4º Trimestre/2016
Texto Base: Habacuque 1:1-17
"Tenho-vos dito isso, para que em
mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo" (João 16:33).
INTRODUÇÃO
Com esta Aula damos início ao 4º Trimestre
letivo de 2016. Estudaremos a respeito do cuidado de Deus para com os Seus
servos enquanto eles estão aqui na dimensão terrena, aguardando a glorificação.
Deus sempre provê o necessário para cada ser humano, não apenas dos crentes. A
Sua Graça Comum alcança todas as pessoas indistintamente (Gn.8:22). Deus não é apenas o Criador da Terra, do homem, e de tudo
que nela há, mas, pela sua Graça Comum, ou Universal, ele é também o
Sustentador de todas as coisas, incluindo a existência do homem, conforme
afirmou Paulo, em Atenas: “Porque n’Èle
vivemos, e nos movemos, e existimos...”(Atos 17:28). Sem a Graça Comum, ou
Universal, que é um favor imerecido que ele quis e continua concedendo ao
homem, não haveria vida sobre a Terra. Deus, através de sua Graça Comum,
abençoa todos os homens, crentes e incrédulos. Foi o que o Senhor Jesus deixou
claro, quando afirmou: “... porque faz
que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e
injustos”(Mt.5:45). Deus mostra a Sua fidelidade e o Seu amor para
com todos os homens, embora o pecado, que é iniquidade, ou seja, injustiça (1João
3:4), faça com que esta provisão divina não seja justamente distribuída e, em
virtude disto, surjam as carências, as fomes e a tremenda injustiça social que
hoje presenciamos com cada vez maior intensidade.
Estamos vivendo crises sem precedentes. Isto
é assaz notório. O mundo todo está envolvido em crises. Elas clamam por
segurança confiável, por uma Nova Ordem Mundial, atraem cada vez mais a globalização
e exigem um homem forte, um líder poderoso mundial. É bom enfatizar que, embora
sejamos crentes em Jesus Cristo, nós não temos imunidade de crises. Como diz o
Rev. Hernandes Dias Lopes, “a vida cristã não é um mar de rosas, não é uma
redoma de vidro, não é uma estufa espiritual; o cristianismo não é uma sala
vip, não é uma colônia de férias, antes, é um campo de batalha”. Enquanto
estivermos neste mundo, enfrentaremos muitas crises. Jesus alertou os
discípulos de que o futuro não seria marcado por amenidades, pois enfrentariam
crises, aflições no mundo. Ele disse: “... no mundo tereis aflições, mas tende
bom ânimo; eu venci o mundo”(João 16:33). Não obstante essas aflições inevitáveis,
os discípulos deveriam ficar firmes e ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo.
Certamente, as crises geram medo,
insegurança e instabilidade, todavia, é um tempo de oportunidades e da
intervenção sobrenatural de Deus. É no ventre da crise que surgem os grandes
vencedores. A Bíblia diz que somos peregrinos neste mundo. Nossa pátria
permanente não é aqui. Nossa pátria está no Céu (Fp 3:20,21).
I. UMA SOCIEDADE EM CRISE
Com a Queda vieram os males e as crises, que
assolam a Terra até os dias atuais. A apostasia tornou-se universal. Hoje
parece não haver mais limites ao adultério, à imoralidade e à corrupção. O
homem está cada dia mais distante de Deus e cometendo toda sorte de torpeza.
Nossa geração assemelha-se a dos dias de Noé. Vivemos em uma sociedade corrupta
e perversa, mas não pertencemos a este mundo, por isso, não podemos nos
conformar com a sua maneira de pensar e agir (Rm.12:2).
1.
A crise política. Israel enfrentou uma terrível crise
política depois da morte de Salomão. Quando Roboão chegou a Siquém para assumir
o poder, sucedendo o seu pai, o povo do Norte exigiu primeiro que Roboão
prometesse aliviar a sua carga tributária como condição para se submeter a ele.
