4º Trimestre/2016
Texto Base: Gênesis 37:1-11
"E o SENHOR estava com José, e foi
varão próspero [...]" (Gn.39:2).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula estudaremos a
história do patriarca José, neto de Abraão. José foi um homem de fé, piedoso e
temente a Deus. Ele é o mais próximo tipo de Cristo na Bíblia: amado pelo pai e
invejado pelos irmãos; vendido por vinte moedas de prata; desceu ao Egito em
tempos de prova; perseguido injustamente; abandonado pelo amigo; exaltado
depois da aflição e; salvador de seu povo.
Por um período de treze
anos – dos dezessete até os trinta anos de idade – José passou por diversas crises
e provações, mas diz a Bíblia que “o Senhor estava com José” (Gn.39:2; Atos 7:9).
Ele foi desprezado e abandonado pelos seus irmãos; vendido com escravo; exposto
à tentação sexual e punido por fazer a coisa certa; suportou um longo período
de encarceramento e foi esquecido por aqueles a quem ajudou. Mas José não
passava muito tempo tentando saber os motivos de suas provas. Sua atitude era:
“o que devo fazer agora?”.
José é um vigoroso exemplo
de como deve ser o caráter de um servo do Senhor neste mundo sem Deus e sem
salvação. O seu testemunho nos mostra a possibilidade de o homem manter-se, sob
a graça divina, íntegro, independente da idade e das circunstâncias que o
envolvam. José foi fiel na adversidade e na prosperidade.
Quando você estiver
enfrentado um contratempo, o primeiro passo para uma atitude semelhante à de
José é reconhecer que Deus está no controle de tudo e que Ele está com você.
Deus está conosco no vale da dor, está conosco no leito da enfermidade, está
conosco nas agruras, nas intempéries, nas vicissitudes, nas tempestades da
vida. As provas pelas quais passamos são trabalhadas por Deus para nosso bem
final. Nosso Deus ainda continua transformando vales em mananciais, desertos em
pomares, noites escuras em manhãs cheias de luz, vidas esmagadas pelo
sofrimento em troféus de sua generosa graça.
I. DEUS ESTÁ CONOSCO NO PERÍODO DE
CRISE
“E os patriarcas, movidos de inveja,
venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele. E livrou-o de todas as suas
tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o
constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa” (Atos 7:9,10).
Deus não nos livra dos
problemas, mas está conosco em meio aos problemas. Muitos foram os problemas
que José enfrentou, mas ele os enfrentou com resiliência. Destaco, a seguir, algumas
crises mais doridas que José enfrentou.
1. José
enfrentou a inveja destrutiva dos seus irmãos. Segundo
teóricos da psicologia, “existem dois tipos de inveja: a inveja construtiva e
criativa, e a inveja destrutiva. A inveja pode ser construtiva quando ela
estimula o invejoso a se desenvolver individual e culturalmente. Quando se conhece
alguém e se inveja seus atributos e qualidades, a inveja construtiva parte para
obter também tais qualidades. Contudo, a inveja destrutiva não somente
incapacita o invejoso de se humanizar e crescer, como quer destruir o objeto de
sua inveja, por não querer pagar o preço de se superar”.
José foi vítima de inveja destrutiva dos
seus irmãos. Eles o desprezaram e o fizeram sofrer muito. José era um jovem
sonhador, mas os seus sonhos foram o pesadelo de seus irmãos; geraram inveja no
coração de seus irmãos (Gn.37:11), e eles já não falavam mais pacificamente com
ele (Gn.37:4).
José era o décimo primeiro
filho de Jacó e o primeiro de Raquel, sua amada (Gn.49:22). Benjamim era o mais
jovem de todos (Gn.49:27). Rubens, o primogênito, era instável, imoral e intempestivo
(Gn.35:22; 49:4). Simeão e Levi eram violentos, cruéis e vingativos (Gn.34:25-29;
49:5,7). Porém, uma coisa eles tinham em comum: todos invejavam José e
procuravam ocasião para matá-lo (Gn.37:11,18,20). Totalmente envolvidos pela
inveja, decidiram matar José (Gn.37:18) e o teriam feito se Ruben, o
primogênito, não lhes tivesse demovido o intento (Gn.37:18-21). José é, então,
lançado numa cova até que se resolvesse o que se faria com ele. Ele foi
desprezado por aqueles que deveriam protegê-lo. Por ser amado do pai e viver
uma vida íntegra, seus irmãos passaram a ter inveja dele - “Seus irmãos,
pois, o invejavam” (Gn.37:3,11).
