quarta-feira, 14 de junho de 2017

CONVERGÊNCIA DE SINAIS INDICIA O CAMINHO PARA O TERCEIRO TEMPLO DE JERUSALÉM




Muitos séculos passaram sem que se pudesse imaginar a cena vivida há exatamente 50 anos atrás: soldados de Israel, sob a bandeira com a estrela de David, clamando exultantes e vitoriosos: "O Monte do Templo está nas nossas mãos!"
A conquista de Jerusalém oriental e do Monte do Templo custou muitas vidas aos heróis soldados do estado judaico. A batalha de Jerusalém foi intensa. Volvido um Jubileu (50 anos), Jerusalém continua e continuará nas mãos dos judeus.
A situação política do Monte do Templo é, no entanto quase explosiva. Até o simples ato de orar pode gerar um grande conflito. Há, no entanto, a certeza que o domínio do lugar tão sagrado para os judeus e cristãos e em inferior importância para os muçulmanos estará sempre no centro das conversações a realizar entre judeus e árabes. E elas parecem vir a caminho.

ACRÉSCIMO DE SINAIS RELACIONADOS COM O TEMPLO DE JERUSALÉM  

Há um aumento progressivo de sinais indicadores de que os judeus estão a fazer progressos reais visando a construção de um Templo (o terceiro) na sua eterna capital, Jerusalém, onde há cerca de 3 mil anos foi erigido o primeiro Templo judaico. As implicações e ramificações de tal empreendimento estão longe da nossa imaginação e até compreensão. Mas, uma coisa é certa: qualquer ação no sentido da construção de um Terceiro Templo terá inimagináveis e profundíssimas consequências geopolíticas e espirituais. 
E, como em muitas profecias bíblicas, o cumprimento das mesmas é realizado por estágios ou etapas, assim também o projeto para a construção do Templo será necessariamente precedido por sinais, alguns dos quais já estão patentes diante dos nossos olhos. São eles:
- já estão a ser realizados sacrifícios da Páscoa junto ao Monte do Templo;

- já estão sendo trazidas e até criadas em Israel raças específicas de animais necessárias para os sacrifícios no Templo, conforme os ensinos da Torah (a Lei de Moisés);
- as modernas ciências e tecnologias do ADN já permitem identificar aqueles que serão geneticamente capacitados para servir como sacerdotes no Templo, assim que o mesmo seja construído;
- já foram preparados o altar, as vestimentas sacerdotais e outros materiais indispensáveis para a condução dos cultos no Templo.
Israel é de facto o ponto convergente das profecias. E o tema da construção do Terceiro Templo é atualmente um tema recorrente em muitas conversas, não só em Israel, como no meio de muitas comunidades judaicas e cristãs espalhadas pelo mundo. Este é certamente um tempo anunciado pelos profetas de outrora.

ISRAEL É UM MILAGRE VIVO

Israel é de facto um milagre vivo diante dos nossos olhos. É a única nação do mundo que ressuscitou ao fim de 2 mil anos! É a única nação do mundo cuja língua original foi restaurada ao fim de imensos séculos! É a única nação do mundo "criada" com um povo oriundo dos quatro cantos da terra! Israel é a única nação da qual tudo isto foi profetizado há mais de 2 mil anos, provando que a sua existência atual é sem qualquer dúvida o resultado da intervenção direta e sobrenatural de Deus!

OUTROS SINAIS CONVERGENTES

O renascimento de Israel no ano de 1948 poderá ter sido o início do despoletar de uma série de sinais globais anteriormente anunciados e que convergirão para o plano pré-estabelecido por Deus para a nação e povo de Israel. 

Apocalipse 13 dá-nos uma clara indicação da atual globalização mundial. Vêm-se também as nações em crescente "angústia e perplexidade", tal como profetizado em Lucas 21:25. Assiste-se hoje a um preocupante aumento da perseguição aos cristãos e ao crescimento do antissemitismo global. Vê-se o mundo a voltar-se cada vez mais contra Israel, conforme profetizado em Zacarias 12. 

ISRAEL É O RELÓGIO PROFÉTICO

Israel é o relógio profético que Deus usa para mostrar ao mundo que é hora de juízo sobre toda a humanidade. O regresso do Seu Filho para resgatar o Seu povo e julgar as nações teria de ser precedido pela restauração de Israel, o regresso do povo judeu à sua Terra, a renovação da mesma, e a reconquista de Jerusalém, tornando-a novamente a capital eterna e indivisível do estado judaico. E se Israel é o relógio, Jerusalém será o ponteiro dos minutos, e o Monte do Templo o ponteiro indicador dos segundos.

