4º Trimestre/2015
Texto Base: Gênesis 7:1-12
“Pela fé, Noé, divinamente avisado das
coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou
a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é
segundo a fé” (Hb 11:7).
INTRODUÇÃO
Noé, sua esposa, seus três filhos (Sem, Cam
e Jafé) e suas noras, formaram a família que sobreviveu ao Dilúvio universal. Deus
revelou a Noé seu plano de destruir a raça corrupta e de salvá-lo junto com sua
família e, por ele, a humanidade inteira. Noé viria a ser o segundo pai da raça
humana. Ele foi salvo pela graça, um ato de soberania divina (Gn 6:8). A salvação do grande Dilúvio foi celebrada com um
sacrifício. Noé fez um altar e ofereceu um sacrifício ao Senhor (Gn 8:20) que
aceitou sua oferta e marcou sua aliança com todo o universo (Gn 8:21,22), com
os animais (Gn 9:2,3,10), com a humanidade (Gn 9:9-17) e com a família de Noé
(Gn 9:1).
I. DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
A história humana pode ser
dividida em períodos denominados de “dispensações”, épocas em que Deus tratou
com o homem de uma determinada maneira, dentro do Seu propósito de recuperar o
homem ao status quo da criação, ou seja, ao que ele era antes da queda.
Toda “dispensação”
caracterizou-se por uma atitude de rebeldia por parte do homem, que, em seus
delitos e pecados, insiste em manter-se afastado do seu Criador. Logo no
período chamado de “Consciência”, a descendência de Sete, que era piedosa,
misturou-se com a descendência de Caim, que foi o primeiro a se afastar de
Deus, ao não ouvir as recomendações divinas de submissão e obediência (Gn 4:6,7).
A partir do momento em que os descendentes de Sete se distanciaram de Deus e
passaram a praticar todo tipo de pecado, Deus resolveu mandar o dilúvio, que
foi o juízo que pôs fim a dispensação da consciência. Todavia, nessa geração
rebelde e corrupta, havia um remanescente fiel: a família de Noé. Somente este,
entre seus contemporâneos, travou amizade com Deus e desfrutou da comunhão
divina. Ele era "justo" e "reto" (Gn 6:9); uma pessoa de
conduta irrepreensível, de integridade moral e espiritual no meio de uma
geração perversa. Outrossim, era um pregador da justiça (2Pedro 2:5). O segredo
de seu caráter impoluto encontra-se em seu andar diário com o Senhor. Foi a
este homem que Deus anuncia o dilúvio, instruindo-o a construir a Arca de
salvação.
1.
O anúncio do Dilúvio. “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne
é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que
os desfarei com a terra”(Gn 6:13). “Porque eis que eu trago um dilúvio
de águas sobre a terra, para desfazer toda carne em que há espírito de vida
debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará”(Gn 6:17).
“E
disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde
o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito” (Gn 6:7). O
arrependimento de Deus não indica uma mudança arbitrária em seus planos, embora
pareça dessa forma para nós. Antes, indica uma atitude da parte de Deus em
resposta ao comportamento humano. O Senhor sempre reage contra o pecado, pois é
Deus santo.
Com o transcorrer do tempo, a separação
entre os descendentes de Sete e os de Caim cessou por causa do casamento das
duas linhagens (Gn 6:2). A união dos piedosos com mulheres incrédulas foi
motivada pela atração física de tais mulheres. Sem mães piedosas, a
descendência de Sete degenerou-se espiritualmente. Os filhos dos casamentos
mistos eram "gigantes" e parece que se destacavam pela violência (Gn
6:4). Exaltavam-se a si mesmos, cada um procurando ser "valente"
("herói"). Corromperam a terra com sua imoralidade. Chegou o momento
quando a família de Noé foi a única que cumpria as normas morais e espirituais
de Deus. Parece que Satanás, ao ver que não pôde destruir a linhagem messiânica
pela força bruta, no caso de Abel, agora procura extingui-la mediante casamentos
mistos; e por pouco não teve êxito.
