4° Trimestre/2022
Texto Base: Ezequiel 48:30-35
”Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da
minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as
águas cobrem o mar” (Is.11:9).
Ezequiel 48:
30.E estas são as saídas da cidade, desde a banda do Norte: quatro mil e
quinhentas medidas.
31.E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel:
três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a
porta de Levi, outra;
32.da banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a
saber: a porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra;
33.da banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a
porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra;
34.da banda do ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três
portas: a porta de Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali,
outra.
35.Dezoito mil medidas em redor; e o nome da cidade desde aquele dia
será: O SENHOR Está Ali.
INTRODUÇÃO
Nesta última Aula do 4º trimestre de 2022 estudaremos sobre os aspectos
da cidade de Jerusalém do Milênio. O livro de Ezequiel começa com a visão da
glória de Deus e conclui com a descrição da glória de Deus na Jerusalém
glorificada, que terá um novo nome, segundo a profecia de Ezequiel (Ez.48:35):
“O SENHOR Está Ali”. O profeta viu em visão a glória de Deus partindo e
retornando depois da restauração de Israel, e finaliza o livro com o próprio
Deus no meio do seu povo. A maior bênção para nós, como povo de Deus, é termos
Deus em nosso meio; essa é a essência da alegria e da felicidade. Como
resultado da presença eterna de Deus, nunca mais o crente sofrerá tristeza,
desprazer e aflições (Ap.21:4). Esta é a nossa suprema visão e esperança
enquanto aguardamos o Dia da vinda dos nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
I. SOBRE A CIDADE
“Há certa similaridade entre a visão de Ezequiel e a do apóstolo João no livro
de Apocalipse, na linguagem e no conteúdo. Mas é importante que os crentes
saibam distinguir a diferença entre a Jerusalém do Milênio da Nova Jerusalém do
mundo vindouro” (LBM-CPAD).
1. ”E estas são as
saídas da cidade” (Ez.48:30)
“E estas são as saídas
da cidade, desde a banda do Norte: quatro mil e quinhentas medidas”. .
Embora o nome da cidade não seja mencionado, o contexto deixa claro que
é Jerusalém. O termo “saída da cidade” diz respeito aos “limites”, as
“extremidades” da cidade de Jerusalém; numa linguagem usual atual pode-se
dizer: as fronteiras da cidade. Desta feita, numa linguagem moderna diríamos:
“E estas são as fronteiras da cidade...”.
Estive pensando o que nós, alunos da EBD, podemos aprender com este
item. Aprendi aqui que Deus, embora seja o dono de todas as coisas, Ele
respeita os limites. Na visão que deu a Ezequiel, Ele mostrou ao profeta as
extremidades, as fronteiras, os limites da cidade de Jerusalém. Muitas pessoas
têm uma percepção negativa dos limites; elas acreditam que são restritivos e
que não deveriam existir. Na realidade, os limites nos ajudam a manter
relacionamentos saudáveis e contribuem para o nosso bem-estar. Sem limites, é
difícil para os relacionamentos florescerem e serem satisfatórios, então eles
frequentemente dão lugar à decepção, ressentimento e frustração. Ser capaz de
estabelecer diferentes tipos de limites é essencial para proteger nosso espaço
pessoal e construir nossa identidade, o que protegerá nossa saúde mental e
relacional a longo prazo.
2. Formato da
cidade (Ez.48:31)
“E as portas da cidade serão conforme os nomes das
tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de
Judá, outra, a porta de Levi, outra”.
Conforme Ezequiel 48:16, a cidade da nova Jerusalém será quadrada: “e
terá estas medidas: o lado norte, dois mil e duzentos e cinquenta metros, o
lado sul, com dois mil e duzentos e cinquenta metros, o lado leste, dois mil e
duzentos e cinquenta metros e o lado oeste, dois mil e duzentos e cinquenta
metros” (NVI). Conforme afirma o pr. Esequias Soares, “a cidade de Jerusalém nunca
teve a sua área territorial quadrada e nem a sua arquitetura, em nenhum período
histórico. O que o profeta está revelando é algo novo até então, é uma figura
da Jerusalém do mundo vindouro”.