Assim sendo, a hora profética avançou significativamente em junho de 1967, e agora, volvidos 50 anos - o primeiro Jubileu bíblico - é tempo de estarmos preparados para um crescente acelerar do tempo profético, uma vez que o relógio está nas mãos de Deus, e nada nem ninguém se poderá aos Seus propósitos.
"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o Verão..." - palavras do Mestre Jesus, referindo-se aos dias que estamos a viver. 
 
Fonte: Shalom, Israel!

domingo, 11 de junho de 2017

Aula 12 - JOSÉ, O PAI TERRENO DE JESUS – UM HOMEM DE CARÁTER


2º Trimestre/2017

Texto Base: Mateus 1:18-25

"E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher" (Mt.1:24).

INTRODUÇÃO

Na sequência do estudo de personagens bíblicas que nos ensinam o caráter do cristão, estudaremos José, pai adotivo de Jesus, homem dotado de um caráter justo, temperante e amoroso. Os moradores de Nazaré o conhecia como carpinteiro (Mt.13:55), todavia, Deus o adotou para exercer a ímpar e sublime missão de ser o pai adotivo do Seu Filho Jesus. Esta missão foi exposta a ele num momento de grande decisão, quando intentou deixar Maria, que estava desposada com ele, por estar grávida. José não teve uma revelação direta da parte de Deus que ele seria o pai adotivo do Messias, a mensagem foi direcionada diretamente e pessoalmente a Maria, que viu e ouviu do anjo Gabriel que seria a mãe do Messias, o Salvador. Só quando planejou deixar Maria, o Senhor falou com ele em sonhos e José demonstrou ter fé e comunhão com Deus, pois não teve dificuldades em discernir que não se tratava de um sonho comum, mas era a voz de Deus e a sua revelação divina a respeito daquele que seria o Messias, que tanto Israel, e por que não dizer a humanidade, esperava. Ele foi um homem obediente a Deus, de caráter humilde, submisso e amoroso, e partícipe do plano salvífico de Deus.

 I. JOSÉ, O PAI ADOTIVO DE JESUS

1. Quem era José? Na Bíblia não encontramos muitas informações a respeito dele, todavia, teve um papel importante no plano de redenção divina. Analisando os textos bíblicos a respeito de José, podemos ver que ele era um homem simples, humilde, e conhecido no meio de sua comunidade por causa de sua profissão de carpinteiro. Ele entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi. Disse Deus a Davi: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então, farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre” (2Sm.7:12,16).

Lucas 2:4 confirma que José era da tribo de Judá, a mesma do rei Davi. Se José era da tribo de Judá, porque emigrou da Judeia, terra dos seus antepassados, onde poderia morar livremente, para a Galileia, território de outra tribo, onde ele não poderia possuir propriedades? A Bíblia não explica, mas conjectura-se que foi por causa de sua profissão de carpinteiro. Na Judeia não havia matéria prima para o exercício de sua profissão. Um carpinteiro necessita de madeira para trabalhar. Nos nossos dias, basta ir a algum fornecedor de material e comprar a madeira ou telefonar a uma serraria que umas horas depois está na sua oficina um caminhão com o carregamento da madeira indicada, já serrada em tábuas, seca na estufa e pronta a ser trabalhada. Mas José viveu numa época bem diferente. Ele tinha de montar a sua oficina não muito longe duma floresta onde houvesse árvores que pudessem fornecer boa madeira.

A Bíblia nada registra sobre o final da vida de José. A última participação de José é mencionada no evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc.2:41-52). Ele não foi incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12:46-50. Embora João 6:42 possa indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus, José não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo João (João 19:26,27); portanto, podemos concluir que José havia morrido antes desse acontecimento.

2. Pai adotivo de Jesus. Jesus era conhecido no meio do povo judeu como “filho de José” (João 1:45 e 6:42) e “filho do carpinteiro” (Mt.13:55). Certamente, Deus escolheu um homem íntegro para fazer parte da vida de seu Filho. José sabia que Jesus não era seu filho fisicamente, visto que Jesus foi gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo, no útero de Maria (Lc.1:35), mas José, como um verdadeiro pai, amou Jesus como um filho. Ele é também chamado de "pai-guardião" de Jesus. De seu pai adotivo, Jesus herdou o título de “carpinteiro” (Mc.6:33) por ter aprendido sua profissão.

O fato de Deus ter escolhido José para ser o “pai-guardião” de Jesus é de suma importância, pois José era "da casa e família de Davi" (Lc.2:4). Segundo Elinaldo Renovato, “perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o na ascendência de sua família e também na ascendência de Maria, conforme o registro de Lucas (Lc.3:23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Mateus registra a arvore genealógica de Jesus a partir da descendência de Davi, por meio de Natã, seu filho (Lc.1:27; 3:31), visto que o rei Jeoaquim, filho de Josias, da casa de Davi, em Judá, sofreu terrível maldição de que nenhum descendente dele se assentaria no trono de Davi” (cf. Jr.22:28-30).

