2º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 07
Texto Base: João
11:14,15,17-21,23-27
“Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).
João 11:
14.Então,
Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto,
15.e
folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis. Mas
vamos ter com ele.
17.Chegando,
pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
18.(Ora,
Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios)
19.E
muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.
20.Ouvindo,
pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou
assentada em casa.
21.Disse,
pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria
morrido.
23.Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
24.Disse-lhe
Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.
25.Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá;
26.e
todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?
27.Disse-lhe
ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir
ao mundo.
INTRODUÇÃO
Nesta
Lição, daremos ênfase ao episódio do capítulo 11 do Evangelho de Jesus Cristo
segundo escreveu João, em que será destacado o milagre da ressurreição de
Lázaro. A ressurreição de Lázaro, narrada em João 11, é um dos milagres mais
impactantes do ministério de Jesus e uma poderosa demonstração de Sua soberania
sobre a morte. Esse evento não apenas revelou o amor e a compaixão de Cristo,
mas também validou Sua identidade divina como "a Ressurreição e a
Vida", apontando para a esperança da vida eterna oferecida àqueles que
n’Ele creem. Analisaremos três aspectos fundamentais deste episódio:
- O
propósito divino de Jesus. O Mestre não age conforme a urgência
humana, mas segundo o plano soberano de Deus, para que a glória do Pai
seja manifestada. A demora intencional de Jesus em atender ao chamado de
Marta e Maria ensina que os caminhos de Deus transcendem nossas
expectativas e que o sofrimento pode servir para revelar a majestade
divina.
- O
encontro transformador de Marta com Jesus. Diante da dor da
perda, Marta expressa sua fé, mas ainda sem plena compreensão do poder de
Cristo. No entanto, Jesus a conduz a uma revelação mais profunda,
declarando que Ele não apenas ressuscita os mortos, mas é a própria
ressurreição e a vida. Esse diálogo fortalece a fé não apenas de Marta,
mas de todos os que testemunham o milagre.
- A
doutrina da ressurreição do corpo. A ressurreição de Lázaro aponta para a
vitória definitiva de Cristo sobre a morte, que se concretiza em Sua
própria ressurreição. A promessa bíblica nos assegura que, assim como
Lázaro foi chamado para fora do túmulo, todos os que creem em Cristo
experimentarão a ressurreição final, recebendo um corpo glorificado na
eternidade.
Dessa
forma, esta lição não apenas reafirma o senhorio de Jesus sobre a vida e a
morte, mas também fortalece nossa esperança na ressurreição futura, quando a
morte será tragada na vitória (1Co.15:54).
I. O PROPÓSITO DE JESUS
1. Recebimento da notícia sobre Lázaro
O
relato da ressurreição de Lázaro, registrado em João 11, é um marco fundamental
no ministério de Jesus, pois demonstra Seu poder sobre a morte e prepara o
cenário para os eventos da Sua própria crucificação e ressurreição. Esse
episódio ocorre no contexto da crescente hostilidade dos líderes religiosos,
sendo o último e mais grandioso dos sinais realizados publicamente por Cristo
antes de Seu sacrifício vicário na cruz.
Ao
receber a notícia da enfermidade de Lázaro, Jesus não se apressa em ir a
Betânia, mas permanece ainda dois dias onde estava (João 11:6). Essa aparente
demora não foi fruto de negligência, mas de um propósito divino: manifestar a
glória de Deus e fortalecer a fé dos discípulos e de todos que testemunhariam o
milagre (João 11:4,15). Esse aspecto é crucial, pois revela que os planos de
Deus transcendem as circunstâncias humanas – aquilo que parecia um abandono por
parte de Jesus se tornaria a maior demonstração de Seu poder e amor.
É
interessante notar que, antes desse episódio, Jesus já havia realizado outras
ressurreições, como a do filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15) e a da filha de
Jairo (Marcos 5:22-42). Contudo, o milagre em Lázaro possuía características
únicas:
- Lázaro já estava
morto há quatro dias, tempo suficiente para que não houvesse dúvida de
sua morte e que seu corpo já estivesse em decomposição (João 11:39). Isso
elimina qualquer suposição de que ele poderia estar apenas inconsciente ou
em estado de catalepsia (condição transitória na qual o paciente
apresenta uma incapacidade na movimentação dos membros, na cabeça ou até
na fala. Em alguns casos, podem ser confundidos com a morte, pois a
respiração também é afetada).