A visão de Ezequiel da Cidade Santa é um vislumbre da visão que João
teve da cidade “quadrangular” (Ap.21:9-16), com três portas em cada um dos
quatro lados. Conquanto a Nova Jerusalém de Ezequiel tenha uma grande semelhança
com a Nova Jerusalém revelada ao apóstolo João (Ap.21:10-27), não devemos
confundir as duas cidades. A nova Jerusalém revelada ao apóstolo João, que
também era quadrada (Ap.21:13), é de outra dimensão, da dimensão celestial;
portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode ser
compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos
homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos
está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação (ler
1Co 2:9). A Nova Jerusalém celestial:
a) É um lugar santo por excelência
(Ap.21:11). Nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o
próprio Deus.
b) Tem doze portas, com os nomes
das doze tribos de Israel, e o muro da cidade, doze fundamentos, com os nomes
dos doze apóstolos do Cordeiro. Isto, naturalmente, é uma linguagem
figurada para nos mostrar que o fundamento, a razão de ser da convivência
eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali está, foi a Igreja
que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos Apóstolos.
c) Tem uma riqueza incomparável. A Cidade é
descrita como contendo pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados
de pedras preciosas, as ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou
seja, os valores materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em
nossa vida secular, nada representam na vida celestial.
d) Não necessita de Sol nem de Luz. Ela não
necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina e,
mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap.21:23).
e) Apresenta o rio puro da água
da vida, claro como cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro e, no
meio da praça, a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de
mês em mês, cujas folhas são para a saúde das nações (Ap.22:1,2). Esta
linguagem, que é figurada, fala-nos da eternidade de que desfrutarão os
habitantes dessa santa Cidade. No Éden, o homem possuía uma eternidade
condicional, embora, enquanto obedecesse ao Senhor, jamais morreria. Na
Jerusalém celestial, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a vida
eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que creem em Jesus Cristo
(João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).
f) Haverá nela grande
alegria, pureza e santidade (Ap.21:2,11). Lá só
haverá alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida.
Imaginemos qual será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto do divino Cordeiro
(Ap.22:4).
g) Nela, para sempre
serviremos ao Senhor (Ap.22:3). Alguns pensam que no Céu, na
eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que
Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is.64:4). Aqueles que
tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: "os
seus servos o servirão". Estejamos, pois, preparados para o
glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois "assim estaremos sempre com
o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1Ts.4:17,18).
Portanto, a descrição da Nova Jerusalém revelada ao
apóstolo João é sublime e nos enche de gozo e de ânimo para enfrentar os
desafios desta vida. É por isso que o apóstolo Paulo nos conclama a jamais
desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as provas e as lutas, pois
“… as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória
que em nós há de ser revelada” (Rm.8:18).
3. As doze portas (Ez.48:31-34)
“31.E as portas da
cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte:
a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra; 32.da
banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a saber: a
porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra; 33.da
banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a porta de Simeão,
uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra; 34.da banda do
ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de
Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali, outra”.
A palavra profética anuncia que no Milênio, a
Nova Jerusalém terá 12 portas, três de cada lado, uma para cada tribo de
Israel. Os nomes nas doze portas da Jerusalém milenial bem como na Formosa
Jerusalém (Ap.21:12) tem por propósito a memória dos filhos de Israel. Alguns
acham intrigante o projeto da visão de Ezequiel - o formato quadrado, o templo
no centro e as doze portas -, visto não haver paralelo no Antigo Testamento
antes de Ezequiel. Só para lembrar, a Jerusalém do período de Ezequiel e Jeremias
possuía pelo menos sete portas segundo o livro de Jeremias: Porta do Povo
(Jr.17:19); Porta do Sol (Jr.19:2); Porta de Benjamim (Jr.20:2; 37:13; 38:7);
Porta da Esquina (Jr.31:38); Porta dos Cavalos
(Jr.31:40); Porta do Meio (Jr.39:3); e Porta entre os Muros (Jr.52:7). Porém,
na época de Neemias, as 12 portas eram perfeitamente identificáveis, com seus
primitivos nomes:
a)
Porta do Gado (Ne.3:1).
