1º Trimestre/2014
Texto Básico: Êxodo 19:1-6;
Números 11:1-3
“Ora, tudo isso lhes
sobreveio como figuras, e estão escritos para aviso nosso, para quem já são
chegados os fins dos séculos” (1Co 10:11)
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos acerca da caminhada do povo de Israel até a região do Sinai.
Veremos como Deus guiou e sustentou seu povo durante a árdua jornada pelo
deserto, a despeito da infidelidade, do pecado da murmuração e do pecado da
idolatria. Só precisou três dias de peregrinação para demonstrar que era um
povo obstinado. Em cada dificuldade deparada os hebreus murmuravam e
demonstravam ingratidão. A idolatria no Egito era tão forte que chamuscou a
alma do povo hebreu, demonstrado isso de forma tangível, na planície do Sinai,
quando eles cultuaram um bezerro de ouro. Mas, a fidelidade de Deus e seu amor,
foram determinantes para que Ele cuidasse, dia a dia, dos descendentes de Abraão.
Deus tem um compromisso com a sua Palavra, Ele vela para cumpri-la. Apesar de
nossas fraquezas, Deus não nos deixa sozinhos em nossa jornada rumo à Pátria
Celestial.
I. ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
"Depois, fez Moisés partir os israelitas do
Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur, e andaram três dias no deserto; e não
acharam água. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de
beber?" (Êx 15:22,24).
Após
a travessia do Mar Vermelho e livre definitivamente dos egípcios e do seu
ardiloso rei, os hebreus agora iniciam sua Jornada de Fé rumo à Terra Prometida.
O deserto é a sua trajetória até Canaã. Mas primeiramente tinha que passar pelo
Sinai, porque ali, ao pé do monte Sinai, Israel receberia a lei, firmaria
aliança perpétua com o Senhor e seria devidamente organizado como nação.
As
dificuldades da caminhada são maiores do que podemos imaginar. Toda a viagem
por ali terá sido muito penosa. Para atravessar o deserto de forma resiliente é
necessária uma força motriz, a Fé. Sem este elemento propulsor não se atravessa
o deserto incólume. É quando entramos na experiência do deserto que somos
postos à prova, a fim de que se manifeste até que ponto conhecemos Deus e o
nosso próprio coração.
Por que Deus guiou o seu povo por uma
região tão medonha? Segundo Paul Hoff, Deus tinha que
concretizar alguns propósitos:
a) Deus colocou os
israelitas na escola preparatória do deserto, a fim de que as provações os
disciplinassem e adestrassem para conquistarem a Terra Prometida. Ainda não
estavam em condições de enfrentar as hostes de Canaã, nem desenvolvidos
espiritualmente para servir ao Senhor uma vez que entrassem. Embora tenham sido
libertados da escravidão, ainda tinham espírito de escravos, isto é,
demonstravam traços de covardia, murmuração e rebeldia.
b) Deus desejava que
os israelitas aprendessem a depender inteiramente dele. Desde o momento em que
Israel partiu do Egito, Deus começou a submetê-lo a uma série de provas, tendo
em vista desenvolver e fortalecer a sua fé. Não havia água nem alimentos. A
única maneira de conseguir estas coisas era recebê-las do Senhor. O deserto era
uma praça de esportes onde se podia desenvolver os músculos espirituais.
c) Deus conduziu-os ao
deserto para prová-los e trazer à luz o que havia em seus corações (ler Dt
8:2-5). As provas e aflições no deserto demonstrariam se os hebreus creriam ou
não na onipotência, no cuidado e no amor de Deus.
O apóstolo Paulo
referiu-se às experiências de Israel no deserto como elementos que nos servem
de exemplo e de advertência a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co
10:1-13).
1.
Israel chega a Mara (Êx 15:22-25). A primeira prova da Fé do
povo hebreu, após o milagre do Mar Vermelho, aconteceu depois de três dias de
viagem. Os hebreus estavam sedentos e exauridos pelo intenso calor do deserto,
e após esses três dias de peregrinação, encontraram apenas águas amargas
em Mara. As águas estavam impróprias e impotáveis para serem bebidas.
Certamente, Deus estava provando a fé do seu povo recém-liberto da escravidão.