- O impacto foi
muito maior,
pois muitos judeus estavam em Betânia para consolar Marta e Maria, o que
fez com que o número de testemunhas fosse considerável (João 11:19,45).
- Esse foi o
milagre decisivo
que levou os fariseus e sacerdotes a planejarem a morte de Jesus, pois
temeram que Seu poder inquestionável atraísse ainda mais seguidores e
comprometesse sua posição diante do povo e das autoridades romanas (João
11:47-53).
Essa
tensão já vinha se acumulando desde João 10, quando Jesus havia declarado
"Eu e o Pai somos um" (João 10:30), o que fez com que os judeus
tentassem apedrejá-lo por blasfêmia. Diante dessa hostilidade, Jesus se retirou
para além do Jordão (João 10:40), onde permaneceu até o momento de voltar a
Betânia após receber a notícia da doença de Lázaro. Seu retorno à Judeia foi um
ato de coragem e obediência ao plano do Pai, pois Ele sabia que esse milagre
selaria a decisão dos líderes religiosos de levá-lo à cruz.
Assim,
a ressurreição de Lázaro não foi apenas uma demonstração do poder divino, mas
também uma preparação para a revelação suprema da vitória de Cristo sobre a
morte na Sua própria ressurreição. Esse evento dividiu opiniões, pois, como bem
afirmou Hernandes Dias Lopes, “o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro.
O mesmo milagre que produz fé em alguns provoca a fúria de outros”. Isto é, o
mesmo milagre que desperta fé nos corações sinceros, endurece aqueles que
rejeitam a verdade.
2. O desapontamento de Maria e Marta
O
desapontamento de Marta e Maria diante da demora de Jesus em atender ao seu
chamado revela uma realidade comum à experiência cristã: o confronto entre a fé
e a aparente demora de Deus em agir. Ao enviaram um mensageiro a Jesus para
informar sobre a enfermidade de Lázaro (João 11:3), elas não apresentaram um
pedido explícito de cura, mas confiaram que o amor de Jesus por Lázaro bastaria
para que Ele viesse imediatamente socorrê-lo. No entanto, Jesus não agiu
conforme a expectativa delas, permanecendo onde estava por mais dois dias (João
11:6).
Essa
demora gerou um profundo desapontamento nas irmãs, que acreditavam que, se
Jesus estivesse presente, Lázaro não teria morrido (João 11:21,32). A dor delas
representa a angústia que muitos enfrentam quando oram e não recebem resposta
imediata, quando as dificuldades aumentam e parece que Deus está distante.
Contudo, esse episódio ensina verdades fundamentais sobre a soberania divina e
o propósito de Deus em meio às crises:
a) As crises são inevitáveis. Lázaro, mesmo sendo
amigo de Jesus, adoeceu. Isso nos lembra que a proximidade com Deus não nos
isenta das aflições da vida (João 16:33). Ser amado por Cristo não significa
viver uma existência sem dificuldades.
b) As crises podem piorar antes de melhorar. Lázaro não apenas
adoeceu, mas morreu. Isso nos ensina que, muitas vezes, Deus permite que as
circunstâncias se agravem antes de manifestar Sua glória. Ele não age conforme
a nossa pressa, mas conforme Seu plano perfeito (Isaías 55:8,9).
c) As crises produzem angústia. O sofrimento das
irmãs de Lázaro ilustra o sentimento de desamparo e frustração quando as
respostas divinas parecem tardar. Assim como os discípulos no caminho de Emaús
(Lucas 24:21), somos tentados a pensar que nossas esperanças foram frustradas.
No entanto, o tempo de Deus nunca falha, e sua resposta sempre chega no momento
exato.
Ao
chegar a Betânia quatro dias após o sepultamento de Lázaro, Jesus demonstrou
que o tempo de Deus é perfeito e que Sua soberania não está limitada às circunstâncias
humanas. O propósito de Sua demora não era ignorar a dor das irmãs, mas revelar
algo muito maior: Seu poder absoluto sobre a morte. Assim, aprendemos que Jesus
nunca chega atrasado nem adiantado, mas sempre no momento certo para cumprir a
vontade do Pai e manifestar Sua glória.
