4º Trimestre/2014
Texto Base: Dn 1:1-8; 17,20
“E Daniel assentou no seu coração não
se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia;
portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn
1:8).
Nesta Aula, trataremos da
firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel e dos seus três amigos. “Caráter
é o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam
a conduta e a concepção moral” (Aurélio). “É o conjunto das características
morais de uma pessoa”. “Deriva do grego charaktér, que quer dizer impressão
gravada”. Então o caráter se refere àquilo que foi gravado na mente de uma
pessoa e assimilado no comportamento, por influência da família, de amigos,
líderes religiosos, etc. É válido dizermos que os fatores ambientais
(convivência com os pais, a cultura e as realidades da vida) agem sobre o
temperamento, influindo na formação do caráter. Ao impor a troca dos nomes de
Daniel e dos seus três amigos, o rei Nabucodonosor estava "mudando" a
identidade deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. O
que, então, fizeram esses os jovens servos de Deus? Resistiram sabiamente,
propondo outra estratégia para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a
Deus e conservando a integridade de caráter herdado da sua família. Mesmo
vivendo em uma sociedade pagã eles não se deixaram contaminar. A fé de Daniel
fez com que ele se tornasse um exemplo de fidelidade e de integridade para os
crentes de todas as épocas. É o grande legado para a igreja de hoje.
I. UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1. A situação moral e política de Judá.
Depois de ver seus irmãos (as 10 tribos pertencentes ao reino do
Norte - Israel) levados para o exílio, o povo de Judá ainda não se arrepende de
seus pecados. Os reis Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não
foi o bastante para converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada
pelos babilônios, que enviam muitos deles para o exílio - “Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes,
andaram nos estatutos que Israel fizera” (2Rs 17:19). Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado que ocorrem à
nossa volta.
Compreendendo melhor...
Nabopolassar, governador da região do
Golfo Pérsico, libertou Babilônia dos assírios, e em 626 a. C. foi
proclamado rei. Continuou a obter vitórias sobre os assírios até que finalmente
em 612 a. C., os Babilônios e os Medos tomaram Nínive, a capital da Assíria.
Não se concentraram em dominar a Assíria propriamente dita, mas partiram para a
conquista de todo o império Assírio. Os
egípcios temendo pela sua segurança marcharam para o norte a fim de
ajudar os Assírios. O rei Josias
de Judá tentou interceptá-los em Megido, mas na batalha que se travou foi morto e Judá foi subjugada ao Egito (2Rs 23:29-33).
Quatro
anos mais tarde, em 605 a. C., o exército babilônico,
comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr 46:1,2), ampliando o império da Babilônia. Nesse
mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia,
período esse considerado o marco inicial para contagem dos setenta anos
preditos pelo profeta Jeremias. Um período encerrado com a queda e rendição da
cidade de Babilônia em 538 a.C.
Os longos anos em que a elite
política, militar e religiosa de Judá esteve longe de sua terra são
popularmente conhecidos como exílio na literatura
moderna, um termo singularmente apropriado, uma vez que não apenas sugere a
remoção forçada da população de judeus para a Babilônia, como também comunica a
ausência de Jeová durante o processo.
A
tragédia do exílio não pode ser interpretada como apenas a
deportação de um povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu
santuário central. Na verdade, Deus
havia se retirado do meio de seu povo, uma ausência simbolizada por uma
das visões de Ezequiel, na qual
a Shekinah movia-se do
Templo (Ezequiel - cap 1).
2.
A situação espiritual de Judá. Depois
da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo piedoso rei
Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. O povo, a casa real, os
sacerdotes e demais líderes religiosos, todos estavam vivendo numa situação de
miserabilidade espiritual, atolados na lama do pecado, da imoralidade, da
idolatria (cf 2Cr 36:13,14). Deus, portanto, por intermédio de Jeremias e
Habacuque alerta o povo que um tempo de calamidade aconteceria. A poderosa
Babilônia invadiria Jerusalém e levaria o povo para o cativeiro. Os profetas de
Deus foram perseguidos, presos e mortos. Em vez de haver quebrantamento,
arrependimento e volta para Deus, o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram
ainda mais.
