4º Trimestre/2016
Texto Base: Gênesis 13:7-18
"O longânimo é grande em
entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura" (Pv.14.29).
INTRODUÇÃO
As Escrituras Sagradas dão
testemunhos de várias personagens bíblicas que fizeram más escolhas e boas
escolhas. As más escolhas geralmente foram tomadas num contexto de precipitação
ou extraordinária pressão. Nesta Aula, daremos maior ênfase a dois personagens
bíblicos: Abraão, que fez uma excelente escolha e; Ló, sobrinho de Abraão, que
fez uma escolha precipitada. Ló, em um gesto precipitado, tomou uma decisão que
acabou por gerar uma crise que causou consequências nefastas para sua família (Gn.13:10-13).
Uma escolha sem a direção de Deus pode trazer prejuízos irreparáveis para si e
para outrem. Portanto, antes de tomar uma decisão e fazer uma escolha devemos
pedir a orientação de Deus. Não devemos agir sem pensar e acima de tudo sem
orar, pois somente Deus conhece todas as coisas. Somente Ele sabe aquilo que é
melhor para todos nós.
I. O CUIDADO COM AS ESCOLHAS
Em nossa jornada somos
desafiados a decidir e fazer escolhas. É nesse momento que a vida de uma pessoa
será definida, para o progresso ou para a derrota. Todos os dias, temos de
tomar decisões pequenas ou grandes. A maior delas é a de servir ao Senhor. Josué,
no último momento como líder do povo de Israel, conclama o povo a tomar uma
decisão acertada e pública; não havia lugar para indecisão, por isso foi tão
enfático: “Escolhei hoje a quem haveis de servir” (Js.24:15). A decisão tinha
que ser “hoje”. A Bíblia diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações”(Hb.4:7). Diante de tantas influências que
recebemos do mundo para o nosso viver, a nossa decisão deve ser tal qual à de
Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Qual tem sido a decisão de
vida para cada um de nós, pessoalmente, e para a nossa família? Corajosa e
resoluta como a de Josué? Não espere ficar velho para tomar essa decisão, pois
o Senhor virá como um ladrão, ou seja, não hora em que nós não esperamos (1Tes.5:2;
2Pd.3:10).
1.
A prosperidade de Abraão. Deus abençoou Abraão com
bênçãos materiais de forma abundante. Diz o texto sagrado que “... a
sua fazenda era muita...”(Gn.13:6). O segredo do sucesso de Abraão: comunhão
plena com Deus. Quanto mais Abrão mantinha comunhão com Deus mais próspero
materialmente ele ficava. A obediência à Palavra de Deus era o combustível que
o levava a uma vida abundante. O Altar
era um marco sempre presente na vida de Abraão, em todos os caminhos de suas
peregrinações (Gn.12:7,8; 13:4,18; 22:9). Era o local onde Abraão adorava a
DEUS. Era o lugar onde ofertava sacrifícios a DEUS. Ele edificava seus altares
em locais visíveis, diante dos povos pagãos que moravam ao seu redor. Que
testemunho! Os crentes, que de contínuo vivem diante do Altar, dão testemunho
de "terem estado com Jesus” (Atos 4:13).
Abraão
viveu nas terras da promessa como um estrangeiro, morando
em tendas, pois esperava a Cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e
construtor é DEUS (Hb.11:9,10). Abraão nunca se prendeu a nenhum lugar da terra
de suas peregrinações. Estava sempre em trânsito (Gn.12:8). Deixando um lugar,
ficavam apenas as marcas de seu acampamento. Também nós, como crentes, somos
peregrinos e forasteiros nesta Terra (1Pd.2:11). Não temos aqui cidade
permanente, mas buscamos a futura (Hb.13:14). Estamos no mundo, mas não somos
do mundo (João 17:16,18). Devemos sempre estar prontos para partir.
Outra
característica marcante na vida de Abrão: conquanto fosse muito
rico, não punha seu coração nas riquezas daqui. Ele não ligava muito para isso.
