3º Trimestre/2015
Texto Base: 1Timóteo 3:1-4,8-13
“Convém,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1Tm 3:2).
INTRODUÇÃO
Depois de tratar da correta
postura de homens e mulheres no culto público, Paulo passa a falar sobre as
qualificações da liderança da igreja. Em 1Tm 3:1-13, o apóstolo aborda os
predicados dos bispos ou pastores e do diácono.
I. QUEM DESEJA O EPISCOPADO
1. “Excelente obra deseja”. Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra
almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente
preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As
demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, entre elas o cuidado
para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a
administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao
ensino da Palavra de Deus. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor”, que “ser ministro é viver constantemente sob
pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o
poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto
escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte
de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a
vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar
sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é
saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”.
É bom ressaltar, ainda, que o
episcopado não é uma plataforma de privilégios, mas um campo de trabalho árduo.
É um chamado para o serviço, e não para o estrelato. O episcopado é mais
serviço e menos status. É trabalho, mais do que honra. É dedicação da vida, do
tempo, dos talentos e dos dons a Deus e a seu povo.
2.
A chamada. Segundo Hernandes
Dias Lopes, o episcopado, do ponto de vista divino, é um chamado, uma vocação,
um ministério concedido pelo próprio Espírito Santo. Do ponto de vista humano,
o episcopado pode ser desejado com legitimidade. O chamado divino, mediante a
convicção interna, referendada pelo testemunho externo, atesta a legitimidade
do ministério. Ninguém deve exercer a liderança sem ter convicção de que este é
um chamado de Deus; por outro lado, ninguém deve fazê-lo sem uma profunda
aspiração. Nenhuma pessoa deve exercer a liderança espiritual da igreja por
constrangimento (1Pe 5:2).
Concordo com pr. Elinaldo
Renovato quando diz que o episcopado não deve ser fruto de acordos e arranjos
ministeriais, por amizade, família ou condição social ou financeira. Deve ser
resultado de um relacionamento sério com Deus, o dono da obra. Paulo foi
chamado desde o ventre (Gl 1:15). Nem todos são chamados assim. Mas quem é
chamado, não só tem a convicção da chamada, mas apresenta um perfil que agrada
a Deus. Não há uma única forma da chamada.
3.
O preparo. O preparo de um pastor é contínuo, não termina
quando conclui um seminário teológico, mas se dá durante toda a sua jornada. Em
o Novo Testamento vemos que os apóstolos foram chamados, mas só foram enviados
após algum tempo de aprendizado com Jesus (Mc 6:7; Mt 10:16; Lc 10:1). O
exemplo de Paulo também é bem significativo. Ele foi chamado por Jesus, já
possuía o conhecimento das Escrituras Sagradas, pois teve como professor o
grande mestre Gamaliel (At 22:3), mas partiu para a Arábia e ali ficou três
anos se preparando para exercer ser ministério junto aos gentios (Gl 1:17,18).
Ante a notoriedade que havia alcançado como
perseguidor dos cristãos, ele não foi bem aceito entre os cristãos de
Jerusalém. A perseguição tomou grandes proporções e o apóstolo acabou sendo
enviado de volta para sua terra natal (At 9:30). De retorno a Tarso, Paulo ali
não ficou. Dizem as Escrituras que partiu para a Arábia, como também retornou a
Damasco (Gl 1:17), esteve quinze dias em Jerusalém (Gl 1:18), bem como esteve
em partes da Síria e da Cilícia (Gl 1:20), fazendo, porém, de Tarso a sua
“base”, já que ali estava a sua família. Ali teve mais tempo para refletir e
meditar nas Escrituras Sagradas, tendo sido, no nosso modesto entendimento,
neste período que o apóstolo alicerçou a sua fé, que teve a correta compreensão
do significado de servir a Deus e de crer em Jesus como único e suficiente
Senhor e Salvador, retomando, assim, em Tarso, a sua rotina de estudos, só que
agora não só de filosofia e de direito, mas das Escrituras à luz de todo o
conhecimento que havia adquirido ao longo dos anos. Após dez anos, Paulo foi
enviado pelo Espírito Santo para realizar a obra missionária efetivando o seu
apostolado. Portanto, Deus chama, porém, o preparo cabe aos seus servos.
II. QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES
(3:1-7)
1.
Atribuições dos pastores (1Tm 3:1-7). Os que almejam o serviço do pastorado precisam
compreender as qualificações ou atribuições que tal atividade exige. O líder e
a igreja local precisam ver no aspirante ao ministério as qualificações
exigidas na Palavra de Deus. No texto de 1Tm 3:1-7 o apóstolo Paulo
apresenta uma lista de 15 qualificações exigidas
para um homem ocupar o presbiterato ou o pastoado da igreja, e apenas uma se
refere à habilidade de ensino. Observe que a maioria são qualificações morais e
apenas uma está relacionada à habilidade intelectual. Na verdade, os requisitos
para ocupar uma posição de liderança na igreja exigem mais excelência moral do
que intelectual. As qualificações estão relacionadas com a personalidade, o
caráter e o temperamento da pessoa. São uma espécie de catálogo de virtudes em
contraposição ao catálogo de vícios descritos em 2Timóteo 3:2-5. No texto de
1Timóteo 3:1-7, vemos algumas qualificações, que podem ser resumidas num
conjunto de indicações, que por sua vez podem ser divididas em três grupos:
1.1. Qualificações
espirituais e ministeriais.
a) A primeira
qualificação, como não poderia deixar de ser, é ter uma vida irrepreensível
(1Tm 3:2). O retrato que Paulo traça do
bispo é emoldurado pela irrepreensibilidade. John Stott corretamente diz que
isso não quer dizer que os candidatos teriam de ser totalmente isentos de
falhas e defeitos, pois nesse caso todos seriam desqualificados. A palavra
empregada é anenkletos - “sem culpa,
não passível de acusação” - e não anômos -
“sem mácula”. O pastor ou presbítero não pode deixar brechas no seu escudo
moral. Seu ofício é público e sua reputação pública precisa ser inquestionável.
b) Ser
apto para ensinar (1Tm 3:2). Uma das tarefas mais
importantes e essenciais de qualquer líder de igreja é ensinar as Escrituras
aos membros da congregação. O pastor deve entender e ser capaz de transmitir as
verdades profundas das Escrituras, como também lidar com aqueles falsos
pregadores ou ensinadores que as tratam de maneira inadequada.
c) Ter bom
testemunho diante da igreja e dos descrentes (1Tm 3:7). O pastor é um homem que deve ter bom testemunho na
comunidade. Aqueles que estão de fora é uma referência aos não-cristãos. Sem esse bom testemunho, ele se torna sujeito às
acusações dos homens e opróbrio do diabo. Essas acusações podem vir tanto de
cristãos como de não-cristãos. Quando Satanás captura homens em sua armadilha,
ele os aprisiona para ridicularizar, escarnecer e desprezar.
d) Não
deve ser neófito, inexperiente (1Tm 3:6). A
maturidade espiritual é essencial para o exercício episcopal. Os novos
convertidos podem tornar parte no ministério de Deus, mas não devem ser
colocados em posições de liderança até que sejam firmemente enraizados na sua
fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de
Deus. De outra forma, o novo crente, “ensoberbecendo-se, cairá na condenação do
diabo”. O orgulho pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência
de pessoas inescrupulosas. A imaturidade é o portal da soberba, e a soberba é o
solo escorregadio onde o diabo derruba muitos líderes.
1.2. Qualificações familiares. Ser irrepreensível como líder de sua família (1Tm 3:2,4; Tt
1:6). Nesta área, ele precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais:
a) Marido
de uma só mulher. “Marido de uma só mulher” quer dizer marido fiel à sua esposa, ou
seja, um homem livre de qualquer suspeita quanto à sua relação matrimonial,
íntegro em sua conduta conjugal. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo
relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres.
