3º Trimestre/2016
Texto Base: Mateus 18:2-6; Marcos
10:13-16
"Assim também não é vontade de
vosso Pai que estás nos céus, que um destes pequeninos se perca" (Mt
18.14).
INTRDOUÇÃO
Quando Jesus ordenou para ir e
fazer discípulos de todas as nações e ensiná-los a obedecer a tudo quanto Ele
ordenou,
certamente Ele quis incluir as crianças. As crianças precisam ser evangelizadas
e discipuladas para que tenham um encontro pessoal com Jesus Cristo. Elas devem
ser evangelizadas desde a mais tenra idade. Neste sentido, a criança precisa
aprender sobre Deus desde cedo por intermédio dos seus pais. No capítulo seis
de Deuteronômio, as Escrituras declaram que é tarefa dos pais conduzirem seus
filhos no conhecimento de Deus. Quando você está segurando pela
primeira vez em seus braços o filho dado por Deus é a hora de começar os seus
esforços para ganhar esta criança para o Senhor Jesus Cristo. Quanto mais cedo
a criança for evangelizada, maior será a sua chance de escapar dos perigos
físicos, morais e espirituais que a rodeiam.
No Novo Testamento nós encontramos duas
nobres senhoras, cuja fé influenciou uma criança que se tornou um dos valorosos
homens do início da fé cristã. Seu nome: Timóteo. Ele foi um homem em que residia
uma fé viva em Deus. Que passado e instruções ele teve para ser aquele tipo de
cristão? A resposta a esta pergunta está em 2Tm 1:5: "trazendo à memória a fé não
fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua
mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti". Aqui mostra uma
senhora que cria em Deus. Ela passou essa fé confidente à sua filha Eunice, e
esta passou a sua fé a Timóteo.
Timóteo foi criado em Listra, região localizada
na parte central da nação que hoje é conhecida por Turquia, bem longe do templo
de Deus em Jerusalém. Não há nenhuma referência sobre a fé do pai de Timóteo,
mas há uma enfática recomendação à fé de sua mãe. Portanto, podemos concluir
que o pai de Timóteo não era crente. O que faltara na instrução espiritual de
seu filho foi suprido pelos ensinamentos maternos. Está registrado em 1Tm 3:15:
"e que desde a tua meninice sabe as sagradas letras, que podem fazer-te
sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus". Naquela casa
havia um pai que não mostrava interesse nos assuntos bíblicos, mas ali estava
uma mulher que tinha uma fé pura e preciosa no Deus da Bíblia. Desta maneira,
enquanto o pai se preocupava com outras coisas, a fidelidade materna ensinava a
seu filho os ensinos registrados nas Sagradas Escrituras. Ele aprendeu a
história da criação, do dilúvio nos dias de Noé, dos detalhes sobre o Êxodo de
Israel do Egito, dos ministérios e das mensagens dos profetas, do livramento de
Daniel da jaula dos leões e de muitas outras coisas que ensinamos aos nossos
filhos hoje. E ele nunca se desviou daqueles ensinos. Timóteo tornou-se um evangelista
e foi um ardoroso companheiro do apóstolo Paulo em seu trabalho de
evangelização. Ele foi fiel ao seu ministério. E o crédito disso estava
depositado na criação dada por sua mãe e sua avó. A evangelização das crianças
é mais do que prioritário, é urgentíssima.
I. A CRIANÇA É PECADORA E PODE
PERDER-SE
Se a criança não entrar pela porta da
salvação, a sua condição diante de Deus em nada difere da posição de um pecador
adulto, elas estarão perdidas se não aceitarem a Cristo. Nosso Senhor deu-nos
o dever, como cristãos, de trazê-las a Cristo para a salvação.
1.
A criança é nascida em pecado. Todos os seres humanos vêm
ao mundo na condição de pecadores. Isto é consequência do pecado de Adão,
conforme disse o apóstolo Paulo em Romanos 5:12 – “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos
pecaram”. Davi era cônscio desta situação, por isso argumentou: "Eis que em iniquidade fui formado, e em
pecado me concebeu minha mãe" (Sl 51:5). E no Salmos 58:3, ele
corrobora a ideia de que o coração do homem é desviado desde o ventre - “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção;
andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras”. Portanto, a criança
nasce em pecado e herda uma natureza pecaminosa.