No dia que retornou da guerra contra os quatro reis, o rei de Sodoma quis
compensá-lo com riquezas materiais, ele as rejeitou terminantemente
(Gn.14:21-24). Para Abraão, riquezas não dadas por Deus não tinha nenhum valor
– “Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, e juro que, desde um fio até à
correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não
digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gn.14:22,23). Muitos, hoje, dos que cristãos
dizem ser, ao contrário de Abraão, só pensam em bens materiais, querem
enriquecer com campanhas, sacrifícios, fogueiras santas etc. São pessoas que
vivem como os gentios, que têm as mesmas preocupações e propósitos que os
gentios e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o amor está
esfriando pelo aumento da iniquidade e que, buscando a riqueza material, não vê
que se comporta como um pobre, desgraçado e nu (Ap.3:17). Vigiemos e não
entremos nesta onda, que nos levará para a perdição eterna!
2.
Abraão fez a escolha certa. Abrão teve um momento
decisivo em sua vida. Quando ainda morava em Ur, o Deus da glória lhe apareceu
e lhe fez uma chamada que compreendia três diferentes ordens: “sai da tua
terra", "sai da tua parentela”, e “dirige-te à terra que eu te
mostrar" (Atos 7:2,3). Abrão deveria decidir em obedecer e desobedecer a
Deus. Como já disse na Aula 03, embora Deus seja soberano e livre para tomar as
Suas decisões, como, por exemplo, o fato de ter escolhido Abrão e não outra
pessoa das milhares que existiam no mundo, vemos que Ele respeita,
decididamente, a liberdade que deu ao homem, de forma que, embora tenha
escolhido Abrão, não o forçou a que obedecesse ao Seu chamado, tendo Abrão
decidido partir por sua livre e espontânea vontade. Esta é a grande diferença
entre o filho de Deus e o filho do diabo, pois o adversário escraviza o homem,
retira a sua liberdade, enquanto que Deus sempre respeita o livre-arbítrio
humano que, afinal de contas, é resultado da própria criação divina. O homem
foi feito à imagem e semelhança de Deus e esta imagem e semelhança comporta a
liberdade, o poder de decisão, como se vê claramente em Gênesis 2:16,17.
Abraão foi desafiado a crer
e obedecer, embora não conhecesse todo o projeto que Deus tinha para sua vida
e, por conseguinte, para toda a humanidade. Abrão fez a escolha certa, resolveu
obedecer ao chamado de Deus. Embora não tivesse noção de para onde iria,
decidiu confiar em Deus. Em nossa jornada precisamos aprender a confiar em Deus
e nos colocar em sua total dependência. Só assim teremos escolhas decisivas que
podem nos proporcionar vida abundante.
3.
Abraão desce ao Egito. A fé tem sempre deslizes, até mesmo
nos mais destacados homens de Deus. Por causa de uma fome que atingiu a região,
Abraão deixou o lugar que Deus lhe indicara e desceu ao Egito, símbolo do
mundo. Essa mudança trouxe problemas a Abrão. Ao chegar no Egito foi acometido
de um medo obsessivo de que Faraó o matasse, capturando sua formosa esposa Sara,
e a levasse para seu harém. Com isso em mente, Abrão convenceu Sara a mentir e
dizer que era sua irmã. É verdade que Sara era meia-irmã de Abrão (Gn.20:12),
mas ainda assim era uma mentira com propósito de enganar. O artificio deu certo
para Abrão (que foi recompensado generosamente), mas não funcionou para Sara
(que, no fim, teve de se juntar ao harém de Faraó), nem mesmo para Faraó (ele e
toda a sua casa sofreram grandes pragas). Quando Faraó descobriu a fraude, deu
uma bronca no patriarca, o humilhou publicamente e o expulsou em desonra
(Gn.12:19,20). Abraão voltou para Canaã. Mas, juntamente com o retorno de Abrão
do Egito [...] até Betel (Gn.13:1-4), percebe-se a volta à comunhão com Deus.