3. José, um sonhador obediente. Ao saber da gravidez de Maria, José pensou em deixá-la secretamente para não a infamar. Diz assim Mateus 1:19: “José, seu esposo, sendo justo, e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo”. José não quis acusar Maria de infidelidade e resolveu deixá-la em segredo. Nem sabemos se terá exigido do pai de Maria a devolução do que lhe teria pago, como era tradição entre os judeus. Penso que esta atitude não nos mostra um homem justo, muito menos se pensarmos no que era o homem justo nessa cultura. Eu preferia chamar-lhe de homem pacífico, conciliador, um homem bom, que preferiu ficar prejudicado a apelar para a justiça a que tinha direito. No contexto cultural veterotestamentário, justo era o que praticava a justiça de acordo com a Lei Mosaica. Se José apelasse para a justiça segundo a lei de Moisés, Maria seria condenada à morte por apedrejamento se não houvesse alguma intervenção das autoridades romanas para impedir tal execução, pois viviam numa época em que a aplicação da lei Mosaica tinha algumas limitações impostas por Roma.

Deus teve que intervir, pois José tinha sido escolhido por Ele para ser o pai adotivo de Jesus. Deus lhe deu um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar. Diz o texto sagrado: “E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt.1:20,21). Prontamente José obedeceu à voz de Deus e não concretizou seu desejo de fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva.

II. O CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ

Deus não ia escolher um homem qualquer para ser o “pai-guardião” de Seu Filho Jesus. Deus escolheu José porque ele era um homem de caráter exemplar. A seguir, algumas qualidades do caráter de José.

1. Um homem temente a Deus. Ser temente a Deus é ter uma vida de oração, é ser submisso em tudo à vontade de Deus. Ser temente a Deus não é ter medo de Deus, mas demonstrar um amor profundo por Ele. José tinha uma vida de oração e levava sua família ao templo todos os anos na páscoa (Lc.2:41). Por ser tão temente, o Senhor o visitou em sonho três vezes para orientar o seu futuro. Primeiro, sonhou com um anjo lhe dizendo para assumir a responsabilidade de marido de Maria e pai adotivo do menino Jesus (cf. Mt.1:20). Depois, um anjo lhe apareceu novamente em sonho ordenando que fosse para o Egito (cf. Mt.2:13). No terceiro sonho, um anjo lhe disse que poderiam voltar para a sua terra natal (cf. Mt.2:19). Tudo isto mostra que José era alguém que tinha grande intimidade com Deus. Viver na presença de Deus é a melhor forma de um pai abençoar sua família como sacerdote do lar (Dt.6:6-10). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv.9:10).         

2. Um homem responsável (Lc.1:27; 2:4). José foi um homem que cumpriu todas as obrigações que a ele era imposta. Podemos observar isto, primeiramente, quando ele assume o compromisso de constituir uma família como a mulher que estava desposada (Lc.1:27), atendendo a orientação do anjo do Senhor. Em segundo lugar, José cumpriu sua obrigação civil e foi fazer o recenciamento na época e no lugar certo, mesmo diante da dificuldade de ter sua esposa grávida (Lc.2:4). Em terceiro lugar, José assumiu a paternidade pública de Jesus recebendo Maria como esposa (cf. Mt.1:24). Em quarto lugar, demonstrou ser um homem dedicado à provisão do lar, pois a Bíblia diz que ele era um carpinteiro. Isto denota que ele era um homem trabalhador e bom profissional (Mt.13:55). Em quinto lugar, deu educação a Jesus, provavelmente em casa (João 7:15-17), pois Jesus sabia ler (Lc.4:16,17) e escrever (João 8:8), além de ensinar-lhe uma profissão (cf. Mc.6:3). José cumpria muito bem o que a Bíblia ordena: “ensina a criança no caminho em que deve andar” (Pv.22:6). O exemplo com atitudes ensina muito mais que as palavras. Quando um pai dá exemplo de responsabilidade, seus filhos o seguem como referencial e mesmo que se desviem um dia se lembrarão, como aconteceu com o filho pródigo (cf. Lc.15:17).

3. Um homem obediente (Mt.1:18-25). Outra qualidade marcante do caráter de José é a sua obediência a Deus, por isso foi chamado de “justo” (Mt.1:19). Desde os lugares onde morou com sua família até cada detalhe de sua vida foram em obediência à orientação de Deus (Mt.2:13,19-23). Obedeceu à ordem de Deus em receber Maria como sua esposa e a incumbência de ser o pai adotivo de Jesus. Por um instante José foi tentado a deixar Maria (Mt.1:19), com as melhores intenções de livrar sua noiva de um castigo infame. Contudo, assim que recebeu a mensagem do anjo, obedeceu imediatamente recebendo Maria como esposa e o menino Jesus como se fosse seu (Mt.1:24). Até o nome da criança José obedeceu e colocou como mandou o anjo (Mt.1:21,25). Também, obedeceu à lei levando Jesus para ser circuncidado ao oitavo dia (cf. Lc.2:22).