A
inveja é um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem
eliminados da alma humana. Segundo o Dicionário Aurélio, a inveja é
"desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem", ou o
"desejo violento de possuir bem alheio". É um pecado grave. Faz parte
do rol das obras da carne exarado em Gálatas 5:19-21. Trata-se de um dos vícios
que mais causa sofrimento à humanidade. Há pessoas que se colocam como cães de
guarda, sempre alertas ao menor ruído; basta alguém se destacar em alguma área,
por mais ínfima que seja, e lá estará o invejoso, pronto para apontar o dedo e
tentar minimizar o feito de seu próximo.
Uma
pessoa invejosa perturba-se com o sucesso dos outros. Não
se alegra com o que tem, mas se entristece pelo que o outro tem. O invejoso
nunca é feliz, porque sempre está buscando aquilo que não lhe pertence. O
invejoso nunca é grato, porque está sempre querendo o que é do outro. O
invejoso nunca tem paz, porque sua mesquinhez é como um câncer que lhe destrói
os ossos. Disse bem o sábio: “...a inveja é a podridão dos ossos” (Pv.14:30).
Conta-se
a seguinte história sobre a inveja: “uma serpente estava
perseguindo um vaga-lume. Quando estava a ponto de comê-lo, o vaga-lume disse:
‘Posso fazer uma pergunta?’. A serpente respondeu: ‘Na verdade, nunca respondo
a perguntas das minhas vítimas, mas, por ser você, vou permitir’. Então o
vaga-lume perguntou: ‘Fiz alguma coisa a você?’. ‘Não’, respondeu a serpente.
‘Pertenço à sua cadeia alimentar?’, perguntou o vaga-lume. ‘Não’, ela respondeu
de novo. ‘Então, por que você quer me comer?’, indagou o inseto. A serpente
respondeu: ‘porque não suporto vê-lo brilhar’”.
Uma pessoa dominada pela
inveja está sempre propensa a praticar maldade. Os irmãos de José foram
dominados por este maligno sentimento e o prejudicaram. “[...], mas Deus era
com ele” (Atos 7:9).
2.
José enfrentou a dor do abandono. José perdeu, de um momento
para outro, toda a posição privilegiada que tinha na casa de seu pai. Perdeu a
“túnica de várias cores” e foi posto numa cova no deserto, uma cova vazia e sem
água (Gn.37:24). Seus irmãos, insensíveis e cegos pelo ódio e pela inveja,
comiam pão enquanto seu irmão estava a sofrer terrivelmente naquela cova. José
estava só, abandonado pelos seus próprios irmãos. Foi abandonado por aqueles
que mais deviam amá-lo. José foi jogado no fundo de um poço pelos seus irmãos e
taparam os ouvidos ao clamor de José (Gn.42:21). Seus irmãos o abandonaram e o
mataram no coração (Gn.37:20-22). “[...], mas Deus era com ele”.
A despeito de tudo isso, aprendemos uma
lição importante: um homem de Deus precisa aprender a ficar só e a depender
única e exclusivamente dEle. Esta era uma lição que Deus dava a José e que dá a
cada um de Seus servos que tem o chamado de Deus para fazer parte de Sua
Igreja. Nos dias em que vivemos, muitos pregam a respeito das promessas de Deus
e da sua fidelidade, mas omitem o preço que deve ser pago para se apropriar de
tais promessas.
3.
José enfrentou a dor de sentir-se um objeto descartável. José
foi vendido como escravo pelos seus próprios irmãos (Gn.37:27-28). Ele foi
tratado como mercadoria descartável. Ele foi arrancado brutalmente de seu lar,
dos braços de seu pai, de sua terra. Sua vida foi arrasada, sua dignidade foi
pisada. José foi vítima da mentira criminosa de seus irmãos que levou Jacó a
desistir de procurá-lo (Gn.37:31,34). “[...], mas Deus era com ele”.
4.
José enfrentou a dor de viver sem identidade. Vendido
como escravo para um país estrangeiro, ele sentiu-se menos do que gente,
sentiu-se um objeto, uma mercadoria. Se não fossem os seus sonhos, ele ficaria
marcado para o resto da vida. José foi para o Egito sem nome, sem honra, sem
dignidade pessoal, sem direitos, sem raízes. No Egito, é revendido, é colocado
no balcão, na vitrina; é considerado apenas mão-de-obra, máquina de serviço,
mercadoria humana. “[...], mas Deus era com ele”.
