intenção do rei. Estas parteiras temeram a Deus (Ex 1:17)
e não obedeceram à ordem do monarca.
Quando os ímpios lutam contra Deus, acabam
chegando às raias do desespero. O rei do Egito não sabia o que fazer. Por duas
vezes tentou reduzir a força de Israel e fracassou. Tinha de tomar medidas
drásticas. Era imperativo que abrisse o jogo e exigisse o extermínio dos
hebreus. Desta vez, não precisava somente da ajuda dos maiorais de tributos ou
das parteiras. Faraó encarregou todos os egípcios com a ordem de afogar os
bebês do sexo masculino (Ex 1:22). Isso significa que qualquer egípcio ou
egípcia poderia entrar nas casas dos israelitas, pará-los nas ruas ou em
qualquer lugar onde estivessem, pegar a criança recém-nascida, conferir-lhe o
sexo e, se fosse um menino, tomá-lo da sua mãe e ir direto ao Rio Nilo para
jogar o bebê, a fim de que ele se afogasse ou fosse devorado por crocodilos. Os
planos de Satanás eram cruéis, e deixavam um sinal claro do que ainda estava
por vir para os filhos de Jacó. Mas se Satanás tinha um plano de opressão,
escravidão e morte contra os hebreus, Deus também tinha um plano, mas de
livramento, libertação e de vida para o seu povo.
A Bíblia diz que um casal da tribo de Levi
teve um menino, e, não podendo mais escondê-lo, colocou-o em um cesto de
juncos, uma construção bem frágil para proteger uma criança. Aquele cesto
simples foi colocado na borda do rio, entre as plantas. E exatamente naquele
lugar a filha de Faraó, provavelmente Hatchepsute, foi se banhar, e vendo o
cesto, ordenou que uma de suas criadas fosse pegá-lo. A filha de Faraó se
compadeceu do menino, decidiu criá-lo e dessa forma Deus preservou a vida do
menino Moisés, usando a filha de Faraó para tal livramento. (4)
A graça de Deus está revelada na compaixão
mostrada pela filha de Faraó (Ex 2:6). Mesmo quando os homens maus fazem o pior
que podem, Deus, por seu gracioso poder, coloca boa vontade e amor tenro no
coração das pessoas que estão perto do tirano. Mal sabia o rei ímpio que Deus
estaca executando seu plano secretamente, mesmo quando parecia que o monarca
mundano estava tendo sucesso. Também é interessante notar que, para criar o
próprio filho, a mãe hebreia foi paga com parte do dinheiro de Faraó (Ex 2:9).
Este é outro exemplo de que a ira do homem é posta para louvar a Deus. (5)
3.
A mãe de Moisés (Ex 6:20). “E Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia, e ela gerou-lhe a Arão e
a Moisés; e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos”.
Como se observa neste texto, o nome da mãe de Moisés era Joquebede. Ela
descendia de Levi, um dos irmãos de José. Ela e seu marido se encontram entre
os grandes heróis da fé, enumerados no capítulo 11 da Epístola aos Hebreus. A
fé de Joquebede é claramente ilustrada quando ela viu que o menino era formoso
e escondeu-o por três meses (Ex 2:2). Depois, ela o colocou em uma arca e a pôs
nos juncos à borda do rio (Ex 2:3). A fé sempre resulta em ação, mesmo quando a
ação é arriscada. Vivendo pela fé, Joquebede também mostrou inteligência. Ela
colocou o bebê num lugar do rio onde a princesa normalmente frequentava. Também
dispôs que a filha, Miriã, ficasse em um ponto estratégico para fazer a
pergunta certa no momento certo (Ex 2:4,7). Também foi ato de fé a mulher
hebreia entregar o filho nas mãos da princesa egípcia. Joquebede, como ocorreu
mais tarde com Ana e Maria, estava convencida de que seu filho era escolhido de
Deus e estava disposta a entregá-lo à providência divina.
4.
A filha de Faraó (Ex 2:5,6). “E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas
passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a
sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava;
e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este”.