Quando o pai é obediente a Deus, os filhos são obedientes ao pai. A Bíblia diz que “obedecer é melhor que sacrificar” (1Sm.15:22). Por isso é importante buscar em tudo a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12:2). Um pai sabe o que é melhor para o filho (Mt.7:9-12) e precisa ensiná-lo a ser obediente em tudo.

4. Um homem temperante. Outra qualidade marcante do caráter de José é a temperança. No período em que era noivo (desposado) com Maria, ele não teve relações íntimas com ela. Primeiro, porque era um grave pecado (Dt.22:23,24); segundo, porque era homem de bem, e obediente a Deus, "justo" (Mt.1:19). A Bíblia diz que José "não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogénito..." (Mt.1:25). Ambos foram fortes o suficiente para serem fiéis a Deus, nessa área, em que muitos não resistem nem à primeira investida do maligno.

A temperança é uma qualidade do Fruto do Espírito Santo (cf. Gl.5:22). Todo homem ou mulher de Deus não pode viver sem essa virtude. O pecado é errar o alvo, é o desequilíbrio de um ou mais instintos, e resulta daí a importância e necessidade de o cristão ser temperante, precisamente porque é através desta qualidade do fruto do Espírito que o salvo irá se precaver de pecar. José era temperante.

III. A NOBRE MISSÃO DE JOSÉ

1. Assegurar a ascendência real de Jesus. Por providência divina, Jesus foi adotado legalmente por José, que era da tribo de Judá, afim de assegurar a ascendência real de Jesus. Como dissemos no primeiro tópico desta Aula, José entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi, o qual era da tribo de Judá. Disse Deus a Davi: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então, farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre” (2Sm.7:12,160. Aliás, hoje, o único Ser descendente de Davi, que sabemos, que está vivo, é Jesus Cristo – “[...]fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! [...]” (Ap.1:18). No Apocalipse, Jesus é descrito como "o Leão da tribo de Judá", o único capaz de abrir o livro selado com sete selos (Ap.5:5). Jesus é o ascendente e o descendente de Davi (Ap.22:16); Ele é a Raiz e também a geração de Deus; Ele é Filho e também Senhor de Davi; Ele abrange toda a história.

2. Proteger Jesus em seus primeiros anos. A sociedade judaica era eminentemente patriarcal, ou seja, o pai detinha a autoridade do lar; ele era o líder espiritual e humano da família, ao lado de sua esposa. Jamais se imaginaria uma mulher dizer que tivera um filho, sem que a presença do pai fosse notória. Desta feita, Maria não teria nenhuma condição de criar Jesus, humanamente falando, sem o apoio da figura paterna. Por isso, a intervenção divina neste processo foi de tão suma importância, dando a José essa incumbência nobre de pai adotivo de Jesus. A contribuição de José à formação espiritual, moral e social de Jesus ao lado de Maria foi inestimável. Ele prestou um serviço de alta relevância perante Deus, como pai adotivo e guardião de Jesus em sua infância e adolescência. Veja alguns fatos que comprovam a responsabilidade, o amor e o zelo de José por Jesus, na sua infância, apesar de não ser seu filho biológico, e sim filho de Maria pela intervenção divina.

a) No nascimento de Jesus. Ao chegarem a Belém para o alistamento determinado pelo governo romano, José e Maria, com a criança em seu ventre, não tiveram lugar para se hospedar e tiveram que aceitar recolher-se numa estrebaria. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias do menino Jesus nascer; ali, as dores do parto foram intensas e, em meio ao silêncio noturno, na companhia de José, Maria deu à luz a Jesus, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Diz assim o texto sagrado:

“E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc.2:4-7).

Maria, na sua condição social, não tinha uma serva a seu serviço. Naquela situação, sem dúvida, José participou dos procedimentos no parto, ajudando Maria em todos os detalhes, amparando o bebê na saída do útero materno, no corte do cordão umbilical, em sua limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e na colocação da criança na manjedoura.

b) Nas cerimônias exigidas pela Lei. Dentre elas destacamos:

- Na circuncisão. Após ter nascido na estrebaria, Jesus, como todo judeu, em cumprimento da Lei, foi circuncidado no oitavo dia de sua vida, quando, então, lhe foi dado o nome de Jesus, em cumprimento à ordem do anjo. Diz o texto sagrado:

“E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc.2:21,22).