Os falsos profetas pregavam mensagens
“bonitas”, vendiam ilusões, enganavam o povo (Jr 23:16,21). Os profissionais da religião enganavam o povo para
tirar proveito pessoal. Falavam aquilo que o povo queria ouvir, e eram
aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos, de prosperidade, de libertação
material para um povo afundado no pecado e na idolatria (Jr 5:12;8:11;14:13,15).
Pelo visto, a base para esta falsa mensagem de esperança era que a nação
possuía a lei mosaica (Jr 8:8) e o Templo do Senhor estava entre eles (Jr 7:4).
Todavia, o Senhor ressaltou que não achou os
sacrifícios aceitáveis (Jr 6:20). Deus também deixou claro que a presença do
Templo não era garantia de segurança. Para apoiar o argumento, destacou Siló, outrora o local do Tabernáculo,
que foi mais tarde abandonado por Deus. Se o povo não se arrependesse, o Monte
do Templo seria destruído como fora Siló
(Jr 7:12-14; 26:6,9). Isso foi cumprido literalmente, como vemos hoje.
3.
O império babilônico arrasa o reino de Judá. “No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei
de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá...” (Dn 1:1,2). Isso não aconteceu por acaso, Deus
permitiu que Babilônia arrasasse Judá a fim de corrigi-la, pois se esquecera do
seu Deus e vivia em plena degradação moral e espiritual. Deus está no controle da história. Até os ímpios estão a
serviço dos propósitos de Deus. O Senhor é soberano. A cidade conquistada, o
templo saqueado, os tesouros transportados e os cativos a chorar, tudo isso foi
obra de Deus, destinada a cumprir Seus soberanos e sábios propósitos.
Nabucodonozor era apenas uma “vara” na mão do Deus vivo para castigar o Seu
povo desobediente. Em Jeremias 25:9, Deus o chama de "meu servo".
Nabucodonozor prestava seus serviços a Deus sem ter consciência disso. Ele era
senhor de quase toda a terra, mas era servo de Deus. Foi colocado sobre os
homens, mas estava debaixo da poderosa mão daquele que dirige o universo,
segundo Seus planos e propósitos.
A deportação de Judá para a Babilônia deu-se em três fases. Deus demonstrou sua misericórdia diante do julgamento merecido e
concedeu ao povo repetidas oportunidades de arrependimento.
- A primeira fase. Foi simultânea
com a ascensão de Nabucodonosor (605-562) ao trono de Babilônia. Esse jovem
príncipe, derrotando os egípcios na batalha de Carquêmis em 605 (Jr 46:1,2),
foi, mediante a inesperada morte de seu pai, obrigado a abandonar o propósito
de expulsar os egípcios de suas terras. Mesmo assim, no caminho de retorno,
Nabucodonosor saqueou Jerusalém, conduzindo muitos judeus em cativeiro para a
capital do império, dentre esses judeus estavam Daniel e seus três companheiros (2Cr 36:5,6; Dn 1:1-6).
Deixou no trono de Judá o rei Jeoaquim, que veio a rebelar-se, forçando o
retorno de Nabucodonosor em 601.
- Segunda fase. O Egito encorajou Jeoaquim, rei de Judá, a se rebelar contra a Babilônia em 600 a. C., provocando outra
invasão babilônica em 598. Joaquim o sucedeu no trono de Judá e entregou
Jerusalém à Babilônia em 597.
Ele e muitos judeus proeminentes foram deportados para a Babilônia, dentre eles
estava Ezequiel (2Rs 24:14-16).