b)
Porta do Peixe (Porta de Damasco – Ne.3:3).
c)
Porta Velha (Porta de Jafa-Ne.3:6).
d)
Porta do Vale (Ne.2:14).
e)
Porta do Monturo (Ne.3:13).
f)
Porta da Fonte (Ne.3:15).
g)
Porta do Cárcere (Ne.3:25).
h)
Porta das Águas (Ne.3:26).
i)
Porta dos Cavalos (Ne.3:28).
j)
Porta Oriental (Ne.3:29).
k)
Porta de Mifcade (da Atribuição – Ne.3:31).
l)
Porta de Efraim (Ne.8:16).
Como se vê, apesar de quase desconhecidos pela
maioria daqueles que possuem um exemplar da Bíblia, o livro de Deus registra
esses nomes focalizados; nomes esquecidos, mas nomes históricos, reais,
simbólicos, ricos em tradição.
4. Origem do
formato e das portas
Sem dúvida, a origem do formato da cidade e
das portas da Nova Jerusalém que há de vir, vem de Deus, jamais virá de algum modelo
de alguma arquitetura pagã. Mesmo que Ezequiel, provavelmente, conhecesse a
estrutura da torre do templo de Marduque, deus dos babilônios, cujo recinto era
quadrado, e cujo acesso era por doze portas, jamais o profeta do Senhor
vaticinaria um projeto de Deus baseado numa visão humana e pagã. Portanto, Deus
é a fonte da revelação, da inspiração da visão e da mensagem de Ezequiel. Os oráculos entregues
ao profeta, seja por imagem ou som, ou seja, visão ou palavra, vieram de Deus
(Ez.1:3; 3:14; 8:1-3), o Arquiteto e
construtor (Hb.11:10) da Nova Jerusalém.
II. SOBRE O NOME DAS DOZE TRIBOS
1. As doze tribos
de Israel
As doze tribos de Israel têm os nomes dos doze
filhos de Jacó descritos pela ordem de nascimento: Rúben, Simeão, Levi,
Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Os dois
filhos de José, Manassés e Efraim, também se tornaram tribos de Israel. A
tribo de Levi não recebeu herança como as outras. Ezequiel escreveu as doze tribos
no sentido horário utilizando os quatro pontos cardeais, começando pelo
Norte da cidade - Norte: Rúben, Judá e Levi (Ez.48:31); Leste, ou oriente:
José, Benjamim e Dã (Ez.48:32); Sul: Simeão, Issacar e Zebulom (Ez.48:33); Oeste,
ou ocidente: Gade, Aser e Naftali (Ez.48:34).
Depois de um encontro com Deus, Jacó teve seu
nome mudado para Israel. Assim como seus descendentes ficaram conhecidos como o
povo de Israel. Os descendentes de cada um de seus filhos se tornaram tribos
com seus nomes. Quando conquistaram a região, cada tribo recebeu uma porção da
terra de Israel.
Ao que parece, no período milenial, segundo
Ezequiel 48:1-7, o território de Israel será divido em faixas horizontais,
desde o Mediterrâneo até a fronteira ocidental do território. A faixa no
extremo Norte será para a tribo de Dã (Ez.48:1). Logo abaixo, virão os
territórios de Aser (Ez.48:2), Naftali (Ez.48:3), Manassés (Ez.48:4), Efraim
(Ez.48:5), Rúben (Ez.48:6) e Judá (Ez.48:7).
Ao sul de Judá, ficará a porção já separada
para o Príncipe, que incluirá o santuário e a cidade de Jerusalém. Essa região
sagrada será um quadrado amplo, fronteiriço ao norte do Mar Morto. Será
dividida em três faixas horizontais: a superior será reservada para os sacerdotes
e, no meio, para o Templo milenar; a central será para os levitas; e a inferior
para o povo comum e, no meio, para Jerusalém. O território restante a Leste e Oeste
do quadrado pertencerá ao Príncipe (cf.Eze.48:8-22). Segundo Ezequiel 48:23-27,
ao sul da região sagrada ficarão as porções de Benjamim (Ez.48:23), Simeão
(Ez.48:24), Issacar (Ez.48:25), Zebulom (Ez.48:26) e Gade (Ez.48:27).