Determinou Deus destruir a perversa geração
por causa da corrupção e violência. O Senhor declara que seu Espírito não agirá
para sempre no homem. Assim, decretou um prazo de cento e vinte anos para a
vinda do julgamento do dilúvio (Gn 6:3). Deus é misericordioso e não deseja que
as pessoas morram sem salvação. Porém, sua paciência tem limites.
2. Um juízo que parecia
improvável. Como o povo, que estava cego pelo pecado,
ia acreditar num Dilúvio se nem chuva havia? Parece que não havia chuvas
naquele período da história humana. Diz o texto sagrado que “um vapor subia da terra e regava toda a face
da terra” (Gn 2:6). No momento certo,
os animais começaram a chegar. Dos maiores aos menores, todos se apresentaram a
Noé. Mesmo vendo esse episódio impressionante e extraordinário, os
contemporâneos de Noé não se arrependeram de seus maus caminhos. Isto não lhes
impressionou porque, naqueles dias, os animais, mesmo os arredios e
selvagens, não representavam ameaça ao ser humano. Talvez aquela gente pensasse
que Noé estava montando um parque temático ou um grande zoológico. Para eles,
portanto, era um juízo improvável de acontecer.
Você
já percebeu que a nossa geração tem agido de forma semelhante em relação à
pregação sobre a vinda de Cristo? Você já percebeu que, hoje, dificilmente se
prega sobre a volta de Cristo nas igrejas locais? Acredito que até mesmo muitos
que cristãos dizem ser também tem sido indiferente com essa mensagem, como eram
os descendentes de Sete, que mergulharam no mundo sórdido e distanciado de Deus
(ler 2Pedro 3:3,4).
Os antediluvianos viveram como se Deus
não existisse; eles comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até
que veio o dilúvio e os levou a todos.
Assim será a vinda do Filho do Homem (Mt 24:37-39).
II. A CONSTRUÇÃO DA ARCA
1. A planta da Arca. “Faze para ti uma arca da madeira de gofer;
farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E
desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta
côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela
e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado;
far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros” (Gn 6:14-16).
Noé
recebeu
de Deus diretrizes para a construção de uma nave flutuante bem proporcionada, que
seria o veículo de escape. Segundo certos cálculos, a Arca teria 135m de
comprimento, 22,50m de largura e 13,50m de altura, e corresponderia em tamanho
a um transatlântico moderno. Constava de três pavimentos divididos em
compartimentos e uma abertura de 45cm de altura em volta, localizada entre
espaços de parede na parte superior; acredita-se que tinha a forma de um caixão
alongado. Alguns estudiosos calculam que a arca teria capacidade para 7.000
espécies de animais.
A finalidade da Arca não era navegar, mas
flutuar durante a grande inundação. Noé cumpriu a vontade de Deus e descansou
na sua proteção e provisão. Ele confiou nas Suas promessas e no seu livramento.
Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas horas de
turbulências. Não devemos, pois, nos afligir. Deus está no controle de tudo.
Assim como a Arca foi o instrumento da salvação, tendo Deus como seu piloto, a
Igreja (Universal Assembleia dos Santos) foi eleita como instrumento da
salvação, tendo Jesus como seu capitão. Todos aqueles que entrarem nela estão
predestinados à vida eterna com Deus.
2.
A construção da Arca. "Pela fé, Noé...preparou a arca" (Hb 11:7). Em resposta à
misericórdia de Deus, Noé agiu
consoante a tudo o que Deus lhe ordenara (Gn 6:22); isto é um ato de
responsabilidade humana. Noé construiu a Arca para salvar a sua família, porém
foi Deus quem fechou a porta da Arca. A soberania divina e a responsabilidade
humana não se excluem. Antes, são complementares.
A Palavra de Deus foi a garantia única de
que viria o dilúvio. Deve ter sido um projeto enorme e de longa duração
construir a Arca e armazenar os alimentos necessários. Enquanto construía a
nave, Noé pregava (2Pedro 2:5). Mas ninguém quis dar-lhe atenção. Sem dúvida
alguma, Noé e seus filhos eram alvo de incessantes zombarias, porém não
vacilaram em sua fé. Acentua-se sua completa obediência: "conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim
o fez" (Gn 6:22; 7:5).