Jesus não nos diz em que idade uma criança
estará perdida (pois todos acreditam que a salvação de bebês está garantida
pela obra de Cristo na cruz), mas que cada uma delas passa aquela linha
invisível é um fato evidente. Ao passar a linha divisória entre a inocência e a
consciência, toda criança está perdida ou logo estará, se não for trazida a
Cristo como uma pecadora que precisa ser salva por Ele. Assim sendo, a única
coisa razoável e segura a se fazer é levar cada criança a crer em Cristo como
único Senhor e Salvador, o mais cedo possível. Assim que uma criança sabe a
diferença entre o certo e o errado, assim que ela mostra evidências de uma
consciência de culpa quando faz coisas erradas, ela tem idade suficiente para
que expliquemos como Deus a ama e como Jesus morreu por seus pecados. Ela é
adulta o suficiente para que expliquemos como Deus em Sua palavra promete que
perdoará nossos pecados, e que Jesus virá morar dentro de nosso coração se nós
O aceitarmos como nosso Salvador (Mt 18:11,14).
2.
A alma da criança está em perigo. Mateus 18:10-14 mostra com
clareza que uma criança pode se perder, se não for levada a Cristo. No versículo
10 Jesus está falando das crianças – “Vede,
não desprezeis a qualquer destes pequeninos...”. No verso 11 Ele diz: “Porque o Filho do Homem veio salvar o que se
tinha perdido”. E no versículo 14 Ele conclui: “Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um
destes pequeninos se perca". Por que Jesus diria isto se não houvesse
a possibilidade das crianças se perderem? Sua declaração leva-nos a crer que a
alma infantil corre perigo, caso ela não seja levada a crer em Jesus Cristo,
como único Senhor e suficiente Salvador.
Em Mateus 18:12-14, Jesus nos fala da
parábola da ovelha perdida, que vem logo após o verso que declara que as
crianças podem se perderem. Nestes versos Ele diz que é dever dos discípulos ir
atrás e encontrar as crianças perdidas, trazendo-as para o aprisco, como faria
um bom pastor se somente uma de suas ovelhas se perdesse.
Muitos que creem na conversão de crianças
insistem que não devemos fazer nenhum esforço para trazê-las a Cristo, e que o
Espírito Santo deve cuidar delas até que elas vão por si mesmas a Cristo, ou
venham a nós desejando ser conduzidas a Ele. Jesus desfez totalmente estas
falsas teorias que são responsáveis por grande número de crianças não terem
aceitado a Cristo ainda, crianças que teriam sido conduzidas a Ele se
tivéssemos cumprido nosso dever ao invés de empurrar esta responsabilidade para
o Espírito Santo e para as próprias crianças. Como uma ovelha perdida poderia
voltar para o aprisco sozinha sem ajuda do pastor? O pastor, nesta parábola, é
o próprio discípulo de Jesus Cristo. E já que Jesus dirigiu este ensinamento a
todos os seus discípulos, a responsabilidade de evangelizar as crianças recai
sobre todos nós.
Alguém poderá questionar: “e a questão da inocência, como fica?”. Segundo
o pastor Claudionor de Andrade, a criança é inocente apenas no sentido de que
não tem consciência do pecado, por ser, ainda, mental e moralmente incapaz de
praticá-lo. Embora portador do pecado original, não tem o pecado experimental.
Por isso, dizemos que a criança está na "idade da inocência". Se ela
vier a morrer nesse estado, irá para o céu, porquanto Deus não leva em
"conta os tempos da ignorância" (At 17:30a). Todavia, a partir do
momento em que a criança passa a distinguir entre o bem e o mal, torna-se
culpada de seus erros e enquadra-se no restante do versículo: "anuncia
agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam" (At 17:30b).