O povo sentia que tinha sido tratado opressivamente por Salomão. Roboão pediu o
prazo de três dias para deliberar o assunto, e foi consultar os velhos e sábios
conselheiros do seu falecido pai. Estes lhe disseram que, se agradasse ao povo
fazendo a sua vontade, ganharia a sua lealdade para sempre. Roboão desprezou o
conselho deles e foi consultar os jovens que haviam crescido com ele e o
serviam (1Rs.12:10). Estes sabiam o que ele queria e o incentivaram a dar uma
resposta dura ao povo. Roboão se agradou com o conselho desses seus
companheiros e, terminado o prazo, com o povo reunido diante dele com Jeroboão,
ele declarou que, ao invés de atender ao que o povo pedia, ele exigiria muito
mais ainda dele do que Salomão. Foi o estopim para uma inacabável crise
política.
Convém notar que, desde o tempo em que o
povo de Israel entrou na Terra Prometida, houve alguma rivalidade e ciumeira
entre as tribos do Norte, lideradas pela tribo de Efraim, e as do Sul,
lideradas por Judá. Efraim havia sido o filho mais novo de José, a quem Jacó
havia dado a maior bênção (Gn.48:19; 49:26) e seus descendentes eram herdeiros
da promessa que lhe havia sido feita. Julgavam por isso que tinham direito de
liderança sobre o povo. Josué era dessa tribo, e Samuel vinha da sua terra. A
tribo de Efraim é mencionada isoladamente como aceitando Isbosete, da tribo de
Benjamim, como rei ao invés de Davi que era da tribo rival de Judá. As tribos
do Norte só aceitaram Davi como rei sete anos depois, mesmo assim, ressentiam a
primazia de Judá, em cujo território foi estabelecida a capital, Jerusalém, com
o centro de governo e o centro religioso do reino; também não gostavam do
elevado tributo exigido por Salomão para suas custosas edificações ali. Diante
dessa apatia, compreende-se a rebelião do povo do Norte, quando Roboão lhes
disse que ia aumentar o seu jugo; compreende-se a seguinte declaração do povo:
"Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de
Jessé!" (1Rs.12:16). Israel voltou para suas tendas sem aclamar Roboão
como rei; somente os que habitavam nas cidades de Judá permitiram que ele
reinasse sobre eles, pois era da sua tribo. Israel (as dez tribos) em seguida
mandou chamar Jeroboão para o meio da congregação, e o fizeram rei sobre eles;
e ninguém seguiu a casa de Davi, senão a tribo de Judá (1Rs.12:20). Roboão
tentou persuadi-los a mudar de ideia usando Adorão, superintendente dos que
trabalhavam forçados, como intermediário, mas ele foi recebido a pedradas e
morreu (1Rs.12:18). Roboão teve que fugir às pressas para Jerusalém para salvar
a sua vida. “Assim se desligaram os israelitas da casa de Davi...”(1Rs.2:19). Essa
divisão trouxe dor e sofrimento para todos e afastou o povo de Deus. Quando
homens insensatos assumem o poder, toda a nação sofre as consequências.
Atualmente, o Brasil está enfrentando uma
crise política sem precedentes. Ela tem sido destaque nos principais jornais do
mundo. A cada dia surge um novo escândalo. Estamos vivendo um momento muito
delicado. A corrupção tem se alastrado como um câncer, atingindo todos os
poderes. Como Igreja do Senhor, temos que orar em favor da nossa nação e lutar
contra toda a forma de corrupção, pois temos um Deus que é Santo e que abomina
tal condição. Quando escolhemos, de forma errada, uma pessoa para nos
representar tanto no Executivo quanto no Legislativo, a injustiça se alastra e
muitos problemas surgem, como os que ocorreram em Israel, desde a cisão do
reino, como se depreende das palavras de Isaias – “Os teus príncipes são
rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre após
salários; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das
viúvas”(Isaias 1:23).
2.
A crise econômica. Muitos países já enfrentaram terríveis
crises econômicas ao longo dos anos. Nas Escrituras Sagradas, encontramos, no
livro de Gênesis, a extraordinária crise de alimentos pela qual passou toda a
terra (Gn.41:55,56). Porém, a crise foi revelada a Faraó por intermédio de um
sonho (Gn.41:1-8). Deus deu a José a interpretação do sonho e ele foi levantado
como governador do Egito. José recebeu de Deus sabedoria para administrar em
tempos de crise. A crise foi tão intensa que pessoas de todas as terras se dirigiam
ao Egito para comprar alimento (Gn.41:57).
