2º Trimestre de 2025
SUBSÍDIO PARA A LIÇÃO 10
Texto Base: João
14:16-18; 16:7,8,13; 20:21,22
“E, havendo dito isso,
assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”
(João 20:22).
João 14:
16.E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre,
17.o Espírito
da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece;
mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
18.Não vos
deixarei órfãos; voltarei para vós.
João 16:
7.Todavia,
digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.
8.E,
quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo:
13.Mas,
quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a
verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará o que há de vir.
João 20:
21.Disse-lhes,
pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós.
22.E,
havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o
Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
A
promessa do Espírito Santo ocupa um lugar central nos ensinamentos de Jesus aos
seus discípulos, especialmente nos momentos que antecederam Sua crucificação.
Em João 14:16-18; 16:7,8,13 e 20:21,22, encontramos palavras de consolo e
esperança, onde o Mestre assegura que não deixaria os seus seguidores órfãos,
mas enviaria o Consolador para habitar neles e guiá-los em toda a verdade.
Nesta
lição, examinaremos a promessa do Espírito Santo conforme ensinada por Jesus,
destacando seu papel essencial na vida e missão dos discípulos. O Espírito
Santo não apenas habita nos crentes, fortalecendo-os e capacitando-os para
cumprir a vontade de Deus, mas também age como Mestre, Conselheiro e
Intercessor. Além disso, veremos o impacto transformador da descida do Espírito
no Dia de Pentecostes, quando os discípulos foram revestidos de poder para
testemunhar com ousadia e propagar o Evangelho ao mundo.
Dessa
forma, ao estudarmos essa promessa, somos convidados a compreender e
experimentar mais profundamente a atuação do Espírito Santo em nossa própria
jornada de fé, permitindo que Ele nos conduza, fortaleça e transforme,
capacitando-nos para viver segundo a vontade de Deus e testemunhar o Seu Reino.
I. A PROMESSA DO PAI
1. Jesus envia o
Consolador
Ao
se despedir dos seus discípulos, Jesus lhes assegurou que não os deixaria
sozinhos, mas rogaria ao Pai para que lhes enviasse "outro
Consolador" (João 14:16). A palavra grega utilizada para
"Consolador" é Parákletos, que significa aquele que está ao
lado para ajudar, interceder e fortalecer. Isso revela que a missão do Espírito
Santo não seria apenas momentânea, mas contínua e permanente na vida dos
discípulos: "para que fique convosco para sempre".
No versículo seguinte, Jesus
acrescenta: "o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em
vós" (João 14:17).
Aqui, Cristo destaca dois aspectos fundamentais da atuação do Espírito Santo:
primeiro, sua exclusividade para aqueles que creem, pois o mundo, em sua
incredulidade, não pode recebê-lo; segundo, sua presença íntima e permanente
dentro do crente, indicando que Ele não apenas acompanha externamente, mas faz
morada no interior do discípulo.
Já
em João 16:8, Jesus revela que uma das funções do Espírito Santo será convencer
o mundo "do pecado, da justiça e do juízo". Essa obra do Espírito é
essencial para a regeneração humana, pois Ele
ilumina a consciência das pessoas, demonstrando-lhes a necessidade do
arrependimento e da salvação em Cristo. Assim, o Espírito Santo age como
agente divino na conversão dos pecadores, na edificação da Igreja e na
capacitação dos discípulos para o cumprimento da missão de Deus.
Portanto,
a promessa do envio do Consolador não apenas assegura a continuidade da
presença divina entre os crentes, mas também revela a atuação poderosa e
transformadora do Espírito Santo, conduzindo os discípulos na verdade,
fortalecendo-os em sua caminhada e capacitando-os para testemunhar eficazmente
o Evangelho.
2. O Consolador
A
designação do Espírito Santo como "Consolador" (Parákletos) é
um dos títulos mais significativos atribuídos a Ele por Jesus. A palavra grega Parákletos
refere-se a alguém chamado para estar ao lado de outra pessoa com a finalidade
de ajudar, fortalecer, encorajar e interceder. No contexto bíblico, essa função
se manifesta tanto no apoio aos discípulos quanto na revelação da verdade e na
capacitação espiritual para a obra do Reino.