Segundo Eugene H. Merrill, a filha de faraó
que guardou o menino em vida chamava-se Hatchepsute, esposa do faraó Tutmose II
(1512 -1504 a.C). Tudo leva-nos a identificá-la como a ousada filha do Faraó
que resgatou Moisés. Somente ela dentre todas as demais mulheres de sua época seria
capaz de ir contra uma ordem do Faraó, bem diante dele. Ela devia estar no
início de sua adolescência, por volta de 1526 a.C., data do nascimento de
Moisés e, portanto, com condições de agir em favor de sua libertação.
Se o rei do Egito ordenara a morte dos
meninos hebreus, Deus graciosamente usaria a filha do Faraó para preservar em
vida o menino que seria, anos mais tarde, o libertador dos israelitas. Deus
pode utilizar pessoas que desconhecemos, e que nem mesmo tem o mesmo temor a
Deus que nós, para nos ajudar e fazer prosperar os planos divinos.
III. O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA
FUGA (Ex 2:11-22).
1. Moisés é levado ao palácio –
“E, sendo o menino já grande, ela o
trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse:
Porque das águas o tenho tirado” (Ex 2:10). Pela providência divina, Moisés
ficou sob os cuidados de sua mãe Joquebede (Ex 2:7-9), até ser recebido pela
casa de faraó (Ex 2:10). Deus tinha para Moisés um grande ministério. Todavia,
para que pudesse executá-lo, o Senhor preparou-lhe uma educação especial na
corte egípcia. Moisés passou sua juventude no palácio real. Como filho de uma
princesa egípcia, ele frequentou as mais renomadas escolas de educação
egípcias; ele foi preparado para ser um príncipe (At 7:22; Gn 41:45). Desta
feita, Moisés estava apto para liderar, conduzir e organizar o povo, durante e
depois de sua saída do Egito.
Deus escolhe pessoas capacitadas para fazer
a sua obra. Não há referência na Palavra de Deus que indique que Ele despreza
talentos pessoais ou a experiência adquirida por seus servos. Saulo era versado
em três línguas diferentes, e as utilizou para falar de Jesus em suas viagens
missionárias. Mateus era um cobrador de impostos, e utilizou seus conhecimentos
para escrever seu Evangelho. Daniel era um profeta, mas também era um
estadista. Portanto, entendo que Deus utiliza nossos recursos, conhecimentos
acadêmicos, talentos naturais, em prol do seu Reino. Como cristãos, somos
desafiados a usar nossos talentos pessoais em prol do Reino de Deus, e isso
inclui buscar uma formação sólida e coerente. (6)
2.
A fuga de Moisés (Ex 2:11-22). As injustiças que os
israelitas sofriam deram a Moisés um senso de missão. Quando tinha idade para
agir por conta própria, examinou pessoalmente a carga que seus irmãos
suportavam. Quando viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu (Ex 2:11),
seu desejo de ajudar o povo veio à tona. Percebeu que tinha razão em punir o
malfeitor, ainda que soubesse que tal ação seria perigosa. Feriu ao egípcio (Ex
2:12), matando-o, depois de se certificar de que ninguém estava olhando. Moisés
não tinha autoridade do Egito para corrigir estes males, e Deus ainda não o
comissionara. Agindo por conta própria, entrou em dificuldades. (7)
No dia seguinte, quando tentou resolver uma
diferença entre dois hebreus, Moisés ficou sabendo que o assassinato do egípcio
fora descoberto (Ex 2:14). Também ficou sabendo que havia injustiça entre seus
irmãos. O povo que não apoiava o homem que queria ajudá-lo ainda não estava
preparado para ter um libertador. E Moisés, autodenominado maioral (ou
“príncipe”, ARA) e juiz também não estava preparado para ser o libertador.