Todos nós sabemos que o Brasil está
enfrentando uma séria crise econômica sem precedentes, e ela está diretamente
ligada à crise política. Segundo alguns economistas, o "Brasil não sairá
da crise econômica se não resolver a crise política e ética". Já se fala
em doze por cento de desempregados. Muitas empresas estão fechando suas portas;
a indústria não consegue escoar a produção, pois o comércio não tem para quem
vender os produtos. E o resultado é a tão temida recessão econômica. A crise
também tem afetado a área da saúde. Os que buscam os hospitais públicos sofrem
nas filas de espera. Faltam médicos, remédios e leitos, e muitas pessoas morrem
sem conseguir atendimento. A Educação também tem enfrentado crises. Vivemos em
uma sociedade caótica. Em meio a tudo isso não podemos nos desesperar nem nos
entristecer. Precisamos orar e confiar no Deus de toda provisão.
3.
A crise espiritual. Depois da divisão do reino de Israel,
uma crise espiritual se instalou nos dois reinos. O povo de Deus, antes unido,
começou a seguir caminhos diferentes.
- No
reino do Norte, Jeroboão, vendo que o centro de adoração e
sacrifício estava localizado em Judá, mandou fundir dois bezerros de ouro (1Rs.12:26-29)
e erguer dois lugares de adoração com altares – um em Betel e o outro em Dã. As
coisas não pareciam boas para Israel e, nos duzentos anos seguintes, os
israelitas tiveram a experiência de uma montanha-russa. Pouquíssimos reis
seguiram (ao menos com um coração dividido) o chamado de Deus ao
arrependimento; muitos outros recusaram obstinadamente ouvir os profetas. As
dinastias mudaram, e houve muitos assassinatos políticos. Desde Jeroboão até o
último rei de Israel em Samaria, Oséias, reinaram vinte reis, sinalizando a
instabilidade do reino. Finalmente, em 722 a.C., Samaria foi capturada pelos
assírios, e Israel foi levado em cativeiro.
- No
reino do Sul, Roboão, após três anos do seu reinado, revelou o
seu verdadeiro caráter de infidelidade a Deus. Após ter confirmado o reino e se
fortalecido, ele deixou a lei do Senhor, e, com ele, todo o reino de Judá,
fazendo o que era mau aos olhos do Senhor e provocando o Seu zelo. Os habitantes
de Judá edificaram estátuas, colunas e postes-ídolos em todos os elevados
outeiros e debaixo de todas as árvores verdes; praticaram a
prostituição-cultual e todas as coisas abomináveis das nações que o Senhor
expulsara de diante dos filhos de Israel. O seu castigo veio no quinto ano do
seu reinado: o rei Sisaque, do Egito, sogro de Jeroboão que agora reinava sobre
Israel (dez tribos do Norte), invadiu o território de Judá com um poderoso
exército, tomou as cidades fortificadas e subiu contra Jerusalém. O Senhor,
através do profeta Semaías, preveniu Roboão e os seus príncipes que esta
invasão veio em reciprocidade porque eles O haviam deixado. Eles reconheceram
que o castigo era justo, e por isto Deus consentiu que continuassem vivendo,
mas subjugados ao rei Sisaque.
Eles se renderam a Sisaque, que então tomou
Jerusalém e se apossou de todos os tesouros que Salomão havia acumulado na Casa
do Senhor e no palácio real, e fez de Roboão o seu vassalo. Roboão não teve paz
durante seu reinado, pois depois disso esteve sempre em guerra com Jeroboão.
Finalmente, aos 58 anos e depois de reinar por dezessete anos, ele morreu.
Crise
espiritual à época do profeta Habacuque. No texto base desta Aula,
vemos o profeta Habacuque, que viveu e ministrou em Judá, questionar a Deus a
respeito da crise espiritual que seu povo estava enfrentando - “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me
escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Por que razão me fazes ver a
iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de
mim...”(Hc.1:2,3). O profeta estava em meio a uma sociedade agonizante, e
por isso, desejava algumas respostas de Deus. Muitas vezes, como Habacuque,
diante do caos também perguntamos: "Por que Senhor?". Ele ouve e
responde nossas indagações, embora nem sempre tenhamos as respostas no momento
em que queremos. O Senhor não deixou Habacuque sem resposta (Hc.2:1,2). O
Senhor falou que o seu julgamento viria sobre Judá. Deus não tolera o pecado.