A divisão do território de Israel mostra que
no Reino de Deus existe lugar para todos aqueles que creem e obedecem ao único
e verdadeiro Deus (João 14:1-6). Deus ama tanto suas criaturas que sempre
planejou tê-las perto de si. Está sempre procurando e perguntando: “Onde
estás?”, chamando ao arrependimento e à fé.
2. Critério da
ordem dos nomes
A Bíblia não mostra um critério padrão da
ordem dos nomes. Há cerca de 20 listas dos filhos de Jacó e das respectivas
tribos de Israel no Antigo Testamento, mas não existe nenhum padrão. Por
exemplo, a lista com os quatro primeiros nomes, Rubens, Simeão, Levi e Judá,
segue a ordem de nascimento (Gn.35:22-27; 46:8-27; 49:3-27; Ex.1:1-16). Outras
listas divergem a partir do quinto nome (Nm.1:5-17; 13:4-16). O nome de Levi
não aparece nas listas de Números. Os nomes de José, Manassés e Efraim, às
vezes, aparecem juntos; outras vezes, José não aparece, mas é apresentado pelos
seus dois filhos, como também Efraim separado de José e Benjamim. Veja a
divergente ordem dos nomes apresentadas nas tabelas a seguir (extraído do livro
“A Justiça de Divina”, de Esequias Soares):
Gênesis 35:22-27 |
Gênesis 46:8-27 |
Gênesis 49 |
1º Rúben |
1º Rúben |
1º Rúben |
2º Simeão |
2º Simeão |
2º Simeão |
3º Levi |
3º Levi |
3º Levi |
4º Judá |
4º Judá |
4º Judá |
5º Issacar |
5º Issacar |
5º Zebulom |
6º Zebulom |
6º Zebulom |
6º Issacar |
7º José |
7º Gade |
7º Dã |
8º Benjamim |
8º Aser |
8º Gade |
9º Dã |
9º José |
9º Aser |
10º Naftali |
10º Benjamim |
10º Naftali |
11º Gade |
11º Dã |
11º José |
12º Aser |
12º Naftali |
12º
Benjamim |
Êxodo 1:1-6 |
Números 1:5-17 |
Números 13:4-16 |
1º Rúben |
1º Rúben |
1º Rúben |
2º Simeão |
2º Simeão |
2º Simeão |
3º Levi |
3º Judá |
3º Judá |
4º Judá |
4º Issacar |
4º Issacar |
5º Issacar |
5º Zebulom |
5º Efrain |
6º Zebulom |
6º Efrain |
6º Benjamim |
7º Benjamim |
7º José/Manassés |
7º Zebulom |
8º Dã |
8º Benjamim |
8º José/Manassés |
9º Naftali |
9º Dã |
9º Dã |
10º Gade |
10º Aser |
10º Aser |
11º Aser |
11º Gade |
11º Naftali |
12º José |
12º Naftali |
12º Gade |
Nas duas últimas listas – Números 1:5-17 e
Números 13:4-16 -, veja o nome de José junto a um dos seus filhos. Os levitas
não estão na lista de Números 1:5-17, pois se trata de um alistamento para a
guerra, nem na lista de Números 13:4-16, que fala dos líderes representando
cada tribo de Israel quando foram enviados como espias na terra de Canaã.
A única lista dessas tribos do Novo Testamento
está no livro de Apocalipse (Ap.7:4-8). É notória nesta listagem das doze
tribos de Israel a ausência de dois nomes: Efrain e Dã. Efrain está
representado em José, permanecendo Manassés. Isto é perfeitamente compreensível.
Para esse trio – José, Manasses e Efrain -, às vezes, no Antigo Testamento
aparecem esses arranjos. Compare as listagens de Números 1:5-17 com 13:4-16. A
ausência de Dã é justificada desde o segundo século por Irineu de Lião,
falecido em 202 d.C., quando menciona uma interpretação rabínica, anterior ao
aparecimento de Cristo, declarando que o anticristo seria procedente da tribo
de Dã. Isso é dito com base em Gênesis 49:16,17, onde se diz que Dã julgará
Israel, mas, como serpente, trairá o povo; outros sugerem que Dã é omitido por
causa da tradição judaica que espera que o Anticristo venha dessa tribo. Talvez
seja esta a razão de a tribo de Judá encabeçar a listagem em Apocalipse 7:5,
uma vez que esta é a tribo da qual veio o Messias (Gn.49:10; Mt.1:1). Davi
pertence à tribo de Judá (1Cr.2:10-15).
