4º Trimestre/2021
Texto Base: Atos 8:1-3; 22:4,5; 26:9-11
“E Saulo, respirando ainda ameaças e
mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote” (At.9:1).
V.P.: “A Igreja é uma instituição divina que
perdurará na Terra até o arrebatamento, pois do contrário, já teria acabado ao
longo da história”.
Atos 8:
1.E
também Saulo consentiu na morte dele [Estevão]. E fez-se, naquele dia, uma
grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram
dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
2.E
uns varões piedosos foram enterrar Estevão e fizeram sobre ele grande pranto.
3.E
Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres,
os encerrava na prisão.
Atos 22:
4.Persegui
este Caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como
mulheres,
5.como
também o sumo sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; e,
recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados
para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados.
Atos 26:
9.
Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus, o Nazareno, devia eu
praticar muitos atos,
10.o
que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos
sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu
dava o meu voto contra eles.
11.E,
castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E,
enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos de Paulo, antes da sua conversão. Ele tinha a fama de
perseguidor da Igreja em seu princípio. Ele mesmo fez uma digressão para
registrar seu passado inglório como implacável perseguidor da Igreja. Sendo um
fariseu zeloso (Fp.3:5), tornou-se líder destacado do judaísmo (Gl.1:14).
Levantou-se como ferrenho perseguidor da Igreja; como uma fera selvagem,
respirava ameaças e morte contra a igreja (Atos 9:1); assolou e devastou a Igreja
(At.8:3; Gl.1:13); exterminou discípulos de Cristo em Jerusalém (At.9:21).
Paulo
perseguiu o “Caminho” até à morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens
como mulheres (Atos 22:4). Fez muitas coisas contra o nome de Cristo (At.26:9).
Encerrou muitos dos santos em prisão e votava contra eles quando eram
condenados à morte (At.26:10). Afligia os crentes nas sinagogas, forçando-os a
blasfemar e, enfurecido, os perseguia até por cidades estranhas (At.26:11). Era
como um touro indomável que não queria ser amansado (At.26:14). Teve de ser
jogado ao chão e quebrantado para reconhecer que o Jesus que ele perseguia era
o Messias que tanto o seu povo esperava. Sua conversão foi uma grande bênção
para a Igreja. Somente em Jesus Cristo o ser humano pode receber a devida
transformação de caráter. No mundo de hoje existe perseguição em todos os
lugares e de todas as facetas; esperamos que o Senhor transforme os
perseguidores da Igreja, que não são poucos, em fiéis seguidores de Cristo e
defensores da flâmula do Evangelho.
I. SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL
1. Saulo
se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor” (1Tm.1:13)
“...dantes, fui
blasfemo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque o fiz
ignorantemente, na incredulidade” (1Tm.1:13).
Neste
texto Paulo usa três palavras para descrever a si mesmo no período que ele
perseguia os cristãos:
ü A primeira palavra: blasfemo.
Ele falava mal dos cristãos e de seu Senhor, Jesus Cristo.
ü A segunda palavra: perseguidor.
Efe prendeu os cristãos, açoitou-os, forçou-os a blasfemar e deu voto para
matá-los ao perceber que a religião do Caminho era uma ameaça ao judaísmo.
ü A terceira palavra: insolente.
Para levar a cabo seu plano opressor, ele sentia um prazer mórbido em afligir
de forma violenta os cristãos.
Como
blasfemo, afligiu os cristãos apenas
com palavras insultuosas. Como perseguidor,
infligiu sofrimento físico. Como insolente,
atacou os cristãos com crueldade e abuso. Ele “respirava ameaças e morte”
contra os discípulos de Jesus (At.9:1); não via nenhum problema em prender e
arrastar presos para Jerusalém todos os que professavam o nome do Nazareno
(At.9:2). Ele acreditava piamente que, com esse comportamento, estava agradando
a Deus. Apoiado pela casta sacerdotal que odiava o nome de Jesus, Saulo usava
dos meios legais para atacar os cristãos. Por causa de sua truculência, os
seguidores de Jesus tiveram que fugir para outras cidades. Contudo, para com
esse homem bárbaro a graça de Deus superabundou; ele foi plenamente alcançado pela
misericórdia de nosso Senhor Jesus.
