3º Trimestre/2023
Subsídio para a Lição 05
Texto
Base: Lucas 1:26-33,39-45
“E
eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome
de Jesus” (Lc.1:31).
LUCAS
1:
26.E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel
enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27.a uma virgem desposada com um
varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28.E, entrando o anjo onde ela estava,
disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre
as mulheres.
29.E, vendo-o ela, turbou-se muito
com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta.
30.Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não
temas, porque achaste graça diante de Deus,
31.E eis que em teu ventre conceberás,
e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32.Este será grande e será chamado
Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai,
33.e reinará eternamente na casa de
Jacó, e o seu Reino não terá fim.
39.E, naqueles dias, levantando-se
Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
40.e entrou em casa de Zacarias, e
saudou a Isabel.
41.E aconteceu que, ao ouvir Isabel a
saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do
Espírito Santo,
42.e exclamou com grande voz, e disse: Bendita és
tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre!
43.E de onde me provém isso a
mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
44.Pois eis que, ao chegar aos meus
ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu
ventre.
45.Bem-aventurada a que creu, pois hão
de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas!
INTRODUÇÃO
Trataremos nesta Lição sobre a Dessacralização
da Vida no Ventre Materno. De acordo com Genesis 2:7, Deus formou o homem a
partir do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, fazendo com
que o homem se tornasse alma vivente. Essa passagem enfatiza que Deus é o
criador e o doador da vida, conferindo à humanidade uma existência única e especial.
Através desse ato de criação, Deus demonstra seu poder e autoridade como o
autor da vida, tendo ela, conforme está escrito no Salmos 139:13-16, o seu
divino valor desde a concepção no ventre materno. Logo, toda ideologia que tem
a intenção malévola de dessacralizar a vida e fazer apologia à cultura de
morte, inclusive de criatura ainda em formação no ventre materno, afronta a
soberania de Deus que a criou e desqualifica a autoridade das Escrituras
Sagradas, que a valoriza por ser obra prima do Criador. Somente Deus, que é o
autor da vida, tem o direito soberano de tirá-la (1Sm.2:6). Somente Deus tem a
autoridade absoluta sobre todas as coisas, incluindo a existência humana e o
destino após a morte.
I. A CONCEPÇÃO DE CRISTO
1. O anúncio do nascimento
O anúncio da encarnação e nascimento de
Jesus Cristo foi o mais maravilhoso que já ocorreu neste mundo. O mesmo anjo
Gabriel que há seis meses visitara Zacarias na Judeia, agora é enviado por Deus
a Maria, em Nazaré, na Galileia, para comunicar o evento mais auspicioso e
esperado da história: o nascimento do Messias, o Salvador do mundo. Gabriel só
aparece na Bíblia em Lucas, capítulo 1, e em Daniel 8:16 e 9:21. Este ser
angelical faz a seguinte revelação a Maria: “em teu ventre conceberás, e darás
à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc.1:31). Diante do inusitado,
Maria indaga: “como se fará isso, visto que não conheço varão?” (Lc.1:34). A
pergunta demonstra a perplexidade da virgem de como se daria a concepção sem a
participação de um homem.
A concepção virginal de Jesus é um dos
maiores milagres das Escrituras, pois, segundo os estudiosos entendidos no
assunto, se fosse possível criar um feto usando apenas o óvulo de uma mulher,
essa criança seria do sexo feminino, e não do sexo masculino. Apenas um homem
pode dar o cromossomo que, junto com o da mulher, torna possível o nascimento
de uma criança do sexo masculino. Este cromossomo, com os outros que formaram a
pessoa teantrópica de Jesus (totalmente Deus e totalmente homem), foi dado pelo
Espírito Santo. No plano de Deus, a virgem Maria estava destinada a ser a mãe
do Cristo, o Messias e Salvador. Maria aceitou sem nenhuma restrição o convite
de Deus feito por intermédio do anjo. Ela respondeu com firmeza, se colocando
na posição de serva e se submetendo a todas as dificuldades que ela teria que
superar.