A lista de Ezequiel é completa e se refere aos
territórios dessas tribos no milênio, ao passo que a lista de Apocalipse se refere
a um grupo de 144 mil “de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap.7:4) na
Grande Tribulação, antes do milênio.
Portanto, toda escolha tem seu propósito, nada é
aleatório; os escritores bíblicos sabiam o que estavam fazendo; a questão é que
nós desconhecemos esses critérios.
3. Propósito dos
nomes dos filhos de Jacó
Os filhos de Jacó formaram o povo escolhido de
Deus, prometido a Abraão (Gn.12:1,2). Foram doze filhos homens, cujos
descendentes formaram doze territórios na terra de Canaã, durante a partilha da
terra sob a liderança de Josué (Js.14:1-3). Apesar de José se ter tornado duas
tribos, a tribo de Levi era considerada uma tribo à parte, devido a sua
consagração a Deus (Nm.1:47-49). A tribo de Levi representava todo o povo
diante de Deus e não recebeu herança como as outras tribos. Assim, na Bíblia,
as tribos de Israel são sempre referidas como sendo doze, e tem por
propósito a memória dos filhos de Israel. E este propósito está claro
no éfode sacerdotal: “E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por
pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre
ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor” (Êx.28:12). Nas doze
portas da Jerusalém milenar constam os nomes dos doze filhos de Israel, bem
como na Formosa Jerusalém celestial.
III. O SENHOR ESTÁ ALI
O profeta Ezequiel, no exílio babilônico, teve
uma visão sobre Jerusalém reconstruída e plenamente reconciliada com Deus, e
termina seu livro magnificamente: “E o nome da cidade desde aquele dia
será: O Senhor está ali” (Ez.48:35b). Nada mais significativo poderia ser
dito. Ezequiel que vira a glória de Deus abandonar a cidade (caps. 1 e 11), agora
viu a glória voltar ao novo Templo (Ez.43:1-9). Deus quer a companhia de Seu
povo e promete estar presente. Deus quer relacionamento conosco, tanto quando
almejava pela companhia humana antes do pecado. Essa verdade é tão real que
Jesus, o Emanuel, Deus conosco, veio a este mundo e habitou entre nós.
1. Os nomes da
cidade
Jerusalém é uma cidade sem paralelo na
história. Ela possui vários nomes. O primeiro nome da cidade de Jerusalém é
SALÉM (Sl.76:2), que significa paz (Hb.7:2), desde os dias do patriarca Abraão
(Gn.14:18). Apesar deste nome, ela foi palco de cruentas guerras, de
derramamento de sangue, violência, injustiça social, prostituição, idolatria e
apostasia generalizada, o que levou Deus a castigar seus moradores e reduzi-la
a ruínas e desolações ao longo dos séculos. Ela foi chamada também de Jebus
(Jz.19:10), que esteve sob o domínio do povo jebuseu, e só foi conquistada por
Davi após alguns séculos da conquista de Canaã, ficando assim conhecida por Cidade
de Davi (2Sm.5:6,7). Ela é também designada de Sião e Ariel (Is.2:3;29:1,2). Jerusalém
é o nome mais conhecido e significa “cidade de paz”. Deus preservou os
remanescentes para neles cumprir a sua promessa, fazendo jus ao nome original:
Salém, Paz. Em Apocalipse, a cidade é chamada de ”arraial dos santos, a cidade
amada” (Ap.20:9). Mas, Ezequiel enfatiza que, no Milênio, depois de sua
purificação e restauração espiritual, o nome da cidade será: “o SENHOR está
ali” (Ez.48:35). Neste glorioso período, a glória do Senhor se estenderá por
sobre toda a Terra, e não somente sobre o povo judeu. Assim profetizou Isaías:
“Santo, Santo, Santo é o SENHIR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”
(Is.6:3).