Moisés teve de esperar o tempo de Deus para receber mais instruções de uma
Autoridade superior. O rei logo tomou conhecimento do que Moisés fizera, mas
ante de Faraó agir, Moisés fugiu
para a terra de Midiã (Ex 2:15), onde quarenta anos depois (At 7:30) seria
comissionado por Deus. (8)
Ele passou a próxima temporada de quarenta
anos auxiliando seu sogro a cuidar de ovelhas em uma região desértica, onde
aprendeu os caminhos do deserto, a forma como sobreviver nele, os tipos de
animais existentes na região e questões relacionadas ao clima. Eram questões
simples para quem tivera uma educação de ponta no Egito, mas foi dessa forma que
Deus preparou Moisés. A sabedoria dos egípcios ele já possuía. Ele precisava
agora aprender como viver fora da corte egípcia e a depender de Deus em uma
jornada que duraria anos. (9)
Dwight L. Moody comentou sabiamente que
“Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensando que era alguém. Os
segundos quarenta anos, passou aprendendo que era um ninguém! Os últimos
quarenta anos ele os passou descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém”
(citado por Charles Swindoll). (10)
Que possamos aprender e apreender essa lição
de Deus.
CONCLUSÃO
A história do Êxodo de Israel tem figurado
por séculos na história dos hebreus e é acompanhada ao longo da história da
Igreja como um referencial de interpretação da história da salvação. E isso não
é sem motivo, pois não se pode imaginar um estudo sério da Palavra de Deus sem
que se examine o Pentateuco, e, mais precisamente, a forma como Deus libertou o
seu povo da escravidão e o levou à Terra Prometida (11). A libertação dos descendentes de
Abraão, Isaque e Jacó do Egito e a consequente migração em direção a Canaã, sob
a liderança de Moisés, foi marcada por muitos milagres, e resultou no
estabelecimento dos israelitas como uma nação em aliança com Deus, que era seu
próprio govenador teocrático.
É
evidente o paralelo entre o livramento dos escravos israelitas e o êxodo
espiritual efetuado pela obra e Pessoa de Jesus Cristo. O Egito vem a ser um
símbolo do mundo pecaminoso; os egípcios, símbolo de pecadores escravizados;
Moisés simboliza o redentor divino que livra seu povo mediante poder e Sangue e
o conduz à Terra Prometida. Somente Cristo, por meio de sua morte vicária,
poderia nos libertar da escravidão do pecado.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de
Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador
Cristão – nº 57 – CPAD.
Eugene H. Merrill – História de Israel no
Antigo Testamento. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Comentário
Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco.
CPAD.
Alexandre Coelho e Silas Daniel – Uma jornada de Fé
(Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
(1) Eugene
H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.
(2) Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
(3) Leo G.
Cox – O Livro de Êxodo. Comentário
Bíblico Beacon. CPAD
(4) Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e
o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
(5) Leo G. Cox – O
Livro de Êxodo. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
(6) Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e
o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
(7) Leo G. Cox – O Livro de Êxodo. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
(8) Ibid.
(9) Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e
o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
(10) Ibid.
(11) Ibid.
Paz seja convosco!
ResponderExcluirQue alegria estarmos novamente estudando lições bíblicas realmente embasadas nas escrituras e espirituais. É bem sabido que as anteriores não necessariamente eram desprovidas de conteúdo bíblico, mas eram secas e sem a vida que estávamos acostumados a observar nas lições da CPAD. Isso tem até uma certa explicação; os objetivos são diferentes. Numa o objetivo é o aprendizado prático e ao mesmo tempo teológico, na outra a predominância notória é um conhecimento mais acadêmico e desprovido de uma aplicação prática sólida. Talvez por isso e pela conduta liberal da igreja que a produz, essas lições de Belém não tenham feito bem as nossas classes dominicais. Portanto, parabéns a nossa liderança por não deixar morrer a escola dominical que já estava em estado terminal. Louvado seja Deus que tudo provê e tem atendido ao clamor da Igreja verdadeira, aqueles que são trigo no meio do joio e não deixam de protestar contra o erro, pois para isso os maus são por Deus permitidos, para que os que são de Deus se manifestem. Deus nos abençoe a todos os que clamaram pelo retorno a nossa editora oficial.
Seja bem-vindo prezado irmão Anderson! Estamos juntos novamente para uma nova empreitada. Deus o abençoe sempre!
ExcluirLuciano