5.
José enfrentou a dor do assédio sexual. A meu ver, esta foi
a maior prova. José poderia enumerar várias razões para justificar sua queda
moral com a mulher de Potifar, caso cedesse ao assédio. Veja algumas razões:
- Primeiro, ele era
forte e bonito (Gn.39:6). O texto bíblico diz que José era
formoso de porte e de aparência, inteligente e meigo. Ele era belo por fora e
por dentro. Por isso, "a mulher [...] pôs os olhos em José" (Gn.39:7).
Sua personalidade carismática, seu caráter sem mácula e sua beleza física
fizeram dele o alvo predileto da cobiça da mulher de Potifar.
- Segundo, ele
estava longe da família (Gn.39:1). José não tinha ninguém por
perto para vigiá-lo. Ele já sofrera com a traição dos irmãos, o pai não estava
por perto para cobrar nada. Ninguém o conhecia para se escandalizar com suas
decisões. Porém, sua fidelidade não tinha que ver com popularidade ou com
reputação social. Seus valores estavam plantados em solo firme. Seu compromisso
era com Deus e consigo mesmo.
- Terceiro, ele era
escravo (Gn.39:1). Um escravo só tem que obedecer. Por isso, ele
podia pensar que não tinha nada a perder. Afinal de contas era sua própria
senhora que o seduzia. Entretanto, José entendeu que Potifar lhe havia confiado
tudo em sua casa, menos sua mulher (Gn.39:9). Além disso, José sabia que a
traição conjugal é uma facada nas costas, uma deslealdade que abre feridas
incuráveis. José estava pronto a perder sua liberdade, mas não a sua
consciência pura. Estava pronto a morrer, mas não a pecar contra o seu Deus (cf.
Gn.39:9).
- Quarto, ele foi
tentado diariamente (Gn.39:7,10). Todos os dias a mulher de Potifar
lhe dizia: "deita-te comigo". Ele poderia ter racionalizado e dito
para si mesmo: "se eu não for para a cama com ela, perco o emprego e ainda
posso ser preso". Mas, José não cedeu à tentação. Ele não abriu espaço em
seu coração para flertar com o pecado. Ele
agiu de forma diferente de Sansão, que não resistiu à tentação e naufragou no
abismo do pecado. Sua atitude foi firme a despeito da insistência da mulher de
seu senhor.
- Quinto, ele foi
agarrado (Gn.39:11,12). José podia dizer: "eu fiz o que
estava a meu alcance. Se eu não cedesse, o escândalo seria maior". Mas, José
preferiu estar na prisão, com a consciência limpa, a estar em liberdade na cama
da mulher com a consciência culpada. Ele perdeu a liberdade, mas não a dignidade.
José manteve-se firme: por entender a presença de Deus em sua vida (Gn.39:2-3);
por entender a bênção de Deus em sua vida (Gn.39:5); por entender que o
adultério é maldade contra o cônjuge traído (Gn.39:9) e um grave pecado contra Deus
(Gn.39:9). Em relação às paixões carnais, o segredo da vitória não é resistir,
mas fugir. José fugiu (Gn.39:12). E, mesmo indo para a prisão, escapou da maior
de todas as prisões: a prisão da culpa e do pecado.
O exemplo de José é extremamente elucidativo
nos dias de imoralidade sexual que vivemos. Ensina-se abertamente, inclusive
entre “evangélicos”, que a castidade, a pureza sexual, a virgindade antes do
casamento são “princípios ultrapassados”, “costumes antigos”, “falso
moralismo”, pois “Deus só quer o coração”. A vida de José mostra, bem ao
contrário, que a verdadeira comunhão com Deus, a integridade está na
observância das regras éticas estabelecidas pelo Senhor na Sua Palavra, em
especial as relativas à moral sexual, que impõem a atividade sexual no
casamento e apenas com o cônjuge.
6.