É interessante observar que a narrativa de Lucas mostra um menino Jesus totalmente indefeso, dependente, como toda criança recém-nascida. Em toda a narrativa, Jesus não pratica qualquer ação, é sempre o objeto das ações dos outros homens, é o que os gramáticos chamam de “paciente” (foi envolto em panos, deitado na manjedoura, visto pelos pastores, foi circuncidado e dado a ele o nome). Isto é uma demonstração de que Jesus, assim como qualquer outro recém-nascido, como qualquer outro neonato, dependia inteiramente de seus pais, José e Maria.

- No resgate da Primogenitura (Lc.2:22,23). Jesus é apresentado no Templo para resgate da Primogenitura, conforme a Lei (cf. Ex.13:2,11-16; Nm.18:15,16). O Filho Primogênito era apresentado a Deus um mês após o nascimento. A cerimônia incluía comprar de volta, ou seja, 'redimir', a criança, de Deus, por meio de uma oferta. Desta maneira, os pais reconheciam que o bebê pertencia a Deus, que é o único que tem poder de dar vida.

- Na purificação de Maria. Jesus foi levado ao templo com seus pais, a fim de que se fizesse o sacrifício relacionado à purificação de sua mãe (Lv.12:4; Lc.2:22). Por quarenta dias depois do nascimento de um filho, ou oitenta após do nascimento de uma filha, a mãe era considerada imunda; e não podiam entrar no Templo. No final desse período de separação, os pais deveriam oferecer um cordeiro em holocausto e um pombo (macho ou fêmea) como oferta pelos pecados. O sacerdote sacrificava estes animais e declarava a mulher purificada. Se um cordeiro fosse muito caro para a família, os pais poderiam ofertar dois pombos (macho ou fêmea). Isto foi o que Maria e José fizeram (Lc.2:24), numa demonstração de que José e Maria eram pobres, apesar de sua descendência real (Lv.12:8). Segundo alguns estudiosos, e também segundo o Talmude, tem-se aqui uma outra prova de que o parto de Jesus foi normal, porque só nestes casos é que havia a necessidade do sacrifício da purificação que, pela tradição judaica, é dispensado em outros casos, como o da cesariana.

Vemos, portanto, que Jesus nascia em uma família humilde, pobre, de modo que a pobreza de que nos fala o apóstolo em relação à pessoa de Jesus (2Co.8:9), também, abrange a própria condição econômico-financeira da “sagrada família”. Ao contrário do que apregoam os “teólogos da prosperidade”, Jesus não nasceu rico, mas, sim, bem humilde, tanto que seus pais ofereceram o mínimo previsto na lei para a purificação de Maria.

c) Na fuga para o Egito (Mt.2:13,14). Ante a revelação divina aos magos para que não dissessem a Herodes onde estava o menino Jesus, antes que houvesse a matança dos inocentes em Belém, Deus determinou que José tomasse o menino Jesus e sua esposa e fugissem para o Egito, e ficasse lá até o aviso de Deus para retornar. Ele fez isso prontamente. À noite, José fugiu para o Egito levando consigo o menino Jesus, talvez já com quase dois anos de idade (cf. Lc.2:16). Foi uma viagem arriscada, pois além ser durante a noite a estrada era deserta, com risco de assalto e intempérie. Diz o texto sagrado:

“E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito”.

d) No retorno do Egito (Mt.2:19-21). Diz o texto sagrado: “Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel”.

Jesus esteve no Egito até a morte de Herodes, quando José e Maria, novamente por revelação divina, deixaram o Egito e foram morar em Nazaré, já que José temeu retornar a Judéia, vez que ali reinava Arquelau, filho de Herodes (Mt.2:22), enquanto que, na Galiléia, onde ficava Nazaré, o governante era Herodes Antipas (20 a.C. - 39 d.C.), o mesmo que foi, certa feita, chamado de “raposa” por Jesus (Lc.13:32), que, apesar de também ser filho de Herodes, era pessoa de menor crueldade e menos apegado aos valores judaicos.

A situação simples em que vivia a “sagrada família” obrigou-a voltar a morar em Nazaré, local completamente ignorado, mesmo na Galiléia, alvo de todo tipo de preconceito (João 1:46). Nazaré era localidade que nem sequer foi objeto de menção no Antigo Testamento, nem mesmo quando houve a divisão da terra, também não tendo sido mencionada nenhuma vez por Flávio Josefo, apesar de ele ter sido governador da Galiléia. Vemos, assim, que, tanto antes, quanto depois da passagem de Jesus por este mundo, Nazaré foi sempre aviltada e desprezada enquanto lugar. Por causa disto, alguns estudiosos chegam a pensar que Nazaré seria uma aglomeração urbana irregular, uma espécie de ajuntamento de pessoas desqualificadas ou marginalizadas na sociedade, algo como os “favelões” das metrópoles atuais. Foi nesta localidade obscura que José e Maria foram habitar, levando consigo Jesus.