Maria foi agraciada em ser escolhida
para ser a mãe de Jesus Cristo, o Messias prometido; todavia, ela estava na
mesma condição de qualquer outro ser humano: separada de Deus; portanto, como
qualquer ser humano, totalmente dependente do ato salvífico de Cristo na cruz.
Paulo afirma em Romanos 3:10 que: “[…] Não há um justo, nem um sequer”. Este
texto ratifica a dependência humana da salvação por meio de Cristo, incluindo
Maria.
O ventre que guardaria o maior de todos
os tesouros não era o de uma princesa, mas de uma virgem comprometida a
casar-se com um carpinteiro da aldeia de Nazaré, um pequeno vilarejo da
Galileia, considerado por alguns com desdém (João 1:46). Nazaré era tão obscura
que, dentre as 56 cidades da Galileia, nunca é mencionada no Antigo Testamento
nem na lista de Flavo Josefo. Nazaré tampouco é mencionada no Talmude que lista
63 cidades.
Mateus diz que Jesus seria chamado de
Nazareno (Mt.2:23). Certamente, Mateus pensou em Isaias 11:1, que diz: “do
tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo”. A palavra
“renovo ou broto” no hebraico é ”nezér”. Jesus é chamado por Isaías de “nezér”.
Por causa do seu local de residência, Nazaré, Jesus é designado Nazareno
(Mt.2:23; Mc.1:24). Sobre a cruz de Jesus foi escrito: “Jesus Nazareno, o rei
dos judeus”. Para os cristãos, esse título significa que Jesus como Nazareno é
o “broto” de Jessé, sobre o qual Isaias falou. Assim, Mateus vê a mão
coordenadora e diretiva de Deus na circunstância de que, no Antigo Testamento,
o Messias é chamado de “nezér” e no Novo Testamento, de Nazareno.
2. A miraculosa concepção
A concepção virginal de Jesus foi obra
sobrenatural do Espírito Santo (Lc.1:35), e não resultado de uma relação entre
José e Maria. Foi no interregno do noivado à consumação do casamento que o anjo
Gabriel visitou Maria em Nazaré. Nessa ocasião, Maria foi comunicada de que
seria a mãe do Salvador, de que desceria sobre ela a sombra do Altíssimo e de
que, pela ação soberana do Espírito Santo, ela conceberia e daria à luz o Filho
de Deus. Seu corpo foi preparado para Ele pelo Espírito Santo (Hb.10:5).
Existem algumas alegações errôneas e
não bíblicas de que a concepção virginal de Cristo foi baseada no relato de
mitos pagãos; todavia, Mateus afirma que Maria simplesmente “achou-se grávida
pelo poder do Espírito Santo” (Mt.1:18-NVI). O
anjo Gabriel explicou a Maria que a concepção seria singular e miraculosa:
“descerá sobre ti o Espírito Santo” (Lc.1:35a) e, por isso, declarou que o
menino, “o Santo, [...] será chamado Filho de Deus” (Lc.1:35b). Para comprovar
o plano divino do nascimento virginal, Mateus não recorre à mitologia e sim ao
profeta Isaías: “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is.7:14).
Quando se fala de concepção virginal, o
que está em questão é a preservação da virgindade de Maria no processo da
concepção. Mateus evidencia a origem divina de Jesus por meio da narrativa da concepção
sem ação humana e unicamente pela ação divina, independente do casal escolhido
para a missão de criar e educar o Messias prometido. Assim, Jesus é apresentado
como o Messias divino no qual se cumpriram as profecias do Antigo Testamento.
Após o nascimento de Jesus, Maria e José tiveram vários filhos (Mt.13:55).
Negar a concepção virginal de Jesus é
negar a sua condição de Salvador, é procurar desacreditar a sua missão de
salvação do ser humano. Jesus veio para libertar o povo do pecado e, por isso,
não poderia ser formado em pecado.