3. O tempo divino
O
tempo divino (kairós) muitas vezes contrasta com o tempo humano (cronos),
criando em nós a sensação de demora e incerteza. Muitas vezes, Jesus parece
demorar. Vejamos alguns exemplos:
-Deus prometeu um
filho a Abraão e Sara, e só cumpriu a promessa 25 anos depois.
-Jesus só foi ao encontro
dos discípulos quando eles enfrentavam uma terrível tempestade no mar da Galileia,
apenas na quarta vigília da noite.
-Jairo foi pedir
socorro a Jesus, mas, quando Jesus chegou a sua casa, a filha de Jairo já
estava morta. Jesus não se atrasou; Ele chegou no tempo dele, e a filha de Jairo
volto à vida.
No
caso da ressurreição de Lázaro, Jesus não chegou tarde, mas no tempo certo para
revelar a glória de Deus. A demora intencional de Cristo não foi um descuido ou
falta de amor, mas parte de um plano soberano, cujo objetivo era fortalecer a
fé dos discípulos e demonstrar Seu poder absoluto sobre a morte.
Marta
e Maria enfrentaram três grandes provas de fé:
a) A ausência de Jesus
(João 11:3).
Quando Lázaro adoeceu, enviaram um mensageiro pedindo ajuda, mas Jesus não foi
imediatamente. Esse silêncio divino muitas vezes nos desafia, pois queremos
respostas rápidas.
b) A demora de Jesus
(João 11:21). Quando
finalmente chegou, parecia ser tarde demais. Esse atraso gerou questionamentos
profundos: "Por que Ele não veio antes?" "Será que Ele realmente
se importa conosco?".
c) A morte de Lázaro
(João 11:39). Diante
do sepulcro, Marta hesitou ao ouvir Jesus ordenar que removessem a pedra. Ela
estava presa à lógica humana, mas Jesus a convidava a crer no impossível.
Esses
desafios nos ensinam que a fé verdadeira se sustenta mesmo quando Deus parece
não responder conforme nossas expectativas.
A
demora intencional de Jesus tinha um propósito maior: demonstrar Sua divindade.
O costume judaico acreditava que um morto poderia ser ressuscitado até o
terceiro dia por ação divina indireta, mas que no quarto dia somente Deus
poderia intervir pessoalmente. Jesus, ao ressuscitar Lázaro no quarto dia,
estava deixando claro que Ele mesmo era Deus encarnado, a verdadeira
ressurreição e a vida.
Além
disso, essa demora resultou em dois impactos cruciais:
a) Para os discípulos: Fortaleceu a fé deles
ao testemunharem um milagre inegável.
b) Para os líderes judeus: Acendeu neles uma
fúria irreversível, levando à decisão de eliminar Jesus (João 11:53),
precipitando os eventos da crucificação.
Jesus
age segundo a agenda do Pai (João 2:4; 7:6,8,30) e não segundo a nossa pressa.
Muitas vezes, queremos respostas imediatas, mas Deus trabalha com propósitos
eternos.
Assim
como aconteceu com Marta e Maria, podemos nos sentir frustrados diante do
silêncio de Deus. Mas essa história nos ensina que Ele nunca chega atrasado.
Seu tempo é perfeito e suas demoras não são negativas, mas pedagógicas,
revelando o que é maior e melhor para nós.
O
que parecia um atraso foi, na verdade, uma oportunidade para que Jesus
manifestasse Sua glória de maneira ainda mais poderosa. O mesmo acontece em
nossas vidas: quando parece que Deus está demorando, Ele está, na verdade,
preparando algo grandioso para Sua glória e para o nosso bem.