2. As
ameaças de Saulo de Tarso
“E Saulo, respirando
ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo
sacerdote” (Atos 9:1).
Antes
de sua conversão a Cristo, tudo o que Paulo pensava, falava e fazia era
dominado pelo seu desejo de aniquilar os seguidores de Jesus Cristo. Munido de
cartas do sumo sacerdotes da época, rumou para Damasco, respirando ameaças e
morte, com o objetivo de prender homens e mulheres seguidores de Cristo,
levando-os manietados a Jerusalém. Damasco era residência de muitos judeus; a
cidade era um centro comercial para onde convergiam caravanas de todas as
direções do mundo antigo e onde a fé cristã começou a florescer. Paulo percebeu
que, de Damasco, o evangelho de Cristo se espalharia por todo o mundo.
O
sumo sacerdote era o cabeça do Sinédrio, o qual, como corpo judiciário, possuía
jurisdição sobre os judeus residentes em Jerusalém, na Palestina e na
dispersão. Assim, tinha o poder de expedir mandados para as sinagogas de
Damasco, a fim de prender os cristãos judeus que ali residiam. Como a Igreja de
Jerusalém foi duramente perseguida (Atos 8:3), muitos cristãos fugiram, mas não
deixaram de pregar o evangelho (Atos 8:4). Alguns deles, escapando da
implacável perseguição, foram para Damasco, onde havia muitas sinagogas. Paulo
sabendo disto, e munido de cartas de autorização do sumo sacerdote, ou seja, de
ordens de extradição, ainda respirando ameaças e morte contra os discípulos do
Senhor dispõe-se a ir a Damasco para manietar, prender e arrastar presos para
Jerusalém aqueles que confessavam o nome de Cristo (Atos 9:1,2).
Paulo
perseguia os discípulos de Cristo do mesmo modo que uma fera selvagem caça a
sua presa. Na linguagem dos crentes de Damasco, Paulo era um exterminador (Atos
9:21). Em suas próprias palavras, ele estava demasiadamente enfurecido. Era um
monstro malfeitor, um carrasco impiedoso, um perseguidor truculento, um
tormento na vida dos cristãos no princípio da Igreja.
3. Por que
Saulo perseguia os cristãos?
Diante
do Sinédrio, Paulo disse: “Persegui este Caminho até à morte, prendendo e
metendo em prisões, tanto homens como mulheres” (Atos 22:4). Ao ouvir a
pregação de Paulo, logo depois de sua conversão, o povo de Damasco reafirmou
como Paulo perseguiu implacavelmente os crentes: “...Não é este o que em
Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os
levar presos aos principais dos sacerdotes?” (Atos 9:21).
Por
que, então, Saulo perseguia ferozmente os cristãos? Por causa de seu zelo
destrutivo pela Lei mosaica (a Torah) e o suposto fato religioso de que Jesus
era um impostor, um “blasfemo”. Logo, não aceitava que um nazareno, crucificado
como um criminoso, pudesse ser o Messias prometido por Deus. Não aceitava que
os cristãos anunciassem a ressurreição daquele que havia sido pendurado numa
cruz. Não aceitava que uma pessoa pregada na cruz, considerada maldita
(Dt.21:23), pudesse ser o Salvador do mundo. Por isso, para Saulo, nosso Senhor
não passava de um blasfemo. Mais tarde, por ocasião de sua conversão, ele
descobriu que Cristo assumiu a maldição da Lei e, por isso, nos livrou dessa
maldição (Gl.3:13). O zelo sem entendimento pode levar um homem a fazer
loucuras.
Na
verdade, o ódio de Paulo não era propriamente contra os cristãos, mas contra
Cristo, pois ao perseguir a Igreja, ele estava perseguindo o próprio Cristo. Por
isso, ao aparecer a ele no caminho para Damasco, Jesus pergunta: “Saulo, Saulo,
por que me persegues? “ (Atos 9:4). Ele, então, retruca: “Quem és tu, Senhor?”
E obtém a resposta: “E sou Jesus, o Nazareno a quem tu persegues” (Atos 9:5). Paulo
testemunhou ao rei Agripa sobre isso: “na verdade, a mim me parecia que muitas
cousas deviam eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno” (Atos 26:9). Seu
coração estava cheio de ódio e sua mente estava envenenada por preconceitos.