Quando
Jesus promete enviar "outro Consolador" (allos Parákletos) em
João 14:16, Ele está indicando que o Espírito Santo será para os discípulos
aquilo que Ele mesmo foi enquanto esteve fisicamente entre eles. O termo grego
allos significa "outro da mesma espécie", ou seja, o Espírito
Santo não é diferente em essência de Cristo, mas compartilha da mesma natureza divina. Isso reforça tanto a
personalidade do Espírito Santo quanto sua divindade, em plena igualdade com o
Pai e o Filho dentro da Trindade.
Além
de ser o Consolador, o Espírito Santo também é
o Advogado dos crentes. No sentido jurídico, Parákletos pode ser
traduzido como "intercessor" ou "defensor", alguém que
pleiteia uma causa em favor de outra pessoa. Em 1João 2:1, Jesus é chamado de
"Advogado" (Parákletos) junto ao Pai, o que confirma que o
Espírito Santo continua a obra de Cristo ao guiar, ensinar e interceder pelos
crentes.
Portanto, a promessa do
Consolador não se trata apenas de uma presença reconfortante, mas de uma
atuação ativa e transformadora. Ele instrui na verdade (João 16:13), fortalece
na adversidade (Atos 4:31), capacita para a missão (Atos 1:8) e intercede em
favor dos santos (Romanos 8:26,27). Sua presença é a garantia de que os discípulos
nunca estariam sozinhos, mas sempre acompanhados pelo poder de Deus em suas
vidas.
3. “Não vos deixarei
órfãos” (João 14:18)
A
promessa de Jesus em João 14:18 — “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós”
— é uma afirmação profunda de cuidado, presença e continuidade da sua missão na
vida dos discípulos. Ao dizer isso, Cristo estava assegurando que sua partida
não significava abandono, mas sim a vinda de uma nova forma de relacionamento
com os seus seguidores por meio do Espírito Santo.
Na cultura judaica, a orfandade representava
uma condição de vulnerabilidade extrema. Um órfão ficava desprotegido, sem
direção e sem esperança. Ao usar essa metáfora, Jesus revelou o impacto que sua
partida teria sobre os discípulos, mas também garantiu que eles não ficariam desamparados.
O Espírito Santo seria enviado para continuar sua obra e trazer a presença de
Cristo de maneira real e contínua.
Essa
promessa tem um significado teológico profundo. O Espírito Santo não apenas vem
em nome de Cristo, mas torna Cristo presente nos crentes. Sua atuação revela e
glorifica Jesus (João 16:14), aplica os méritos da redenção aos corações dos
discípulos e faz com que os ensinamentos de Cristo sejam eficazes em suas
vidas. Assim, quando o Espírito Santo é derramado, Cristo verdadeiramente retorna
àqueles que creem, não em um sentido físico, mas por meio da habitação do
Espírito.
Além
disso, essa promessa reforça a comunhão íntima entre Jesus e seus seguidores. A
vinda do Espírito Santo marca o início de uma nova fase da relação entre Deus e
a humanidade, em que a presença de Cristo não estaria mais restrita a um corpo
físico, mas seria vivida espiritualmente por todos os crentes ao longo da
história.
Portanto,
a promessa de que não seríamos órfãos significa que jamais estaremos sozinhos.
O Espírito Santo nos guia, nos ensina, nos fortalece e nos conduz na caminhada
cristã, garantindo que a obra redentora de Cristo continue em cada um de nós
até a consumação dos tempos.
Sinopse
I – A PROMESSA DO PAI -A
promessa do Espírito Santo, feita por Jesus aos seus discípulos, revela o
compromisso divino de prover direção, consolo e transformação àqueles que
seguem a Cristo. Jesus garantiu que não deixaria os seus seguidores
desamparados, mas enviaria "outro Consolador" (João 14:16,17), a
Terceira Pessoa da Trindade, que habitaria neles e os capacitaria para a
missão. -O
Espírito Santo, identificado como o "Parákletos", desempenha o
papel de ajudador, advogado e encorajador. Sua vinda não apenas assegura a
presença contínua de Cristo na vida dos crentes, mas também reafirma a
divindade e unidade da Trindade. Como Jesus declarou: "Não vos deixarei
órfãos" (João 14:18), evidenciando que, por meio do Espírito, Ele
permaneceria com os seus discípulos. -Além
de consolar, o Espírito Santo tem um papel ativo na convicção do pecado, da
justiça e do juízo (João 16:8), conduzindo os fiéis à verdade e aplicando os
méritos da redenção em suas vidas. Assim, a promessa do Pai é o cumprimento
da presença divina entre os homens, garantindo que os discípulos de Cristo
jamais estejam sozinhos e tenham a orientação necessária para cumprir a
vontade de Deus. |
II. O ESPÍRITO SANTO
HABITA OS DISCIPULOS
1. João 20:22
“Disse-lhes, pois,
Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós. E, havendo dito isso, assoprou sobre
eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
A
passagem de João 20:19-23 descreve o momento em que Jesus aparece aos
discípulos após a ressurreição. Eles estavam reunidos com as portas trancadas
por medo dos judeus, quando Jesus se colocou no meio deles e os saudou com
"Paz seja convosco" (João 20:19). O fato de que Ele apareceu de forma
súbita, apesar das portas fechadas, indica que já possuía um corpo glorificado.