É válido ressaltar que a salvação não tem a
ver com faixa etária. Nenhuma pessoa é salva por ser criança ou velha, mas por
crer no Senhor Jesus. Quando uma criança morre antes da idade da razão, ela vai
para o Céu não por ser criança, mas porque o Espírito Santo aplica nela a obra
da redenção. Nenhuma criança entra no Céu pelos seus próprios méritos, mas
pelos méritos de Cristo.
3. O compromisso dos pais de dedicarem
seus filhos a Deus. Abençoada é a criança que é dedicada a Deus.
O exemplo bíblico clássico de dedicação de uma criança a Deus é encontrado no
primeiro capítulo do livro de 1Samuel. Ali fala acerca de um homem chamado
Elcana e sua mulher Ana. Eles eram hebreus que viveram há muito tempo atrás,
pelo menos mil anos antes de Cristo nascer. Ana queria ter um bebê, mas ela era
estéril. Mas no tempo determinado por Deus ela ganhou o seu bebê, o seu filho
tão desejado. E ela dedicou seu filho a Deus. Ana dedicou seu filho a Deus
antes mesmo dele nascer. Ela ofereceu um voto ao Senhor: "Senhor dos Exércitos, se benignamente
atenderes para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva
não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao Senhor o darei por
todos os dias de sua vida" (1Sm 1:11). Ditosa é a criança se nasce em
um lar que a mãe ora por ela, que o pai está comprometido em criá-la nas coisas
de Deus. Essa criança terá um feliz e abençoado prospecto de vida.
Entenda que Ana, quando fez o voto, não
estava tentando fazer um negócio com Deus, nem estava tentando suborná-lo, ao
fazer o que ela queria. Seu solene voto era de obedecer a Deus ao criar a
criança, se Ele fosse gracioso para com ela, fazendo-a frutífera para ter um
filho. No devido tempo ela concebeu e quando o pequeno bebê nasceu nove meses
depois, ela o chamou de "Samuel". Na linguagem antiga a palavra
Samuel significava “pedido a Deus”. Ela explicou que havia lhe dado aquele nome
"porque eu o tenho pedido" (1Sm 1:20). Toda vez que ela chamava seu
nome lembrava-se de seu pedido e do seu voto a Deus a respeito da criança.
O voto de dedicação de Ana foi por toda a
vida de seu filho. Quando ele foi desmamado e podia viver sem sua mãe, ela e
seu marido o levaram ao sumo sacerdote de Deus em Siló, com esta explicação:
"por este menino orava eu e o Senhor me concedeu a minha petição que eu
lhe tinha pedido. Pelo que ao Senhor eu o entreguei por todos os dias que
viver, pois ao Senhor foi pedido" (1Sm 27:28). Ela lembrou-se e cumpriu o
seu voto.
Ana dedicou seu filho a Deus para servi-lo.
Ele viveu no tabernáculo e trabalhou como assistente dos sacerdotes. Mas Deus
tinha planos maiores para o rapaz. Nos anos da adolescência de Samuel o Senhor
falou com ele e o chamou para o ofício de profeta. Samuel falou por Deus,
julgou o povo em nome de Deus, ensinou as leis de Deus e ungiu a dois reis da
nação de Israel, Saul e Davi.
Outro exemplo de homem grandemente usado por
Deus, que foi dedicado a Ele por seus pais antes mesmo do nascimento, foi
Sansão. Os pais de Sansão o dedicaram a Deus e ele se tornou um grande juiz e
líder (Juízes 13).
Outro exemplo: Zacarias e Isabel dedicaram
seu filho ainda não nascido a Deus e ele tornou-se grande profeta, conhecido
como João o Batista, o qual anunciou Jesus ao mundo (Lucas 1).
Estes exemplos mostram alguma coisa acerca
do compromisso dos pais que dedicam seus filhos a Deus, compromisso que segue
por toda a vida da criança, influenciando-a para o bem e para as coisas de
Deus.
