3º Trimestre/2019
Texto Base: Gênesis 1:26-30
“Os céus são os céus do SENHOR; mas a terra, deu-a
ele aos filhos dos homens” (Sl.115:16).
Gênesis 1
26-E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27-E
criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os
criou.
28-E
Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
29-E
disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a
face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente;
ser-vos-ão para mantimento.
30-E
a todo animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que
há alma vivente, toda a erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula, trataremos da Mordomia do cuidado com a Terra. O ser humano foi preparado
para ser mordomo de Deus no planeta Terra; ele foi vocacionado por Deus para
plantar, cultivar, constituir famílias, sociedade e construir empreendimentos,
preservando os recursos naturais. Precisamos nos conscientizar da nossa
responsabilidade no cuidado com os elementos de subsistência dos seres vivos. É
preciso desenvolver a nossa consciência bíblica acerca dessa responsabilidade.
Não podemos contribuir para poluir a Terra, degradá-la e arruiná-la; o nosso
Deus nos deu o privilégio de zelar por ela, que é o lar de todos nós. O cuidado
para com toda a criação na Terra é tarefa das mais importantes do ser humano, é
sua responsabilidade a manutenção e a conservação de tudo aquilo que foi criado
por Deus.
I. O HOMEM FOI CRIADO PARA SER MORDOMO DE DEUS
1. O Mordomo da Terra
Ao formar o homem do pó
da terra (Gn.2:7), Deus o pôs num Jardim (Gn.2:8), no Éden, com o propósito de
lavrá-lo e guardá-lo (Gn.2:15). Vemos, assim, que o propósito divino para o
homem é que ele conserve, preserve a natureza que foi criada pelo Senhor bem
como que envide esforços, trabalhe para que esta mesma criação seja mantida tal
qual o Senhor a criou.
No Éden, quando a
natureza ainda não lhe era hostil, o homem já tinha a incumbência de
preservá-la, de manter o equilíbrio instituído por Deus para o correto
funcionamento de todas as coisas, funcionamento, aliás, que contribuía sensivelmente
para que o homem tivesse o bem-estar que possuía no Éden, um lugar de
felicidade plena.
Embora o homem fosse
superior aos demais seres viventes, com poder, inclusive, de cuidar deles e de
trabalhar na criação, de modo a que obtivesse dela o máximo proveito, o máximo
de suas potencialidades, não era para ser um senhor sobre a natureza, ou seja,
não poderia fazer o que bem entendesse com ela, pois este domínio não
significava senhorio, mas uma posição de mordomo, administrador. É isso mesmo,
o ser humano não passa de um mero mordomo de tudo o que Deus criou; sendo
assim, deve se comportar como tal.
2. A Terra foi criada para ser habitada
Está escrito: “No
princípio criou Deus os céus e a Terra” (Gn.1:1). A criação da Terra, na forma
simples declarada pela Bíblia, só pode ser aceita pela fé - “Pela fé entendemos que os mundos pela
palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito
daquilo que é aparente” (Hb.11:3).
É claro que, com
argumentos humanos, não podemos colocar isto na cabeça de um homem natural - “Ora o homem natural não compreende as
coisas do espírito de Deus, porque lhe parecem loucura...” (1Co.2:14). Somente
o Espírito Santo é que pode colocar na alma do homem nascido de novo a certeza
de que a Bíblia é a Palavra de Deus, e que as verdades por ela declaradas são
verdades eternas e incontestáveis. Assim, para nós que cremos que a Bíblia é a
Palavra de Deus, as coisas aconteceram da maneira simples que ela declara.
Observe que a Bíblia não
diz que no princípio começou Deus a criar a Terra, e que após milhões, bilhões
de anos, em sucessivas eras geológicas, a Terra ficou pronta para ser habitada.
Não. A Bíblia diz que “no princípio criou Deus os céus e a Terra” (Gn.1:1).
Deus não precisa de tempo para criar, para fazer, para aperfeiçoar alguma Obra
sua. Sendo um Deus perfeito e Todo Poderoso, num só ato ele cria ou faz uma
obra perfeita, sem necessidade de acabamentos ou retoques.