“Retornar a Betel” é o desejo latente de todos aqueles que se apartaram de
Deus.
II. LÓ É ATRAÍDO POR AQUILO QUE VÊ
Ló, sobrinho de Abraão, é um exemplo bíblico
de escolha precipitada. Ele foi atraído por aquilo que viu. Chamamos isso de
concupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos diz respeito àquelas
tentações que apelam para os desejos ambiciosos dos homens de obter e possuir.
A concupiscência dos olhos nos leva a colocarmos as "coisas
materiais" na frente do Senhor (Cl.3:15). Ao se separar de seu tio, ele
escolheu um caminho que a seus olhos parecia ser o melhor. Ele não perguntou a
vontade de Deus e não honrou Abraão, o chefe do clã, ao escolher primeiro as
suas terras. Ló foi precipitado e seduzido pelo seu olhar. Pagou um preço muito
alto pela sua atitude precipitada.
1.
Briga entre os pastores de Abraão e Ló. Ao chegar a Canaã
os pastores de Ló e Abrão brigaram por espaço para seus rebanhos. Apesar da
deslealdade praticada por Abrão no Egito, ainda assim o Senhor decidiu
abençoá-lo naquele lugar; Abrão e Ló prosperaram - possuindo servos, ovelhas e
gado. A multiplicação dos rebanhos de Abrão e Ló foi tão significativa que eles
chegaram à conclusão de que era impossível a coexistência nas mesmas terras de
pastagens. A prosperidade gerou uma crise entre família, entre Abrão e seu
sobrinho Ló, pois não havia mais espaço suficiente para ambos no local onde viviam.
Faltava água e pastagem para tantos animais, e em pouco tempo, os pastores de
Abrão e Ló começaram a brigar. A contenda estava instalada na família, e era
preciso tomar uma decisão.
2.
A decisão de Abraão. O patriarca logo tentou resolver a
situação conflituosa. Ele não adiou o problema, mas chamou seu sobrinho para
uma solução pacífica - “Não está toda a
terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim...” (Gn.13:9). Às vezes,
pessoas da mesma família devem separar-se em prol da paz (ver Atos 15:39;
1Co.7:10-16). A partir daquele instante cada um deveria escolher o próprio
caminho - “e escolheres a esquerda, irei
para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda”
(Gn.13:9). Com cortesia, bondade e altruísmo, Abraão ofereceu a Ló a
oportunidade de escolher em toda a terra onde desejava morar. Humilde, o
patriarca considerava os outros superiores a si mesmo (Fp.2:3).
Abrão renunciou à campina
com o melhor pasto, mas Deus entregou toda a terra de Canaã a Abrão e seus
descendentes para sempre. Além disso, o Senhor prometeu ao patriarca uma
descendência incontável. Após se mudar para Hebron, Abrão levantou ali um altar
ao Senhor; como de costume, construiu um altar para o Senhor, mas nunca uma
casa para si.
3.
A escolha precipitada de Ló. Abraão, em um gesto de
bondade e mansidão, fez a seguinte proposta ao sobrinho: "Não está toda a terra diante de ti? Eia,
pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a
direita escolheres, eu irei para a esquerda" (Gn.13:9). Ló escolheu
morar nas pastagens verdejantes da campina do Jordão, perto das cidades
perversas de Sodoma e Gomorra - “E
levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem
regada, antes de o SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim
do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então, Ló escolheu
para si toda a campina do Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um
do outro. Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina
e armou as suas tendas até Sodoma. Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes
pecadores contra o SENHOR” (Gn.13:10-13).
Ló foi seduzido pela
aparência do lugar. Escolhas precipitadas, feitas somente pela aparência, podem
causar muitos males. Apesar de crente verdadeiro (2Pd.2:7,8), Ló tinha um
gostinho pelas coisas do mundo. Conforme alguém comentou, “Ló ficou com grama
para seus rebanhos, enquanto Abrão ficou com graça para os seus filhos”
(Gn.13:15,16).
“Ora,
eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR” (Gn.13:13).