É interessante observar que a vinda de
Jesus por obra e graça do Espírito Santo, em momento algum, pode ser usada como
argumento para negar a sua humanidade, porquanto sua concepção virginal teve o
propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo que Adão, numa natureza sem
pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer o mundo e o pecado, e,
por conseguinte, garantir a salvação a todo aquele que nele crer(João 3:16).
3. A bênção do nascimento
O nascimento de uma criança é um
momento especial e significativo, repleto de emoção e esperança. É um lembrete
da maravilha da vida e da responsabilidade de cuidar e orientar essa nova vida.
O nascimento conecta gerações passadas e futuras, e nos inspira a construir um
futuro melhor. É uma oportunidade de celebrar a vida, nutrir, proteger e guiar
a criança em seu crescimento. É uma lembrança da importância da vida e da
necessidade de criar um ambiente amoroso e propício. É um evento que merece ser
valorizado e celebrado como um presente valioso de Deus (Sl.127:3), uma bênção
enviada por Deus.
O nascimento de uma criança é um evento
sagrado que carrega consigo uma profunda conexão com a espiritualidade e a fé.
Acredita-se que cada criança traz consigo uma missão única e um propósito especial
nesta vida. É um lembrete de que a vida é um milagre e de que devemos valorizar
e proteger cada nova vida que surge.
O nascimento de uma criança é um
lembrete do amor de Deus e da sua presença constante em nossas vidas. É um
momento de gratidão e devoção, no qual celebramos a dádiva da vida que nos é
concedida. Por isso, dessacralizar a vida no útero de uma mulher é uma afronta
ao Criador da vida, que não faz distinção entre embrião e feto, pois aos seus
olhos ambos são pessoas completas. O homem, pois, não deve se posicionar como
deus e senhor da vida determinando quem deve viver e quem tem de morrer. Esse
direito só cabe a Deus, pois a pessoa humana tem início nele e para Ele terá de
retornar (Ec.12:7).
Com relação ao nascimento de Jesus
Cristo, foi o maior e o mais impactante acontecimento da história; foi a bênção
magna para todos os seres humanos; trouxe uma missão e um propósito para toda a
humanidade. O nascimento de Jesus foi o cumprimento da promessa de Deus logo
após a queda do homem, no afã de restaurá-lo ao status quo da criação
(Gn.3:15). Sem esse acontecimento o ser humano estaria perdido para sempre.
É possível perceber como Deus moveu
céus e terra para que, na plenitude do tempo, de acordo com Gálatas 4:4, Jesus,
o próprio Deus encarnado, nascesse para trazer salvação a toda humanidade:
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei”. Portanto, o nascimento de Jesus significou boas-novas de salvação
para toda a humanidade. Disse o anjo a José: “Ela dará à luz um filho e lhe
porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21).
II. A CULTURA DA MORTE
1. O projeto ideológico
A cultura da morte é um conjunto de
ideias que visa modificar o conceito de vida e de família. É vista como uma
desconstrução da sacralidade e valorização da vida. É uma visão ou mentalidade
que enfatiza o descarte, a desvalorização ou a instrumentalização da vida
humana. Essa perspectiva se manifesta de várias formas como, por exemplo, a aceitação
ou promoção do aborto, eutanásia, suicídio assistido, genocídio, pena de morte
ou outras práticas que desconsideram a dignidade e o valor intrínseco da vida.
Na cultura da morte é estimulada a
“eugenia”: o descarte do ser humano com alguma má formação ainda no útero
materno; a depreciação da maternidade a fim de que a mulher não deseje ser mãe;
a modificação do conceito de saúde reprodutiva para justificar o aborto como
medida de saúde feminina. Neste projeto ideológico, o direito à vida no útero é
substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por
meio do aborto decreta a morte do fruto de seu ventre. Portanto, a cultura da
morte visa modificar o conceito bíblico da vida.