A despeito das adversidades, José prosperou (Gn.39:2) – “E o SENHOR estava com José, e foi varão
próspero...”.
a) José prosperou na casa de Potifar. José
não abandonou a Deus apesar de toda a adversidade e, por este motivo, Deus começou
a trazer bênçãos materiais para a casa de Potifar, a fim de que o próprio
capitão da guarda, pessoa ignorante das coisas de Deus, pudesse exaltar a
pessoa de José em sua casa - “Vendo,
pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o
SENHOR prosperava em sua mão, José achou graça a seus olhos e servia-o; e ele o
pôs sobre a sua casa e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gn 39:3,4).
José conquistou uma posição de liderança na casa de Potifar graças ao seu
trabalho, ao seu esforço. Quando aliamos esforço, dedicação e excelência de
serviço a uma vida de comunhão com o Senhor, certamente seremos abençoados por
Deus. Não se trata de um “toma-lá-dá-cá”, de uma barganha, como se ouve na
atualidade, mas, sim, do resultado do poder de Deus em nossas vidas. As nossas
boas obras fazem com que o nome do Senhor seja glorificado (Mt.5:16) e um bom
testemunho nos traz reconhecimento na sociedade, no ambiente onde estamos.
b) José prosperou no cárcere.
Acusado injustamente, José foi preso por seu próprio senhor, Potifar (Gn.39:20).
José foi levado injustamente ao cárcere, mas ali, também, “o Senhor estava com
José” (Gn.39:21). Além de estar com ele, mesmo numa situação tão difícil, a
Bíblia nos diz que o Senhor “estendeu sobre ele a Sua benignidade” (Gn.39:21).
O momento era assaz difícil para José, que sentia a dor da injustiça e revivia
o trauma da cova em que fora lançado pelos seus próprios irmãos. Ciente desta
circunstância psicológica altamente adversa, o Senhor lança sobre seu servo a
sua benignidade, o seu bem-querer.
José se manteve na mesma linha da vida de
comunhão com o Senhor e da excelência do serviço, do esforço e da dedicação. O
resultado não poderia ter sido outro: José achou graça também aos olhos do
carcereiro-mor (Gn.40:21). José passou a ser o encarregado de todos os presos
que estavam na casa do cárcere (Gn.39:22), inclusive do padeiro-mor e do
copeiro-mor, altos funcionários de Faraó que haviam sido presos (Gn.40:3,4). Mais
uma vez José faz brilhar o nome do Senhor através do seu bom testemunho e isto
num tempo em que nem sequer sabia que o servo de Deus deveria ser luz do mundo.
O ambiente prisional não é fácil, é
extremamente violento, repleto de intrigas e de crueldade. Ali, notadamente nos
dias de José, as pessoas não tinham praticamente nenhuma esperança de
sobrevivência, eram extremamente maltratados e a vida não assumia qualquer
valor. José, porém, soube liderá-los e ganhar não só a confiança do
carcereiro-mor como também dos próprios presos. José estava, então, sem o
saber, iniciando a fase final do seu aprendizado, para, então, exercer a função
para a qual o Senhor o estava preparando.
c) José tornou-se governador do Egito
aos 30 anos de idade (Gn.41:46). José ainda trabalhou
dois anos inteiros na casa do cárcere depois que o copeiro-mor foi restituído
ao seu cargo e o padeiro-mor, enforcado. Entretanto, depois destes dois anos,
exatamente no dia do aniversário de Faraó(Gn.40:20), que este teve dois sonhos
seguidos que muito o perturbaram e que não teve qualquer interpretação por
parte dos magos (Gn.41:8). O copeiro-mor, então, lembrou-se de José e ele foi
chamado à presença de Faraó, que lhe contou os sonhos, que foram interpretados
por José (Gn.41:1-32). José, então, não só interpretou os sonhos, mas deu a solução
para a questão, aconselhando a Faraó que deveria se prover de um varão
entendido e sábio, que fosse posto sobre a terra do Egito e administrasse os
anos de abundância para que, nos anos de fome, esta fosse mitigada
(Gn.41:33-37). Deus moveu o coração de Faraó para nomeá-lo como governador do
Egito, transformando-o na maior autoridade do país, devendo obediência tão
somente a Faraó(Gn.41:38-41). Cumpria-se, então, parte dos sonhos da
adolescência: José foi levantado do cárcere para o governo do Egito; da posição
de escravo a governador, numa clara demonstração de que operando Deus, quem
poderá impedir? (Is.43:13).