Prezado irmão em Cristo, os seus pais
dedicaram você a Deus quando do seu nascimento? Se fizeram, viva por esse
compromisso. Caso contrário, ainda não é tarde. Você pode oferecer-se a Deus em
uma humilde entrega à Sua vontade. Confie em Jesus como seu Salvador pessoal.
Renda-lhe o controle de sua vida como seu Senhor. Ele lhe receberá, purificará
e usará você como uma benção para muitos. Igualmente, dedique a Deus cada um
dos filhos que Ele te deu.
II. A CRIANÇA PODE CRER E SER SALVA
Muitos questionam se as crianças de 6 ou 8
ou 10 anos podem aceitar a Cristo e ser regeneradas pelo Espirito Santo. Quando
lemos em João 1:12 a promessa que “a todos quantos O receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus”, não encontramos ali nenhum limite de
idade. Uma criança pode perfeitamente se qualificar para se apropriar dessa
promessa.
1. Os pequeninos creem em Cristo. As crianças
precisam da Salvação? Em Mateus 18:11, Jesus ainda está falando de crianças,
quando Ele diz “que Ele veio para salvar os perdidos”. No versículo 14, Ele diz
que não é a vontade do Pai que elas pereçam, deixando claro que as crianças vão
perecer se não forem levadas a Cristo. Se acreditamos no que a Palavra de Deus
diz aqui, nós nunca descansaremos enquanto não virmos nossas crianças, e as
crianças pelas quais somos responsáveis, se converterem.
Qual a idade para uma
criança crer em Cristo? Certa feita, os discípulos perguntaram a Jesus quem
seria o maior no reino dos céus (Mt 18:1). Antes que Jesus respondesse, Ele chamou
uma criancinha e a colocou entre os discípulos, usando-a para lhes dar uma
lição concreta. Tudo o que Ele disse a seguir seria sobre aquela criança ou
sobre outras semelhantes a ela. Por esta razão, é importante saber a idade
daquela criança. Mateus diz que a criança era pequena, mas não muito pequena,
pois aquela não fora a ocasião em que Jesus tomou crianças nos braços e as
abençoou (Lc 18:15-17). Aquela criança era pequena, porém, não um bebê de colo.
Marcos 9:36 esclarece um pouco mais a questão da idade da criança quando diz
que Jesus a tomou em seus braços. Não é natural que um homem tome uma criança
em seus braços, a menos que ela seja bem nova. Esta criança tinha provavelmente
6, 7 ou 8 anos, talvez menos, porém não mais que 10 anos. Era desta idade de
crianças que Jesus estava falando em Mateus 18:2: "E Jesus, chamando uma criança, a pôs no meio deles".
Jesus disse que receber uma
criança em Seu nome (espiritualmente) é como receber a Ele mesmo. Marcos 9:37
põe ainda mais ênfase nesta afirmação: receber uma criança é como receber a
Deus Pai. Por que nosso Senhor valoriza tanto uma criança? A resposta é
simples. Cada criança tem uma alma imortal. Ela vai passar a eternidade em
algum lugar e se ela crescer no pecado, e não aceitar Cristo em sua vida, ela
não vai passar a eternidade no Céu.
Muitos dos melhores crentes
hoje - sejam leigos, ministros ou missionários -, acreditam que realmente
nasceram de novo quando eram crianças, muitos até com menos de seis anos de
idade. Portanto, levar crianças a Cristo é um trabalho tão maravilhoso quanto
levar adultos a Cristo.
2. Como levar uma criança a Cristo. Uma
criança deve ser levada a Cristo exatamente da mesma maneira que um adulto. Entretanto,
é de bom alvitre utilizar uma linguagem bastante simplificada, de maneira que a
criança possa entender. É notório que a mensagem Bíblica, se apresentada de
forma simples e apropriada, as atrai fortemente.
Explique que nem todas as
pessoas vão para o Céu, e que o pecado impede todos os que pecaram de entrar no
Céu - “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Então,
com muito jeito, faça-a entender que ela pecou e que nós não somos bons o
suficiente para entrar no Céu, e que não podemos nos salvar por nós mesmos, e
que somente o Senhor Jesus Cristo pode nos salvar.