- Terceira fase. Zedequias, irmão
de Joaquim, foi estabelecido no trono de Judá (2Rs 24:18). Também esta ação foi
mal sucedida, pois Zedequias era instável e de pouca confiança. Judá foi
persuadido a rebelar-se mais uma vez. Desta feita, Nabucodonosor decidiu
retornar para Jerusalém, desta vez para destruí-la completamente, em 586 a.C. Os babilônios invadiram Judá
e sitiaram Jerusalém; o assédio durou dezoito meses. Finalmente, abriram uma
brecha nos muros e Jerusalém foi tomada. Zedequias foi feito prisioneiro e teve os olhos furados. Os
objetos de valor do Templo foram levados para Babilônia. Também, o Templo foi destruído e a maior parte
do povo restante foram levados para a Babilônia. Só foram deixadas as pessoas
mais pobres para cultivar a terra (2Rs 25:1-21).
II. A FORÇA DO CARÁTER
Para os psicólogos, o caráter é aquilo que é
adquirido ao longo da vida, aquilo que é apreendido pelo homem no seu convívio
com o ambiente onde vive, ou seja, aquilo que incorpora, conscientemente ou
não, ao longo da sua história.
Daniel estava longe de casa, sem
a sua família, em um país estranho, com uma língua estranha, sem o templo, sem
sacerdotes e sem os rituais do culto. A despeito de tantas perdas, porém, não
deixou seu coração ser envenenado pela mágoa, não permitiu que seu caráter fosse
deformado pelo meio que ora passou a enfrentar. Procurou ser instrumento de
Deus na vida dos babilônios. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um
influenciador. As pessoas que foram levadas cativas entregaram-se à depressão,
nostalgia, choro, desânimo, amargura e ódio (Sl 137). Daniel, porém, escolheu
ser uma luz, uma testemunha, um jovem fiel a Deus em terra estranha.
1.
A tentativa de aculturamento dos jovens hebreus (Dn 1:3,4).
“E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus
eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos
nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e
instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no
conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de
que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”.
No meio de uma cultura sem Deus
e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Ele foi levado para a
Babilônia, uma terra eivada de idolatria. Foi levado para esse panteão de
divindades pagãs, para a capital mundial da astrologia e da feitiçaria. Daniel
vai como escravo para uma terra que não conhecia a Deus, onde não havia a
Palavra de Deus, nem o temor de Deus, onde o pecado campeava solto. Mas, mesmo
na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel
mantém-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens. Seu caráter não era
feito de vidro, não se quebrava com facilidade. Tinha um caráter ilibado,
formado em um lar temente a Deus, de convicção de fé infringível no Deus vivo.
Daniel e seus companheiros possuíam uma maturidade espiritual inexorável, que
não foi adquirida em uma universidade secular, mas na Palavra de Deus.
Daniel e seus amigos correram
sério risco de aculturamento nos costumes e nas ciências babilônicos. A
despeito de eles serem educados em línguas e ciências, Nabucodonosor queria
muito mais. Ele queria educá-los nas ciências dos caldeus para que tivessem
conhecimento de astrologia e adivinhação. Mas, os babilônios perceberam logo
que a formação cultural e, sobretudo, religioso desses jovens hebreus, era
forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Para quebrar
a rigidez cultural desses jovens, Nabucodonosor elaborou um programa cultural
que fosse eficaz na sua extinção: os jovens participariam da mesa do rei. Mas Daniel
e seus amigos mantiveram-se íntegros, fieis e puros diante de Deus e dos habitantes
da babilônia. O caráter deles era bastante sólido.
2.
O caráter colocado à prova (Dn 1:5-8). “E o rei lhes determinou a ração de cada dia,
da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados
por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei. E entre eles
se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E o chefe
dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a
Hananias, o de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de
Abede-Nego. E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do
manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos
eunucos que lhe concedesse não se contaminar”.