Pela informação que nos
dá a Palavra de Deus e de forma clara narrada pelo profeta Isaías, Deus criou a
Terra para ser habitada.
“Porque assim diz o Senhor que tem criado os
céus, o Deus que formou a Terra, e a fez, ele a estabeleceu, não a criou vazia,
mas a formou para que fosse habitada. Eu sou o Senhor e não há outro”
(Is.45:18).
Num primeiro momento, segundo tudo indica, ao
criar a Terra Deus entregou o seu governo a um Querubim ungido (Ez.28:14). Esse
Querubim falhou, pecou, e, em consequência, a Terra se tornou “sem forma e
vazia” (Gn.1:2).
Num segundo momento, Deus restaurou a Terra,
devolvendo-lhe suas características originais. E para cuidar dela, Deus criou o
homem, um ser diferente de todas as demais criaturas que já havia criado. O
homem permanece cuidando da Terra e o fará até que o Senhor Jesus Cristo venha
para implantar o Seu Reino sobre ela.
3. A Terra que Deus criou era acabada, perfeita e bela
A Palavra de Deus afirma
que Deus é perfeito e que não há imperfeição naquilo que Ele faz.
“Ele é a Rocha, cuja obra
é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são. Deus é a verdade, e
não há nele injustiça; justo e reto é” (Dt.32:4).
Deus jamais chamaria de
“céus e Terra” um número infinito de átomos isolados e que se aglutinariam num
tempo indeterminado, uma quantidade quase infinita de poeira cósmica jogada no
espaço de forma aleatória. Não. De maneira alguma isso foi considerado “céus e
Terra” pelo Espírito Santo de Deus. No princípio, a Terra que Deus criou era
uma Terra acabada, perfeita e bela.
a) Antes de criar a Terra,
ou a matéria, Deus criou o mundo espiritual. Os anjos já existiam quando Deus criou a
Terra, ou a matéria. Eles foram os primeiros seres vivos a contemplarem a Terra
tal como Deus a criou. Na expressão do próprio Criador, os anjos, chamados de
“estrelas da alva” e “filhos de Deus”, ao contemplarem a Terra recém-criada,
rejubilaram e alegremente louvaram a Deus. Veja este depoimento dado pelo
próprio Deus, falando a Jó:
“Onde estavas tu, quando
eu fundava a Terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as
medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão
fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as
estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus
rejubilavam?” (Jó 38:4-7).
Portanto, aquilo que o
Espírito Santo chamou de “céus e terra” não era uma mistura heterogênea de
gases e de poeira cósmica, não era uma substância gelatinosa e informe. A Terra
que Deus criou era formada de matéria, era sólida, tinha medidas certas, bases
e fundamentos, solta no espaço infinito, conforme declarou Jó - “... suspende a Terra sobre o nada” (Jó
26:7).
Os anjos viram uma Terra
acabada, perfeita e bela, por isto, “alegremente cantaram”, louvando a Deus
pela obra de suas mãos. Certamente, o que eles viram não foi uma Terra “sem
forma e vazia”, coberta pelas águas.
b) Deus constituiu um
Querubim para cuidar da Terra original – “Tu eras querubim ungido para proteger, e te
estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas
andavas” (Ez.28:14).
A Terra era como um
Paraíso, reconhecida como sendo o Monte santo. É claro que não se pode afirmar
com verdade matemática, mas, por inferência de várias passagens bíblicas,
podemos supor que Deus entregou o governo da Terra original a um Querubim
ungido e a seus anjos. É claro que respeitamos as opiniões contrárias. Esse
“Querubim ungido” era como estrela radiante, ou “estrela da manhã, filha da
alva!” (Is.14:12), razão porque convencionou-se chamá-lo de Lúcifer. Não há
como determinar, nem mesmo imaginar, por quanto tempo a Terra original
permaneceu tal como fora feita pelas mãos de Deus.
c) A Terra Original foi
subvertida, transformada em caos, como consequência do pecado de Lúcifer - “E tu dizias no
teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono ... Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”
(Is.14:13,14).
