“No sexto
mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo
nome era José; a virgem chamava-se Maria. E, entrando o anjo aonde ela estava,
disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir
esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta
saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante
de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome
de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor,
lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de
Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:26-33).
Nasceu
Jesus, o Rei dos reis. No anúncio dos anjos aos pastores de Belém não faltou a
reivindicação de que o recém-nascido era Rei. Pelo contrário, os anjos falaram
com todas as letras: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador,
que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Além da afirmação “nasceu, na cidade
de Davi, ...o Senhor”, que já alude claramente a domínio e reinado, a
palavra “Cristo”, igualmente, indica honra de rei. O nome Cristo significa
“Ungido”. Em Israel, os sacerdotes e reis eram empossados em seus cargos
através de uma cerimônia solene de unção com azeite. Por isso, especialmente no
início do tempo dos reis de Israel, a expressão “o ungido” era título de rei. O
Senhor Jesus carrega esse título e tem direito a essa designação de cargo, o
que significa que Ele é Rei e que veio ao mundo como Rei.
Muitos
não atentam que Jesus é o Rei. Mesmo quando lemos a história do Natal em
Mateus, o Evangelho do Rei, nossos pensamentos facilmente se desviam da
realidade de que Ele é soberano. Tomamos conhecimento de que os magos
procuravam um rei, mas esquecemos rapidamente a reivindicação do próprio Jesus
de ser rei. Apressamo-nos a ir à estrebaria de Belém para admirar o Salvador
recém-nascido, mas os magos procuravam um Rei; eles honraram um Rei. Diz o
texto sagrado: “entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.
Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas
ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11). Os pastores procuravam um bebê,
seu Salvador, seu Libertador, e os magos procuravam uma criança que era o Rei.
Ambas designações são parte integrante da história do Natal de Jesus Cristo.
Aliás, a mensagem de Lucas deveria nos tocar profundamente - “ele reinará
para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33).
De fato, Ele veio para nós como Salvador, mas, também, Ele veio para nós como
nosso grande Rei.
Jesus
é realmente nosso Rei? O texto diz explicitamente: “ele reinará para sempre
sobre a casa de Jacó...” (Lc.1:33). A casa de Jacó é o povo de Israel. É
lógico que Jesus veio como Rei – em primeiro lugar para Israel -, mas Seu
reinado tem um significado muito mais profundo do que ser o futuro Rei de
Israel. Aliás, Sua reivindicação de ser Rei alcança até o Milênio, quando, no
final, entregará o Reino a Seu Pai (1Co.15:24). Mesmo assim, Ele também é o nosso
Rei, muito pessoalmente. É exatamente a história do Natal que torna impossível
dissociar nosso Salvador do nosso Rei.
Na
mesma frase em que Lucas fala do Salvador, ele também menciona o Rei: “é que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.
Nós conseguimos separar uma coisa da outra? “O Salvador é para mim, e o Rei é
para Israel”? Não, obviamente não! Ou o Salvador é também nosso Rei, ou seja,
Aquele que reina sobre nós, ou não temos Salvador.
O
Senhor Jesus tem o direito de reinar sobre nossa vida. Nesse sentido Ele é, de
fato, nosso Rei e nosso Senhor. Ele mesmo disse: “Vós sois meus amigos, se
fazeis o que eu vos mando” (João 15:14). Percebemos que nesse versículo
encontramos os dois - o Rei e o Salvador? O Salvador diz: “vocês são meus
amigos”. O Rei diz: “se fazeis o que eu vos mando”. Aceitar Jesus
como Salvador pessoal sempre significa submeter-se à autoridade dEle como nosso
Rei. Por essa razão, em Romanos 1:5, quando menciona seu apostolado, Paulo fala
acerca da obediência por fé, que gostaria de ver crescer entre todos os
gentios. A fé não é apenas um recurso da graça que nos permite chegar até o
Salvador; fé sempre tem relação com obediência. Em Romanos 15:18, Paulo
menciona que deseja conduzir os gentios à obediência em palavras e obras. Em
Romanos 16:19 ele testemunha acerca dos romanos: “...a vossa obediência é
conhecida por todos...”.
Na
Segunda Carta aos Coríntios, Paulo fala acerca da obediência a Cristo: “levando
cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co.10:5). Está claro? Não
recebemos apenas um Salvador, um Redentor e um Libertador, quando Jesus nasceu
em Belém, mas também passamos a ter um Rei a quem pertencemos de forma integral.
Portanto,
quando celebramos o Natal e rememoramos o bebê na manjedoura, certamente, pensamos
no Salvador, no Redentor, no Libertador. Aliás, a mensagem dos anjos aos
pastores foi: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Então, é correto nos alegrarmos pela vinda de
nosso Salvador, nosso Redentor, nosso Libertador e pela vinda de nosso Rei
quando festejamos o Natal. Quando Ele veio como criança ao mundo em Belém
naquela época, nascia um Rei; um Rei acerca de quem está escrito: “ele
reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33).
Muitas vezes é justamente esse aspecto que se perde no meio de todas as
festividades natalinas. Não está errado lembrar do bebê na manjedoura, não é
errado adorar o Salvador, mas essa criancinha é Rei, e como Rei Ele merece ser
honrado e adorado.
-Os anjos
O adoraram: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos
exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz
na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc.2:13,14).
-Os
pastores de Belém O adoraram: “E voltaram os pastores glorificando e louvando a
Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito”
(Lc.2:20).
-Os magos
do oriente O adoraram (Mt.2:1): “E, entrando na casa, acharam o menino com
Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe
ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11).
Então,
Natal significa Louvor, alegria e adoração ao Rei dos Reis e Senhor dos
Senhores. Que possamos, com saúde, paz, alegria e prosperidade, celebrarmos
esse maravilhoso presente de Deus para a humanidade - que é Jesus, o Rei -,
confraternizando-se com a nossa família, amigos e irmãos.
Que este
seja, também, um tempo para louvarmos, adorarmos e agradecermos a Deus por tudo
o que Ele tem feito; por todas as bênçãos e vitórias que Ele nos concedeu.
“Ora, ao
Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para
todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).
Feliz
Natal!
Luciano
de Paula Lourenço
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