Entretanto, o cristão verdadeiro
defende a "cultura da vida", o respeito pela vida humana em todas as
suas fases e circunstâncias. Somos cônscios de que a vida humana é sagrada e
deve ser protegida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte
natural. A sociedade deve promover uma cultura que valorize e respeite a vida, promova
a dignidade e o valor intrínseco de cada pessoa, independentemente de sua
idade, saúde ou condição. Isto é bíblico.
2. O direito sobre o corpo
A cultura degradante do pós-modernismo
insiste que é direito do ser humano exercer autonomia sobre o próprio corpo. O
slogan "meu corpo, minhas regras" é frequentemente utilizado como uma
expressão de autonomia individual e defesa dos “direitos” reprodutivos e das
escolhas pessoais. Além disso, este slogan pode ser interpretado de forma ampla
e aplicado a situações além dos direitos reprodutivos. Em alguns casos, pode
ser usado para justificar comportamentos irresponsáveis ou prejudiciais à
saúde, ignorando o bem-estar próprio e o impacto na saúde pública. Sob este manto
é defendida e promovida a liberdade de práticas sexuais ilícitas, bem como a
escolha de vida ou de morte. Também estão amparados neste guarda-chuva de
libertinagem os “direitos” à prostituição, ao aborto, à eutanásia, ao suicídio
e outros. Qualquer opinião contrária a estas práticas é considerada violação da
liberdade humana. Isto é o retrato de uma cultura degradante em oposição ao
padrão moral estabelecido por Deus.
É válido ressaltar que as ações de uma
pessoa que utilizam este posicionamento de banalização da vida podem afetar não
apenas seu próprio corpo, mas também a vida de outros indivíduos. Por exemplo,
quando se trata de questões como o aborto, o argumento "meu corpo, minhas
regras" ignora a existência de outro ser humano em desenvolvimento, o
feto, que também possui direitos e dignidade intrínseca. Esse slogan pode
promover uma mentalidade individualista, na qual as consequências sociais e
comunitárias são negligenciadas em nome da liberdade pessoal. As ações
individuais têm impacto na sociedade como um todo, e é necessário considerar o
equilíbrio entre a liberdade individual e a responsabilidade coletiva.
Essa questão de “liberdade humana” não
é de agora. Na cidade de Corinto, na época do apóstolo Paulo, defendia-se uma
liberdade total, irrestrita e incondicional. Eles estavam transformando a
liberdade em libertinagem. No entanto, Paulo exortou aquela igreja da seguinte
forma: ”Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas
me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. [...] o corpo
não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo”
(1Co.6:12,13). Aquela sociedade não tinha limites. Eles chegaram a aplaudir o
pecado de incesto dentre da comunidade que professava o cristianismo ortodoxo,
e se jactaram dessa posição permissiva. A lei que regia a vida deles era: “é
proibido proibir!”. Eles consideravam todas as coisas indistintamente como
lícitas, sem nenhuma restrição. Eles não suportavam restrições, leis ou
proibições. Porventura, não é isto que estamos vendo de forma mais intensa
nesta cultura pós-moderna?
A filosofia grega não dava nenhum valor
ao corpo. O corpo era apenas a prisão da alma. Por isso, os gregos pensavam que
tudo aquilo que se faz com o corpo não importa. Paulo, porém, rechaça a filosofia
grega e diz que Deus criou o corpo. O corpo é tão importante para Deus que Ele
vai ressuscitá-lo. Esse corpo tem uma origem maravilhosa, pois Deus o criou e
terá um fim glorioso, pois Deus o ressuscitará. Por conseguinte, o corpo não
pode ser usado para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo
(1Co.6:13). Ele deve ser usado para a glória de Deus.