O fato de os homens de Sodoma e Gomorra serem maus e grandes pecadores contra o
Senhor não influenciou a escolha de Ló. Foi uma sequência de decisões. Observe
os passos que o levaram a mergulhar no mundanismo: Ló (por meio de seus
pastores) experimentou contenda (Gn.13:7); depois viu (Gn.13:10) e escolheu
(Gn.13:11); foi armando as suas tendas até Sodoma (Gn.13:12); passou a morar
longe do lugar onde residia o sacerdote de Deus (Gn.14:12) e; sentava-se junto
à entrada da cidade, lugar onde os grandes disputavam o poder político
(Gn.19:1). Aparentemente, na cosmovisão humana, materialista e desviada de
Deus, Ló tinha progredido na vida: ele se tornou um oficial local em Sodoma. Mas,
quando se olha com os olhos de Deus, vemos que foi um péssimo negócio para Ló. De
forma precipitada, fez a sua escolha optando por aquilo que parecia ser melhor
aos seus olhos (Gn.13:10). Ele não buscou a Deus para tomar a decisão que seria
a mais importante para o seu futuro e da sua descendência.
A precipitação é um grande
mal que deve ser evitado sempre. Quando nos precipitamos não raciocinamos, não
prestamos atenção ao bom senso, não andamos por fé, mas apenas por vista. Quem
tem a mente de Cristo deve sempre manter os pés no chão, pedir orientação a
Deus e aguardar o calor dos acontecimentos passarem. Fácil?! Não, não é uma
tarefe fácil, mas sem dúvida trata-se de uma atitude responsável e madura que
leva em conta o fator global da circunstância e não somente parte dela, nem
prioriza o fator emocional do acontecimento.
III. LÓ, UM CASO DE PROSPERIDADE E
PERDAS
1.
Ló e suas riquezas. Não era só Abrão que era rico em
rebanhos, vacas e tendas. Seu sobrinho Ló também tinha rebanhos numerosos
(Gn.13:5,6) - “E também Ló, que ia com
Abraão, tinha rebanhos, gado e tendas. [...] porque os seus bens eram muitos;
de modo que não podiam habitar juntos”. Mas, apesar da sua prosperidade, Ló
andava por vista e não por fé (Gn.13:7-13). No momento mais decisivo de sua
vida não consultou o Senhor para uma escolha correta.
- Ló
fez uma decisão pelo que viu, deixou-se levar pelas aparências.
Foi ganancioso e precipitado - “Então Ló
levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada
(antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do
Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar. E Ló escolheu para si toda a
planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro.
Habitou Abraão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi
armando as suas tendas até chegar a Sodoma” (Gn.13:10-12). Foi um pecado em
série – “foi armando as suas tendas até chegar
a Sodoma”.
A ambição é sinônimo de
cobiça, e a cobiça é transgressão à Lei de Deus (vide Êx.20:17). A Palavra de
Deus nos diz que não devemos ambicionar “coisas altas” (Rm.12:16) - “…não ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes…”. A ambição sufoca a Palavra no coração,
tornando-a infrutífera (Mc.4:19) - “Mas
os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas,
entrando, sufocam a palavra e ela fica infrutífera”.
- Ló
foi egoísta. Em nenhum momento ele pensou em seu tio. Só
via a si mesmo. O egoísmo é a exaltação do próprio eu, do ego. O apóstolo Paulo
diz que o egoísmo é uma característica dos homens dos últimos tempos - “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias
sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos,
gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais,
ingratos, ímpios” (2Tm.3:1,2).
- Ló
não observou o lado negativo de sua escolha (Gn.13:13) – “Ora,
os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores”. A Palavra de Deus nos
alerta sobre os perigos de nosso envolvimento com o mundo - “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é
inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo,
constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4:4).
Não se deixe enganar pela
beleza das coisas desse mundo passageiro. Não abra mão daquilo que é eterno!
2.