II. A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO
1. Contra
os seguidores de Jesus
Paulo
atacou furiosamente os cristãos. Ananias, morador de Damasco, disse ao Senhor
acerca dele: “...Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos
males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização
dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome” (Atos
9:13,14).
Paulo
era uma fera selvagem, uma ameaça concreta para todos aqueles que confessavam o
nome de Jesus. Não poupava homens nem mulheres. Perseguiu os seguidores de
Cristo até à morte (Atos 22:4). Estava determinado a praticar muitas coisas
contra o nome de Jesus, o Nazareno (Atos 26:9). Ele estava determinado a banir
da terra o cristianismo. O fanatismo religioso sem fundamento, ilógico, fora da
baliza bíblica, baseado apenas nos dogmas humanos, faz com que o fanático
cometa loucuras.
A
Bíblia faz descrições dos variados métodos usados por Paulo para perseguir os
seguidores de Cristo (adaptado do livro Paulo, de Hernandes Dias Lopes). Cito
apenas três métodos:
a) Paulo perseguia os
seguidores de Cristo usando o recurso da Lei. Paulo usava sua influência e seu
trânsito no sinédrio para munir-se de cartas de autorização dos principais
sacerdotes a fim de encerrar em prisões e matar os cristãos (Atos 26:10). Sua
perseguição tinha um ar de legalidade e oficialidade. Ele representava o braço
repressor da Lei religiosa. Ele lançava mão de artifícios legais para impor aos
discípulos de Cristo as mais duras sanções. É importante ressaltar que nem tudo
o que é legal é moral. Nem tudo que é lícito é conveniente. Nem tudo o que a
lei permite deve ser feito. Há muitos facínoras que se escondem atrás da lei
para matar e oprimir os inocentes. Há muitos espertalhões que,
despudoradamente, beneficiam-se das filigranas da lei para se abastecerem e
oprimirem o pobre e indefesos. Há aqueles que fazem as leis, torcem-nas e as
manipulam para alcançar seus propósitos escusos e inconfessos.
b) Paulo perseguia os
seguidores de Cristo em seus redutos religiosos. Paulo perseguia e
castigava os cristãos por todas as sinagogas em Jerusalém, bem como por cidades
estranhas (Atos 26:1). Sua área de jurisdição transcendia os limites da Palestina.
Suas cruzadas furiosas avançavam além dos limites de Israel e chegavam até
Damasco, na Síria (Atos 9:1,2). As sinagogas eram os locais principais de
reunião, onde os judeus se congregavam para estudar a Lei e orar. Ali também os
cristãos se reuniam para adorar Cristo e cultuá-lo. Porém, o lugar de comunhão
transformou-se num palco de opressão. O abrigo da sinagoga tornou-se um
corredor de perseguição. Paulo não respeitava os recintos sagrados. Ele pensava
com isso estar prestando um serviço a Deus. Ledo engano! Muitos fanáticos
religiosos desta estirpe continuam existindo no mundo de hoje, aos montões.
c) Paulo empregava a
tortura psicológica.
A perseguição impetrada por Paulo não consistia apenas em sanções legais contra
os novos convertidos. Ele os castigava não apenas fisicamente, mas também
psicologicamente. Ele mesmo testemunha isso: “muitas vezes, os castiguei por
todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar...” (Atos 26:11). Ele era
blasfemo (1Tm.1:13) e forçava os neófitos a blasfemarem. Alguns crentes, novos
na fé, com medo da morte, recuavam e blasfemavam. Outros, porém, suportavam os
açoites, as prisões e a morte, permanecendo fiéis (Atos 26:10). A tortura
psicológica é pior do que o castigo físico. Os campos de concentração nazistas
usaram esse artificio maligno e levaram muitas pessoas à loucura. Ainda hoje, a
tortura é um dos instrumentos mais aviltantes e ignominiosos, usados para
arrancar confissões e declarações que incriminam as vítimas ou aqueles que se
quer condenar.
2. Saulo
de Tarso e Estevão
Estêvão
é considerado o primeiro mártir do cristianismo, e Paulo teve uma participação
crucial em sua morte. Ele teve plena culpa, pois era uma autoridade do Sinédrio
e tinha o poder de impedir aquele massacre. Está escrito que quando Estêvão foi
apedrejado em Jerusalém, e se derramava o seu sangue, Paulo consentia em sua
morte, e fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a Igreja que estava
em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria,
exceto os apóstolos (Atos 8:1). Está escrito que Paulo guardava as vestes
daqueles que apedrejavam Estêvão (Atos 22:20).