Em consequência deste ato tresloucado de Lúcifer querendo destronar o Criador, o juízo de Deus foi tão grande contra ele, que alcançou também a própria Terra, a qual passou a ser vista tal como descrita em Gênesis 1:2 - “E a terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Neste estado, a Terra é conhecida como Terra caótica. A Terra que Deus criara, perfeita e bela, foi transtornada.
Em consequência deste ato tresloucado de Lúcifer querendo destronar o Criador, o juízo de Deus foi tão grande contra ele, que alcançou também a própria Terra, a qual passou a ser vista tal como descrita em Gênesis 1:2 - “E a terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Neste estado, a Terra é conhecida como Terra caótica. A Terra que Deus criara, perfeita e bela, foi transtornada.
A Terra foi submersa
pelas águas e envolta na escuridão. Porém, com muita propriedade, a Palavra de
Deus afirma que “o Espírito de Deus se movia sobre a face da água”. Isto pode
significar que a presença de Deus ali estava para garantir o seu direito de
propriedade sobre a Terra. Satanás nunca se tornou senhor, ou proprietário
dela. A Terra sempre foi propriedade exclusiva de Deus.
“Eis que os céus e os
céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt.10:14).
“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam”
(Sl.24:1).
Não se pode quantificar
em números – em milhares, em milhões, talvez bilhões de anos, séculos ou
milênios o tempo em que a Terra tenha permanecido neste estado caótico - “sem
forma e vazia”. Porém, é certo que ela permaneceu o tempo suficiente para
cobrir todas as eras geológicas defendidas pela ciência. Afirma a maioria dos
comentaristas que a Terra original era povoada por animais, mas, não pelo
homem. Isto justificaria o encontro de fósseis com milhões ou bilhões de anos.
d) A Terra restaurada em
seis dias. Os Céus e a Terra que
agora existem - “Mas os céus e a
terra que agora existem ...” (2Pd.3:7).
Após o estado caótico,
Deus não criou novos céus e nem uma nova Terra. A expressão “criar”, do verbo
hebraico, “barah”, no sentido de
trazer à existência algo que antes não existia, ou trazer do nada, ou fazer
existir aquilo que não é material, somente é usada três vezes no capítulo 1 de
Gênesis - versículos 1,21 e 27.
Em relação à Terra, no
terceiro dia, não há qualquer menção do verbo criar ou “barah”. Isto significa que Deus não criou uma nova Terra, mas,
restaurou aquela que ele havia criado, “no princípio”, e que tinha sido
transtornada como consequência do pecado de Lúcifer, sendo envolta em escuridão
e coberta pelas águas. Em razão disto, Deus ordenou:
“... ajuntem-se as águas debaixo dos
céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi” (Gn.1:9).
Portanto, a Terra já
existia, apenas estava encoberta pelas águas.
“E chamou Deus a porção
seca Terra, e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era muito
bom” (Gn.1:10).
e) A Terra foi coberta pelo
verde da vegetação. Mais uma vez, em Gênesis
1:11, não aparece o verbo criar, ou “barah”.
Isto significa que Deus não criou novas plantas, mas, que ordenou às sementes
de todas as plantas que antes existiam na Terra original, e que permaneceram em
estado latente para que germinassem.
“E disse Deus: produza
a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera segundo a sua
espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra
produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera
cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. E foi a tarde
e a manhã o dia terceiro” (Gn.1:11-13).
Assim, a antiga Terra,
criada por Deus, “no princípio”, após permanecer em estado caótico por um tempo
que só Deus conhece sua duração, está finalmente renovada e pronta para ser
habitada outra vez.
Após tudo isto, ou seja, a restauração da Terra, Deus formou
o homem para cuidar de tudo aquilo que Deus criou e que estava sobre a Terra
“E formou o SENHOR
Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o
homem foi feito alma vivente” (Gn.2:7).
II. DEUS CONCEDEU A TERRA AOS HOMENS
Para povoar e cuidar da
Terra, agora renovada, Deus tem um novo plano. Não irá mais entregar o seu
governo a um Querubim, ou a qualquer outro ser angelical. O plano de Deus,
agora, foi entregar o governo da Terra ao ser humano.