SINOPSE
I – O PROPÓSITO DE JESUS O
episódio da ressurreição de Lázaro revela que Jesus nunca age por impulso ou
sob pressão humana, mas segundo o propósito soberano do Pai. Quando Marta e
Maria enviam um mensageiro para avisar que Lázaro estava doente (João 11:3),
elas esperavam uma resposta imediata. Contudo, Jesus permanece onde estava
por mais dois dias (João 11:6), demonstrando que sua agenda não é determinada
pela urgência humana, mas pela glória de Deus. O
desapontamento de Marta e Maria diante da demora de Jesus é um reflexo da
luta entre a fé e a lógica. Elas criam no poder de Cristo, mas limitavam esse
poder ao passado ou ao futuro (João 11:21-24). No entanto, Jesus não chega
atrasado, pois sua demora tinha um propósito maior: revelar sua soberania
sobre a morte e fortalecer a fé dos discípulos e da família de Lázaro. Assim,
o propósito de Jesus não era apenas curar, mas demonstrar que Ele é a
ressurreição e a vida (João 11:25-26). Esse milagre não apenas restaurou a
vida de Lázaro, mas serviu como um sinal incontestável da divindade de
Cristo, preparando o caminho para sua própria morte e ressurreição. |
II. O ENCONTRO DE MARTA COM JESUS
1. O encontro
Quando
Jesus chegou a Betânia, Lázaro já estava sepultado há quatro dias. O cenário
era de luto intenso, com amigos e parentes reunidos para consolar Marta e
Maria. Segundo a tradição judaica, o luto incluía um período de sete dias, no
qual os enlutados eram acompanhados por amigos que expressavam pesar e
solidariedade. No entanto, com a chegada de Jesus, o cenário de tristeza
começou a ser transformado pela esperança.
Marta,
sendo de personalidade ativa e determinada, não esperou que Jesus entrasse na
aldeia, mas correu ao seu encontro. Maria, por outro lado, permaneceu em casa.
Essa atitude reflete bem as diferenças entre as duas irmãs: Marta era mais
impulsiva e prática, enquanto Maria era mais contemplativa e reflexiva.
Ao
se aproximar de Jesus, Marta expressa uma mistura de dor, decepção e fé. Suas
palavras revelam o dilema de alguém que acredita no poder de Cristo, mas ainda
luta com as limitações da lógica humana:
"Senhor, se
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te
concederá tudo quanto lhe pedires." (João 11:21,22)
Nessa
declaração, percebe-se um equilíbrio entre frustração e esperança. Marta
lamenta a ausência de Jesus no momento crítico, mas, ao mesmo tempo, afirma sua
confiança de que Deus responderá às Suas orações. No entanto, seu entendimento
sobre Jesus ainda não estava completo. Ela cria no poder da intercessão de
Cristo, mas ainda não compreendia plenamente Sua divindade e autoridade sobre a
vida e a morte.
A
reação de Marta representa a experiência de muitos crentes que creem no poder
de Deus, mas lutam para enxergar além das circunstâncias. Seu diálogo com Jesus
mostra como a fé pode vacilar diante da dor e da aparente demora divina. No
entanto, essa conversa também marca um momento crucial de revelação, pois logo
Jesus declararia: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25).
Esse
encontro de Marta com Jesus não foi apenas um diálogo de lamento, mas uma
oportunidade para que ela aprofundasse sua fé e compreendesse que Cristo não
era apenas um intermediário de Deus, mas o próprio Deus encarnado, com poder
sobre a morte e a vida.
2. Quando Lázaro ressuscitará?
O
diálogo entre Marta e Jesus revela uma tensão comum à experiência da fé: a luta
entre o passado, o futuro e a dificuldade de crer no presente. Marta acreditava
que Jesus poderia ter impedido a morte de Lázaro (João 11:21), olhando para
trás com um sentimento de perda irreparável. Ao mesmo tempo, tinha fé na
ressurreição futura no último dia (João 11:23,24), mas não concebia a
possibilidade de um milagre imediato.
Marta
representa muitos de nós, que não duvidamos dos grandes feitos de Deus no passado,
nem de Suas promessas para o futuro, mas hesitamos em confiar no Seu poder
ativo no presente. Essa oscilação entre fé e lógica é evidenciada na sua
resposta a Jesus:
“Eu sei que ele há de
ressurgir na ressurreição, no último dia.” (João 11:24)
Mas
Jesus corrige sua visão limitada e a convida a enxergar a realidade da fé no
agora:
“Eu sou a ressurreição
e a vida” (João 11:25)
Jesus
não é apenas alguém que agiu no passado ou agirá no futuro, mas Aquele que está
presente e poderoso para agir hoje. Ele não se limita ao nosso tempo humano. O
grande erro de Marta foi não reconhecer o poder de Cristo no momento presente.