3. O zelo pela formação espiritual de Jesus. Como criança normal, saudável, inteligente e de família judaica, Jesus foi criado conforme os ditames da Lei de Moisés. Certamente, José e Maria cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos, com o ensino sistemático e diário das Escrituras Sagradas (cf. Dt.11:18-21). Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a mais impactante por seu significado histórico e espiritual. José e Maria, costumeiramente, levavam Jesus a Jerusalém para essa festividade nacional. Diz o texto sagrado:

“Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa” (Lc.2:41,42).

Este é um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e que não descuida de sua educação espiritual, moral e intelectual. Se você soubesse que há um grande propósito de Deus para seu filho, como você o educaria? Com certeza da melhor forma possível. Então é o que deve fazer, porque assim como José sabia que Jesus é especial, cada criança também é importante para Deus. Não seja um pai como o mundo quer e sim como Deus ensina. Seus filhos também não são seus e sim de Deus. Se você pensar que seus filhos pertencem a Deus e que o Senhor os confiou a você para cuidar, certamente fará o melhor para eles. Eduque seus filhos para Deus!

CONCLUSÃO

José foi um servo exemplar de Deus, que cumpriu uma missão importantíssima no projeto de Deus para a redenção da humanidade. Seu papel coadjuvante não deve ser menosprezado nem diminuído.

Maria foi a escolhida para acolher a encarnação de Jesus, o Verbo que "se fez carne, e habitou entre nós" (João 1:14), porém, José foi o escolhido por Deus para ser parte integrante da sagrada família, cuidando de Maria, como esposo humilde amoroso, e de Jesus, como pai terreno, zelando pela integridade física, emocional e espiritual de Jesus, notadamente nos anos da infância e da adolescência; um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e não apenas um genitor, que gera e descuida-se da vida do filho. Sem dúvida, José foi um homem de caráter exemplar, digno de imitação. Ele foi um homem santo, assim como todos os que se dedicaram ao chamado de Deus em suas vidas. Mas, assim como Maria, ele nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem a Deus.

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 70. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. O caráter do Cristão. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. O papado e os dogmas de Maria.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. A infância de Jesus. PortalEBD_2008.

domingo, 4 de junho de 2017

Aula 11 – MARIA, MÃE DE JESUS - UMA SERVA HUMILDE


2º Trimestre/2017

Texto Base: Lucas 1:46-49

 "Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela"(Lc.1:38).

INTRODUÇÃO

Na sequência do estudo de personagens bíblicas que nos ensinam o caráter do cristão, estudaremos Maria, a mulher designada por Deus, para gerar, pelo Espírito Santo, o Filho de Deus, o Messias, aquele que veio ao mundo para salvar a humanidade perdida. Ela era muito jovem quando recebeu tão nobre missão, porém ela se colocou submissa à vontade divina, mostrando o quanto confiava e amava o Senhor. Ela não arrazoou o que poderia acontecer com sua reputação, haja vista que estava desposada com José, mas se entregou totalmente ao plano de Deus Pai. Foi uma mãe exemplar, desde a concepção até a morte de Jesus Cristo. Sua missão foi ímpar e singular na história das mulheres. O seu caráter humilde e submisso tem muito a ensinar o povo de Deus da Nova Aliança.

I. MARIA, A MÃE DE JESUS

1. Quem era Maria. Maria, a bem-aventurada entre as mulheres (Lc.1:28). Ela, ainda muito jovem, virgem e desposada com José, foi escolhida para ser a mãe do Filho de Deus. Ser a mãe do Messias era o desejo de qualquer mulher israelita. O povo esperava um Messias da linhagem de Davi, e Maria era da linhagem de Davi, porém um Messias ditatorial, guerreiro, libertador, déspota, invencível, mas nunca jamais imaginaram vir o Messias de uma família pobre de Nazaré. O povo de Jerusalém desdenhava os judeus da Galiléia e dizia que eles não eram puros em virtude do seu contato com os gentios. Eles desprezavam os habitantes de Nazaré (João 1:45,46), mas Deus, em sua graça, escolheu uma jovem pobre, da pequena cidade de Nazaré, na pobre região da Galiléia, para ser a mãe do Messias prometido. Essa escolha teve sua origem na graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas porque são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as chama.

2. Suas qualidades e seu caráter. Por decisão divina, Maria foi escolhida para ser a mãe do Salvador, mas, também, foi escolhida por causa de suas qualidades morais e espirituais.

a) Maria era virgem (Lc.1:26,27). Isaias, setecentos anos antes de Cristo nascer, assim profetizou: “Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is.7:14). Maria concebeu, sem que conhecesse varão. Diz a Bíblia que o anjo Gabriel foi o enviado especial da parte de Deus à cidade de Nazaré, "a uma virgem", cujo nome era "Maria" (Lc.1:26,27). Naqueles tempos, a virgindade física de uma jovem era um valor de grande significado espiritual e moral (Is.62:5).