1. A Terra é do Senhor (Sl.24:1)
A Terra não pertence a
nenhum querubim nem ao ser humano. Deus fez os céus como seu local de
habitação, mas designou a Terra como habitação dos homens, um lugar onde podem
adorá-lo e servi-lo. As Escrituras Sagradas são claras ao dizer que a Terra
pertence a Deus.
“Do SENHOR é a terra e a
sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl.24:1).
“Eis que os céus e os
céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há”
(Dt.10:14).
“Os céus são os céus do
SENHOR; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl.115:16).
Deus concedeu a Terra ao
ser humano apenas com direito de usufruto. O ser humano não pode fazer dela o
que ele quiser. Como bem diz o Pr. Elinaldo Renovato, “o que o Criador espera
de nós é o zelo, o cuidado e a sabedoria para exercer a nossa mordomia sobre a
Terra. Nesse sentido, espera-se que os crentes, em Jesus, sejam o exemplo na
relação com o meio ambiente. Não podemos contaminar os recursos naturais;
precisamos evitar os desperdícios e o uso irracional da água”.
Todas as ações praticadas
pelo o ser humano estão sendo anotadas pelo Criador da Terra. Cuidando da Terra
o ser humano está cuidando de si mesmo; protegendo a Terra o ser humano está
protegendo a si mesmo; zelando pela Terra o ser humano está zelando pelos seus
próprios interesses.
2. A Natureza – uma dádiva da graça de Deus
Sem dúvida, a natureza é
uma dádiva divina, pois é Deus “quem dá a todos a vida, a respiração e todas as
coisas” (At.17:25). Por meio dela, Deus nos garante o ar, a água, o sol, a
chuva, a germinação das plantas, o fruto e os alimentos necessários à nossa
subsistência. Sem a natureza, não há vida. É a graça comum de Deus que permite
que estas coisas venham sobre todas as pessoas, indistintamente, conforme nos
revela o Evangelho de Mateus:
“porque faz que o seu sol
se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos”
(Mt.5:45).
Mas, infelizmente, o
homem está destruindo a natureza. A Palavra de Deus diz que “o amor ao dinheiro
é a raiz de toda a espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé,
e se transpassaram a si mesmos com muitas dores” (2Tm.6:10). Nessa cobiça, por
amor ao dinheiro, o homem destruiu e está destruindo as florestas, envenenou os
ares, contaminou e está contaminando as águas, todo ecossistema foi e está
sendo abalado.
Este mesmo homem que foi
constituído Mordomo de Deus para cuidar da Terra, está, na verdade,
destruindo-a. Esta atitude constitui uma franca desobediência à vontade de
Deus. Certamente, Deus trará o homem à Juízo. Quem destrói aquilo que não é seu
tem que responder pelos prejuízos causados ao legítimo proprietário.
Segundo o ensino de
Jesus, todo mordomo terá que prestar contas de sua mordomia; e a Terra é um
desses bens que foram entregues aos homens, para cuidar.
“Porque isto é também
como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e
entregou-lhes os seus bens” (Mt.25:14,19).
3. Cuidar da Terra, uma missão necessária e urgente
O homem está destruindo a
Terra. Esta é uma realidade visível e tangível. Há, em todo o mundo uma
preocupação ecológica, ou um esforço na defesa do Meio Ambiente, objetivando
sua preservação a fim de se evitar que a vida animal e vegetal não seja
extinta, no todo, ou em parte. Neste sentido o Poder Público e as Entidades
Privadas (ONGs) honestas e estritamente comprometidas com a causa mobilizaram-se
e estão se mobilizando.
Todavia, segundo a Bíblia
Sagradas, sabemos que esse poder maléfico e destrutivo só será contido quando o
Senhor Jesus Cristo vier para implantar o Seu Reino aqui na Terra. Até lá,
“toda criação” continuará gemendo esperando a sua redenção (Rm.8:22,23).
