3° Trimestre/2021
Texto Base: 1Reis
12:1-10,13,14,26-29
"Muitos
propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá"
(Pv.19:21).
1.E foi
Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei.
2.E sucedeu,
pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque
fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito),
3.enviaram e
o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a
Roboão, dizendo:
4.Teu pai
agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu
pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos.
5.E ele lhes
disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.
6.E teve o
rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai,
quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este
povo?
7.E eles lhe
falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e,
respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.
8.Porém ele
deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os
jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele.
9.E
disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou,
dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
10.E os
jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este
povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o
alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os
lombos de meu pai.
13.E o rei
respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe
haviam aconselhado.
14.E lhe
falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo,
porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém
eu vos castigarei com escorpiões.
26.E disse
Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi.
27.Se este
povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração
deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e
tornarão a Roboão, rei de Judá.
28.Pelo que o
rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito trabalho
vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram
subir da terra do Egito.
29.E pôs um
em Betel e colocou o outro em Dã.
INTRODUÇÃO
Após a morte de Salomão em 931 a.C., Roboão, seu filho
com Naamá, uma amonita (1Reis 14:21), sucedeu ao trono (1Rs.11:43) e reinou nos
anos 931 a 913 a.C. Ele foi o principal corresponsável pela divisão do reino em
duas partes: o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá). Ele falhou
em conquistar a lealdade das tribos do Norte, terminando assim de romper a
monarquia já debilitada no período do reinado de Salomão. Com Roboão mudou-se a
estrutura do reino: Israel veio a abranger as 10 tribos do Norte, com governo
independente, e Judá compôs-se somente de duas tribos, Judá e Benjamim. Roboão
tornou-se, portanto, o primeiro rei do Reino de Judá, após a divisão. Uma
decisão errada por causa de insensatez pode causar consequências amargas para
vida inteira. Foi o que ocorreu com Roboão. Sua história está no cânon sagrado
para nos ensinar a dependermos totalmente de Deus em todos os momentos que
tenhamos de tomar decisões importantes na vida.
I. AS PRINCIPAIS
CAUSAS DA CISÃO
Salomão teve um início maravilhoso, com muita riqueza e sabedoria; mesmo
sabendo que o Senhor lhe fizera prosperar e o advertira sobre a necessidade de
obediência, Salomão pecou e apartou-se do Senhor. A princípio, seu pecado
começou com uma série de casamentos mistos; além de se casar com a filha de
Faraó, Salomão casou-se com várias mulheres pagãs, as quais o Senhor havia
advertido para que Israel não se misturasse, chegando a ter 700 mulheres e 300
concubinas. Estas mulheres levaram Salomão a pecar na sua velhice, adorando aos
seus deuses (1Rs.11:1-8,33).
Por causa da sua desobediência, conforme o Senhor lhe advertira
anteriormente, Deus se indignou contra Salomão, e no final do seu reinado houve
uma certa quebra da tranquilidade que perdurava por um bom tempo, pois Salomão enfrentou
dois problemas, a saber: ao Sul houve uma revolta do príncipe edomita, Hadade,
e ao Norte, Damasco foi ocupada por Rezom, que a transformou em um
reino, tornando-se adversário de Israel durante todo os dias de Salomão. Embora
não causassem problemas muito sérios, certamente trouxeram dificuldades para o
governo de Salomão; entretanto, a mais dura consequência do pecado de Salomão
viria durante o governo do seu filho, quando Israel seria dividido em duas
partes (1Rs.11:9-13).
1.
A carga pesada de Salomão
O reino de Salomão foi a Era de ouro de Israel, mas com pesar vemos que
o povo teve que pagar um preço muito alto por essa posição. Salomão tinha uma
corte muito maior do que a de Davi, com 12 distritos (1Reis 4) e 550 oficiais
encarregados de supervisionar os vários projetos de construção (1Reis 9:23). A
política militar de Salomão era também dispendiosa, envolvendo a fortificação
de várias cidades (ver 1Reis 9:15-19). A Bíblia declara que Salomão
"construiu tudo o que desejou em Jerusalém..." (1Rs.9:19); ele chegou
a acumular 1.400 carros de batalha, com cavalos importados do Egito, 12.000
cavaleiros e 4.000 estábulos para os cavalos e carros (1Reis 10:26-29; 2Cr.9:25).