Enquanto aguardamos a volta de Cristo,
devemos proclamar o Evangelho e o fim de todas as coisas (1Pe 3:20). O Senhor
Jesus não tarda. Sem a perspectiva da volta de Cristo, não há esperança para o
crente, não há sentido em nossa vida espiritual, a nossa adoração a Deus perde
a razão de ser. Não é, pois, por outro motivo, que o nosso adversário tem
procurado, de todas as formas, retirar dos púlpitos as mensagens em torno deste
assunto, como também levantado inúmeras seitas e heresias, cujo intento é,
prioritariamente, alterar e distorcer verdades a respeito da doutrina das
últimas coisas, visando, assim, estabelecer um ambiente de confusão, ceticismo
e de desesperança entre os crentes.
III. O DILÚVIO (Gn 7:1-24)
Depois que a Arca ficou pronta, o Senhor
apareceu a Noé outra vez e disse: “...Entra
tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta
geração” (Gn 7:1). Noé foi elogiado por sua obediência, identificada pela
palavra “justo”. O que Noé fez contou com a aprovação de Deus.
1.
O Dilúvio. “E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e
as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio.
Dos animais limpos, e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o
réptil sobre a terra, entraram de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea,
como Deus ordenara a Noé. E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a
terra as águas do dilúvio. No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo,
aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do
grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a terra
quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7:7-12).
O
juízo de Deus havia chegado e o Senhor fechou a Arca por fora (Gn 7:16).
Isto significa que o período da graça de Deus havia terminado; isto nos fala de
salvação e juízo. Noé ficou dentro, protegido, e os pecadores impenitentes
foram expostos ao juízo.
O texto sagrado diz que “se
romperam todas as fontes do grande abismo” (Gn 7:11). Parece indicar
que se produziram terremotos e estes fizeram que subissem impetuosamente as
águas subterrâneas enquanto caíam chuvas torrenciais. Pensa-se que a terra, ao
fender-se, produziu alterações na sua superfície. Alguns creem que estes
verdadeiros cataclismos tenham sido acompanhados de gigantescos maremotos que
atravessaram os oceanos e continentes até que nada restou da civilização
daquele tempo. Foi um juízo cabal contra o mundo pecaminoso.
Depois, Deus enviou um vento para fazer
baixar as águas. Cinco meses após o começo do dilúvio, a Arca pousou sobre o
monte Ararate, porém Noé não saiu em seguida porque obedientemente esperou até
receber a permissão divina. Ele e sua família permaneceram na Arca
aproximadamente um ano solar.
O
propósito do Dilúvio era tanto destrutivo como construtivo. A
linhagem da mulher corria o perigo de desaparecer completamente pela maldade.
Por isso Deus exterminou a incorrigível raça velha para estabelecer uma nova. O
dilúvio foi também o juízo contra uma geração que havia rejeitado totalmente a
justiça e a verdade. Isto nos ensina que a paciência de Deus tem limite.
O mais profundo sofrimento da humanidade não
ocorrerá por causa da explosão nuclear, mas devido aos vindouros juízos de
Deus. As maiores catástrofes da história mundial foram consequência da
obstinada persistência no pecado. O Dilúvio ocorreu porque "a terra estava
corrompida à vista de Deus e cheia de violência" (Gn 6:11) e Ele resolveu
"dar cabo de toda carne" (Gn 6:13). Sodoma e Gomorra não
desapareceram por causa de um desastre nuclear, mas devido aos pecados
abomináveis cometidos nessas cidades, que foram julgadas conforme a vontade de
Deus. Também no futuro, o maior perigo não virá de reatores nucleares, mas da
potência explosiva do pecado.