As organizações humanas
combatem os efeitos, estão lutando na remoção das “teias”, mas não podem
suprimir a causa, ou seja, eliminar a “aranha”. Nós sabemos que todas as
maldades que se praticam sobre a Terra contra o ser humano, contra a vida
animal e vegetal, toda ação destrutiva levada a efeito contra o Meio Ambiente,
toda “agressão” à Terra, tem uma única causa, chama-se pecado. Seu agente
motivador é Satanás.
Assim, os sistemas do
mundo não têm a solução para os problemas da Terra. Nós sabemos que a solução para
o planeta Terra, e para as pessoas que nela habitam, está na pregação do
Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nEle
crê (Rm.1:12). Cada pessoa que for alcançado pelo Poder do Evangelho, cada
pessoa que for transformada pela operação do Espírito Santo, será um agente a
mais nas mãos de Deus, usado para cuidar da Terra, e um agente a menos nas mãos
de Satanás para destruir a Terra.
III. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A TERRA
1. A Terra antes da formação do ser humano
O ser humano foi formado
somente após a reestruturação, renovação, da Terra que se deu em seis dias
(Gn.1:3-25). Antes dessa reestruturação, não. Está escrito:
“Toda planta do campo
ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque
ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para
lavrar a terra’ (Gn.2:5).
O homem foi formado e
dado a ele toda responsabilidade para cuidar da criação de Deus (Gn1:26-31).
“E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à
sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
E Deus os abençoou e Deus
lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra.
E disse Deus: Eis que vos
tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e
toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para
mantimento.
E a todo animal da terra,
e a toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a
erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.
E viu Deus tudo quanto
tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto”.
O Potentíssimo Deus
tudo criou, fez, formou pelo poder da Sua Palavra. Ele, simplesmente, disse:
“haja”, “produza”, “ajunte-se”, e os elementos vieram à existência (Gn.1:3;
Sl.33:6). Por sua ordem, o sistema solar e os reinos, vegetal e animal,
ganharam vida.
“Pela palavra do SENHOR
foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca”
(Sl.33:6).
Deus criou todas as
coisas de forma sistemática (não criou as plantas antes da luz), e criou homem
e mulher como seres únicos, capazes de comunicar-se com Ele. Não importa em
quanto tempo Deus fez o mundo, se em alguns dias ou alguns milhões de anos; o
importante é que Ele o criou exatamente como desejava.
Veja, em resumo, o
quadro demonstrativo da criação:
2. A Terra depois da criação do homem
Nela havia uma harmonia
perfeita e um equilíbrio perfeito entre Deus, homem e natureza. Nesse lugar
perfeito e belo, de felicidade plena, Deus criou um lar para Adão e Eva: um
Jardim no Éden (Gn.2:8).
“E plantou o SENHOR Deus
um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado”.
Deus colocou o homem ali, não para viver em ociosidade, mas para cuidar do
Jardim e zelar por ele. Está escrito: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no
jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn.2:15).
Éden é uma palavra
hebraica que significa “agradável”, ou “prazer”. Deus criou um Jardim perfeito,
onde Ele poderia passar momentos agradáveis juntamente com o homem que criara.
O profeta Isaías indica que naquele Jardim havia “regozijo e alegria, ações de
graça e som de música” (Is.51:3).
Nesse Jardim, onde Adão e
Eva habitavam antes do pecado, era o Paraíso de Deus aqui na Terra; um local
perfeito, onde o homem podia viver em comunhão perfeita com seu Deus.
Infelizmente, esse estado tão maravilhoso e de plena felicidade parece ter
durado pouco, pois o homem, como consequência do seu pecado, foi destituído
desta posição privilegiada e expulso do Jardim.
3. A Terra depois da Queda
Com a Queda do homem,
toda a natureza foi perturbada e atingida pelos nefastos efeitos do rompimento
da comunhão do homem com o Criador (Gn.3:17,18). O pecado do homem trouxe
consequências para toda a criação. Deus exerceu severo juízo sobre o homem e
sobre a Terra. Está escrito assim:
“E a Adão disse: Porquanto
destes ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei,
dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor
comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn.3:17).
A natureza passou a ser
hostil ao homem, porquanto a Terra foi maldita em virtude de seu pecado,
passando a produzir espinhos e cardos, sendo, ademais, necessário esforço do
homem para que pudesse sobreviver (Gn.3:18,19).