Para disciplinar seu povo, Ele usaria os babilônios (Hc.1:5-12). Em 586 a.C.,
Jerusalém caiu diante dos babilônios. A liderança e boa parte da população da
cidade foram levadas à Babilônia. O templo foi destruído. Tudo isto sobreveio
sobre o povo de Israel porque teve a audácia de desobedecer aos mandamentos do
Senhor e se desviar dEle. Viver no pecado é loucura. Horrenda coisa é cair nas
mãos do Deus vivo (Hb.10:31).
II. SOBREVIVENDO EM TEMPOS DE CRISE
Como sobreviver em tempos de crise? É
bastante notório que, nós brasileiros, estamos passando por uma crise sem
precedente: crise financeira, crise na saúde, crise na liderança do país, crise
no orbe político, crise moral, crise na ética.... Isto tem gerado muito medo,
insegurança e instabilidade. Não sabemos de fato se esta crise é do tamanho do
que se desenha pelas especulações que se mostra na mídia. O que se denota é que
as pessoas estão em pavor do que está sendo noticiado todos os dias.
Trabalhadores estão com medo de perderem seus empregos e Empregadores que não
conseguem honrar suas contas e ficam com medo de terem de fechar suas empresas.
Querendo ou não, acreditando ou não nela, esta crise nuvea sobre todos nós.
Mesmo com Cristo no nosso barco, as ondas vêm, as tempestades da vida nos
sobrevêm. Como sobreviver a tudo isso?
1. Corra
para Deus. A crise, em vez de nos levar a correr de
Deus, deve nos induzir a correr para Deus. A crise é uma oportunidade para nos
voltarmos para Deus (vide Joel 2:12-16). Deus ainda continua transformando
vales em mananciais. Ele ainda continua voltando-se da Sua ira para a Sua
misericórdia.
Quando o mundo ao nosso redor entra em
colapso, ainda assim, podemos nos alegrar em Deus. É o que Habacuque demonstrou
numa época de terríveis crises em Judá (cf. Hc.3:17,18). O cristão é um
otimista inveterado, pois a fonte da sua alegria não está nas circunstâncias,
mas em Deus. O mundo pode ficar abalado, os montes podem se derreter e se
lançar nas profundezas do mar, a natureza pode se contorcer de dores, e
terremotos fazerem tremer os alicerces da terra, mas, mesmo assim, o povo de
Deus continua seguro. A seca pode fazer mirrar a semente debaixo da terra, o
curral pode ser um deserto sem a presença das ovelhas, a vide pode estar vazia
de frutos e o mundo inteiro pode entrar em colapso. Contudo, o povo de Deus,
ainda assim, terá um alicerce firme debaixo dos pés. O povo de Deus ainda
poderá se alegrar em Deus, seu Salvador.
2.
Eleve os seus olhos para o Alto, ande pela fé. Ao olhar para o futuro, Habacuque viu a nação
rumando para a destruição; ao olhar para dentro de si, viu-se tremendo de medo,
e; ao olhar ao seu redor, viu todo o sistema prestes a se desintegrar. Contudo,
quando, pela fé, ele olhou para o Alto, viu Deus e todos os seus medos
desvanecerem. Por isso, o salmista tinha razão quando disse: “Elevo os olhos para os montes: de onde me
virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra”
(Salmos 121:1,2). Lidamos com a crise não com clichês de autoajuda, mas com a
ajuda do Alto. Triunfamos sobre a ansiedade não batendo no peito em uma
arrogância ufanista, mas caindo de joelhos e lançando sobre Cristo a nossa
ansiedade. Andar pela fé significa concentrar-se na grandeza e na glória de
Deus, e não na fraqueza humana.