Às vezes, quando passamos por dificuldades intensas,
pensamos que Deus está distante de nós, que Ele não está ligando para as nossas
dores. Mas, aprende-se pela experiência de José, que: a presença de Deus é
real, embora não vista; a presença de Deus é constante, embora nem sempre
sentida; a presença de Deus é restauradora, embora nem sempre reconhecida. Deus
não nos poupa dos problemas, mas caminha conosco em meio aos problemas. Deus
jamais desampara os que confiam nele. Quando passamos pelo vale da sombra da
morte, ele vai conosco – “ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da morte, não
temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me
consolam” (Sl.23:4); quando passamos pelas ondas, rios, fogo, ele vai
conosco - “quando passares pelas águas estarei contigo,
e quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás,
nem a chama arderá em ti” (Is.43:2). Quando os amigos de Daniel estavam na
fornalha, o quarto homem estava com eles. Quando Daniel foi colocado
injustamente na cova dos leões, Deus honrou a sua fé e fechou a boca dos leões.
O apóstolo Paulo, passou por momentos difíceis no navio que o levava a Roma, mas
Deus era com ele - Tempestades incontroláveis e inadministráveis foram de
encontro ao barco. Paulo chegou até a perder a esperança de se salvar (Atos
27:20), mas um anjo lhe aparece e diz que ninguém se perderia.
Jesus prometeu estar
conosco sempre, todos os dias de nossa vida, até a consumação dos séculos.
Portanto não tenha medo,
tenha fé, tenha esperança. Deus está conosco no período de crise!.
II. A INTERVENÇÃO DE DEUS POR NÓS
Deus não nos livra de
sermos humilhados, mas nos exalta em tempo oportuno - “e livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria
ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a
sua casa” (Atos 7:10). Deus exaltou José depois da humilhação e do
sofrimento. Podemos verificar essa ação de Deus na vida de José de três formas:
1.
Deus livrou José de todas suas aflições (Atos 7:10a) - “e livrou-o de todas as suas tribulações...”. Vida cristã não é ausência de
aflição, mas livramento nas aflições. Depois da tempestade, vem a bonança. Depois
do choro, vem a alegria. Depois do vale, vem o monte. Depois do deserto, vem a
terra prometida. Assim como Deus livrou José de todas as suas aflições, ele é
poderoso para enxugar suas lágrimas, para aliviar seu fardo, para acalmar as tempestades
de seu coração, para trazer bonança para sua vida e lhe dar um tempo de
refrigério.
2.
Deus deu a José graça e sabedoria (Atos 7:10b) – “...e
lhe deu graça e sabedoria ante faraó, rei do Egito...”. Deus
deu graça e sabedoria a José: para entender o que ninguém entendia; para ver o
que ninguém via; para discernir o que ninguém compreendia; para trazer soluções
a problemas que ninguém previa. O futuro do Egito e do mundo foi revelado a José
por meio do sonho do faraó. Em José havia o espírito de Deus. Por meio da
palavra de José, o mundo não entrou em colapso. Por expediente de José, a crise
que poderia desabar sobre o Egito e as nações vizinhas foi transformada em
oportunidade para Deus cumprir seus gloriosos propósitos na vida de seu povo.
3.
Deus galardoou José e o fez instrumento de bênção para os outros (Atos 7:10c) -
“o constituiu
governador sobre o Egito e toda a sua casa”.
Todas
as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, diz as Escrituras
Sagradas. Deus usou José para salvar a vida de sua família e do Egito. José foi
o instrumento que Deus levantou para salvar o mundo da fome e da morte.
III. O LEGADO DE JOSÉ PARA AS NOSSAS
VIDAS
1.
Fidelidade a Deus ante as circunstâncias adversas. Firmado
numa fé e numa esperança inabalável de que Deus estava no controle de todas as
coisas, José jamais deixou seu coração turbar-se diante das adversidades. Ele
manteve-se firme, apesar das circunstâncias. Foi fiel a Deus na casa de seu pai;
foi fiel como escravo em terra estranha; foi fiel na casa do cárcere como preso
injustiçado e; foi fiel no palácio de Faraó como governador do Egito. Esta
firmeza e constância é algo que devemos reproduzir no nosso andar com Cristo
até que o Senhor volte ou que nos chame para a sua glória. O Senhor é bem claro
em sua carta à igreja de Esmirna: “…Sê
fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Ap.2:10).
2.
Excelência de serviço, dedicação e esforço.