Todavia, a Fé dele, mais uma vez, foi reprovada. O povo cometeu, pela segunda
vez, o perigoso pecado da murmuração – “E o povo murmurou contra Moisés,
dizendo: Que havemos de beber?” (Ex 15:24). Os hinos de louvores entoados
pelo triunfo sobre o exército de Faraó no milagre do Mar Vermelho foram
depressa substituídos pelas palavras de descontentamento; o aspecto das coisas
depressa mudou. Em relação a Deus a murmuração é uma reclamação descabida.
Quando você murmura, você está dizendo que Deus não está sendo suficiente. Por
isso a murmuração em ralação a Deus é pecado.
Uma
grande vitória como a travessia do Mar Vermelho proporcionou uma visão
maravilhosa da onipotência de Deus, mas não treinou a fé para os problemas mais
corriqueiros, como a necessidade diária de comida e bebida. Às vezes, grandes
experiências com Deus não são suficientes para curar o coração duro e queixoso.
Segundo Silas Daniel, é preciso que aja um arrependimento e um quebrantamento
sinceros, seguidos de uma submissão total a Deus. Ou, como afirma o apóstolo
Paulo, “crucificarmos o eu e entronizarmos Cristo somente” (Ef 4:31,32).
Em
sua primeira prova após a travessia do Mar Vermelho, a Fé (o combustível) do
povo foi reprovada. Eles não perceberam que Deus "ali os provou".
Moisés, porém, tinha Fé; ele confiava na providência divina. Então ele orou e
Deus lhe mostrou um lenho, que foi jogado nas águas amargas e elas se tornaram boas
para o consumo.
Não existe nenhuma
prova de que o “lenho” que foi lançado nas fontes tivesse a propriedade
de tornar potáveis as águas. Deus tornou-as potáveis. O milagre não somente
mostrou que Deus tinha cuidado de seu povo, mas também simbolizou no começo
desta viagem que o Senhor tiraria as amargas experiências futuras se os
israelitas buscassem sua ajuda.
O que podemos apreender
com a experiência de Mara:
a) Às
vezes, depois de alcançar grandes vitórias, como na travessia do mar Vermelho,
vêm as experiências amargas.
b) A
árvore lançada na água assemelha-se ao poder da cruz, não só porque redime, mas
porque tem semelhança de uma vontade submissa a Deus. Ao aceitar as provas como
permitidas por Deus, as amargas experiências tornam-se ternas.
c) A
experiência de Mara deu a oportunidade de revelar-se outro aspecto do caráter
de Deus por meio de um novo nome: Jeová Rafa, ou seja, "o Senhor que te sara". Deus provê
cura. Como a mãe ama a seus filhos por inclinação natural, assim Deus cura a
seu povo, pois está em sua natureza curar. Deus é a saúde de seu povo. Se lhe
obedecesse, Ele não traria nenhuma das enfermidades mediante as quais julgou os
egípcios.
Segundo
Leo G. Cox, “assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria
Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo,
curando o povo de sua natureza corrompida”. Deus queria tirar o espírito de
murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte.
2.
Rumo ao Sinai (Êx 16:1-21). Moisés agora conduz o
povo rumo ao Sinai. Mas, para chegar lá teve que parar em três localidades: Elim,
Sim e Refidim. Em cada uma dessas localidades houve um expediente
especial da parte de Deus ao povo hebreu.
- A chegada em Elim –
“Então, chegaram a Elim, e havia ali doze
fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas” (Êx
15:27). Elim era um verdadeiro oásis no deserto. Ali havia água em
abundância e também palmeiras. O Senhor, que cura as águas de Mara, conduz seu
povo a um lugar de descanso e refrigério. Assim como há épocas de severas
provações, também há "tempos de refrigério" na presença do Senhor
(Atos 3:19).
- De Elim, Moisés conduziu o povo pelo
“deserto de Sim”. "E partidos de Elim, toda a congregação dos
filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos
quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito"
(Ex 16:1). Nessa localidade os hebreus vivenciaram pela primeira
vez o milagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes
(Êx 16:1-21).
Na
localidade de Sim os israelitas sentiram fome e começaram a expressar de novo
seus queixosos lamentos. Esquecendo-se da aflição no Egito, queriam voltar para
onde tinham alimento em abundância. As queixas eram dirigidas contra Moisés,
porém na realidade murmuravam contra o Senhor (Êx 16:8). Deus retribuiu-lhes o
mal com o bem (2Tm 2:13); proveu codornizes e maná. A partir de então, o maná
era fornecido diariamente, durante os quarenta anos de peregrinação no deserto
(Êx 16:35); foi um fato completamente milagroso – “Eis que vos farei chover pão dos céus” (Êx 16:4); caía todas as
noites, juntamente com o orvalho; a ração diária era de um gômer (3,7 litros)
por pessoa. Quanto às codornizes foram fornecidas somente uma vez mais na
marcha através do deserto (Nm 11:31,32).