Muitos
crentes caem nesse mesmo erro. Alguns vivem apenas de memórias do que Deus fez
no passado, lembrando de avivamentos, milagres e intervenções divinas como
eventos distantes. Outros depositam sua esperança apenas no futuro, esperando a
volta de Cristo e a vida eterna, mas sem experimentar o poder de Deus hoje.
Entretanto,
o tempo de Deus é o presente. O grande Eu Sou não está preso às categorias
humanas de passado ou futuro. Ele age no hoje, no agora. Como bem diz o Pr. Hernandes
Dias Lopes: “O tempo presente é onde a eternidade toca a história”.
Por
isso, Jesus convida Marta – e a todos nós – a uma fé viva e atual: não apenas
lembrar o que Deus fez, nem apenas esperar o que Ele fará, mas confiar que Ele
ainda opera no presente.
3. A promessa de vida
O
ponto central do milagre da ressurreição de Lázaro está na promessa grandiosa
que Jesus faz a Marta:
"Eu sou a
ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele
que vive e crê em mim, jamais morrerá" (João 11:25,26).
Este
não é apenas um ensino sobre a ressurreição futura, mas uma declaração do
próprio caráter e poder de Cristo. Jesus não apenas realiza ressurreições; Ele
é a ressurreição. Ele não apenas dá vida; Ele é a vida.
a) A soberania de Jesus sobre a vida e a morte
Jesus
afirma que Ele tem autoridade sobre a morte, tanto no sentido físico quanto
espiritual. Ele não depende de circunstâncias ou limitações humanas para dar
vida, pois Ele mesmo é a fonte da vida.
A
Bíblia ensina que a morte entrou no mundo pelo pecado (Rm.5:12), mas Jesus veio
para derrotar esse poder. Em Apocalipse 1:18, Ele declara:
"Eu sou aquele
que vive; estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre! E tenho as
chaves da morte e do Hades".
Ao
declarar-se "a ressurreição e a vida", Jesus não apenas antecipa a
ressurreição final, mas também afirma que todo aquele que crê nEle já possui
vida eterna. A morte não tem mais domínio sobre os que pertencem a Cristo.
b) A promessa de vida para quem crê em Jesus
A
promessa de Jesus envolve duas realidades complementares:
Ø "Quem crê
em mim, ainda que morra, viverá". Isso significa que a morte
física não é o fim para os crentes. Embora experimentemos a morte terrena,
nossa vida eterna está assegurada pela ressurreição em Cristo (1Co.15:51-54).
Ø "Todo aquele que
vive e crê em mim jamais morrerá". Aqui, Jesus está falando sobre a vida
espiritual. Quem tem fé nEle nunca experimentará a morte eterna, ou seja, a
separação definitiva de Deus. A salvação em Cristo nos garante uma vida
abundante aqui e na eternidade.
A
vida que Jesus promete não é apenas futura, mas presente. Ele nos dá vida em
abundância (João 10:10), transformando nossa existência não apenas após a
morte, mas agora. Uma vida entregue a Cristo não é apenas mais longa, mas mais
profunda, significativa e repleta de propósito.
Portanto,
Jesus convidou Marta – e convida a todos nós – a crer nEle como a fonte de toda
vida. O verdadeiro cristianismo não se limita a um conjunto de crenças sobre o
passado ou o futuro, mas a um relacionamento vivo com Cristo no presente.
Diante
dessa declaração de Jesus, Ele faz uma pergunta essencial a Marta: "Crês
tu isso?" (João 11:26). Essa pergunta ressoa até hoje: Cremos
verdadeiramente que Jesus é a ressurreição e a vida? Se sim, nossa vida e nossa
esperança são transformadas, pois a morte já não tem a última palavra.
SINOPSE
DO TÓPICO II – O ENCONTRO DE MARTA COM JESUS O
encontro de Marta com Jesus em Betânia revela uma luta entre a fé e a razão.