2. O nome divino
No Antigo Testamento, Deus se deu a conhecer por vários nomes inerentes
à sua natureza e à circunstância de sua revelação. Aqui estão alguns, dentre
muitos, dos nomes mais conhecidos de Deus na Bíblia:
EL, ELOAH. Deus "poderoso, forte,
proeminente" (Gn.7:1; Is.9:6) - etimologicamente, El parece significar
"poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gn.31:29).
El é associado com outras qualidades,
tais como integridade (Nm.23:19), zelo (Dt.5:9) e compaixão (Ne.9:31), mas a
raiz original de ‘poder’ continua.
ELOHIM. Deus "Criador, Poderoso e
Forte" (Gn.17:7; Jer.31:33) - a forma plural de Eloah, a qual acomoda a
doutrina da Trindade. Da primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder
de Deus é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gn.1:1).
EL SHADDAI. "Deus Todo-Poderoso",
"O Poderoso de Jacó" (Gn.49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder
supremo de Deus sobre todos.
ADONAI. "Senhor" (Gn.15:2;
Jz.6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais
para ser pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais
utilizado em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais
utilizado quando Ele lida com os gentios.
YHWH / YAHWEH / JEOVÁ. "SENHOR"
(Dt.6:4, Dn.9:14) - a rigor, o único nome próprio para Deus. Traduzido nas
bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para
distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente
dada a Moisés: "Eu SOU quem eu SOU" (Êx.3:14). Este nome especifica
um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto dos que o
invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação (Salmo
31:3).
JEOVÁ-JIRÉ. "O Senhor proverá"
(Gn.22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser
sacrificado no lugar de Isaque.
JEOVÁ-RAFA. "O Senhor que sara"
(Êx.15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No
corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de
iniquidades.
JEOVÁ-NISSI. "O Senhor é minha
bandeira" (Êx.17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião
antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no
deserto (Êxodo 17).
Portanto, o nome revela o poder, a grandeza e a glória do Deus
Todo-Poderoso, além de mostrar os atributos dEle. Outrossim, quando a Bíblia
faz menção do “nome de Deus” está se referindo ao próprio Deus - “haverá um
lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome”
(Dt.12:11).
3. Yahweh Shammah (Ez.48:35)
Depois da descrição completa da terra, do povo
e do templo de Israel, o profeta Ezequiel termina a sua visão profética com uma
declaração solene do nome dado à cidade de Deus (Jerusalém): “JEHOVAH
SHAMMA", que significa “o Senhor está ali”. É o novo nome dado à cidade de
Jerusalém, no Milênio, para dissociar o nome de Jerusalém com os pecados
passados. Este não é um mero nome dado
à cidade de Jerusalém, é, antes, uma realidade palpável, de tal maneira intensa
que "todos lhe chamarão o trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão
a ela e os seus habitantes nunca mais andarão segundo o propósito do seu
coração maligno" (Jr.3:17, 33:16; Zc.2:10).
Séculos mais tarde, o apóstolo João, na ilha
de Patmos, haveria de retomar e expandir a visão com muito maior glória, quando
disse: "Eu vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa para o seu marido, e ouvi uma voz do céu que dizia:
eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles
serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus, que limpará
dos seus olhos toda a lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor, porque...O SENHOR ESTÁ ALI" (Ap.21:2-4).
É bom enfatizar que as bênçãos anunciadas nas
profecias de Ezequiel não se restringem apenas ao povo judeu; elas são
extensivas a toda a Terra. Toda a Terra será o santuário de Deus, e nisso Ele
será reconhecido como Yahweh Shammah, isto é, “o Senhor está ali”. Glórias
sejam dadas ao Senhor!