Após
essa saudação, Jesus mostrou-lhes as mãos e o lado, confirmando sua identidade
(João 20:20). Somente então, os discípulos se alegraram ao vê-lo vivo. Neste
contexto, Ele os comissiona para a missão, dizendo: "Assim como o Pai me
enviou, também eu vos envio" (João 20:21). O verso seguinte, João 20:22,
registra que Jesus soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito
Santo", um evento que antecipa o derramamento do Espírito no Pentecostes
(Atos 2:1-4).
Ao
olharmos para o contexto anterior (João 20:1-18), encontramos Maria Madalena
testemunhando a ressurreição e a sua emocionante interação com Jesus. Isso
prepara o cenário para a revelação do Cristo ressuscitado aos discípulos no
cenáculo.
Já
no contexto imediato posterior (João 20:24-31), encontramos o episódio de Tomé,
que duvidava da ressurreição e só creu ao tocar nas chagas do Senhor. Isso
reforça a importância da fé na revelação de Jesus.
O
capítulo 21 complementa esse panorama ao mostrar uma nova aparição de Jesus aos
discípulos, evidenciando seu papel como Senhor ressurreto e reafirmando a
missão apostólica.
Portanto, João 20:22 deve ser interpretado
dentro desse grande contexto da ressurreição e comissionamento apostólico,
mostrando que o Espírito Santo seria dado para capacitação da missão que estava
apenas começando.
2. O sentido de
“assoprou sobre eles” o Espírito Santo
O
ato de Jesus assoprar sobre os discípulos e dizer-lhes: "Recebei o
Espírito Santo" (João 20:22) é profundamente simbólico e tem um
significado teológico essencial. Este gesto remete à criação do homem, quando
Deus soprou o fôlego da vida em Adão (Gênesis 2:7). Assim, Jesus, como o
Segundo Adão, comunica nova vida espiritual aos
seus discípulos, prefigurando a plenitude do derramamento do Espírito no
Pentecostes (Atos 2:1-4).
Ao soprar sobre eles, Jesus não apenas antecipa a descida do
Espírito Santo, mas também confere uma capacitação inicial para a missão que
eles em breve desempenhariam. O teólogo D.A. Carson, citando João Calvino, destaca que esse momento pode ser entendido como uma aspersão
preliminar do Espírito, enquanto a plenitude viria apenas no Pentecostes. Dessa
forma, os discípulos receberam um fortalecimento imediato, mas aguardariam
ainda o revestimento total de poder para cumprirem a Grande Comissão.
Esse episódio demonstra que a habitação do Espírito Santo
nos discípulos não é um mero evento isolado, mas um processo progressivo dentro
do plano redentor de Deus. Em João 14:17, Jesus já havia anunciado que o Espírito
“habita convosco e estará em vós”, indicando que a presença do Espírito Santo
seria contínua e permanente.
Portanto, João 20:22 marca um ponto de
transição entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança no Espírito. Jesus garante
que seus discípulos não apenas receberiam a missão de pregar o Evangelho ao
mundo, mas seriam devidamente capacitados pelo próprio Espírito Santo,
cumprindo assim a Promessa do Pai e estabelecendo a Igreja como agência do
Reino de Deus na Terra.