O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no ventre de Maria. Dentre muitas jovens ricas daquela época e de famílias que moravam em Jerusalém, Deus escolheu uma humilde e simples jovens da mais humilde e desprezível cidade dos termos de Israel, “porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1Sm 16:7).

Observemos bem que Jesus foi concebido em uma virgem, mas Maria não ficou virgem para sempre. A virgindade dela cessou com o nascimento de Jesus, assim como também a sua abstinência sexual em relação a seu marido, José. A Bíblia diz que José não a conheceu até que Jesus nasceu (Mt.1:25), sendo certo, também, que José e Maria tiveram filhos, como o dizem os moradores de Nazaré, a cidade onde Jesus foi criado (Mt.13:55; Mc.6:3).

Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos salvar, Ele teria que ser numa só Pessoa tanto Deus como Homem impecável. O apóstolo João falando sobre a deidade de Jesus, diz: “e sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20). O apóstolo Paulo falando sobre a humanidade impecável de Jesus, diz: “porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” (Hb.7:26). O nascimento virginal de Jesus, portanto, satisfaz estas duas exigências: deidade e Homem impecável. Todavia, a única maneira de Ele nascer como homem era nascer de uma mulher; a única maneira de ele ser Homem impecável era ser concebido pelo Espírito Santo (Mt.1:20; cf. Hb.4:15) e; a única maneira de Ele ser deidade era ter Deus como seu Pai.

Jesus Cristo, portanto, nos é revelado como uma só Pessoa com duas naturezas: divina e humana, mas inculpável. Como humano, Jesus se compadece das fraquezas do ser humano (Hb.4:15,16); como o divino Filho de Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de satanás (At.26:18; Cl.2:15; Hb.2:14,15; 7:25); como Ser Divino e também Homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de cada um de nós; como Sumo Sacerdote, preenche os requisitos para interceder por todos os que por ele aproximam-se de Deus (Hb.2:9-18; 5:1-9;7:24-28;10:4-12).

Portanto, a concepção virginal de Jesus teve o propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo que Adão, numa natureza sem pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer o mundo e o pecado, e, por conseguinte, garantir a salvação de toda aquele que nele crer(João 3:16).

b) Maria era agraciada. Quando o anjo apareceu a Maria, pela primeira vez, quando da escolha para ser a mãe do Salvador, ele disse: “...Salve, agraciada; o Senhor é contigo” (Lc.1:28). Agraciada significa favorecida, não merecedora, pois graça significa favor não merecido. Observe, também, que a mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho seria grande, não ela (Lc.1:31-33). O nome da criança resumia o propósito do seu nascimento: Ele seria o Salvador do mundo (Lc.1:31; Mt.1:21). O anjo revela a Maria que a concepção seria um milagre. Disse-lhe o anjo: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”(Lc.1:35).

c) Maria tinha a presença do Senhor. Em sua mensagem, que foi diretamente da parte de Deus, o anjo disse: “[...] o Senhor é contigo [...]" (Lc.1:28b). Não temos dúvida de que Maria era uma jovem dedicada a Deus; cremos que ela estava em comunhão com o Senhor e desenvolvia uma vida devocional intensa e amorosa. Ao dizer que o Senhor era com ela, o anjo declarou o que talvez ela não tivesse consciência de forma tão clara. Deus estava do seu lado. Deus estava com ela. Maria tinha a presença do Senhor. Essa expressão foi usada por Deus para outras pessoas escolhidas por Ele, tais como a Josué (Js.1:9); a Gideão (Jz.6:12); a Israel - "Não temas, porque eu sou contigo [...]" (Is.41:10a). Por sua condição de pertencer a uma família humilde, num lugar de pouca expressão em Israel, Maria não deve ter sido notada por nenhuma pessoa importante, no entanto, Deus "dá graça aos humildes" (Tg.4:6; 1Pd.5:5); Ele "eleva os humildes" (Sl.147:6).

d) Maria era bendita entre as mulheres. O anjo declarou a Maria: "[...] bendita és tu entre as mulheres" (Lc.1:28). Observe que o anjo não disse que ela era bendita acima das mulheres, mas que era abençoada entre as mulheres. Sem dúvida nenhuma, no meio de tantos milhares de mulheres, em Israel, ser alcançada por tão grande deferência da parte de Deus era algo acima de qualquer pensamento humano.

Quando Maria foi visitar sua prima Isabel, quando esta estava grávida, há seis meses, de João Batista, ela, cheia do Espírito Santo, saúda Maria com as seguintes palavras: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!” (Lc.1:42). Somente pelo Espírito Santo é que Isabel poderia saudar Maria daquela maneira. E como você pode perceber por essa saudação, Maria já estava grávida. Foi pelo Espírito Santo que Isabel reconheceu que sua prima estava gerando o Redentor da humanidade. É só pelo Espírito Santo que um homem ou uma mulher pode reconhecer que Jesus é Deus e deve ser seu Senhor.