Ele deve amar sua esposa “como Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entgregou
por ela” (Ef 5:25).
b) Irrepreensível como
pai. O pastor precisa ser o sacerdote do
seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na
disciplina e admoestação do Senhor. Embora um pai não possa determinar a
salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da
instrução da Palavra, da amorosa disciplina. Se o pastor não sabe governar a
própria casa, como poderá governar a igreja de Deus?, pergunta o apóstolo Paulo
(1Tm 3:4,5). Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a
autoridade do pai.
1.3.
Qualificações morais. “Convém, pois, que o bispo seja [...]
honesto, hospitaleiro ...não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de
torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento” (1Tm 3:2,3).
a) Ser honesto, sincero, autêntico (3:2). A honestidade é indispensável ao líder, que deve se
credenciar, como nenhum outro, para habitar no tabernáculo de Deus (cf. Sl:15).
b) Hospitalero (acolhedor), sabendo tratar bem as pesoas (3:2). A hospitalidade na igreja primitiva era uma necessidade
vital para o avanço missionário da igreja. As hospedarias eram excessivamente
caras, sofrivelmente sujas e notoriamente imorais. Sem hospitalidade os
missionários itinerantes teriam sua atividade estancada. E mais, nos primeiros
dois séculos da era cristã não havia templos, por isso, as igrejas reuniam-se
em casas (Rm 16:5; 1Co 16:19; Fm 2). Hoje, esta prática está em desuso. As
circunstâncias exigem que os pregadores itinerantes se hospedem em pousadas ou
hotéis, e não mais em residências. Não por falta da liberalidade de irmãos, mas
porque as circunstâncias favorecem a essa práxis. Todavia, quando a
hospitalidade for estritamente necessária, a recomendação é clara: “Seja
constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13:1,2).
c) Não dado ao vinho – não usuário de bebidas alcoólicas
(3:3). Um pastor não pode ser um beberrão. A
embriaguez não combina com o ministério do pastoreio. O mesmo apóstolo que
orientou Timóteo a beber um pouco de vinho por motivos terapêuticos (1Tm 5:23)
agora declara que um pastor dado ao vinho não está apto para a liderança da
igreja de Deus. Aliás, o obreiro deve ser pessoa que não se deixe dominar por
qualquer vício, seja ele qual for, pois não pode, como qualquer crente,
deixar-se dominar por coisa alguma (cf. 1Co 6:12).
d) Não espancador, ou seja, não violento, agressivo (3:3). Um pastor busca as ovelhas para apascentá--las, e não para
golpeá-las. Um pastor não pode agredir as pessoas com palavras e atitudes. Não
pode ser rude com as ovelhas. O pastor é alguém que atrai as pessoas por sua
doçura e graça. As pessoas correm para ele na hora da aflição. Uma pessoa
violenta agride, humilha e machuca os outros.
e)
Não ser contencioso, briguento (3:2; 2Tm 2:24).
Ele não insiste em seus próprios direitos, mas tem temperamento constante e
agradável.
f) Ser
sóbrio (3:2). Isto significa que a vida do pastor deve
estar marcada pela moderação, por limites, sem nada extremo ou excessivo, com
ausência de extravagâncias.
g)
Deve ser simples, moderado (3:3). Em
seu trabalho na igreja, o pastor precisa de graça, paciência e de espírito
manso e conciliador.
h)
Não ser ganancioso ou avarento, ou seja, amante do dinheiro (3:3; 6:5-10). O pastor
deve ter uma atitude adequada para lidar com as finanças da igreja. Isto afeta
o uso ético dos fundos da igreja e a administração de programas apropriados
para arrecadação de dinheiro. Muitos possíveis líderes combinam o amor ao
dinheiro com uma natureza contenciosa e acabam brigando na igreja por causa de
assuntos financeiros. Uma pessoa assim não deve ser escolhida para liderar.
III. O DIACONATO (1Tm 3:8-13)
“Porque os que servirem bem como diáconos
adquirirão para si uma posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3:13).
No
início da Igreja, Satanás tentou impedir o seu avanço em pelo menos três
táticas: primeiro, ele tentou
suprimir a igreja por meio da perseguição - pela força das autoridades judaicas
(Atos 4); segundo, tentou corrompê-la
com a hipocrisia - através do casal Ananias e Safira (Atos 5); terceiro, ele promoveu dissensões
internas (Atos 6:1) - ele tentou distrair seus líderes da oração e da pregação
através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal.