2. Qual
foi a extensão do dilúvio? Universal ou limitado à área do Oriente
Médio? Veja o texto sagrado: “E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos
montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos. Quinze côvados acima
prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. E expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como
de gado, e de feras, e de todo o réptil que se roja sobre a terra, e de todo
homem. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que
havia no seco, morreu. Assim, foi
desfeita toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até
ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e
ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca. E prevaleceram as águas
sobre a terra cento e cinquenta dias” (Gn 7:19-24).
O texto sagrado diz que as águas cobriram as
montanhas mais altas e destruíram toda a criatura (fora da Arca), sob os céus
(Gn 7:19-23). Ora, Deus não precisaria ter ordenado a Noé que construísse uma Arca
mais comprida que um campo de futebol e com capacidade para acomodar um enorme
volume de carga (cerca de oitocentos vagões, segundo estudiosos) apenas para
escapar de um dilúvio local. Se esse fosse o caso, Deus poderia ter levado a
família de Noé (oito pessoas) e os animais para outro lugar. O monte Ararate
tem 5.610 metros de altitude. Se considerarmos esse monte como referência,
então o Dilúvio ultrapassou 6 metros acima dessa altura (Gn 7:19,20). Que
milagre possibilitaria um dilúvio local nessas proporções?
Em
Gênesis 9:15, Deus prometeu que nunca mais destruiria “toda
carne” por meio de um dilúvio. Houve muitas inundações locais desde
então, mas não dilúvios universais. Além disso, se o dilúvio ocorreu apenas
naquela região, então Deus não cumpriu sua promessa, que é um absurdo, algo
impossível de acontecer.
Pedro utiliza a destruição do mundo pelas
águas como símbolo de uma destruição futura que virá em forma de fogo (2Pedro
3:7). Aqueles que creem em Cristo estão salvos, mas os que não creem estão
perdidos (cf. 1Pe 3:21).
IV. O JUÍZO DE DEUS
Deus concedeu à perversa geração
antediluviana um prazo de 120 anos para arrepender-se (Gn 6:3). Se não,
retiraria dela o seu espírito. Todavia, não deram ouvidos à proclamação do
juízo divino.
1.
Um juízo universal. O Dilúvio foi o castigo divino
universal sobre um mundo ímpio e impenitente. Deus havia se “arrependido” de
ter criado a raça humana (Gn 6:3-6) e resolveu destruir tudo o que fez. Mas ao
ver a fidelidade de Noé (Gn 6:9) resolveu fazer com ele uma aliança (Gn 6:18)
para através de sua vida e da preservação de espécies restaurar toda a sua
criação. Noé correspondeu ao pacto de Deus, crendo nele e na sua Palavra (Hb
11:7). Sua fé foi demonstrada quando ele “temeu” e quando construiu a Arca e
entrou nela (Gn 6:22; 7:7; 1Pe 3:21). O dilúvio aconteceu e Deus salvou aqueles
animais e a família de Noé, apenas oito pessoas, formando 4 casais que seriam
uma família fiel a Deus.
O apóstolo Pedro refere-se ao dilúvio para
relembrar a seus leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos
tempos, mas agora por fogo (2Pe 3:10). Tal julgamento resultará no derramamento
da ira de Deus sobre os ímpios, como nunca houve na história (Mt 24:21).
Deus
conclama os crentes atuais, assim como Ele fez com Noé na
antiguidade, para avisarem os não-salvos sobre esse dia terrível e instar com
eles para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de
Cristo, e assim sejam salvos.
2.
O juízo divino no Hades. Indubitavelmente, toda a geração
antediluviana pereceu e foi lançada na região dos mortos, no Hades, onde
aguarda a última ressurreição, a fim de comparecer ao Juízo Final (Ap
20:11-15). Eles sabem que isto acontecerá, pois o Senhor Jesus, no interstício
entre a sua morte e ressurreição, esteve no Hades, onde lhes proclamou a
eficácia da justiça divina. Pedro ensina que foi Cristo quem, por meio de Noé
(que por sua vez era inspirado pelo Espírito Santo), pregou a mensagem aos
antediluvianos (1Pe 3:18-20; 2Pe 2:5). Estes, contudo, a rejeitaram e foram
condenados. “A geração de Noé recusou-se a ouvi-lo, mas viu-se obrigado a
escutar o Senhor Jesus que, além de pregoeiro da Justiça, apresentava-se,
agora, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Sua pregação não era redentiva,
mas vindicativa”.