Segundo Paul Hoff,
a provisão de Deus no deserto de Sim nos fornece algumas lições:
a) Deus deseja ensinar
a seu povo a confiar nele como provedor de seu sustento diário e a não se preocupar
com o dia de amanhã. Deus provia cada vez para apenas um dia, exceto na véspera
do sábado. Nunca falhou com seu povo nos quarenta anos de peregrinação.
b)
Deus quis ensinar a seu povo a não ser preguiçoso nem avaro. Embora o maná
fosse uma dádiva do céu, cada família tinha de fazer sua parte recolhendo o
maná todas as manhãs. Ao avaro que recolhia muito mais do que necessitava, nada
lhe sobrava (Êx 16:18).
c)
Deus desejava ensinar os hebreus a obedecer-lhe, por isso lhes deu normas para
recolher o maná. Se por incredulidade ou avareza um hebreu guardava maná para o
dia seguinte, aparecia bicho e apodrecia o maná. Ou se não cumprisse a ordem de
recolher uma porção dobrada na sexta-feira, jejuava forçosamente no dia de
descanso porque nesse dia não caía maná do céu. Desse modo Deus provou a seu
povo (Ex 16:4) e o preparou para receber a lei.
d) O
maná é um símbolo profético de Cristo, o Pão verdadeiro (João 6:32-35). Assim
como o maná, Cristo, que veio do céu, tem de ser recolhido ou recebido cedo na
vida (Êx 16:21; 2Co 6:2) e tem de ser comido ou recebido pela fé para tornar-se
parte da pessoa que o come.
- De Sim, Moisés conduz o povo à localidade de Refidim – “Depois, toda a congregação dos filhos de
Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do
SENHOR, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber” (Êx
17:1). A palavra “Refidim” quer dizer “descansos ou lugares para
descansar”.
Chegados
a Refidim
onde esperavam encontrar um grande manancial, não acharam nada. Sob qualquer
aspecto, Deus não estava tornando as coisas fáceis. A falta de água causou
sofrimento cuja severidade podemos avaliar, mas isto não pode justificar a
reação dos israelitas. Pela quarta vez, o povo murmurou contra Deus. Estavam
prestes a apedrejar Moisés, e em sua incredulidade provocaram a Deus.
Desconfiavam do cuidado do Senhor e com sarcasmo falaram a respeito da presença
do Senhor no meio deles (Êx 17:7) a qual se manifestara a eles de modo tão
patente na coluna de nuvem e na coluna de fogo e em seus livramentos no
passado. Por isto se deu ao lugar o nome de Massá (Prova) e Meribá
(Contenda). Moisés levou consigo os anciãos de Israel a Horebe a fim de
que presenciassem a fonte milagrosa e dela dessem testemunho (Êx 17:6).
A rocha de Horebe é uma figura
profética de Cristo ferido
no Calvário (1Co 10:4), e a água é a figura do Espírito Santo que foi dado
depois que Jesus foi crucificado e glorificado. Moisés feriu a rocha só uma vez
e a água manou continuamente. Assim, também, ira de Deus feriu a Cristo uma vez
e a corrente do Espírito
ainda flui.
Nessa localidade também ocorreu a
batalha contra os Amelequitas (Êx 17:8). O juízo de Deus foi severo
contra esses inimigos de Israel – “E,
assim, Josué desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada” (Ex 17:13). O
juízo severo foi pronunciado porque Amaleque levantou a mão contra o trono de
Deus, isto é, recusou-se a reconhecer que era o Senhor quem operava maravilhas
a favor de Israel. “E Moisés edificou um
altar e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira” (Êx 17:15). Os
crentes devem lutar contra os inimigos espirituais, mas devem lembrar-se também
de que lutam sob a bandeira do Senhor e "na força do seu poder".
Foi
após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a esposa de Moisés,
Zípora, com seus dois netos para o genro (Ex 18:1-12). Também, Jetro sob
inspiração divina, deu conselhos importantes a Moisés (Êx 18:13-27). Trataremos sobre isso com mais detalhe na Lição nº 08.
II. ISRAEL NO MONTE SINAI
1.