Se Satanás tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova
comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância. Todavia, os
apóstolos estavam alertas o suficiente para detectar “as ciladas do diabo”.
Eles resolveram, então, designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria”, para que cuidassem do sustento da igreja e do cuidado
com os pobres, liberando os apóstolos para dedicação exclusiva a oração e ao
ensino da Palavra de Deus. E assim, “crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém
se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes
obedecia à fé” (Atos 6:7).
1.
Os diáconos. A palavra “diácono” significa “aquele que
serve”. O diácono – diákonos – é o
servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da
Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos (At
6:1-7). Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação
social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das
mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra
dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao
outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do
Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada
ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.
2.
Chamado para servir. Assim como os pastores, aqueles que
almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a Deus e aos irmãos. Como
foi dito acima, a obra dos doze apóstolos e a obra dos sete diáconos são
igualmente chamados de diakonia (At
6:1,4 - “ministério” ou “serviço”). A primeira é o “ministério da Palavra” (At
6:4) ou o trabalho pastoral; a segunda, o “ministério junto às mesas” (At 6:2)
ou o trabalho social. Ambos são ministérios cristãos, ou seja, meios de servir
a Deus e ao seu povo.
3.
Qualificações. As qualificações do diácono são semelhantes
às dos pastores (cf. 1Tm 3 e Tito 1). Contudo, sua função é provavelmente um
pouco diferente, uma vez que o diácono executa algumas das tarefas mais
práticas da administração e manutenção de uma igreja. Vejamos algumas
qualificações do diácono à luz de 1Tm 3:8-10.
3.1.
Ter caráter Moral (1Tm 3:8 - ARA). “Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam
respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de
sórdida ganância”.
O rev. Hernandes Dias Lopes, analisando o
caráter moral dos diáconos, diz que eles devem ser:
a)
respeitáveis (3:8a). Os diáconos precisam ser dignos de
respeito, ter caráter impoluto, vida irrepreensível e conduta ilibada.
b)
de uma só palavra (3:8b). Os diáconos precisam ser verdadeiros,
íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não devem ser boateiros
dados a mexericos. Não dizem uma coisa aqui e outra acolá. Não devem ser
maledicentes nem jogam uma pessoa contra a outra. Suas palavras têm peso. Eles
são absolutamente confiáveis no que dizem.
c)
não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem ser
cheios do Espírito Santo (At 6:3), e não cheios de vinho (Ef 5:18). Quem é
governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus.
d)
não cobiçosos de sórdida ganância (3:8d). Os diáconos lidam
com as ofertas do povo de Deus e administram os recursos financeiros da igreja
na assistência aos necessitados. Não podem ser como o Judas Iscariotes que
roubava a bolsa (cf João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não
podem desejar para si o que devem entregar para os outros.
3.2)
Ter caráter espiritual (1Tm 3:9,10). “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes
sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.
a)
Íntegros na teologia da vida (3:9) - “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Aqui, o termo “mistério” significa “verdades
outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. Os diáconos precisam
compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina
cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautados pela
Palavra de Deus.
b)
provados e experimentados (Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10 diz que
os diáconos devem ser primeiramente provados. Isso significa que eles devem ser
observados por algum tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades na igreja
local. Depois de provarem ser confiáveis e fiéis, então podem receber
responsabilidades maiores. Depois, exerçam o diaconato; ou simplesmente
“sirvam” (1Tm 3:10 - ARC). Assim como no caso dos presbíteros, o destaque não é
o cargo eclesiástico, mas o serviço para o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar
em que um homem for irrepreensível em sua vida pessoal e pública, terá
permissão para servir como diácono (1Tm 3:10 – ARA).
3.3)
Ter caráter familiar (1Tm 3:12) - “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e
suas próprias casas”.