Dentro deste aspecto, o
profeta Habacuque nos conduz a três verdades sublimes:
a) A nossa confiança em Deus é inabalável (Hc.3:17,18). O povo de Judá dependia da agricultura para
sobreviver. Os recursos financeiros vinham das lavouras e dos rebanhos. Segundo
alguns estudiosos, a maior parte do sustento do profeta provinha de figos, uvas,
azeitonas e outros produtos da lavoura, bem como da criação de ovelhas, cabras
e gado. Embora essas fontes possam de alguma forma esgotar-se, o salmista vê
que, em última instância, sua própria existência não depende delas, mas da
Fonte delas, Deus. Mas o profeta diz: "Ainda
que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira
minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do
aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto
no Deus da minha salvação" (Hc.3:17,18). A confiança do profeta não estava
na provisão, mas no Provedor. Os recursos da terra podem falhar, mas Deus
jamais falhará. Como Jó, Habacuque estava pronto a perder tudo, menos a sua fé
no Senhor.
b)
A nossa alegria é ultracircunstancial (Hc.3:18). A alegria do profeta não é determinada pela
presença de coisas boas nem pela ausência de coisas trágicas. Sua alegria está
centrada na pessoa de Deus. Sua alegria não está na prosperidade nem na
ausência do sofrimento. Sua alegria está em Deus. Sua alegria é
ultracircunstancial. Através dos séculos, muitos homens de Deus, em períodos de
perseguição e sofrimento, acharam conforto e profunda alegria espiritual nas
palavras deste cântico de vitória sobre o poder do mal.
O apóstolo Paulo, ao dirigir-se aos crentes de Filipos,
fez a seguinte exortação: “alegrai-vos,
sempre, no senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4:4). O apóstolo Paulo
nos ensina aqui três verdades:
- Em
primeiro lugar, a alegria do
cristão não é uma opção é um mandamento: “alegrai-vos...”.
Observe que alegria aqui não é substantivo. Alegria aqui é um verbo, verbo
no imperativo. Isto porque o evangelho que nos alcançou é nova de grande
alegria; o Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo; o
fruto do Espírito é alegria e; a ordem de Deus é: “alegrai-vos”.
- Em segundo
lugar, a alegria do cristão
independe das circunstancias externas, ela é untracircunstancial. Paulo diz: “alegrai-vos, sempre”. Quando Paulo diz
alegrai-vos sempre, o que então ele quer dizer? Ele quer dizer que a alegria do
cristão além de ser um imperativo é ultracircunstancial. Porque está alegre,
estar feliz quando tudo está bem, até o ateu consegue. O desafio é ser a pessoa
feliz apesar das circunstancias adversas.
- Em
terceiro lugar, a alegria do
cristão não é um sentimento, é uma Pessoa. A alegria do cristão é Jesus Cristo.
Por isso Paulo diz assim: “alegrai-vos,
sempre, no Senhor”. Quem tem Jesus, experimenta essa verdadeira alegria. Quem
não tem Jesus, pode ter momentos de alegria, mas não a alegria verdadeira. Se
você tem Jesus você é uma pessoa feliz, se você não tem Jesus você não é uma
pessoa feliz. “A alegria do senhor é a nossa força” (Ne.8:10).
c)
Deus é o nosso sustentáculo suficiente (Hc.3:19). A alegria do profeta Habacuque não é um sentimento
romântico e infundado. Ele tem razões sobejas para alegrar-se. O fundamento da
sua alegria está em Deus. Habacuque, que começa deprimido e em dúvida quanto à
retidão e à justiça de Deus, termina com alegre confiança na provisão e no
poder sustentador de Deus - “O SENHOR
Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente”.
Deus é a nossa estabilidade e segurança. Deus é a
nossa fortaleza. Ele é o nosso alto refúgio. Ele é a nossa torre de livramento.
Nenhum perigo pode nos alcançar quando estamos refugiados em Deus. Ninguém pode
nos arrancar dos braços de Jesus. Nenhuma pessoa ou circunstância pode nos
afastar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Ainda que o mundo ao nosso
redor se transtorne; ainda que os ímpios se levantem com fúria virulenta contra
nós; ainda que nos faltem os recursos materiais para uma sobrevivência digna,
nossa confiança permanece inabalável em Deus. É pela fé que vivemos, vencemos e
triunfamos. Podemos dizer, então, como disse o profeta Habacuque: “Eu me alegro
no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação". Deus ainda pode nos dar
cânticos na escuridão (Jó 35:10), se confiarmos nEle e virmos Sua grandeza!