Conte como Jesus morreu na
cruz, como o Seu sangue verteu e pagou a pena por nossos pecados. Deixe claro
que Jesus está disposto e ansioso para salvar-nos neste exato momento. Explique
estas verdades usando a Palavra de Deus.
Utilizar exemplos de
crianças na Bíblia Sagrada, tal como Timóteo, que era apenas um menininho
quando aprendeu as sagradas letras (2Tm 3:15), e que, mais tarde, ao ouvir o
Evangelho através de Paulo, aceitou prontamente Cristo, tornando-se útil ao Reino
de Deus (At 16:1-4; 2Tm 3:14-17). No Antigo Testamento, também encontramos
crianças que conheciam a Deus e fielmente o serviam – exemplos: Miriã, irmã de
Moisés; Samuel; a escrava de Naamã (Êx 2:4-8; 1Sm 2:11,18,26; 2Rs 5:2,3).
A criança deve ser levada a
aceitar pessoalmente a salvação como dom de Deus. Se o Senhor Jesus não for
recebido pessoalmente, a criança não será salva. Tome cuidado para que a
decisão não seja forçada ou para que ela não a faça simplesmente porque alguma
outra criança esteja fazendo. Explique que a salvação é um dom, um presente
(Rm 6:23: Ef 2:8). Pergunte se ela quer se arrepender, afastar-se dos seus
pecados e entregar a sua vida a Jesus para que Ele a salve.
A melhor maneira de
produzir esta aceitação é levar a criança a orar, dizer a Jesus que está
triste por causa dos seus pecados, pedir-lhe para perdoá-la, salvá-la e vir
morar em seu coração. Faça com que ela diga ao Senhor Jesus que a partir deste
momento ela O receberá como seu Salvador pessoal. Depois leve-a a agradecer a
Jesus por ser seu Salvador.
Leve a criança a fazer uma
confissão pública de Cristo como seu Salvador. Esta confissão pode ser feita
primeiramente para a pessoa que está trabalhando com ela e mais tarde para os
seus amigos. Além disso, a criança deve ser levada a fazer a confissão
unindo-se a uma igreja fundamentada na Palavra de Deus.
3. Onde evangelizar crianças (1).
A
evangelização infantil pode ser feita em qualquer lugar onde haja crianças.
Podemos alcançá-las promovendo eventos que reúnam milhares delas, ou
pessoalmente, onde quer que se encontrem. Na rua, no ônibus, em ambientes
fechados ou ao ar livre, a criança está sempre pronta a ouvir a maravilhosa
história do amor de Deus.
1.
No lar. O lar é o primeiro e mais importante campo
evangelístico, onde os pais devem, o quanto antes, levar ao Salvador cada um de
seus filhos. Esta é uma grande responsabilidade e um glorioso privilégio.
Os pais nunca devem deixar que outras pessoas sejam
responsáveis pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Deus deu a
responsabilidade das almas dos filhos para os pais. Na verdade, as Escrituras
se dirigem ao pai quando tratam desta obrigação - “Pais, não provoqueis os vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina
e na admoestação do Senhor” (Ef 6:4). Os pais têm a responsabilidade de
instruir os filhos. Quando as esposas apoiam seus maridos e o homem assume as
suas responsabilidades na casa, o lar não se desfaz.
Deus dá boas instruções de como ganhar os filhos
para uma vida de confiança em Jesus Cristo. Em Deuteronômio 6:6-9 nós lemos as
seguintes instruções: “E estas palavras
que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e
levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras
entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”.
Enquanto estiver comendo ou conversando no lar, enquanto estiver dirigindo ou
trabalhando, nós devemos nos lembrar das palavras de Deus. Se amarmos o Senhor,
amaremos os Seus mandamentos, e desejaremos guardá-los. Fazendo isto você
estará ensinando os seus filhos a fazer o mesmo. Eles precisam deste ambiente
para prepará-los para o dia em que terão que fazer o seu compromisso com o nosso
Senhor Jesus Cristo e ser fiel a isso.