O Templo levou sete anos para ser concluído, e o palácio real, treze anos. Entre
outros empreendimentos, Salomão também reconstruiu o Milo, uma muralha de
fortificação com terra e pedras no interior, ao redor de Jerusalém (1Reis 9:15,24).
Tudo isto as 12 tribos da monarquia tinham que prover. O vasto exército,
os muitos trabalhadores, as 1.000 esposas e concubinas, os filhos e o trabalho
de comércio internacional com outros povos demandavam uma enorme quantidade de
abastecimento. Salomão arrecadava fundos através de pesada taxação mandatória
para manter toda esta estrutura em funcionamento (1Rs.9:15; 12:4), o que somava
ainda mais ao extremo esforço físico a ser despendido pelo povo.
2.
A divisão do reino
Antes de qualquer comentário, afirmamos, segundo as Escrituras Sagradas,
que a divisão do Reino ocorreu como um castigo divino sobre a “casa de Davi”,
como consequência da apostasia de Salomão. Deus traçou todos os passos para que
isto ocorresse.
“Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava
ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança
no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó
Davi! Então, Israel se foi às suas tendas” (1Reis 12:16).
A morte de Salomão marcou um importante ponto decisivo na história de
Israel. A linha-dura administrativa, as leis de recrutamento obrigatório para o
trabalho e as experiências sobre pluralismo religioso levaram a grande tensão
no princípio do reinado de Roboão, que sucedeu a seu pai no trono de
Israel. Logo no início do seu governo, deparou-se com um problema administrativo
herdado do período no qual o seu pai reinava.
Sabemos que Salomão amava
o Senhor, entretanto, cometeu erros e acabou se afastando de Deus na sua
velhice. Devido à expansão do seu reino e a multiplicação das suas riquezas,
além das suas diversas obras e o sustento da sua numerosa corte (isso inclui as
suas 700 mulheres e 300 concubinas), foi necessária a organização de uma força
de trabalhadores israelitas para levar adiante os seus projetos de construção,
pois os trabalhadores cananeus eram em número insuficiente; soma-se a isto, o
fato da necessidade de aumentar a arrecadação dentre o povo, o que pode ter
causado um certo ressentimento em uma população que facilmente se esquecia do
seu Deus.
Quando Roboão assumiu o trono, logo a congregação de Israel,
liderada por Jeroboão, veio até o rei para reivindicar um alívio na
servidão e jugo que lhes foram impostos por Salomão (1Rs.12:1-5; 2Cr.10:1-5). Roboão estabeleceu um tempo para
dar uma decisão. Ele procurou o conselho dos anciãos que viveram na época do
seu pai, entretanto, desprezou o conselho deles; depois, buscou conselho dentre
os jovens da sua geração, os quais o aconselharam a apertar mais ainda o povo (1Rs.12:6-14). Esta resposta gerou uma
grande revolta e, consequentemente, a divisão do reino em duas partes: dez
tribos do Norte seguiram a Jeroboão e duas tribos do Sul (Judá e
Benjamin) permaneceram fiéis à casa de Davi (1Rs.12:16-20). Desta forma, a história da nação de Israel entra no
período chamado de reino dividido, no qual a nação permaneceu até o cativeiro. A divisão do reino ocorreu em 931 a.C.
II. OS ERROS DE
ROBOÃO
1.
A repetição dos erros de Salomão
Em 1Reis 12 está escrito que o povo se reuniu em Siquém para proclamar
Roboão como novo rei de Israel. Jeroboão, que havia fugido para o Egito para
escapar de Salomão, esteve presente nessa reunião (1Rs.12:3). Os moradores dos
reinos do Norte pediram a Roboão que lhes aliviasse o jugo, pois Salomão havia
sido severo demais. Disseram eles: "Teu pai [Salomão] colocou sobre nós um
jugo pesado, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado, e nós te
serviremos" (1Reis 12:4).