V. PERGUNTAS INTRIGANTES
Estas perguntas foram extraídas do Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e
“Contradições” da Bíblia. Norman Geisler.
1. GÊNESIS
6:2
- Os "filhos de Deus" eram
anjos que se casaram com mulheres?
- PROBLEMA: A
expressão "filhos de Deus" no AT é empregada exclusivamente
referindo-se a anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7). Entretanto, o NT nos informa que os
anjos "nem casam, nem se dão em casamento" (Mt 22:30). Além disso, se
os anjos se casassem com seres humanos, os filhos deles seriam meio humanos,
meio anjos. Mas os anjos não podem ser redimidos (Hb 2:14-16; 2 Pe 2:4; Jd 6).
- SOLUÇÃO:
Várias são as interpretações possíveis, no lugar de insistir em que anjos
tenham coabitado com seres humanos.
Alguns eruditos bíblicos creem
que a expressão "filhos de Deus" seja uma referência à linhagem
piedosa de Sete (através da qual viria o redentor - Gn 4:26), que se entremeou
com a linha ímpia de Caim. Eles alegam que: (a) isso se coaduna com o contexto
imediato; (b) evita todo o problema decorrente da interpretação de que eram
anjos; (c) está de acordo com o fato de que os seres humanos também são
mencionados no AT como "filhos" de Deus (Is 43:6).
Outros estudiosos acreditam
que "filhos de Deus" seja uma referência a grandes homens, a
"varões de renome na antiguidade". Apontam para o fato de que o texto
refere-se a "gigantes" e "valentes" (Gn 6:4). Ainda, isso
evita o problema de os anjos (espíritos) coabitarem com seres humanos.
Outros ainda combinam estas
interpretações e especulam que os "filhos de Deus" eram anjos que
"não guardaram o seu estado original" (Jd 6) e que na realidade
possuíram seres humanos, levando-os a um cruzamento com "as filhas dos homens",
produzindo assim uma raça superior, cuja semente foram os "gigantes"
e os "varões de renome". Esta posição parece explicar todos os
pontos, exceto o problema insuperável de os anjos, não tendo corpos (Hb 1:14) e
sendo assexuados, coabitarem com seres humanos.
2. GÊNESIS 6:3 -
Há aqui uma contradição com o que Moisés disse no Salmo 90, a respeito da
duração da vida humana?
- PROBLEMA: O
texto de Gênesis 6:3 parece indicar que a longevidade humana após o dilúvio
seria de, no máximo, "cento e vinte anos". Contudo, no Salmo 90,
Moisés a considerou ser de 70 ou 80 anos, no máximo (v. 10).
- SOLUÇÃO:
Em primeiro lugar, não é de todo certo que Gênesis 6:3 esteja se referindo à
longevidade humana. Pode ser que esteja falando de quantos anos ainda faltavam
até que o dilúvio ocorresse.
Segundo, mesmo que de fato seja uma
antevisão da duração da vida dos homens, isso não contradiz a posterior
referência a 70 ou 80 anos, por duas razões: primeiro, o texto se refere a um
período anterior, quando as pessoas ainda viviam mais tempo (o próprio Moisés
viveu 120 anos, conforme Deuteronômio 34:7); segundo, os 70 ou 80 anos
provavelmente não seriam um limite superior absoluto, mas simplesmente uma
referência à média das idades das pessoas que morrem na velhice.
3. GÊNESIS 6:6 - Por que Deus estava insatisfeito com o que
ele tinha feito?
- PROBLEMA:
Em Gênesis 1:31, Deus estava plenamente satisfeito com o que acabara de fazer,
declarando que tudo "era muito bom". Mas, em Gênesis 6:6, ele declara
que "se arrependeu... de ter feito o homem na terra". Como estas duas
afirmativas podem ser verdadeiras?