3. Um episódio
anterior ao Pentecostes
A
declaração de Jesus em João 20:22 — “Recebei o Espírito Santo” — acompanhada do
gesto simbólico de soprar sobre os discípulos, marca um evento significativo
que antecede o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes (Atos 2). Esse
episódio, ocorrido logo após a ressurreição de Cristo, não substitui, mas
prepara os discípulos para o evento futuro de Atos.
Nesse
momento, os discípulos recebem o Espírito de forma regeneradora e vivificadora,
tornando-se nova criação em Cristo, conforme ensinado por Paulo em Romanos
8:9-14 e Gálatas 5:16-26. Esse ato simboliza a obra do Espírito Santo na
regeneração, cumprindo o que Jesus havia dito a Nicodemos sobre o novo
nascimento pelo Espírito (João 3:5-8).
Entretanto,
em Atos 1:8, Jesus fala de um revestimento de poder que viria sobre os
discípulos para a missão. Isso indica que a experiência de João 20:22 foi
distinta do Pentecostes, pois a promessa do batismo no Espírito Santo para
capacitação ainda estava por vir (Atos 2:1-4).
O
verbo “soprou” (gr. enephusēsen) ocorre na Septuaginta (tradução grega
do Antigo Testamento), em Gênesis 2:7, quando Deus soprou o fôlego de vida no
homem, dando-lhe existência. Dessa forma, o gesto de Jesus remete ao ato
criador, indicando que os discípulos estavam experimentando um novo nascimento
espiritual.
Essa regeneração pelo Espírito em João 20:22
não substitui o revestimento de poder do Pentecostes, mas confirma que os
discípulos passaram a ser habitação do Espírito, inaugurando a Nova Aliança.
Posteriormente, com o derramamento do Espírito em Atos 2, eles seriam
capacitados para proclamar o Evangelho com ousadia, conforme Jesus havia
ordenado (Atos 1:8).
Sinopse
II – O ESPÍRITO SANTO HABITA OS DISCÍPULOS -O
Espírito Santo não apenas capacita, mas também habita nos discípulos de
Cristo, inaugurando uma nova realidade espiritual na vida da Igreja. No
episódio descrito em João 20:22, Jesus sopra sobre os discípulos e declara:
"Recebei o Espírito Santo", simbolizando a regeneração e a nova
criação que ocorre quando o Espírito passa a habitar nos crentes. Esse evento
antecede o Pentecostes, onde o Espírito viria capacitá-los com poder para a
missão. -Essa
habitação do Espírito transforma os discípulos em nova criação, tornando-os
guiados, vivificados e governados pelo Espírito, conforme ensinado em Romanos
8:9-14 e Gálatas 5:16-26. O sopro de Jesus remete ao ato criador de Gênesis
2:7, indicando que, assim como Deus deu vida ao primeiro homem, agora Cristo
concede vida espiritual aos seus seguidores. -Entretanto,
a descida do Espírito no Pentecostes (Atos 2) foi uma experiência distinta e
complementar. Enquanto João 20:22 marca a regeneração e a habitação do
Espírito nos discípulos, o Pentecostes representa o revestimento de poder
para a proclamação do Evangelho ao mundo (Atos 1:8). Assim, aprendemos que a
presença do Espírito na vida dos crentes é essencial tanto para a
santificação quanto para a capacitação na obra do Reino de Deus. |
III. A PROMESSA DO PAI
NO DIA DE PENTECOSTES
1. “De repente” (Atos
2:2)
O evento descrito em Atos 2:2, introduzido
pela expressão "De repente", destaca a soberania e a intervenção
divina no derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no Dia de
Pentecostes. A escolha desse momento não foi aleatória, mas fazia parte do plano
perfeito de Deus, cumprindo a promessa feita por Jesus (Atos 1:4,8) e
estabelecendo um marco na história da Igreja.
O
contexto histórico e teológico do Pentecostes é significativo. Cinquenta dias
após a Páscoa, os judeus celebravam a Festa das Semanas (ou Festa da Colheita),
que simbolizava a gratidão pelas primícias da colheita e, segundo a tradição
judaica, também marcava a entrega da Lei a Moisés no Monte Sinai. Agora, no
Pentecostes cristão, Deus estava inaugurando uma nova era, a da Igreja, não
pela Lei, mas pelo Espírito Santo, que capacitaria os discípulos a proclamar o
Evangelho ao mundo.