Roboão pediu três dias para pensar no assunto, mas em seu íntimo, ele
talvez já tivesse tomado sua decisão. Antes, ele buscou o conselho da parte de
dois grupos distintos: os experientes (os conselheiros de seu pai, que lhe
orientaram a aliviar o fardo do povo) e os inexperientes como ele (os seus
jovens conselheiros, que cresceram com ele). Roboão só escutou aquilo que
queria ouvir, não o que precisava ouvir. Ele preferiu as orientações dos jovens
inexperientes, orientações essas que ameaçavam ainda mais o povo, o que causou
grande insatisfação e, consequentemente, divisão (1Rs.12:1-14). Hoje, muitos do
povo de Deus da Nova Aliança têm esta mesma tendência de Roboão: escutar aquilo
que quer ouvir e não o que precisa ouvir. Isto tem levado muitos ao declínio
espiritual e provocado conflitos e divisões entre o povo de Deus.
2.
Os maus conselhos dos amigos de Roboão
Conforme 1Reis 12:1-11, Roboão desprezou os bons conselhos dos idosos,
dos homens mais experientes, que o aconselharam a tratar o povo com bondade. Preferiu,
entretanto, aceitar o conselho dos jovens, inexperientes, os quais sugeriram
exatamente o oposto: Roboão devia ameaçar o povo com um jugo ainda mais pesado.
Neste sentido, seu “dedo mínimo” seria “mais grosso do que os lombos” (coxas)
de Salomão. Se Salomão os havia castigado com açoites, Roboão os castigaria com
escorpiões (o termo original também pode ser traduzido por “chicotes pontiagudos”;
NVI).
Quando Jeroboão e toda a congregação de Israel voltaram no terceiro dia
para ouvir a decisão do rei, ele lhes respondeu segundo o conselho dos jovens.
Ao ouvir a resposta, o povo de Israel se rebelou contra Roboão. Então, todo o
Israel aclamou Jeroboão como rei. Somente a tribo de Judá e Benjamim permaneceram
fiéis a Roboão. Também grande parte dos levitas ficaram em Judá (1Rs.12:12-20).
Roboão foi incapaz de exercer o mínimo de bom-senso, preferindo o
conforto e a vaidade a ter que recuperar a justiça social. O preço foi a
revolta do povo e a perda de dez tribos. Claro que essa decisão estava de
acordo com a vontade do SENHOR, para confirmar a palavra do profeta Aías à
Jeroboão, que reinaria sobre as 10 tribos do norte de Israel, tornando-se o
Reino do Norte (cf. 1Rs.11:29-36).
Roboão, inconformado, enviou Adorão (superintendente dos que trabalhavam
forçados) para restabelecer a ordem em Israel, porém foi apedrejado, e morreu
(1Rs.12:18). Roboão, então, convocou seu exército, 180 mil dos melhores
soldados, para impor a ordem, mas Deus mandou Semaías, um homem de Deus, para
orientar o rei a não atacar seus compatriotas e voltar para suas casas, pois
isso vinha do Senhor (1Rs.12:21-24). O governo de Roboão, portanto, ficou
restrito a apenas sobre as tribos do Sul (1Rs.12:15-17).
Roboão governou sobre o Reino do Sul, chamado de Judá, que teve somente
uma dinastia, enquanto a do Reino do Norte foi governando por uma sucessão de
nove dinastias. É do Reino do Sul que provém o direito legal de Cristo ao trono
de Davi por meio de José, seu pai adotivo (cf. genealogia em Mateus 1). Jesus
também é fisicamente filho de Davi por meio de Maria, descendente de Natã,
filho de Davi (cf. genealogia em Lucas 3).
3.
O cuidado com os conselhos
Roboão escolheu, de forma egoísta, seguir o curso de um tirano ao invés
de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria
ser. Escolher entre ser um egoísta ou servo é uma decisão que muitos, além de
Roboão, já tiveram que tomar. Como bem diz o pr. Claiton Ivan Pommerening, quando
o orgulho se torna o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e
não conseguimos discernir entre o bem e o mal; assim foi com Roboão. Saber
distinguir os bons dos maus conselheiros é essencial no momento de tomar alguma
decisão importante na nossa vida. Quando o crente tem Deus como seu guia, ele
não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas
decidirá por ouvir pessoas que lhe falem a verdade.