José sempre se apresenta nas Escrituras como uma pessoa zelosa da qualidade de
seu serviço, seja como prestador de informações ao seu pai, como escravo na
casa de Potifar, como servo dos presos a cargo do carcereiro-mor e como
governador do Egito. José sempre fez o melhor que podia em todas as atividades
que assumiu, não sendo preguiçoso, sempre pronto a servir e a atender aos seus
superiores e a todos quantos lhe procurassem. Devemos servir desta mesma
maneira, não só a Deus, mas também a todos quantos o Senhor põe para serem
servidos por nós (Ef.6:5-8).
3.
Disposição para perdoar. José jamais se vingou
daqueles que lhe prejudicaram: os seus irmãos e a mulher de Potifar. Deus não
nos poupa de sofrermos injustiças, mas nos dá poder para triunfarmos sobre elas
por meio do perdão. José decide perdoar seus irmãos, em vez de buscar a
vingança. José resolveu pagar o mal com o bem - “agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos.
Assim, os consolou e falou segundo o coração deles” (Gn.50:21).
José
deu várias provas de seu perdão:
-
Primeiro, deu o nome de Manassés a seu primeiro filho (Gn.41:51). O
nome Manassés significa "perdão”
– "Deus me fez esquecer de todo o
meu trabalho, e de toda a casa de meu pai". José estava apagando de
sua memória todo o registro de mágoa e ressentimento. Ele queria celebrar o
perdão.
-
Segundo, deu a melhor terra do Egito a seus irmãos (Gn.45:18,20).
O amor que perdoa é generoso. Ele paga o mal com o bem. Ele busca os meios e as
formas para abençoar aqueles que um dia lhe abriram feridas na alma.
-
Terceiro, sustentou seus irmãos e seu pai (Gn.47:11,12).
Seu perdão não foi apenas uma decisão emocional regada de palavras piedosas,
mas um ato deliberado e contínuo que desaguou em atitudes práticas. Ele não
apenas zerou a conta do passado, mas fez novos investimentos para o futuro.
-
Quarto, tendo poder para retaliar, usa esse poder para abençoar (Gn.50:19-21).
Ele olhou para a vida com os olhos de Deus e percebeu que o ato injusto dos
irmãos, embora tenha sido praticado com motivações erradas, foi usado por Deus
para a salvação de sua família.
4.
A humildade de espírito. José, mesmo sendo
governador do Egito, diante de seus irmãos, afirmou que era apenas um
instrumento para a conservação do povo de Israel, uma peça no propósito divino.
José sempre soube manter o seu lugar, seja na casa de Potifar, seja na casa do
cárcere, seja no palácio de Faraó. Ele sempre se apresentou com lealdade e
submissão aos seus superiores, consequência direta da vida de comunhão que
tinha com Deus. Sabemos ocupar convenientemente o nosso lugar? Temos impedido
que a vaidade e o orgulho nos dominem? Que o Senhor nos dê um caráter qual ao
de José!.
CONCLUSÃO
Os sonhos de José eram os
sonhos de Deus. Inicialmente, seus sonhos não o levaram ao pódio, mas à
cisterna. Seus sonhos não o fizeram um vencedor, mas um escravo. Seus sonhos
não o levaram de imediato ao trono, mas à prisão. Porém, José soube esperar
pacientemente o tempo de Deus. Ele compreendia que Deus era o Senhor de seus
sonhos, por isso aguardou com paciência o cumprimento da promessa. Depois do
choro, vem a alegria; depois das lágrimas, vem o consolo; depois do deserto,
vem a terra prometida; depois da humilhação, vem a exaltação; depois da cruz,
vem a coroa; depois da prisão, vem o trono. José confiou em Deus, e seus sonhos
foram realizados.
Se aprendermos a viver na
dependência de Deus, poderemos confiar em Deus, certos de que Ele está no
controle de tudo, sendo capaz de transformar as próprias adversidades em benção
(Gn. 50:20). Como bem expressa Paulo: “sabemos
que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito”(Rm.8:28). Deus ainda
está escrevendo a nossa história, e o último capítulo ainda não nos foi
revelado. Coisas melhores estão por vir!.
-----------
Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 68. CPAD.
Elienai
Cabral. O Deus da Provisão – Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio
às crises. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Quatro Homens, um Destino.
Comentário
Bíblico Beacon.
Ev.
Caramuru Afonso Francisco. José, um líder piedoso e temente a Deus.
PortalEBD_2007.
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