A
expressão “de repente” indica que a descida do Espírito Santo não foi uma
consequência natural de um processo humano, mas um ato sobrenatural,
surpreendente e poderoso. Assim como Deus agiu soberanamente em momentos-chave
da história bíblica, agora Ele manifestava Seu Espírito de forma visível e
audível, preparando os discípulos para uma transformação profunda e
irreversível.
Além
disso, o som vindo do céu como um vento impetuoso remete a símbolos da presença
divina no Antigo Testamento (como em Ezequiel 37:9-14, onde o Espírito de Deus
traz vida aos ossos secos). Esse evento não
apenas cumpriu a promessa do Pai, mas marcou o início da Igreja, capacitada
pelo Espírito Santo para testemunhar “até os confins da terra” (Atos
1:8).
2. “E todos foram
cheios do Espírito Santo” (Atos 2:4)
O texto de Atos 2:4, que afirma “E todos foram cheios do
Espírito Santo”, revela o cumprimento da promessa do Pai e a inauguração de um
novo tempo na história da redenção.
O
batismo no Espírito Santo, evidenciado pelo falar em línguas, não deve ser
confundido com a regeneração operada pelo Espírito no momento da conversão. Em João 20:22, Jesus soprou sobre os
discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”, o que indica um ato de regeneração. No entanto, a experiência narrada
em Atos 2:4 trata-se de um revestimento de
poder, capacitando os discípulos para a missão evangelizadora.
A distinção entre a habitação do Espírito e o ser cheio do
Espírito é fundamental para a compreensão da pneumatologia do Novo Testamento.
A regeneração pelo Espírito Santo transforma o pecador em nova criatura (2Co.5:17),
enquanto o batismo no Espírito Santo equipa os crentes com ousadia e poder para
proclamar o Evangelho (Atos 1:8). O livro de Atos enfatiza repetidamente que os
discípulos, além de nascerem do Espírito, também precisavam ser cheios d’Ele
para cumprirem a obra de Deus com eficácia (Atos 4:31; 9:17; 13:9,52).
Outro
aspecto relevante do texto é a manifestação sobrenatural associada ao batismo
no Espírito: “e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes
concedia que falassem”. Essa evidência inicial do batismo no Espírito Santo
demonstra o caráter extraordinário da promessa cumprida e o impacto imediato
dessa experiência na vida dos discípulos. O falar em línguas é um sinal de que
o Espírito Santo havia tomado pleno controle daquelas vidas, capacitando-as
para testemunharem com ousadia e fluência espiritual em sua missão.
Assim, ser cheio do Espírito Santo não é uma
experiência isolada ou estática, mas um processo contínuo. Paulo exorta os
crentes a “encherem-se do Espírito” (Ef.5:18), indicando a necessidade de uma
busca constante pela plenitude da ação divina em suas vidas. Portanto, o
batismo no Espírito Santo e a plenitude do Espírito são elementos
indispensáveis para o avanço da obra de Deus na Igreja e no mundo.
3. “E começaram a
falar em outras línguas” (Atos 2:4)
O
relato de Atos 2:4 enfatiza que “e começaram a falar em outras línguas” como um
sinal visível e audível do batismo no Espírito Santo. Esse fenômeno
sobrenatural marcou a inauguração da nova era do Espírito, prometida por Jesus
e aguardada pelos discípulos desde Sua ascensão (Atos 1:4,5,8).
É
fundamental compreender que o falar em outras línguas no Pentecostes não foi um
evento isolado, mas um padrão evidenciado em outras ocorrências do batismo no
Espírito Santo no livro de Atos (Atos 10:44-46; 19:6). Em cada caso, aqueles
que recebiam o Espírito manifestavam essa experiência com a evidência inicial
de falar em línguas, um sinal inconfundível da plenitude do Espírito.
As
línguas faladas no Pentecostes tinham um duplo propósito:
a)
Glorificação a Deus. Os discípulos falavam “as grandezas de
Deus” (Atos 2:11), indicando que as línguas eram expressões espirituais
concedidas pelo Espírito Santo e não meras repetições humanas.
b)
Impacto evangelístico. Aqueles que estavam em Jerusalém para a
festa ouviram os discípulos falarem em seus próprios idiomas, o que serviu como
testemunho poderoso do agir sobrenatural de Deus. Entretanto, vale ressaltar
que, embora alguns compreendessem, as línguas
eram desconhecidas para quem falava, confirmando sua natureza espiritual e não
apenas linguística.