CONCLUSÃO
O livro de Ezequiel termina com uma visão detalhada do novo Templo, da
nova Cidade e do novo povo, todos demonstrando a santidade de Deus. As pressões
diárias da vida podem nos fazer focar o presente, o aqui e agora, e levar-nos a
esquecer de Deus. É por isso que a adoração é tão importante; tira nossos olhos
de nossas preocupações atuais, a fim de que atentemos para a santidade de Deus
e para seu Reino futuro. A presença de Deus torna tudo glorioso, e a adoração
nos leva à sua presença. No milênio, o Messias será engrandecido como o Filho
de Davi; Ele ocupará o trono de Davi e reinará sobre a casa de Davi a partir da
cidade de Davi - Jerusalém. A sua presença será tão real que não haverá dúvida
em perceber que “O SENHOR ESTÁ ALI”.
Concluímos esta Aula e este trimestre afirmando que mesmo que Deus
demore em cumprir as suas promessas, na nossa visão de tempo, elas se cumprirão
no tempo dele. Além do mais, essas promessas serão cumpridas de tal maneira que
ninguém será esquecido. Outrossim, embora Deus seja um Deus de redenção no
sentido eterno, Ele também é um Deus que se importa com as questões temporais.
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Luciano de Paula
Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia
de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William
Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Ezequias
Soares. A justiça divina: preparação do povo de Deus para os últimos dias no
Livro de Ezequiel. CPAD.
J.Kenneth
Grider. O Livro de Ezequiel. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Elinaldo
Renovato de Lima – O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Caramuru
Afonso Francisco. A Grande Tribulação. PortalEBD_2004.
Pr.
Ciro Sanches Zibordi. Escatologia Doutrina das últimas Coisas. Teologia
Sistemática. CPAD.
Dr.
Caramuru Afonso Francisco. O Milênio: o Reino do Messias. PortalEBD_2003.
Tim
Lahaye. Enciclopédia popular de Profecia Bíblica. CPAD.2015.
Pr.
Antônio Gilberto. Calendário do Apocalipse.
Pr.
Caramuru Afonso Francisco. A Formosa Jerusalém Celestial.
J.Dwight Pentecost. Manual de Escatologia.
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Observação: Aqui finda minha
participação na elaboração de subsídios para EBD. O motivo maior de eu não
continuar nesta gratificante e sublime tarefa é a deficiência cada vez mais acentuada de minha visão.
Agradeço a Deus por ter me ajudado nesta tarefa sublime ao longo de 18 anos.
Agradeço a todos que me seguiram ao longo dos 12 anos de acesso ao blog de
Luciano de Paula Lourenço. Muito obrigado a todos, e que Deus os abençoe
sobremaneira. Abraços!
Amém, Prezado Irmão em Cristo, utilizei bastante os seus comentários, Grato. Que Deus lhe dê saúde e continue lhe abençoando.
ResponderExcluirDesejo agradecer a Deus e ao amado irmão Luciano pelos abençoados subsídios dos quais pude desfrutar ao longo de alguns anos. Será uma grande perda não somente para mim, a ausência das matérias produzidas pelo amado irmão. Que o Senhor esteja lhe ajudando e cuidando para que a deficiência da visão possa ser amenizada ou curada, pois para o nosso Deus não há impossibilidade de operar.
ResponderExcluirlamentamos muito sempre tem enriquecido meus comentario
ResponderExcluirA paz do senhor, amado, seus comentarios vai fazer bastante falta, sou de campina grande-PB.
ResponderExcluirObrigada por tantos ensinamentos que enriqueceram nossas vidas e ministério. Sentirei falta. Que Deus continue te abençoando. Adeline de Santo Antônio de Pádua, RJ
ResponderExcluirA paz do Senhor, quero também agradecer , pelo seu trabalho valioso ,era na minha opinião o comentário mais rico da ebd , vou sentir muita falta desse subsidio , que o Senhor Jesus te Recompense grandemente.
ResponderExcluirGrato, meu irmão. Que o Senhor te cubra de bênçãos. Paz de Cristo. Abraços.
Excluirpaz do senhor.
ResponderExcluirqueria a lição do 1 trimestre desse ano.
ok
ResponderExcluirSentirei muito a falta do conteúdo das lições Biblica
ResponderExcluirDeus te abençoe
A paz do Senhor irmão, vou sentir falta dos seus comentários, sou professora de Escola Bíblica Dominical, e o irmão me ajudou muito, que Deus o abençoe sempre. Sou de São José dos Campos SP
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