“Espinhos e cardos
também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto,
comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado,
porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Esta circunstância,
entretanto, não alterou o domínio do homem sobre a natureza, embora, agora,
tivesse ele de lutar contra ela, pois a natureza não mais favorecia o homem incondicionalmente
na sua sobrevivência.
Expulso do Éden, o homem
passou a viver em uma Terra hostil e que lhe causaria dificuldades. O novo
lugar em que passou a morar chama-se de "habitat" (o lugar onde está
habitando, onde está morando), que é das mais diferentes características,
mormente após o dilúvio, quando se alteraram bruscamente as condições de clima
(cf. Gn.2:5,6; 8:22).
O "habitat", o
lugar onde o homem está vivendo, é a verdadeira "casa" do homem, que
faz parte do ambiente, do meio-ambiente, que é formado por todos os seres vivos
daquele lugar. É, por isso, que a ciência que estuda este relacionamento entre
o homem e a sua nova "casa”, entre o homem e o meio-ambiente, chama-se
"ecologia" (palavra grega que significa "estudo da casa").
É por isso que os defensores da natureza são chamados de
"ecologistas" ou ambientalistas.
Apesar da Queda, o ser
humano continua a ser, indispensável ao cultivo, à guarda e à preservação do
planeta Terra; essa é a nossa missão.
A Terra ou a criação
aguarda a gloriosa redenção do homem e da própria natureza, quando Cristo
assumir o Reino milenial.
“Porque sabemos que toda a criação geme e está
juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que
temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm.8:22,23).
Nosso Senhor reinará
neste mundo e toda a natureza será restaurada e voltará ao seu status quo
original.
“E o SENHOR será rei
sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome”
(Zc.14:9).
“Amém! Ora, vem, Senhor
Jesus!” (Ap.22:20).
IV. A MORDOMIA DO MEIO AMBIENTE
1. O homem, mordomo, deve agir com responsabilidade
Logo após a formação do
homem, Deus o incumbiu de lavrar e cuidar do local onde ele ia morar – o Jardim
do Éden (Gn.2:15). Um dos propósitos de Deus era conscientizar o ser humano da
responsabilidade de conservação e preservação da natureza que foi criada pelo
Senhor. O homem estava incumbido de manter o equilíbrio instituído por Deus
para o correto funcionamento de todas as coisas.
Os seres vivos e os
elementos sem vida da natureza estão integrados num relacionamento que permite
que haja um equilíbrio, de forma que, numa determinada região, exista um
conjunto de espécies animais e vegetais. Este relacionamento entre as criaturas
gera o que se denomina de "ecossistema", e é necessário que ele seja
mantido, não seja alterado, pois a mudança de um fator trará a destruição de
todo o ecossistema.
O homem, como é um ser inteligente,
tem condições de alterar o ecossistema, de tal maneira que os fatores que lhe
sejam prejudiciais, tornem-se-lhe favoráveis, mas a intervenção deve ser feita
na sua qualidade de mordomo, ou seja, deve ser uma intervenção que vise à sua
sobrevivência. Assim, ao intervir na natureza, o homem deve manter o
ecossistema e fazer as modificações absolutamente necessárias para que tenha um
melhor conforto, para que a hostilidade da natureza seja reduzida, não mais do
que isto.
2. O desenvolvimento sustentável
É a missão de prover o
desenvolvimento econômico e tecnológico sem esgotar os recursos naturais do
planeta. Nada mais é que o cumprimento da mordomia estabelecida pelas
Escrituras, ou seja, a obtenção da sobrevivência do homem através do trabalho e
da intervenção da natureza, mas de modo a que a vida seja preservada, não
destruída; é a criação de mecanismos que permitam ao homem ter melhores
condições de vida aproveitando dos recursos que lhe são oferecidos pela
natureza sem destruir o equilíbrio existente em cada ecossistema.