Marta acreditava que Jesus poderia ter curado Lázaro se tivesse chegado antes
(João 11:21) e também tinha fé na ressurreição futura (João 11:24). No
entanto, sua maior dificuldade era crer no poder de Cristo no presente. Jesus
corrige essa visão limitada ao declarar: "Eu sou a ressurreição e a
vida" (João 11:25). Ele não é apenas alguém que operou milagres no
passado ou operará no futuro, mas atua no presente, com autoridade sobre a
morte e a vida. Além
disso, o episódio reforça que a verdadeira fé não deve ser condicionada ao
tempo humano, mas deve descansar na soberania divina. O milagre da
ressurreição de Lázaro não apenas renovou a esperança de Marta, mas também
revelou que a vida em Cristo transcende as limitações do mundo material,
oferecendo uma promessa eterna para todos os que creem Nele. |
III. A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO
1. A Ressurreição do corpo
A
doutrina da ressurreição do corpo é um dos pilares centrais da fé cristã e
distingue-se do conceito de mera imortalidade da alma. O milagre da
ressurreição de Lázaro, registrado em João 11, prefigura a ressurreição final,
mas difere dela em um aspecto fundamental: Lázaro voltou à vida, porém ainda estava
sujeito à morte física, enquanto a ressurreição escatológica dos justos
resultará em corpos glorificados e incorruptíveis, livres da presença e do
poder do pecado, da morte e da decadência (1Co.15:42-44).
No
ensino de Jesus (João 5:28,29), vemos que todos os mortos ressuscitarão, mas em
momentos distintos e para destinos diferentes. O apóstolo Paulo detalha esse
evento, especialmente em 1Coríntios 15 e 1Tessalonicenses 4:13-17, revelando a
ordem e a natureza da ressurreição:
a)
A ressurreição dos justos. Ocorrerá no
arrebatamento da Igreja, quando os crentes falecidos terão seus corpos
transformados em corpos glorificados, semelhantes ao corpo ressurreto de Cristo
(Fp.3:21). Nesse evento, os vivos também serão transformados instantaneamente,
para encontrarem o Senhor nos ares (1Co.15:51,52).
b)
A ressurreição dos ímpios. Ocorrerá após o
reino milenar de Cristo, no Juízo Final (Ap.20:11-15), quando os incrédulos
receberão um corpo destinado à condenação eterna, para comparecerem diante do
grande trono branco e serem julgados conforme suas obras.
A
ressurreição do corpo evidencia a vitória definitiva de Cristo sobre a morte e
a restauração da criação conforme o plano original de Deus. Para os crentes, a
promessa da ressurreição traz esperança e consolo, pois assegura que a vida
eterna não será apenas espiritual, mas também física e gloriosa, em um estado
de comunhão plena com Deus.
2. Da morte para a vida
A
declaração de Jesus em João 11:25,26 apresenta uma verdade fundamental da fé
cristã: a vida em Cristo transcende a morte física. Quando Ele diz: "quem
crê em mim, ainda que esteja morto, viverá", está revelando a certeza da
ressurreição futura para os crentes. E quando acrescenta: "e todo aquele
que vive e crê em mim nunca morrerá", afirma que a vida eterna já começa
no presente para aqueles que creem, pois a morte espiritual não tem poder sobre
eles.
Jesus
distingue duas dimensões da existência:
a)
A vida natural (biológica) – que é
passageira e sujeita à morte física.
b)
A vida eterna – que é concedida aos
crentes em Cristo e não pode ser interrompida nem anulada pela morte física.
Portanto,
a morte do crente não é um fim desesperador, mas uma transição gloriosa. Paulo
reforça essa verdade ao declarar que "o morrer é lucro" (Fp.1:21) e
que, ao deixarmos este corpo, estaremos "presentes com o Senhor" (2Co.5:8).
A morte física se torna, assim, uma porta de entrada para a plenitude da
comunhão com Deus, e não uma derrota final.