- SOLUÇÃO:
Estes versículos se referem à humanidade em tempos diferentes e sob diferentes
condições. O primeiro enfoca os seres humanos em seu estado original de
criação. O segundo refere-se à humanidade depois da queda e logo antes do
dilúvio. Deus se agradou com o que criou, mas não teve prazer algum com o que o
pecado fez em sua perfeita criação.
4. GÊNESIS 6:14ss - Como é que na relativamente pequena arca de
Noé couberam centenas de milhares de espécies?
- PROBLEMA: A
Bíblia diz que a arca de Noé tinha apenas 137 metros de comprimento, por 23 de
largura e 14 de altura (Gn 6:15). Noé recebeu a instrução de colocar nela um
casal de cada espécie de animal imundo e sete casais de animais puros (6:19;
7:2). Mas os cientistas nos informam de que há de meio bilhão a um bilhão ou
mais de espécies de animais.
- SOLUÇÃO: Primeiro, o conceito moderno de
"espécie" não é o mesmo da Bíblia. No sentido bíblico, provavelmente
sejam apenas algumas centenas de "espécies" diferentes de animais
terrestres que teriam de ser levados para a arca. Os animais marinhos
permaneceram no mar, e muitas outras espécies poderiam sobreviver na forma de
ovos.
Segundo, a
arca não era assim tão pequena; ela tinha uma enorme estrutura - a dimensão de
um moderno transatlântico. Além disso, ela tinha três andares (Gn 6:16), o que
triplicava seu espaço a um total de 425.000 metros cúbicos!
Terceiro,
Noé pode ter levado filhotes ou variedades menores de alguns dos animais de
maior porte. Levando em conta todos esses fatores, havia espaço suficiente para
todos os animais, para o alimento, para a viagem e para os oito seres humanos a
bordo.
5. GÊNESIS 6:14ss - Como é que uma arca feita de madeira
poderia resistir a um dilúvio tão violento?
- PROBLEMA: A
arca tinha sido construída apenas de madeira, e levava uma pesada carga. Um
dilúvio de âmbito mundial produz violentas correntezas, que teriam quebrado a
arca totalmente (cf. Gn 7:4,11).
- SOLUÇÃO: Primeiro, a arca foi feita de um
material resistente e flexível (cipreste, cf. Gn 6:14), uma madeira que
"cede" sem se rachar. Segundo,
a carga pesada foi um ponto positivo, por lhe dar certa estabilidade. Terceiro, os arquitetos navais
informam-nos de que a forma construtiva da arca, semelhante a uma caixa
comprida, é uma forma que dá estabilidade e resistência a águas turbulentas. Na
verdade, os transatlânticos modernos seguem basicamente as mesmas dimensões da
arca de Noé ou têm medidas proporcionais às dela.
6. GÊNESIS 7:24 - O dilúvio teve a duração de quarenta ou de
cento e cinquenta dias?
- PROBLEMA:
Segundo Gênesis 7:24 (e 8:3), as águas do dilúvio permaneceram durante 150
dias. Mas outros versículos nos dizem que foram apenas quarenta dias de dilúvio
(Gn 7:4,12,17). Qual é o correto?
- SOLUÇÃO:
Estes números referem-se a coisas diferentes. Quarenta dias foi o tempo em que
"houve copiosa chuva" (7:12), e 150 dias foi o tempo em que as águas
do dilúvio "predominaram" (cf. 7:24).
Ao fim dos 150 dias, "as águas iam-se
escoando" (8:3). Não foi senão após o quinto mês depois do início da chuva
que a arca repousou no monte Ararate (8:4). Então, onze meses depois do início
das chuvas, as águas secaram-se (7:11; 8:13). E exatamente um ano e dez dias
depois do início do dilúvio, Noé e sua família saíram da arca e pisaram em solo
seco (Gn 7:11; 8:14).