O que Deus estabeleceu
para o homem e que só agora o homem percebe ser necessário observar é o grande
desafio dos nossos dias, pois, apesar da consciência ecológica e do sem-número
de documentos e conferências em que se determina que isto seja feito, o mundo
em que vivemos, totalmente dominado pelo maligno, resiste a acatar este
princípio e, em sua natural rebeldia contra os mandamentos divinos, prossegue
destruindo a natureza, quase sempre com o apoio de grandes forças econômicas e
políticas.
3. A degradação da Terra
O homem, com sua mente
obscurecida pelo pecado, principalmente após o desenvolvimento da tecnologia,
passou a querer extrair da natureza não apenas o necessário para a sua
sobrevivência, mas para a satisfação da sua ganância, ganância esta sempre
insaciável (cf. Ec.6:7), agindo de modo irresponsável, sem levar em conta a sua
condição de mordomo, pois, como administrador, não tem o poder de destruir
aquilo que Deus fez, pois seu domínio sobre a criação terrena é limitado. É
dever do homem conservar e não para destruir. Assim, suas intervenções têm
gerado enormes prejuízos à criação e ao próprio ser humano, pois a destruição
do equilíbrio ecológico gera o próprio comprometimento da sobrevivência dos
seres do ecossistema, inclusive do homem.
Tomemos um exemplo muito
comum: o desmatamento de florestas para a exploração de madeira. O desmatamento
indiscriminado, sem reposição das árvores, altera toda a vida das florestas.
Além de representar
prejuízo à alimentação e abrigo para vários animais, a retirada das árvores
deixa o solo da floresta à mercê da erosão, causada pelas constantes chuvas,
pois a retirada das árvores modifica a própria distribuição da água. O solo da
floresta, ademais, tem nos resíduos orgânicos sua principal fonte de alimento.
Sem as árvores, com a erosão, o solo transforma-se, em pouco tempo, em um
verdadeiro deserto, comprometendo até a própria sobrevivência humana no local, e
a produção de madeira, que não se renova.
Percebemos, portanto, que
o comportamento predatório, ou seja, o comportamento que tem em vista a
obtenção da natureza do que é capaz de trazer riquezas, sem qualquer
preocupação com as consequências pela intervenção do ser humano na natureza, é
uma conduta efetivada pela intenção de destruição e de morte, algo que não é
vindo de Deus, e sim resultado do domínio do mal sobre os homens sem Deus e sem
salvação.
A Igreja, não pode,
enquanto povo santo de Deus, concordar com tais comportamentos, que têm em
vista a própria destruição do ser humano, o ser tão caro e tão amado por Deus.
4. A restauração da Terra, do Meio Ambiente
As Escrituras Sagradas
nos dizem que a Terra será novamente restaurada. No reinado de Jesus Cristo, no
Milênio, a Terra, a natureza, será redimida. Um dos objetivos do Milênio é
promover a redenção da natureza, que geme desde que o pecado entrou no mundo
por força da desobediência do primeiro casal. E a situação vai piorar muito no
decurso da Grande Tribulação.
Após a batalha do
Armagedom, a situação ecológica do mundo estará em situação de calamidade
total. O governo desumano, belicista e ganancioso do Anticristo e as pragas
divinas lançadas durante a Grande Tribulação causarão um enorme transtorno em
toda a natureza, mas isto será a preparação para a redenção que se operará
durante o reino milenial de Cristo. Assim como a mulher sofre dores antes de
dar à luz um filho, assim, também, antes de promover a restauração da natureza,
esta gemerá como nunca por causa do pecado e da rebeldia do ser humano.
“Porque sabemos que toda
a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela,
mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós
mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm.8:22,23).
a) No Milênio, haverá abundância
de água.
Um dos grandes problemas na atualidade e que se intensificará como nunca na
Grande Tribulação é o da água. Se hoje já começa a faltar água para a
humanidade, a Bíblia diz que, na Grande Tribulação, a água dos mares e dos rios
tornar-se-á imprestável para uso, notadamente após o derramamento das taças da
consumação da ira de Deus. Mas, no Milênio, a Bíblia diz que haverá abundância
de água (Is.30:25) e simplesmente desaparecerão os desertos (Is.35:1,2,7). Tudo
isto contribuirá muitíssimo para a fertilidade do solo e o desaparecimento da
fome.