Paulo diz também que Jesus Cristo
comprou e remiu o nosso corpo (1Co.6:15-18). Ele agora não pertence mais a nós,
pertence a Jesus Cristo. Os membros do nosso corpo estão ligados a Cristo (1Co.6:15-17);
logo, não podemos unir o corpo de Cristo à impureza.
O crente, portanto, nunca deve se
espelhar nesta cultura degradante que impera nesta sociedade de hoje, que exige
liberdade para praticar tudo aquilo que vem de encontro aos valores absolutos
da Palavra de Deus. Somos livres em Cristo visando algo muito mais importante e
especial. É valido dizer que, embora o crente não esteja cercado por uma
multidão de restrições, há o perigo de que, ao reclamar a sua liberdade cristã,
o homem pode colocar-se na escravidão das coisas que pratica. A vida só tem
sentido quando está sob o domínio de Cristo, como afirma o apostolo Paulo:
“...Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de
Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl.2:19,20).
3. A prática do aborto
O aborto é a interrupção do nascimento
por meio da morte do embrião ou do feto; é o ato de descontinuar a gestação do
ser vivo. Um dos desdobramentos da filosofia pós-moderna em nossa sociedade
pode ser observado na crescente defesa da legalização do aborto pelos setores
intelectuais e culturais. Defensores do direito ao aborto (feticídio) argumentam
que a mulher tem autonomia sobre seu próprio corpo e pode fazer escolhas
reprodutivas de acordo com suas circunstâncias individuais. Essa visão muitas
vezes enfoca os direitos e interesses da mulher, colocando-os acima do direito
à vida do feto. No entanto, cada vida humana é valiosa desde a concepção e
merece proteção e respeito, pois a vida criada por Deus é sagrada, desde o
momento da concepção (Sl.139:13-16) até o último suspiro (Ec.12:7). Não por
acaso, há registros na Bíblia de pessoas chamadas por Deus ainda no ventre (Gn.25:20-23;
Is.49:1; Lc.1:15,41; Gl.1:15,16). Deus tem um plano e um propósito para cada
vida humana, mesmo antes do nascimento (Jr.1:5).
Além disso, a Bíblia frequentemente
menciona a ideia de que Deus conhece e forma cada pessoa no ventre materno. Por
exemplo, o Salmo 139:13-16 diz: "Pois tu formaste o meu interior; tu me
teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial
e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos
não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como
nas profundezas da terra". Essa passagem enfatiza a intencionalidade e a
criação divina de cada ser humano.
Outro argumento bíblico é baseado no mandamento "não matarás" (Êxodo 20:13). Este mandamento proibi, enfaticamente, tirar a vida do ser humano, incluindo feto em desenvolvimento. Isto enfatiza a sacralidade da vida e a responsabilidade de protegê-la. Assim, quem mata um embrião ou feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.
III. A SACRALIDADE DA VIDA
1. A vida é inviolável
A inviolabilidade da vida é um
princípio ético e moral que defende a sacralidade e o valor intrínseco de cada
vida humana. Esse princípio sustenta que todas as pessoas têm o direito
fundamental à vida, e que ela deve ser protegida em todas as suas formas e
valorizada desde o estágio inicial de desenvolvimento até a morte natural. Isso
abrange questões como a proibição do homicídio, do feticídio, o respeito à
integridade física e mental, e a promoção do bem-estar e da dignidade de todas
as pessoas. Deus é o autor e Senhor da vida, por isso ela é considerada um dom
sagrado, e cabe aos seres humanos respeitar e proteger esse dom.
Em virtude da inviolabilidade da vida,
questões como o aborto, a eutanásia, a pena de morte etc., violam o valor
intrínseco da vida humana e devem ser rejeitadas em favor de alternativas que
preservem e promovam a vida humana em todas as suas formas, pois ela é um ato
criativo de Deus, que é o autor e a fonte originária do fôlego da vida (Gn.2:7;
Jó 12:10). Somente Deus tem poder sobre a vida e a morte (1Sm.2:6).