Pedro,
ao explicar o ocorrido, destacou que essa manifestação não era restrita àquele
momento, mas se estenderia às gerações futuras até a volta de Cristo (Atos 2:38,39).
Isso reforça que o batismo no Espírito Santo não foi uma experiência exclusiva
dos apóstolos ou da igreja primitiva, mas continua disponível a todos os
crentes que buscam essa capacitação espiritual.
Além disso, as línguas mencionadas em Atos não
eram aprendidas ou treinadas, mas sim resultado direto da ação sobrenatural do
Espírito. O próprio apóstolo Paulo, mais tarde, abordaria a diversidade das línguas
espirituais, distinguindo entre o dom de variedades de línguas para edificação
coletiva na igreja (1Co.12:10,30) e a oração em línguas como edificação pessoal
(1Co.14:2,4,18).
Portanto,
o falar em línguas no Pentecostes foi um sinal inegável do cumprimento da
promessa do Pai, servindo como evidência visível e audível da atuação do
Espírito Santo. Essa manifestação continua
sendo a marca distintiva do batismo no Espírito Santo, não como um fim em si
mesma, mas como um meio pelo qual o crente é capacitado para viver uma vida
cheia do Espírito e testemunhar com ousadia.
Sinopse
III – A PROMESSA DO PAI NO DIA DE PENTECOSTES -O
derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes marcou o cumprimento da
Promessa do Pai, conforme anunciado por Jesus. Esse evento foi introduzido
pela expressão “de repente” (Atos 2:2), enfatizando a soberania divina no
envio do Espírito Santo no tempo determinado. O Pentecostes, celebrado
cinquenta dias após a Páscoa, simbolizou a inauguração da nova colheita
espiritual, com a capacitação dos discípulos para a expansão do Evangelho. -No
evento descrito em Atos 2:4, todos os presentes foram cheios do Espírito
Santo, recebendo poder para testemunhar. Esse enchimento do Espírito,
frequentemente identificado com o batismo no Espírito Santo, não se limitou à
regeneração, mas capacitou os discípulos com ousadia e autoridade espiritual.
A experiência foi acompanhada pelo falar em outras línguas, um sinal visível
e audível da manifestação do Espírito. -Por
fim, o fato de “começarem a falar em outras línguas” revelou a dimensão
sobrenatural da promessa. As línguas faladas glorificavam a Deus e serviam
como evidência física da plenitude do Espírito. Além disso, esse fenômeno não
se restringiu à igreja primitiva, mas foi estendido a todas as gerações de
crentes, como Pedro declarou em Atos 2:38-39. Assim, o Pentecostes não foi um
evento isolado, mas o início de uma nova era na qual o Espírito Santo
continua agindo, capacitando e enchendo os fiéis para a missão da Igreja. |
CONCLUSÃO
O estudo desta Lição revelou a centralidade da
Promessa do Espirito Santo na vida dos discípulos e na missão da Igreja. Jesus
garantiu que seus seguidores não ficariam desamparados, mas receberiam o
Consolador, o Espírito Santo, que habitaria neles para guiá-los em toda a
verdade e capacitá-los para cumprir a vontade de Deus.
Vimos que essa promessa se cumpriu de forma
extraordinária no Dia de Pentecostes, quando o Espírito foi derramado sobre os
crentes, revestindo-os de poder e concedendo-lhes ousadia para testemunhar o
Evangelho. O falar em outras línguas serviu como sinal visível dessa
capacitação sobrenatural, demonstrando que a promessa do Pai era uma realidade
para a Igreja nascente e para todas as gerações de crentes.
Assim, aprendemos que a atuação do Espírito
Santo não se limita ao passado, mas permanece viva e acessível a todo aquele
que crê. Como templo do Espírito, somos chamados a viver em plena comunhão com
Deus, sendo continuamente cheios do Espírito e conduzidos por Ele em nossa
caminhada cristã.
Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave –
Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico
popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. CPAD.
Dicionário VINE.CPAD.
O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática
Atual e exaustiva.
Rev. Hernandes Dias Lopes. João, as
glórias do Filho de Deus. Hagnos.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Atos dos
Apóstolos.
Deus te abençoe pelo seus maravilhosos comentário não deixando nenhuma dúvida aos sesleitores
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