III. QUANDO O DESESPERO DÁ LUGAR À ESPERANÇA
O profeta Habacuque vai do desespero à esperança,
do temor à fé, da angústia avassaladora à exultação indizível e cheia de glória.
Essa mudança interior não foi produto de meditação transcendental nem mesmo
fruto de uma leitura do cenário político de seu tempo, mas uma volta à
Escritura e uma passeada pela História para relembrar quem é Deus e quais são
Seus gloriosos feitos.
Quando nos voltamos para as Escrituras, descobrimos
que as rédeas da História não estão nas mãos das grandes e poderosas nações,
mas nas mãos dAquele que está assentado sobre um alto e sublime trono. Os
impérios opulentos caem e voltam ao pó do esquecimento. Aqueles que estavam
oprimidos fazem uma viagem do vale para o cume dos montes, enquanto aqueles que
oprimiam despencam vertiginosamente do topo para o chão. Deus desbanca a
altivez dos poderosos e exalta os humildes. Diz o texto sagrado: “Ainda antes
que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos;
operando eu, quem impedirá?”(Is.43:13). O povo que conhece a Deus é forte. O
conhecimento de Deus e das Suas obras é o maior antídoto contra o desespero.
Destaco três verdades essenciais:
1. Quando tudo parece perdido, com Deus ainda não
está perdido. Qualquer
analista político que olhasse a situação vivenciada por Habacuque, lavraria uma
sentença de morte ao pequeno reino de Judá. A Babilônia era a dona do mundo, a
detentora de um poder irresistível e de uma crueldade indescritível. Jerusalém
seria esmagada impiedosamente, e suas ruas seriam pisadas pelos opressores sem
que houvesse qualquer resistência. Mas o forte se torna fraco, e o fraco é
revestido de força. A Babilônia caiu, e Judá foi restaurado. Nenhum poder
político ou econômico pode frustrar os desígnios de Deus. O plano de Deus
prevalece ainda que toda a terra se levante contra Ele. Seguir as pegadas do
Deus Todo-Poderoso, eis o segredo de uma vida triunfante!
2. Quando chegamos no final dos nossos recursos, os
recursos de Deus ainda estão disponíveis. A crise é um tempo de oportunidade. Habacuque não
sucumbiu diante da aterradora situação, mas subiu à torre de vigia e clamou por
um avivamento. Ao meditar sobre a pessoa de Deus e sobre os feitos divinos,
recobrou ânimo e pôs-se a cantar. É a verdade acerca de Deus e dos Seus
gloriosos feitos que nos oxigena a alma e nos fortalece para a caminhada. Quando
os recursos da terra acabam, os celeiros do Céu continuam abarrotados. Quando a
força do braço humano entra em colapso, o braço Onipotente de Deus sai em
defesa do Seu povo. A fé em Deus não é fuga dos problemas, mas a única maneira
sensata de enfrentá-los vitoriosamente.
3.
Quando a crise nos encurrala, precisamos olhar para o Alto. Quando Habacuque subiu à torre de vigia, ele ouviu
Deus e falou com Ele. A Palavra de Deus lhe trouxe consolo e direção, e a
oração lhe encheu a alma de esperança e alegria. Diante da tragédia, se
olharmos para baixo, ficaremos desolados; se olharmos ao redor, para avaliarmos
as circunstâncias, ficaremos estarrecidos. Contudo, se olharmos para o Alto, encontraremos
vitória.
CONCLUSÃO
Diante
dessas crises que o Brasil está atravessando, muitos estão angustiados e
desesperados. Devemos entregar a nossa causa a Jesus. Ele sabe quem somos, onde
estamos, o que estamos passando, e Ele pode vir trazer o socorro de que tanto
precisamos. O Brasil está em crise, o mundo está em crise, mas o Céu não. O
Senhor é soberano e não perdeu o controle da situação. O governo está em Suas
mãos. Ele tem o suprimento para todos aqueles que nEle confiam. Ele é o Deus da
provisão. Aleluia!
-------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 68. CPAD.
Pr.
Elienai Cabral. O Deus da Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja
em meio ás crises. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Habacuque – Como transformar o desespero em cântico de
vitória.
Comentário
Bíblico Beacon. CPAD.
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