Isto requer esforço, mas vale a pena. Tudo que você
tem hoje um dia perderá o valor. Você não pode levar a sua bela casa, a sua
mobília ou o seu novo carro consigo para o Céu. Mas pode levar seus filhos com
você. Nada do que você puder fazer para ajudá-los a colocar a sua fé em Jesus
Cristo lhe será caro demais. Pense nisso! Quando um filho é ganho para Cristo
no lar ele passa a amar aquele lar. O lugar onde uma pessoa “nasce de novo”
frequentemente se torna um lugar especial para ela.
2. Na
igreja. Os pequeninos podem ser evangelizados em trabalhos específicos, como as
Escolas Bíblicas de Férias, os cultos infantis e as classes da Escola Dominical
apropriadas à sua faixa etária. Todos esses trabalhos reúnem crianças com o
objetivo de evangelizá-las e admoestá-las na Palavra. Entretanto, o mais eficaz
desses trabalhos é a Escola Dominical. Como bem definiu o Pr. Antônio Gilberto,
a Escola Dominical é a maior agência ganhadora de almas do Reino de Deus. O bom
professor não descuida do fato de que, em sua classe, há dois tipos de alunos:
o salvo e o não salvo - o que já se decidiu por Cristo e o que é apenas filho
de crente. Ele sabe que o ensino bíblico ministrado às crianças tem como
finalidade primordial salvar-lhes a alma e, então, fazê-las crescer na graça e
no conhecimento de Deus. Por isso, o professor fiel sempre incluirá em suas
lições o plano da salvação e o convite para receber Cristo.
Contudo, além das atividades
específicas às crianças, os pastores não devem esquecer-se delas nas outras
reuniões da igreja. Por mais que pareçam inquietas no banco ou desatentas no
colo da mãe, elas estão ouvindo e aprendendo, seja pela pregação da Palavra,
seja através dos cânticos. O pastor que ama Jesus sempre se dirigirá ao coração
dos cordeirinhos, a quem Ele mandou apascentar (João 21:15).
3. Nos orfanatos
e hospitais. Visitas a orfanatos, acompanhadas de doações
materiais, ou programações recreativas, são outra forma de alcançar crianças
que, talvez, jamais venham a frequentar uma igreja ou ouvir falar do Salvador.
Nos hospitais, em uma visita rápida e bem planejada, é possível apresentar
Jesus a crianças que estão sofrendo e, assim, impedir que partam deste mundo
sem salvação. Além do mais, poderemos orar, rogando ao Pai que, se for da sua
vontade, cure-as de suas enfermidades. Lembramos que essas visitas só podem ser
feitas com permissão dos responsáveis.
4. Através
da alfabetização evangelizadora. Quando Robert Raikes fundou a
Escola Bíblia Dominical em 1780, o seu objetivo inicial foi a evangelização dos
menores que viviam nas ruas da cidade de Gloucester. Todavia, ele não se
limitou a evangelizar as crianças de Gloucester. Juntamente com o ensino da Palavra
de Deus, ensinava-as a ler e a escrever, a fim de as engajarem na sociedade
inglesa. Uma estratégia que ainda pode ser aplicada, hoje.
III. O LUGAR DAS CRIANÇAS NO REINO DE
DEUS (Mc 10:13,14) (2)
“E
traziam-lhe crianças para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos
que lhas traziam. Jesus, porém, vendo isso, indignou-se e disse-lhes: Deixai
vir os pequeninos a mim e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus”.
O Reino de Deus é o domínio de Deus no coração e na
vida do ser humano com todas as bênçãos que resultam desse domínio. Entrar no Reino
é ser salvo, é ter a vida eterna. Receber o Reino de Deus como uma pequena
criança significa aceitá-lo com simplicidade e confiança genuína, bem como
humildade despretensiosa.