Mas,
a perseguição e a morte de Estêvão foram como o vento que atiçou o fogo do
Espírito; em vez de desanimar a Igreja, animou-a, promoveu-a. O martírio de
Estêvão provocou a perseguição; a perseguição desembocou na dispersão (Atos
8:4); e a dispersão redundou na evangelização – “Mas os que andavam dispersos
iam por toda parte anunciando a Palavra” (Atos 8:4).
Do
ponto de vista humano, aquele foi um dia tenebroso para os crentes, mas do
ponto de vista de Deus foi o começo de uma grande revolução espiritual, quando
a Igreja alargou suas fronteiras em direção aos confins da terra. Com a morte
de Estêvão um vento forte de perseguição soprou sobre a Igreja. Mas a perseguição
é como o vento em relação à semente, apenas a espalha.
3. Uma
intolerância religiosa e política contra a Igreja atual
Desde o seu
nascedouro, a Igreja foi e está sendo perseguida. Satanás nunca a deixou
quieta. Assim que uma pessoa aceita a Cristo e passa a pertencer à Igreja,
começa a ter em seu encalço o adversário, que não descansa enquanto não
conseguir tirar essa pessoa da Luz, trazendo-a de volta para as trevas. É uma
luta incansável do adversário e, por isso, o Senhor nos manda ter bom ânimo,
pois não podemos nos cansar. Enquanto a Igreja estiver aqui na Terra, passará
por perseguições. O apóstolo Paulo ressaltou isso quando escreveu ao jovem
Timóteo: “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições” (2Tm.3:12).
Estêvão,
um dos primeiros mártires da Era Cristã, sentiu na pele o peso da perseguição
(Atos 7:52), mas não apenas ele, a Igreja primitiva pagou um alto preço por
seguir a Jesus (Hb.11:38; 1João 3:12); basta ler as histórias dos mártires do
Coliseu para constatar. Paulo é um caso especial de alguém que perseguiu e
depois passou a ser perseguido (At.9:1-9; Fp.3:6; 1Co.15.32; 2Co.11.23). No
Apocalipse, a igreja de Esmirna, tipifica a Igreja perseguida e vitoriosa
(Ap.2:9,13).
As
perseguições contra a Igreja nunca cessaram; Satanás sempre “bateu” de frente
com a Igreja, mas perdeu todas. O Senhor Jesus havia dito que “...as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”(Mt.16:18). A opressão sofrida pela Igreja,
ao longo do tempo, se deu de várias maneiras: por meios religiosos, teológicos,
em cumprimento a determinações legais, políticos e/ou culturais.
Em
muitos lugares esses elementos foram e são aplicados de modo integrado a fim de
que os perseguidos não encontrem escapatória. Na Idade Média, vários foram os
instrumentos destrutivos que os Papas usavam para intimidar os crentes fiéis, e
uma delas, foi a satânica “santa inquisição”. Muitos cristãos foram queimados
vivos nas fogueiras do ódio, mas Satanás fracassou outra vez. Os cristãos
perseguidos por toda Europa, começaram a migrar para a América. Acabaram
construindo nela a maior potência da Terra e, através dela, o Evangelho foi
sendo alcançado por todo o mundo, tendo inclusive chegado ao Brasil. Deu tudo
errado para Satanás. A Igreja tendo o Senhor Jesus como seu Comandante, venceu,
e seguiu triunfante.
Como
bem diz o pr. Elienai Cabral, “a igreja atual continua a despertar fúrias de
certas autoridades políticas e religiosas que não aceitam a mensagem de
liberdade e vida que o Evangelho proporciona. Nossos irmãos, que servem a Deus
em países políticos e religiosamente fechados para o Evangelho, continuam a
pagar, com a própria vida, a fidelidade à mensagem de Cristo”.