III. O REINADO E A
IDOLATRIA DE JEROBOÃO
1.
A rebeldia de Jeroboão
Jeroboão, da tribo de Efraim, havia sido um dos oficiais de Salomão, que
se agradou de suas habilidades e o nomeou chefe dos servos da casa de José (1Rs.11:28).
Mais tarde, devido à opressão sofrida sobre as tribos ao Norte, Jeroboão
rebelou-se (1Rs.11:29-31). Salomão ficou furioso quando soube disso, e tentou matá-lo.
Desta feita, ele teve que fugir e refugiar-se no Egito até a morte de Salomão
(1Rs.11:40). Após isso, Jeroboão voltou a Israel e participou da reunião de
Roboão com as tribos para tomar uma decisão a respeito do pleito proposto pelas
tribos. Como a decisão de Roboão foi contra os interesses das 10 tribos do
Norte, então o povo decidiu eleger Jeroboão como seu rei. Ele empenhou-se ao
extremo para garantir a total independência do Reino do Norte, a qualquer custo.
Na tradição bíblica ele é considerado o rei que levou Israel a pecar.
2.
Jeroboão, o primeiro rei do Norte
Deus prometeu a Jeroboão que ele seria o rei das 10 tribos do Norte, e o
abençoaria sobremaneira, se ele fosse fiel a Ele como tinha sido Davi. Está
assim escrito: “Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e
serás rei sobre Israel. Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus
caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os
meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei
uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1Reis 11:37,38).
Após a divisão do reino, Jeroboão foi nomeado rei sobre as dez tribos de
Israel e estabeleceu seu trono em Siquém (1Rs.12:20,25). Jeroboão vendo que o
centro de adoração e sacrifício estava localizado em Judá, ele mandou fundir
dois bezerros de ouro (1Rs.12:26-29) e erguer dois lugares de adoração com
altares – um ao Sul, em Betel, e o outro ao Norte, em Dã (1Rs.12:28,29), e
disse ao povo: “Veja, Israel, estes são os deuses que tiraram vocês do Egito”.
Assim, Jeroboão levou o povo à idolatria abominável (1Rs.12:25-33). Todos os
demais reis subsequentes seguiram a doutrinação de Jeroboão.
O Reino do Norte, conhecido como “Israel”, mas também chamado, nos
livros proféticos, de “Efraim”, foi governado por uma sucessão de nove
dinastias, e todos os reis foram perversos. Israel nunca mais teve um rei que
servisse ao SENHOR.
3.
Consequências da idolatria
A idolatria de Jeroboão resultou no castigo divino sobre ele e sua
família (1Rs.14:7-14). A Bíblia diz que “naquele tempo adoeceu Abias, filho de
Jeroboão” (1Reis 14:1). Como os seus ídolos não curavam ninguém, pois eram
apenas ídolos feitos pelo ser humano, frutos da imaginação humana, então ele
tentou recorrer ao Deus vivo Todo-Poderoso, enviando sua esposa, de forma
disfarçada, ao profeta que estava em Siló - “Disse Jeroboão à sua mulher:
Levanta-te, agora, e disfarça-te, para que não conheçam que és mulher de
Jeroboão, e vai a Siló. Eis que lá está o profeta Aías o qual falou de mim, que
eu seria rei sobre este povo. E toma na tua mão dez pães, e bolos, e uma botija
de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino. E a
mulher de Jeroboão assim fez, e se levantou, e foi a Siló, e entrou na casa de
Aías; e já Aías não podia ver, porque os seus olhos estavam já escurecidos por
causa da sua velhice. Porém o Senhor disse a Aías: Eis que a mulher de Jeroboão
vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente; assim e assim lhe
falarás, e há de ser que, entrando ela, fingirá ser outra” (1Reis 14:2-5).
A rainha pode ter se disfarçado por vários motivos. Primeiro, visitar um
homem de Deus publicamente indicaria falta de fé nos ídolos de Dã e Betel.