A
ressurreição do corpo marcará a consumação desse processo, quando os crentes
receberão corpos glorificados (1Co.15:42-44), semelhantes ao corpo ressurreto
de Cristo (Fp.3:21). Assim, a promessa de Jesus assegura que aqueles que creem
n'Ele jamais experimentarão a morte no sentido definitivo, pois estarão para
sempre vivos na presença de Deus.
Essa
verdade deve gerar esperança e consolo, especialmente diante da perda de entes
queridos ou do medo da morte. Para o cristão, a morte não é o fim, mas o início
da vida plena na eternidade, aguardando a ressurreição gloriosa no Dia da vinda
de Cristo e do arrebatamento da Igreja (1Ts.4:16,17).
3. Uma viva esperança
A
ressurreição de Lázaro não foi apenas um milagre isolado, mas uma demonstração
visível do poder soberano de Jesus sobre a morte. O choro de Cristo (João
11:35) revela que Ele não é indiferente à dor humana, mas se compadece dos que
sofrem. No entanto, sua resposta final não foi apenas um gesto de empatia, mas
uma afirmação do poder divino ao ordenar: "Lázaro, vem para fora!"
(João 11:43). Esse chamado antecipa a grande promessa da ressurreição futura
dos crentes.
Jesus
já havia ensinado que "vem a hora em que todos os que estão nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão" (João 5:28,29). Assim, a ressurreição de
Lázaro serviu como um sinal da ressurreição final – tanto dos justos para a
vida eterna quanto dos ímpios para a condenação eterna. Para aqueles que estão
em Cristo, a morte não é o fim, mas uma passagem para a eternidade com Deus
(João 14:3).
A
"viva esperança" mencionada na Bíblia (1Pd.1:3) não é um otimismo
vago, mas uma certeza fundamentada na ressurreição de Jesus. Ele mesmo disse:
"Porque eu vivo, vós também vivereis" (João 14:19). Isso significa
que, assim como Lázaro foi chamado para fora da sepultura, os que morreram em
Cristo também ressuscitarão glorificados (1Ts.4:16,17).
Portanto,
a ressurreição de Lázaro aponta para a vitória final sobre a morte (1Co.15:54,55)
e assegura aos crentes que a sepultura não é o destino final. Nossa esperança
está firmada em Cristo, o Senhor da Vida, que garantiu um futuro glorioso para
todos os que confiam Nele. Essa certeza nos fortalece em meio às tribulações e
nos consola diante da perda de entes queridos, pois sabemos que a morte não tem
a palavra final.
Sinopse
III – A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO A
ressurreição do corpo é um princípio central da fé cristã, conforme ensinado
por Jesus e pelos apóstolos. O milagre da ressurreição de Lázaro foi um sinal
visível do poder divino sobre a morte, apontando para a ressurreição futura
dos crentes (João 11:25,26).
Portanto,
a doutrina da ressurreição do corpo não apenas reafirma a soberania de
Cristo, mas também traz conforto e esperança, garantindo que a vida dos crentes
não termina na sepultura, mas se estende à eternidade com Deus. |
CONCLUSÃO
O
estudo desta lição nos conduziu à essência da fé cristã: Jesus Cristo é a
ressurreição e a vida. A narrativa da ressurreição de Lázaro revela que o tempo
de Deus é perfeito, mesmo quando parece haver demora. Assim como Marta e Maria
foram desafiadas a crer no poder presente de Cristo, também somos chamados a
confiar que Ele continua operando milagres hoje.
Além
disso, aprendemos que a ressurreição do corpo é uma realidade futura para
todos. Os que creem em Cristo receberão a vida eterna, enquanto os que o
rejeitam enfrentarão a condenação eterna. A promessa da ressurreição não apenas
nos dá esperança diante da morte, mas também nos desafia a viver com os olhos
voltados para a eternidade.
Portanto,
a declaração de Jesus "Eu sou a ressurreição e a vida" não é apenas
uma afirmação teológica, mas uma garantia de vitória sobre a morte para todos
os que creem Nele. Que essa verdade fortaleça nossa fé, traga consolo aos
nossos corações e nos motive a viver uma vida que glorifique Aquele que tem o
poder de conceder a vida eterna.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave –
Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática Atual
e exaustiva.
Rev. Hernandes Dias Lopes. João, as
glórias do Filho de Deus. Hagnos.
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