Além
da perseguição tradicional aos cristãos, há a perseguição mais sofisticada, que
se dá no campo cultural. Por exemplo, quando tentam reduzir a vivência da fé à
vida privada dos cristãos, trata-se de uma perseguição cultural e ideológica. A
perseguição cultural, também, manifesta-se por meio da literatura anticristã e
através da indústria de entretenimento. Escritores e intelectuais seculares, a
serviço do inferno, têm feito de tudo para profanar e perverter o evangelho de
Cristo. Certo autor, de renome internacional, publicou alguns anos atrás um
livro que relata uma falsa história sobre a vida sentimental de
Jesus. Além da literatura, outras manifestações culturais têm sido usadas
para desqualificar e desacreditar o Cristianismo. Peças teatrais, filmes como
"a última tentação de Cristo", músicas, pinturas, e outras formas de
expressão artística têm sido manipuladas pelo Diabo para afastar as pessoas do
evangelho de Cristo.
Hoje,
a perseguição é camuflada; Satanás, sutilmente, está usando pessoas de dentro
da Igreja (falsos mestres e falsos pastores) para persegui-la, com disseminação
de falsas teologias, falsas doutrinas, falsos ensinos. Peçamos a Deus o dom de
discernimento, ele é indispensável nestes últimos dias da Igreja.
“A igreja permanece
fiel ao seu caráter ao preservar sua distinguibilidade. Ela não faz nenhum
favor à sociedade adaptando-se à cultura popular prevalecente, porque falha em
sua tarefa justamente no ponto em que deixa de ser ela mesma. Quando a Igreja
adota uma ética moral formada pela cultura popular prevalecente, está negando
sua natureza. A igreja deve ser ela mesma pelo bem da humanidade. É o papel da
Igreja servir e transformar a sociedade e suas instituições. Para realizar esta
tarefa, a igreja deve ser a Igreja e não se assimilar com a cultura popular
prevalecente” (JOHNS, C.B.;WHITE, V.W. A ética de ser: caráter, comunidade,
práxis. In: PALMER, M.D. (ed.).
III. QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA
1. Como
era a perseguição contra os primeiros discípulos?
A
perseguição era violenta, selvagem, em excesso, sem medidas e contínua. A
perseguição aos primeiros cristãos em Israel foi deflagrada pelos expoentes do
judaísmo, dentre eles se destacava Saulo de Tarso. Este usou todas as suas
forças e toda a sua influência nessa causa ensandecida. Como uma fera selvagem,
que salta sobre a presa para devorá-la, esse fariseu fanático se lançou contra
a Igreja de Deus, exterminando os discípulos de Jesus.
Paulo
se revelou como antagonista implacável do evangelho porque ele se achava um
judeu exemplar, um fariseu zeloso da Lei mosaica; ele entendia que praticar
essas barbáries era defender a fé judaica, livrando os judeus dos “hereges”.
Ele mesmo declarou aos destinatários da Epístola aos Gálatas, o seu passado de
cruel perseguidor da Igreja: “Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora
no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava”
(Gl.1:13). Ele assim se expressou aos irmãos filipenses: “circuncidado ao
oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus;
segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja” (Fp.3:5,6).
“As perseguições desmedidas brotam do zelo desmedido pelas tradições paternas”.
Paulo
disse que era o menor dos apóstolos, que não era mesmo digno de ser chamado
apóstolo, pois perseguiu a Igreja de Deus (1Co.15:9). Ele devastou a Igreja (Gl.1:13),
assolou a Igreja (Atos 8:3) e exterminou em Jerusalém aqueles que invocavam o
nome de Jesus (Atos 9:21). Ele prendia os cristãos, mandava açoitá-los e não
havia escrúpulos nem mesmo com as mulheres e crianças (Atos 9:21; 22:5). Ele
não respeitava domicílio doméstico, pois entrava nas casas e arrastava homens e
mulheres para lançá-los na prisão (Atos 8:3). Não poupava nem os lugares
sagrados, pois entrava nas sinagogas para castigar os crentes, forçando-os a
blasfemar.
Depois
de lançar muitos dos santos nas prisões, contra eles dava o seu voto, quando os
matavam (Atos 26:9-11). Paulo perseguiu os cristãos (Atos 26:11), a religião
dos cristãos (Atos 22:4) e o Deus dos cristãos (Atos 26:9). O próprio Jesus
havia alertado os discípulos que eles seriam perseguidos: “Expulsar-vos-ão das
sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um
serviço a Deus” (João 16:2).
2.