1. Reconhecendo a necessidade de trazer a criança a
Cristo - “E traziam-lhe crianças para que lhes tocasse...” (Mc 10:13). Percebe-se
neste texto que as crianças não
vieram, elas foram trazidas. Algumas delas eram crianças de colo, outras vieram
andando, mas todas foram trazidas. Os pais ou mesmo parentes reconheceram a
necessidade de trazer as crianças a Cristo. Eles não as consideraram insignificantes
nem acharam que elas pudessem ficar longe de Cristo. Esses pais olharam para
seus filhos como benção e não como fardo, como herança de Deus e não como um
problema (Sl 127:3). Na cultura grega e judaica, as crianças não recebiam o
valor devido, mas no Reino de Deus elas não apenas são acolhidas, mas também
são tratadas como modelo para os demais que querem entrar (cf. Mc 10:15). As
crianças são modelos em sua humildade, dependência de outros, receptividade e
aceitação de sua condição.
Nós entramos no Reino de Deus pela fé, como
crianças: inaptos para salvar-nos, totalmente dependentes da graça de Deus; nós
desfrutamos o Reino de Deus pela fé, crendo que o Pai nos ama e irá atender
nossas necessidades diárias. Quando uma criança é ferida, o que ela faz? Corre
para os braços do pai ou da mãe. Esse é um exemplo para o nosso relacionamento
com o Pai Celestial. Sim, Deus espera que sejamos como crianças e não infantis.
2. Os que impedem as crianças de virem a Cristo (Mc
10:13) – “...mas os discípulos repreendiam aos que lhas traziam”. Aqui mostra
que os discípulos de Cristo demonstraram dureza de coração e falta de visão. Em
vez de serem facilitadores, se tomaram obstáculos para as crianças virem a Cristo.
Eles não achavam que as crianças fossem importantes, mesmo depois de Jesus ter
ensinado claramente sobre isso (Mc 9:36,37). Os discípulos devem ter julgado as
crianças incapazes de discernir as coisas espirituais e assim procuraram
mantê-las longe de Jesus.
À época de Jesus, dar atenção a uma criança era uma
perniciosa perda de tempo, como beber muito vinho ou associar-se com os
ignorantes. Somente com 13 anos um menino poderia tomar sobre si a
responsabilidade de cumprir a Lei. Falamos para as crianças comportarem-se como
os adultos, mas Jesus ensinou que os adultos devem imitar as crianças.
É evidente que os discípulos ainda não tinham
compreendido a missão de Jesus nem a natureza do Reino de Deus. Eles
repreendiam aqueles que traziam as crianças por acharem que Jesus não deveria
ser incomodado por questões irrelevantes. Eles agiam com preconceito. Mas Jesus
dirige aos discípulos de forma contundente: "Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o
reino de Deus" (Mc 10:14). Jesus manda abrir o caminho de acesso a Ele
para que as crianças possam vir. Aqui, também, Jesus encoraja os pais ou
qualquer outra pessoa a trazer as crianças a Ele. As crianças podem crer em
Cristo e são exemplo para aqueles que creem.
Nenhuma igreja pode ser considerada saudável se não
acolhe bem as crianças. Jesus, o Senhor da Igreja, encontrou tempo para
dedicar-se às crianças. Ele demonstrou que o cuidado com as crianças é um
ministério de grande valor. Levá-las a Cristo é a coisa mais importante que podemos
fazer por elas.
3.
“Jesus indignou-se...” (Mc 10:14a). Jesus se indignou quando
viu que os discípulos afastaram as crianças em vez de introduzi-las a Ele. Esse
é o único lugar nos evangelhos onde Jesus dirige sua indignação aos discípulos,
exatamente quando eles demonstram preconceito com as crianças. É a única vez
que o aborrecimento de Jesus se direcionou aos próprios discípulos, quando eles
se tornaram estorvo em vez de bênção, quando eles levantaram muros em vez de
construir pontes.
A indignação de Jesus aconteceu
concomitantemente com o seu amor. A razão pela qual Ele se indignou com os seus
discípulos foi o seu amor profundo e compassivo para com os pequeninos, e todos
os que os trouxeram. Uma ordem dupla reverte as atitudes dos discípulos: “Deixai vir a mim os pequeninos, não os
embaraceis”.