b) No Milênio, haverá
perfeito equilíbrio entre a fauna e a flora. Mas não será apenas a natureza inanimada que
será restaurada. Também os seres vivos irracionais serão alcançados pela
restauração da criação a ser promovida no Milênio. Além dos vegetais, que, com
as mudanças climáticas, terão melhores condições de vida e não sofrerão mais o
ataque depredador do homem, pois que a produção será voltada para a alimentação
e a satisfação das necessidades, sem ganância, o que fará com que seja
respeitado naturalmente o equilíbrio ecológico, os animais todos serão, como
eram no princípio, herbívoros e será retirada a ferocidade atualmente
existente, que nada mais é que a reação da natureza ao homem que a violenta
diariamente e a violentou permitindo o ingresso do pecado no mundo.
c) No Milênio, haverá
perfeita harmonia entre o ser humano e a fauna. A Bíblia fala-nos que, durante o Milênio, o lobo e o cordeiro pastarão
juntamente, o leão comerá palha como o boi (Is.65:25), assim como o leopardo se
deitará com o cabrito e um menino pequeno guiará tanto o bezerro, quanto a
ovelha e o filhote de leão (Is.11:6), e os animais jamais farão qualquer dano
ao ser humano (Is.11:9; 65:25). Será, enfim, um ambiente de perfeita harmonia e
paz entre o homem e a natureza.
d) No Milênio, haverá
prolongamento da vida e muita saúde. A saúde será perfeita, por isso a vida humana será prolongada como no
princípio da história humana (ler Is.65:20,22 e Zc.8:4). Haverá abundância de
saúde para todos (Is.33:24). Isto em muito contribuirá para prolongar a vida.
Não haverá deformado, nem paralíticos, nem aleijados (Is.35:5,6). Haverá muito
mais luz(Is.30:26), e isto resultará em benefícios em muitos sentidos:
influenciará no clima e na vegetação. Haverá um elevado índice de natalidade
(Zc.8:5;10:8). Com o prolongamento da vida e muita saúde, será elevado o índice
de natalidade e, por conseguinte, a população da Terra será restaurada da
redução que sofreu durante a Grande Tribulação (Zc.10:8). Jesus é a única
esperança para o planeta Terra!
CONCLUSÃO
O homem deve ter
consciência de que ele tem uma tarefa singular e excelente na Terra: guardar a
criação terrena, conservar e manter a ordem estabelecida por Deus, e que se
constitui nos ecossistemas existentes na mais variada forma em todo o planeta.
Mesmo tendo pecado, o
homem não perdeu esta condição de mordomo da criação na Terra e deve exercê-lo
segundo os cânones estabelecidos por Deus, ou seja, combatendo a sua
hostilidade com o propósito de sobrevivência, dela se servindo para continuar
vivendo e impedindo que ela se constitua em meio de morte e de destruição.
Devemos, enquanto servos
de Deus, combater toda e qualquer atitude que signifique a destruição da
natureza e dos ecossistemas. Não devemos contribuir para a degradação do
meio-ambiente, abstendo-nos de participar de atividades que importem em
degradação ambiental.
Se não podemos enfrentar
o desmatamento da floresta Amazônica, podemos, por exemplo, cuidar para que
nosso lixo ou nosso esgoto não seja jogado no córrego mais próximo, que não
sejam feitas queimadas em nossos roçados, que nos utilizemos de produtos de
limpeza biodegradáveis, que contribuamos para a conservação das áreas verdes
próximas a nossas casas, que nos utilizemos racionalmente da água e assim por
diante. Como diz velho provérbio chinês, "se cada um limpar a frente de
sua casa, em breve toda a cidade estará limpa".
Devemos promover junto a
nossos filhos uma verdadeira educação ambiental e termos um comportamento
correto no que diz respeito ao meio-ambiente.
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Luciano de Paula Lourenço
Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo
Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação
Pessoal.
Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão
– nº 79. CPAD.
Comentário Bíblico
Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo
Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato.
Tempo, Bens e Talentos – Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus
nos tem dado. CPAD.
Ev. Caramuru Afonso
Francisco. Cuidando da Terra. PortalEBD_2003.
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