A integridade de Daniel e de seus amigos foi
colocada à prova diante da determinação do rei. O maior de todos os perigos era
o risco da aculturação. Esses servos de Deus tiveram de se acautelar acerca de dois
perigos: (1)
a)
O perigo das iguarias do mundo. As iguarias da mesa do rei
eram comidas sacrificadas aos ídolos. Cada refeição no palácio real de
Babilônia se iniciava com um ato de adoração pagã. Comer aqueles alimentos era tornar-se
participante de um culto pagão. Há um ditado que diz que todas as maçãs do
diabo são bonitas, mas elas têm bicho. Os banquetes do mundo são atraentes, mas
o mundo jaz no maligno. Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus. Aquele que
ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Não entre na configuração do mundo.
Fuja dos banquetes que o mundo lhe oferece! Os prazeres imediatos do pecado
produzem tormentos eternos. As alegrias que o pecado oferece, convertem-se em
choro e ranger de dentes. Fuja das boates, das noitadas, dos lugares que podem
ser um laço para sua vida. Daniel “assentou no seu coração não se contaminar
com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia”. Daniel preferiu a
prisão ou mesmo a morte à infidelidade.
b)
O perigo da mudança dos valores. O nome de Daniel e de
seus amigos foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o
passado. A Babilônia queria remover os marcos e arrancar as raízes deles. Entre
os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. Todos os quatro
jovens judeus tinham nomes ligados a Deus. Daniel
significa: Deus é meu juiz; deram-lhe
o nome de Beltessazar, cujo
significado é: bel proteja o rei. Hananias
significa: Jeová é misericordioso;
passou a ser chamado de Sadraque, que
significa: iluminado pela deusa do sol. Misael
significa: quem é como Deus? Deram-lhe o nome de Mesaque, que significa: quem é como Vênus? Azarias significa: Jeová
ajuda; trocaram-lhe o nome para Abede-Nego,
cujo significado é: servo de Nego. Assim, seus nomes foram trocados e
vinculados às divindades pagãs de Bel,
Manduque, Vênus e Nego. Os caldeus queriam varrer o nome de Deus do coração
de Daniel, queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos
e plantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso
mudaram seus nomes.
A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não
o coração. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as
circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta. Eles se firmaram na
verdade, batalharam pela defesa da fé e mantiveram a consciência pura.
Muitos jovens hoje têm caído na teia do
mundo. Muitos se envolvem de tal maneira que perdem o referencial, mudam os
marcos, abandonam suas convicções, transigem com os absolutos e naufragam na
fé.
III. A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS
AMIGOS
1. Uma firme resolução: não se
contaminar (Dn 1:8). “E
Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei,
nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe
concedesse não se contaminar”.
Viver exige discernimento. Os tolos
naufragam, quer pelas oportunidades quer pelos riscos. Daniel e seus
companheiros foram arrancados do seio de sua família como escravos, teve
oportunidades e riscos. A vida ofereceu-lhes muitas propostas sedutoras.
Todavia, souberam discernir a linha divisória entre o certo e errado.
“Daniel
assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem
com o vinho que ele bebia”. A razão desta decisão do
jovem profeta é que geralmente a comida e bebida daqueles monarcas babilônicos
eram, antes de tudo, oferecidas aos ídolos pagãos e, portanto, Daniel, como
fiel judeu, não podia participar de comidas consagradas ou dedicadas a deuses
pagãos. Comer tal alimento era, para ele, desobediência à Lei de Deus; beber
tal vinho significava entorpecer sua mente. Daniel não abriria mão de suas
convicções, mesmo se estivesse que pagar com a vida por isso. Note-se que
Daniel não tinha agora a presença dos seus pais para orientá-los nas suas
decisões; mas seu amor a Deus e à sua lei achava-se de tal modo arraigados nele
desde a infância que ele somente desejava servir ao Senhor de todo coração.
“Aqueles que resolvem permanecer fiéis a Deus,
enfrentando a tentação, receberão forças para permanecerem firmes por amor ao
Senhor. Por outro lado, aqueles que antes não tomam a decisão de permanecer
fiéis a Deus e à sua Palavra, terão dificuldades para resistir ao pecado ou
evitar conformar-se com os caminhos do mundo” (Bíblia de Estudo Pentecostal).