Jesus fica indignado quando a igreja fecha a
porta em vez de abri-la. Jesus fica indignado quando identifica o pecado do
preconceito na igreja.
4.
A revelação de Jesus - “...
porque dos tais é o Reino de Deus” (Mc 10:14). Jesus manda abrir o caminho
de acesso a Ele para que os pequeninos possam vir. O que Jesus quis dizer,
quando disse que às crianças pertence o Reino de Deus?
a)
Ele quis dizer que as crianças vêm a Cristo com total confiança.
Elas creem e confiam. Elas se entregam e descansam. Devemos despojar-nos da
nossa pretensa capacidade e sofisticação e retornarmo-nos para a simplicidade
dos infantes, confiando em Jesus com uma fé simples e sincera. Jesus está
dizendo que o Reino de Deus não pertence aos que dele se acham
"dignos", ao contrário, é um presente aos que são "tais"
como crianças, isto é, insignificantes e dependentes. Não porque merecem recebê-lo,
mas porque Deus deseja conceder-lhes (Lc 12:32). Os que reivindicam seus
méritos não entrarão nele, pois Deus dá o seu Reino àqueles que dele nada podem
reivindicar.
b) Ele
quis dizer que as crianças vivem na total dependência. Assim
como as crianças descansam na provisão que os pais lhe oferecem, devemos também
descansar na obra de Cristo, na providência do Pai e no poder do Espírito.
5.
Como as crianças podem ser impedidas de virem a Jesus? Podemos listar algumas maneiras:
a) Quando deixamos de ensiná-las a Palavra de Deus. Timóteo aprendeu as sagradas letras que o
tornaram sábio para a salvação desde sua infância (2Tm 3:15). A Bíblia diz:
"Ensina a criança no caminho em que
deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Pv
22:6). Os pais devem ensinar os filhos de forma dinâmica e variada (Dt 6:1-9).
b) Quando deixamos de dar exemplo a elas. Ensinamos as crianças não só com palavras, mas,
sobretudo, com exemplo. Influenciamos as crianças sempre, seja para o bem ou
para o mal. Escandalizar uma criança e servir de tropeço para ela é um pecado
de consequências graves (Mc 9:42).
c) Quando
julgamos que as crianças não merecem a nossa maior atenção. Os discípulos julgaram que aquela não era causa
tão importante a ponto de ocupar um lugar na agenda de Jesus. Eles, na intenção
de poupar Jesus e administrar sua agenda, revelaram seu preconceito contra as
crianças e sua escala de valores desprovida de discernimento espiritual. Devemos
ser facilitadores e não obstáculo para as crianças virem a Cristo.
CONCLUSÃO
Quando uma criança é salva, ela pode dedicar
toda a sua vida a Cristo. É bom lembrar que o problema da alma infantil é o
mesmo da alma adulta: o pecado que a separa de Deus (Rm 3:23). O caminho da
salvação para ela é o mesmo apontado a todo pecador: Jesus Cristo, o Filho de
Deus, morto em nosso lugar e ressurreto dos mortos (1Co 15:3,4). E quem a
convencerá de seu pecado e operará nela o novo nascimento é o mesmo Espírito
Santo que age no coração do adulto. Portanto, levar o evangelho às crianças é
uma missão urgente e essencial, mormente se considerarmos o estado moral
degradante que a sociedade está atravessando. Não podemos deixar as crianças em
poder de uma cultura anticristã, pecaminosa e contrária à moral e aos bons
costumes. Salve os pequeninos do inferno. Jesus também morreu por eles.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 67. CPAD.
O
desafio da Evangelização. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD.
Orlando Boyer. Esforça-te para ganhar almas. Ed. Vida.
(1) Adaptado do texto do Pr. Claudionor de
Andrade. O desafio da Evangelização. CPAD.
(2) Adaptado do texto do Rev. Hernandes Dias Lopes. Marcos, o
Evangelho dos milagres. HAGNOS.
J.
Irvin Overholtzer. Como ensinar o evangelho para as crianças.
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