A guerra dos reis. A terra que Ló havia escolhido era boa,
mas seus vizinhos não eram. Não demorou muito e Ló teve que enfrentar uma
grande crise, uma guerra. Diz o texto sagrado:
“1 - E aconteceu,
nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de
Elão, e Tidal, rei de Goim, 2 - que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma,
a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e
ao rei de Bela (esta é Zoar). 3 - Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim
(que é o mar de Sal). 4 - Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao
décimo-terceiro ano, rebelaram-se. 11- E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de
Gomorra e todo o seu mantimento e foram-se. 12 - Também tomaram a Ló, que
habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. 13 -
Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto
dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram
confederados de Abrão. 14 - Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso,
armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os
perseguiu até Dã” (Gn.14:1-4;11-14).
No tempo de Abrão, a
maioria das cidades possuía seus próprios reis, e eram comuns as guerras e
rivalidades entre eles. Uma cidade conquistada pagava imposto ao rei vitorioso.
Cinco cidades, incluindo Sodoma, haviam pago impostos a Quedorlaomer durante 12
anos (Gn.14:4). Quando as cinco cidades fizeram uma aliança e se negaram a
pagar os impostos (Gn.14:4), Quedorlaomer reagiu rapidamente e reconquistou
todas elas. Ao derrotar Sodoma, foram capturados Ló, sua família e seus
pertences. Ló foi levado cativo e todos os seus bens e alimentos foram tomados
como espólio de guerra. Ele agora era um prisioneiro e todos os seus bens foram
perdidos. Decisões precipitadas podem nos fazer viver tempos conturbados.
3.
Abraão socorre Ló. Ao ser avisado do desastre militar que
haviam sofrido as cidades do vale, Abraão armou seus 318 servos, conseguiu a
ajuda de seus aliados amorreus e perseguiu os invasores. Abraão arrisca sua
vida e fortuna para resgatar o seu sobrinho Ló, o qual foi sequestrado, perdeu
suas posses e estava enfrentando escravidão. Abraão poderia ter se negado a
ajudar Ló, pois ele mesmo tinha escolhido aquelas terras, mas o amigo de Deus
não tinha um coração rancoroso, vingativo. Abraão recuperou os cativos e o
despojo, mediante um ataque de surpresa à noite. Tudo que pertencia a Ló foi
recuperado (Gn.14:16). Não obstante, o elemento mais importante foi a
intervenção de Deus - “bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos” (Gn.14:20).
Nota-se que Abraão, o homem
separado do mundo, não era indiferente aos sofrimentos dos que se encontravam
ao seu derredor. Estava disposto a proteger seu indigno sobrinho e os de
Sodoma. Isto demonstra que os que mantêm uma vida separada da pecaminosidade
são os que atuam com mais prontidão e êxito em favor de outros no momento de
crise.
CONCLUSÃO
Devemos aprender com as
Escrituras que qualquer decisão importante que tomarmos não devemos fazê-la
debaixo de pressão ou precipitadamente. Não se esqueça de que o Deus eterno tem
todo o conhecimento e sabe o que é melhor para sua vida. Por isso, não faça nada
sem consultar o Senhor. Porém, só consultar o Senhor e não confiar nele é
inútil. Não confie nas suas próprias forças. O nosso fracasso decorre de
acharmos que podemos conseguir por nós mesmos. Por isso, confie no Senhor e não
nas suas forças e possibilidades. Não subestime os inimigos. A nossa luta não é
contra a carne e o sangue em todas as instâncias da vida, mas contra os
principados e potestades e dominadores do mal. Em toda a estrutura da sociedade
há um poder maligno que opera e você precisa estar revestido da armadura de
Deus para vencer (ver Efésios 6:10-18).
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 68. CPAD.
Dr.
Caramuru Afonso Francisco. Tempos trabalhosos para a Igreja. PortalEBD_2007.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Quatro homens, um destino.
Pr.
Elienai Cabral. O Deus da Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja
em meio ás crises. CPAD.
Bruce
K. Waltke. GÊNESIS.
tem sido um canal de benção para mim,Deus e contigo meu querido irmão
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