2.
Daniel, um modelo de excelência. A vida de Daniel é um farol
a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo. Seu
testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres em
todo o mundo a viver com integridade. Possuía valores absolutos no meio de uma
geração que se corrompia. Ele era ainda um adolescente, mas conhecia a Deus.
Era ainda jovem, mas sabia o que era certo e errado. Estava no alvorecer da vida,
mas não se misturava com aqueles que se entregavam ao relativismo moral. Era um
jovem que tinha coragem de ser diferente.
Mesmo tendo sido levado muito jovem para o
exílio babilônico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria por iguaria alguma
que lhe fosse oferecida. É um modelo de excelência para os jovens (Ec 12:1),
como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1Sm 3:1-11),
José (Gn 39:2), Davi (1Sm 16:12), Timóteo (2Tm 3:15). Durante toda a sua vida,
Daniel foi um exemplo de fidelidade e de oração, pois orava três vezes ao dia,
continuamente (Dn 6:10).
3. Daniel
é um modelo de integridade numa sociedade corrupta. Apesar
de todo o esforço de seus exatores que os trouxeram para uma terra estranha,
com costumes e hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel soube, durante toda a
sua vida, manter-se íntegro moral, espiritual e fisicamente. Apesar da
tentativa de neutralizar a força de sua fé, os jovens hebreus permaneceram
firmes e dispostos a não render-se, senão a Deus com suas próprias vidas. A mudança
de nome não os fez esquecerem de sua fé nos Deus Vivo e Poderoso (Dn 3:6,7).
Nas atividades políticas soube conduzir-se, respeitando as autoridades
superiores, sem trair a sua fé em Deus. Sabia cumprir seus deveres e, quando
foi desafiado na sua fé a deixar de orar, ele não traiu o seu Deus. (2)
CONCLUSÃO
Como
preservar um caráter puro em meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta
pode ser respondida à luz da vida de Daniel e seus amigos. Um caráter moldado
pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, hoje. As pessoas precisam ver
que você é um homem ou uma mulher temente a Deus. Afirmou John Wooden: “Preocupe-se
mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é,
reputação é apenas o que os outros pensam que você é“. Portanto, o caráter
do cristão é quem ele é de fato, não apenas quando está diante do pastor, ou do
seu líder, ou mesmo com um grupo de amigos, mas quando está num ambiente que
ninguém o conhece, e ninguém está observando-o. O seu verdadeiro interior é a
expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou
aparências.
Quem é você quando ninguém está olhando?
Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando.
Nossa reputação, por outro lado, diz respeito à nossa conduta como é vista ou
percebida por outros. “Boa” conduta sem caráter se torna hipocrisia. Isto foi
revelado à igreja em Sardo: “Ao anjo da
Igreja que está em Sardo escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus,
e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás
morto!” (Ap 3:1).
Deus está interessado em quem realmente
somos. Quando nós temos caráter cristão, a evidência está em nossa conduta.
Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz,
“Eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito
claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de
que alguma coisa mudou dentro – no coração. Nós lemos em 2Co 5:17: “Se alguém
está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo”. Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou. Deus
diz: “Sede santos”. Ele não disse para fazermos algo para que aparentássemos
santos. Mas, Ele diz: “sede” santo. Você não pode fazer a si mesmo santo da
mesma forma que não pode salvar-se a si mesmo, mas quando você recebe a
santidade de Deus por dentro, sua vida e conduta serão santas e agradáveis a
Deus.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço
– Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog:
http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação
Pessoal.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Integridade Moral e Espiritual – Elienai
Cabral. CPAD.
Daniel – As visões para estes últimos dias.
Severino Pedro da Silva. CPAD.
(1) Hernandes Dias Lopes
– Daniel (Um homem amado do Cé). Hagnos.
Revista Ensinador Cristão – nº
60 – CPAD.
(2) Elienai Cabral –
Integridade Moral e Espiritual. CPAD.
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