Perseguição, tortura e método
Como já disse no item
1 do tópico II, Paulo castigava os cristãos não apenas fisicamente, mas também
psicologicamente. Ele mesmo testemunha isso: “muitas vezes, os castiguei por
todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar...” (Atos 26:11). Ele era
blasfemo (1Tm.1:13) e forçava os cristãos a blasfemarem. Alguns crentes, novos
na fé, com medo da morte, recuavam e blasfemavam; outros, porém, suportavam os
açoites, as prisões e a morte, permanecendo fiéis (Atos 26:10). A tortura
psicológica é pior do que o castigo físico. Os campos de concentração nazistas
usaram esse artificio maldito e levaram muitas pessoas à loucura. Ainda hoje, a
tortura é um dos instrumentos mais aviltantes e ignominiosos, usados para
arrancar confissões e declarações que incriminam as vítimas ou aqueles que se
quer condenar.
3.
Perseguição aos pentecostais
A
perseguição aos cristãos é um fenômeno que ocorreu em toda a história do
Cristianismo, desde o seu nascimento, sob o judaísmo, passando pelos primeiros
séculos, sob o Império Romano, e chegando até os nossos dias em que a
perseguição é efetivada de forma cruel nos países mulçumanos e nos países de
sistema de governo comunista. Atualmente, no mundo inteiro, principalmente nos
países mulçumanos, na Índia, nos países sob capitalismo de Estado – como a
China, a Coreia do Norte, Laos, Cuba, dentre outras – a perseguição aos
cristãos, de várias denominações, está sendo brutalmente acontecida. Os órgãos
que se dizem proteger os direitos humanos, fazem vistas grossas quando o
assunto é perseguição aos cristãos, principalmente se os perseguidores forem os
mulçumanos e o governo da China. Nos países muçulmanos, a lei islâmica proíbe a
conversão de um muçulmano ao cristianismo. Os casos de maus tratos são bastante
numerosos, pois, nesses países, pela lei, um muçulmano que se converte ao
Cristianismo é passível de pena de morte, e, quando isto não acontece, há
aprisionamentos, torturas e pesadas multas. A agressão não é somente física,
também, principalmente, psicológica.
Muitos
são os relatos das grandes dificuldades que nossos irmãos passam em países
inimigos de Cristo por causa de sua fé. “Há países que, devido seus maiores
envolvimentos com a economia global, não executam a matança em massas de
cristãos, mas coloca a vida deles sob rígida vigilância. Entretanto, o que o
regime considera ilegal, trata os cristãos supostamente fora da lei com prisão
e brutalidade. Há outros regimes que nem aparência de civilidade há. Por isso,
oremos pela igreja perseguida!”.
Aqui
no Brasil, atualmente, temos uma aparente liberdade de culto e religião,
amparado na Constituição. Mas, como bem diz o pr. Elienai Cabral, “no início do
Movimento Pentecostal no Brasil, nossos pioneiros sofreram toda sorte de
perseguição e violência. Muitos deles sofreram agressões físicas e
psicológicas. Tudo isso porque pregavam uma doutrina que a religião
oficial não aceitava. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar Vingren, os primeiros
pastores dos primórdios das Assembleias de Deus no Brasil? E tantos outros
irmãos perseguidos nesses rincões brasileiros?”. Dentre os evangélicos, somos
maioria no Brasil, mas ao olhar para o passado, devemos enxergar o presente e
conscientizar-se de que a obra pentecostal custou um alto preço.
CONCLUSÃO
Desde o seu princípio,
a Igreja é perseguida. Se ela não fosse uma instituição divina, edificada pelo
próprio Cristo, ela não existiria mais. E enquanto ela estiver aqui na Terra,
passará por perseguições; afinal, como bem ressaltou o apóstolo Paulo
escrevendo ao jovem Timóteo, “todos os que piamente querem viver em Cristo
Jesus padecerão perseguições” (2Tm.3:12). Mas não devemos temê-las, cientes de
que as venceremos pela fé em Cristo (1João 5:4). Temos, também, a certeza
dAquele que está conosco, de que as portas do inferno não resistirão a força de
Sua Igreja (Mt.16:18).
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos -A ação do Espírito Santo na vida da
Igreja.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Paulo, o maior líder do Cristianismo.
Pr. Ciro Sanches Zibordi. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas – a Carta da liberdade cristã.
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