É satisfatório dizer que, como os pastores,
os diáconos não devem ter nenhuma reprovação em sua vida conjugal. Eles devem
governar bem seus filhos e a própria casa. Não conseguir isso é um defeito de
caráter do cristão, segundo o Novo Testamento. Isso não significa que os homens
devem ser déspotas e mandões, mas que seus filhos devem ser obedientes e
testemunhem a verdade.
IV. SERVIÇO – RAZÃO DE SER DO
MINISTÉRIO
A razão de ser do ministério é servir.
Servir como Jesus serviu; servir como Paulo e Timóteo serviram. Aliás, todo
cristão é chamado para ser servo de Deus. Como tal, sua atividade e missão deve
ser contribuir com sua vida, seu testemunho e seu serviço para o
engrandecimento do Reino de Deus.
1.
O exemplo do Mestre. Paulo diz que Jesus assumiu a forma de
servo, mais que isso, a forma de "escravo".
"... sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e,
achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e
morte de cruz" (Fp 2:6-8).
A expressão "tomando a forma de servo",
"significa aparecer em uma condição humilde e desprezível". Em sua
forma de servo, Jesus demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo
de humildade, quando, na véspera de sua crucificação, tomou uma toalha e uma
bacia com água e lavou os pés dos discípulos (João 13:4,5).
É bom enfatizar que o objetivo de Jesus
Cristo nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua
igreja, mas a de serviço, conforme demonstra sua resposta aos filhos de
Zebedeu: “mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser
ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o
primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:43-45).
2.
O exemplo de Paulo. Paulo era um servo fiel. Ele não media
esforço para servir. Ele cuidava das ovelhas do
Senhor com ternura, como uma mãe que acarecia seus filhos - “antes, fomos brandos entre vós, como a ama
que cria seus filhos” (1Ts 2:7). A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura.
Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus
filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência
triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina
amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor
despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as
ovelhas com sua autoridade auto-imposta, em vez de conduzir o rebanho com a
ternura de uma mãe. Pedro escreveu que o obreiro deve apascentar o rebanho do
Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância” (1Pe 5:2). E por falar em ganância, atualmente há muitos falsos
obreiros que se aproveitam dos fiéis e da igreja para obter ganho financeiro.
Isso é uma vergonha! Paulo exorta a Tito e a Timóteo que um dos requisitos para
quem deseja ser pastor é não ser cobiçoso de torpe ganância (Tt 1:7; 1Tm
3:3).
3.
O exemplo de Timóteo. Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que
fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi
cooperador de Paulo e o continuador de sua obra. Ele era um bom exemplo do que
um ministro e missionário de Deus deve ser. O apóstolo
Paulo nos fala de algumas características desse importante líder espiritual:
(a) um estudante zeloso e obediente à Palavra de Deus (2Tm 3:15); (b) um servo
perseverante e digno de Cristo (1Ts 3:2); (c) um homem de boa reputação (At
16:2); (d) amado e fiel (1Co 4:17); (e) com solicitude genuína pelo próximo (Fp
2:20); (f) fidedigno (2Tm 4:9,21) e; (g) dedicado a Paulo e ao evangelho (Fp
2:22; Rm 16:21).
Portanto, Timóteo foi um pastor exemplar,
que demonstrou ter um caráter irrepreensível. Ele cuidou da Igreja com desvelo
e não teve medo de se opor aos falsos mestres que estavam tentando seduzir os
crentes em relação à salvação pela fé em Jesus. Precisamos, urgentemente, de
homens de Deus como Timóteo. Oremos para que isso aconteça.
CONCLUSÃO
“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu
sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam
alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a
intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho.
Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o
rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos
estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de
pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por
dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares.
Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a:
Pastor”).
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Luciano
de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 63. CPAD.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD
Guia
do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Tito e
Filemom – doutrina e vida, um binômio inseparável. Rev. Hernandes Dias Lopes.
Hagnos.
1 Timóteo
– o pastor, sua vida e sua obra. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
2 Timóteo
– O testamento de Paulo à Igreja. Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.
Comentário
do Novo Testamento – 1 e 2 Timóteo e Tito. William Hendriksen.
As
Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Elinaldo Renovato de Lima. CPAD.
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