7. GÊNESIS 8:1 - Deus esqueceu-se temporariamente de Noé?
- PROBLEMA: O
fato de o texto dizer que "Lembrou-se Deus de Noé" parece implicar
que o Senhor se esqueceu de Noé temporariamente. Contudo, a Bíblia declara que
Deus sabe todas as coisas (SI 139:2-4; Jr 17:10; Hb 4:13) e que nunca se
esquece de seus santos (Is 49:15). Como então pôde ele temporariamente
esquecer-se de Noé?
- SOLUÇÃO: Em
sua onisciência, Deus sempre esteve consciente de que Noé estava na arca.
Entretanto, depois de Noé ter permanecido nela por mais de um ano, como se
tivesse sido esquecido, Deus deu um sinal de sua lembrança e fez com que Noé e
sua família saíssem da arca. Mas, Deus nunca se esqueceu de Noé, já que o
Senhor mesmo foi quem o notificou, no início, para salvar a si e à espécie
humana (cf. Gn 6:8-13). Com frequência, nós mesmos usamos uma expressão
semelhante, quando dizemos que nos "lembramos" de alguém no seu dia
de aniversário, mesmo que nunca tenhamos nos esquecido da existência de tal
pessoa.
8. GÊNESIS 8:21 - Deus mudou de ideia quanto a nunca mais
destruir o mundo de novo?
- PROBLEMA: De
acordo com este versículo, depois do dilúvio, Deus prometeu:"... nem tornarei
a ferir todo vivente, como fiz". Entretanto, Pedro prediz que haverá um
dia em que "os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se
desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão
atingidas" (2Pe 3:10).
- SOLUÇÃO:
Depois do dilúvio, Deus somente prometeu nunca mais destruir o mundo da mesma
maneira como Ele tinha feito (Gn 9:11), ou seja, com água. O arco-íris é um
símbolo perpétuo dessa promessa. A segunda destruição do mundo será com fogo, e
não com água. O que vai acontecer é que "os elementos se desfarão
abrasados" (2Pe 3:10). Mesmo assim, naquele dia Deus não vai destruir
todos os seres viventes. Os homens serão salvos em seus corpos físicos
ressurretos e imperecíveis (1Co 15:42).
CONCLUSÃO
Depois desse terrível
julgamento, no qual Noé e sua família foram poupados, teve início uma época
muito diferente daquela que tinha existido antes do dilúvio. O dilúvio como a
Escritura registra foi um evento único na história da humanidade (Gn 8.21ss.),
e terá seu paralelo somente na conflagração mundial dos últimos dias (cf. 2Pe
3:5-10). Esse dilúvio é como um batismo que condena o mundo e resgata os
crentes (1Pe 3.19,20).
---
Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo –
Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador
Cristão – nº 64. CPAD.
Comentário Bíblico
popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da
Bíblia – Lawrence O. Richards
Teologia do Antigo
Testamento – ROY B. ZUCK.
Comentário Bíblico
Beacon – CPAD.
O Pentateuco. Paul Hoff.
Gênesis. Bruce K. Waltke. Editora Cultura Cristã.
Manuel do
Pentateuco. Victor P. Hamilton. CPAD.
História de Israel
no Antigo Testamento. Eugene H. Merrill. CPAD.
Manual Popular de Dúvidas,
Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler.
Dizem que outra familia, além da de Noé, é que estava. No cume de um monte, também. Se salvou.
ResponderExcluirO que se sabe sobre isso ?
Diz a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus:
ExcluirGênesis 7:17-22:
17.Durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra; cresceram as águas e levantaram a arca de sobre a terra.
18 Predominaram as águas e cresceram sobremodo na terra; a arca, porém, vogava sobre as águas.
19 Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu.
20 Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.
21 Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem.
22 Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu.
23 Assim, foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.
24 E as águas durante cento e cinquenta dias predominaram sobre a terra.
Não creia em nada que os escarnecedores de Deus e de sua Palavra dizem. Eles tentam de todas as formas desconstruir o que a Bíblia diz. São usados por Satanás.
A Bíblia diz que “todos os altos montes que havia debaixo do céu foram cobertos, e que todas as pessoas e animais pereceram, exceto as que estavam dentro da Arca. Esta palavra é fiel e verdadeira.