O Monte Sinai (Êx 19:2). Finalmente, após três
meses da saída do povo do Egito, o acampamento israelita se moveu mais uma vez,
partindo de Refidim e chegando ao pé do monte Sinai, onde o povo ficaria
por cerca de um ano (Êx 19:1,2; Nm 10:11).
Ao
pé do monte Sinai Israel recebeu a lei e fez aliança com o Senhor. Foi
devidamente organizado como nação e aceitou ao Senhor como seu Rei. Esta forma
de governo chama-se teocracia. Todo o livro de Levítico, que trata do
ministério e do culto ao Senhor, teve o seu desenrolar no acampamento do Sinai,
ao pé do monte.
Segundo
Paul Hoff, a lei era um mestre para ensinar a Israel através dos séculos
e ajudá-lo a permanecer em contato com Deus (Gl 3:24). Mas junto com a lei foi
instituído um sistema de sacrifícios e cerimônias para que o pecado fosse
retirado. Assim se ensinou que a salvação é pela graça.
Os
israelitas prometeram solenemente cumprir toda a lei, e o motivo que levaria a
cumprir a lei seria o amor e a gratidão a Deus por havê-los redimido e feito
filhos seus. Todavia, não perceberam quão fraca é a natureza humana, nem quão
forte é a tendência para pecar. Séculos depois parece que se esqueceram de que
estavam obrigados pelo pacto a obedecer. Imaginaram que o Pacto era
incondicional e que bastava ser descendente de Abraão para gozar do favor
divino (Jr 7:4-16; Mt 3:9; João 8:33). Embora a salvação de Israel fosse um dom
de pura graça e não pudesse ser negociada pela obediência, podia, contudo, ser
perdida pela desobediência.
2. A permanência no Sinai. Apesar
de terem chegado ao Sinai em Êxodo 19:1, os israelitas não iriam partir até
Números 10:11,12. Chegaram “ao terceiro mês” (Ex 19:1) após partirem do Egito;
Números 10:11 relata que os israelitas partiram do Sinai “no segundo ano, no
segundo mês, aos vinte do mês”. Ou seja, o acampamento aos pés do Sinai
durou cerca de onze meses. Seguramente, trata-se de um grande e importante
momento nas vidas do povo de Deus. Mas, infelizmente, foi neste local que
ocorreu o episódio mais marcante e emblemático da transgressão israelita em sua
peregrinação no deserto, e que seria lembrado no Novo Testamento (1Co 10:7)
como um dos maiores exemplos de apostasia da história - a criação do bezerro de ouro (Êxodo cap. 32). Com
este ato insano Israel quebrou a aliança com o seu Deus. Pasme, isso ocorreu
somente quarenta dias após haver prometido solenemente que guardariam a lei (Êx
19:8). Israel foi castigado, apesar da intercessão de Moisés e da misericórdia
de Deus. Falaremos mais acerca desse episódio a seguir.
III. A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
1.
O bezerro de ouro (Êx 32:1-6). Menos de quarenta dias
depois de haver prometido solenemente que guardariam a lei, os israelitas
quebraram a aliança com o Rei divino. Enquanto Moisés estava no monte com o
Senhor, o povo israelita cansou-se de esperar seu líder e pediu a Arão que lhe
fizesse uma representação visível da divindade. Isso mostra a tendência
idólatra do coração humano. Não se contenta com um Deus invisível; quer ter
sempre um Deus a quem se possa ver e apalpar. Israel queria servir a Deus por
meio de uma imagem e a fez provavelmente na forma do deus egípcio, o boi
Apis. Foi um grave pecado contra o Senhor (Êx 32:21). Diversas passagens
bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico
(cf Lv 17:7; 1Co 10:19,20).
O
primeiro mandamento de Deus no Sinai foi: “Não terás outros deuses diante de
mim” (Êx 20:3). E o segundo mandamento foi não fazer imagens de escultura e nem
se encurvar a elas (Êx 20:4-6). Segundo Leo G. Cox, “os versículos 4 e 5 devem
ser considerados juntos. Não há condenação para confecção de imagens, contanto
que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo (Êx 25:31-34) e no
primeiro Templo (1Rs 6:18,29) haviam obras esculpidas. A idolatria consiste em
transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus
que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam
poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos. Deus
apresentou os motivos para esta proibição: Ele é ‘Deus zeloso’,
no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam
dados a outrem”. Está escrito: “ Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha
glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas”
(Is 42:8).