Portanto, o cristão precisa tomar
cuidado com o relativismo moral, não fazer concessões e estar alerta quanto às
ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana (2Co.4:2;
1Tm.4:1,2).
2. O começo da vida
Médicos e cientistas comprovam: a vida
humana começa no momento da concepção. O profeta Jeremias afirma que a vida tem
início na fecundação (Jr.1:5). O salmista afirma que Deus vê o embrião ainda
informe e o ama em todos os processos formativos da vida intrauterina, desde a
fecundação até o nascimento e por toda a sua vida (Sl.139:15,16).
Deus, pessoalmente, zela pela
criancinha desde o momento da sua concepção e estabelece um plano para a vida
dela. Por esta razão, Deus ver o aborto de um nascituro como homicídio. De
acordo com Êxodo 21:22,23), o nascituro é considerado um ser humano, e provocar
a morte desse feto é considerado assassinato. Na época da Lei mosaica, se isto
ocorresse, o transgressor seria réu de homicídio e teria que pagar com a
própria vida (Ex.21:23).
Em Salmos 139:15,16, o salmista volta
ao tempo em que seu corpo estava sendo formado no ventre materno. Observe como
ele usa a primeira pessoa do singular para se referir ao embrião ou feto – “Tu
me observavas quando eu estava sendo formado em segredo, enquanto eu era tecido
na escuridão. Tu me viste quando eu ainda estava no ventre...”. De acordo com a
visão bíblica, a vida começa quando ocorre a união do gameta masculino ao
feminino, e a personalidade humana existe antes do nascimento; por isso, o
aborto, exceto em casos de necessidade médica extrema, é homicídio. Portanto, o
embrião é um ser humano, que possui identidade própria, e o seu nascimento não
pode ser interrompido por vontade, desejos ou caprichos humanos.
3. A posição cristã
A posição cristã é a mesma da Bíblia: a
vida é inviolável desde a sua concepção. É um princípio ético e moral que
enfatiza o valor intrínseco e sagrado de cada vida humana. Cada vida humana é
valiosa desde a concepção e merece proteção e respeito. Cada feto é um ser
humano em desenvolvimento, com potencial para se tornar uma pessoa com direitos
e dignidade. Portanto, todas as pessoas têm o direito fundamental à vida e que ela
deve ser protegida e valorizada desde o seu início até o seu fim natural. Só
Deus tem a autoridade de tirar a vida (1Sm.2:6). Portanto, toda ideologia
contrária a isso e que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida
(2Tm.3:8).
CONCLUSÃO
A vida humana deve ser respeitada e
protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Portanto, a
dessacralização da vida desde o ventre materno deve ser repudiada por todos os
cristãos que dizem ser. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser
humano deve ter os seus direitos de pessoa reconhecidos, entre os quais o direito
inviolável à vida. A valorização da dignidade humana, o direito à vida e o
cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico. Acerca
do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana
(Jó 12:10). “Se aceitarmos que uma mãe mate o seu filho no próprio ventre, como
podemos dizer às pessoas que não matem umas às outras?” (Madre Tereza de
Calcutá)
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Luciano
de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo
e Novo Testamento).
Pr. Douglas Baptista. A IGREJA DE CRISTO E O
IMPÉRIO DO MAL. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Lucas - Jesus, o homem
perfeito.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Mateus – Jesus, o Rei
dos reis.
Pr. Caramuru Afonso Francisco. O Pecado, a Transgressão
da Lei Divina.PortalEBD_2006.
Meu Nobre Pr. Luciano de Paula Lourenço, confesso que fiquei muito triste quando o Sr. deixou de comentar as Lições da CPAD. Mais graças a Deus, que o Sr. voltou a fazer os comentários das mesma. Sou grato a Deus por sua vida e por sua dedicação. Quê Deus em Cristo Jesus continue vos abençoando em tudo. Sou Presbítero Silvio Lopes. Maceió-Alagoas.
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