Segundo, Jeroboão sabia que Aías era contrario à idolatria e não proferiria à
mulher nenhuma palavra favorável, se conhecesse sua identidade. Terceiro,
talvez o rei imaginasse ser possível enganar não somente o profeta, mas também
o Senhor. Ledo engano! O Senhor avisou ao profeta cego que a rainha se
aproximava. Quando ela chegou, Aías a desmascarou e a enviou de volta a
Jeroboão com uma mensagem de condenação.
Em razão da desobediência e idolatria do rei, o Senhor eliminaria dele
todo e qualquer descendente do sexo masculino, tanto o escravo como o livre, e
destruiria completamente sua casa (1Rs.14:14). Ninguém de sua família teria um
sepultamento digno, exceto Abias, o filho enfermo, que morreria quando a rainha
entrasse na cidade.
A mulher de Jeroboão retornou a Tirza (1Rs.14:17), cidade que era então
a capital do reino do Norte, aproximadamente 40 quilômetros de Siló. Depois da
morte e do sepultamento de seu filho (1Rs.14:18), ficou claro que o falecimento
de Joroboão não demoraria. Ele reinou durante vinte e dois anos como o primeiro
rei do reino do Norte. Ele foi sucedido por seu outro filho, Nadabe (1Rs.14:20),
o qual ocupou o trono de Israel apenas por alguns meses. Sua carreira improfícua
e perversa foi subitamente interrompida por uma conspiração encabeçada por
Baasa, um de seus generais, para obter o controle do governo. Nadabe foi morto
com toda a sua descendência na linhagem da sucessão, “conforme a palavra do
Senhor que dissera pelo ministério de seu servo Aías, o silonita; por causa dos
pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel” (1Rs.15:29,30).
Assim pereceu a casa de Jeroboão. O culto idólatra introduzido por ele tinha
levado sobre os culpados ofensores os juízos retributivos do Céu; e a despeito
disso, os reis que se seguiram – Baasa, Elá, Zinri e Onri – durante o período
de aproximadamente quarenta anos, continuaram no mesmo curso fatal de perversidade.
Jeroboão poderia ter alcançado um lugar de grande proeminência se tivesse
obedecido aos mandamentos do Senhor proferido através do profeta (1Rs.11:38). Entretanto,
sua desobediência colocou um ponto final na oportunidade de sua casa continuar
a governar o Reino do Norte.
Não somente a casa de Jeroboão seria castigado por Deus, mas também todo
o Israel sofreria o juízo divino. A religião idólatra e a influência de
Jeroboão causaram resultados tão nefastos que, por fim, o povo de Israel foi
levado ao exílio, “para além do rio” (1Rs.14:15, ou rio Eufrates). Está assim
escrito: “Também o Senhor ferirá a Israel, como se move a cana nas águas, e
arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará
para além do rio, porquanto fizeram os seus bosques, provocando o Senhor à ira.
E entregará Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar
a Israel” (1Reis 14:15,16).
Desde Jeroboão até o último rei de Israel em Samaria – Oseias -,
reinaram vinte reis, e todos eles foram perversos. Finalmente, em 722 a.C., as
tribos do Norte foram capturadas pelos assírios, e Israel foi levado ao
cativeiro. Hoje, ainda, não se sabe o paradeiro delas.
CONCLUSÃO
O Reino de Israel foi dividido por duas causas:
Primeiro, por causa dos pecados terríveis de Salomão, um líder preferido por
Deus para liderar o Seu povo, mas que não obedeceu aos mandamentos do Senhor.
Segundo, o orgulho contaminador de Roboão que o inibiu de tomar a decisão
acertada em um momento decisivo para o povo de Deus. O orgulho de Roboão foi
demonstrado ao rejeitar a conciliação aconselhada pelos anciãos, preferindo uma
exigência arrogante de submissão do povo.
Na hora de tomarmos as mais importantes decisões da
nossa vida, precisamos pedir orientação a Deus. Devemos ter o cuidado e o
discernimento diante dos conselhos que recebemos. O que vale mais, uma
advertência conciliadora ou um conselho que promova a dissenção e divisão? É
necessário o líder pensar sobre isto! Demos estar sob o auspício do Senhor em
todos os momentos decisivos de nossa vida!
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Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo e Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Beaccon – volume 2.
Muito bom esse estudo
ResponderExcluirMuito bem elaborado
ResponderExcluirUm estudo muito bom
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