Segundo
Silas Daniel, “há muitos ‘bezerros de ouro’ construídos por aí e que nada tem a
ver com o Deus da Bíblia, apesar de serem tratados como se fossem
representações fidedignas do verdadeiro Deus. Há, por exemplo, o ‘bezerro de
ouro’ do evangelho da autoajuda, da teologia da prosperidade, do teísmo aberto,
da teologia da libertação, do ecumenismo, do liberalismo, etc. Que Deus nos
livre dessas versões deturpadas dEle! Conheçamos e prossigamos em conhecer o
Deus da Bíblia (Os 6:3), pois somente assim poderemos ter um relacionamento
saudável e realmente edificante com o Senhor”.
2.
Cuidado com a idolatria. Silas
Daniel diz que “a idolatria é um dos pecados mais terríveis listados na Bíblia,
porque consiste em dar glória e veneração a algo ou alguém que não seja o
próprio Deus, o único que é digno de toda a honra, toda glória, todo louvor e
toda adoração. Entretanto, apesar de tão claro, este é um dos pecados mais
praticados e mais ignorados em nossos dias no meio evangélico. É triste dizer,
mas está se tornando cada vez mais comum evangélicos que desenvolvem
verdadeiros comportamentos idolátricos em relação a pessoas e coisas que,
obviamente, não devem receber a nossa adoração.
As Sagradas Escrituras
nos advertem, em 1João 5:21, contra o pecado da idolatria: “Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos”. A Bíblia Viva traduz assim
este versículo: "Meus queridos
filhos, afastem-se de qualquer coisa que possa tomar o lugar de Deus no coração
de vocês". Na verdade, o que João está dizendo é: não abandone o real
pelo ilusório. Todos os substitutos de Deus são ídolos e deles o crente deve
guardar-se, vigilante.
Diz ainda Silas Daniel:
“Idolatria não é só se prostrar diante de um ídolo de pedra, barro ou metal.
Coisas ou pessoas também podem se tornar ídolos em nossa vida, quando começam a
ganhar em nosso coração um lugar que não deveriam ter. Uma coisa é gostar,
admirar e respeitar; outra bastante diferente é ‘endeusar’, idolatrar. Logo,
segue o alerta: cuidado para que o mero gostar e admirar não dê lugar à
adoração por pessoas e coisas. Não só a idolatria a pessoas tem feito muitos
males na vida de muitos crentes”. Nossos ídolos podem ser qualquer coisa ou
pessoa que ameace ocupar o trono do nosso coração. Substitutos de Deus podem
exigir muito de nosso tempo, dinheiro e energia.
Segundo
Silas Daniel, o profeta Samuel falou também sobre outro tipo de idolatria sutil
no meio dos crentes. Disse ele, conforme registrado em 1Samuel 15:23: “Porque a
rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e
idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor. Ele também te rejeitou
a ti...”. Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “porfiar”
significa “discutir com calor”, “insistir”, “teimar”, “competir” e “disputar”.
Ou seja, “porfiar” significa insubordinação,
disputa entre irmãos, espírito de competição dentro da igreja, teimosia, arrogância,
contenda, tudo isso, afirma Samuel, é pecado de idolatria. Portanto, fiquemos
distante deste ídolo!
CONCLUSÃO
Os
israelitas, durante a sua peregrinação até o Sinai cometeram vários deslizes
espirituais. Diante de cada dificuldade, eles logo murmuravam. Descontentes,
reclamaram de Moisés, todavia, eles não estavam murmurando de Moisés, mas do
próprio Todo-Poderoso que os libertara da escravidão. Eles ainda eram uma massa
de gente briguenta, murmuradora e sem fé caminhando pelo deserto. Mas, Deus escolheu
e separou Israel para que se transformasse em uma nação santa. O deserto era
somente um lugar de passagem, porém se tornou uma grande escola para o povo de
Deus. Qual é a sua reação diante das adversidades? Como evitar a murmuração e
não cometer os mesmos erros dos israelitas? Mantendo viva a chama da fé. A fé
nos faz ver o impossível (Hb 11:1). Sem fé é impossível vencer as dificuldades
cotidianas sem murmurar. Depois do deserto, Israel estava pronto para
conquistar a Terra Prometida. Depois dos "desertos" desta vida,
também estaremos prontos para a eternidade com Deus. Creia nisso!
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Elaboração: Luciano
de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no
Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.
Eugene
H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor
P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e
o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
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