Em Lucas 1:43,44, Isabel continuou falando pelo Espírito Santo, reconhecendo que a criança que estava sendo gerada em Maria era o seu Senhor. Isabel, cheia de fé, também disse que João, em seu ventre, alegrou-se pela presença do Salvador em sua casa. De alguma maneira que nós, humanos, não conseguimos entender como o Espírito Santo produziu alegria na criança que ainda nem tinha nascido.

Lucas 1:45 diz que aquele momento foi muito importante para essas duas servas de Deus. Para Isabel foi marcante, porque ficou cheia do Espírito Santo; para Maria foi importante, porque recebeu o testemunho de uma pessoa que também estava sendo usada de modo especial pelo Espírito Santo. Maria precisava daquele momento, daquele encontro com Isabel. Ela era muito jovem e Isabel já tinha uma idade avançada. Isabel podia ajudar muito a prima numa ocasião como aquela.

II. O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE MARIA, A MÃE DE JESUS

Adaptado do livro “o papado e o dogma de Maria”, do Rev. Hernandes Dias Lopes.

1. Maria foi uma mulher agraciada por Deus (Lc.1:28) – “...Salve, agraciada; o Senhor é contigo”. Maria não foi escolhida para ser a mãe do Salvador por suas virtudes. Essa escolha teve sua origem na graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas porque elas são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as chama, como foi dito anteriormente. Maria tinha consciência disso. A ênfase da mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho seria grande, não ela (Lc.1:31-33). O nome da criança, Jesus, resumia o propósito do seu nascimento: salvar o povo dos seus pecados (Lc.1:31; Mt.1:21).

2. Maria, uma mulher disponível para Deus (Lc.1:38) - Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra”. O anjo chamou Maria de “favorecida”, porém, ela preferiu um termo bem mais humilde: serva. Não serva de Gabriel, de José ou de homem algum, mas do próprio Senhor. Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mãos de Deus para a realização dos propósitos de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega por completo, sem reservas ao Senhor. Ela está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor. Ela está disponível para Deus. Ela está pronta a sofrer riscos, a desistir dos seus anseios em favor dos propósitos de Deus. Ela diz: “cumpra-se em mim conforme a tua palavra”. Estes termos mostram que ela estava disponível para Deus. De todos os úteros da terra, o seu útero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deus feito homem. A serva de Deus, Maria, se apresenta, bate continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca às suas ordens.

3. Maria, uma mulher disposta a correr riscos para fazer a vontade de Deus (Lc.1:38) - “... cumpra-se em mim segundo a tua palavra”. Para fazer a vontade de Deus há um preço a cumprir. Sempre foi assim ao longo da história da Igreja àqueles que ergueram a bandeira de obediência ao Senhor Deus. Maria arriscou tremendo reveses em sua vida quando se propôs em fazer a vontade de Deus: ser a mãe do Salvador do mundo, o Messias.

a) Risco de ser censurada pelo povo. Ao aparecer grávida na cidade de Nazaré, Maria estava exposta às mais aviltantes censuras, haja vista que o anjo apareceu somente a ela, e não ao povo de um modo geral. Imagine explicar uma gravidez, não explicável, para sua família, para os seus vizinhos! Maria passou um tempo da sua vida sob uma nuvem de suspeita por parte da família e do povo de sua cidade.

b) Risco de ser abandonada pelo seu noivo, José, por não acreditar em sua gravidez milagrosa. Já que assumiu o compromisso de obedecer a Deus, como enfrentar o homem que o amava e lhe dizer que estava grávida, e que ele não seria o pai? Certamente, não foi fácil! Mas ela estava disposta a sofrer o desprezo e a solidão. Na verdade, José não acreditou em Maria, por isso resolveu abandoná-la (Mt.1:19). Mas, o anjo apareceu a ele e lhe contou a verdade e ele creu na mensagem do anjo e nas palavras de Maria (Mt.1:20). A Bíblia não registra nenhuma palavra direta de José. Ele simplesmente obedeceu.

c) Risco de ser apedrejada em público. O risco de Maria ser apedrejada era enorme, pois esse era o castigo para uma mulher adúltera. Como ela já estava comprometida com José (Mt.1:19), ele poderia, com base nos ditames da Lei Mosaica, mandar apedrejá-la. A Lei era enfática: “Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti” (Dt.22:23,24).

Percebe-se, então, que Maria dispôs-se a pagar um alto preço por sua obediência ao projeto de Deus. Maria era uma jovem pobre, agora grávida, com o risco de ser abandonada pelo noivo e apedrejada pelo povo. Mas, ela não abre mão de ir até o fim, de lutar até a morte, de sofrer todas as estigmatizações possíveis para cumprir o projeto de Deus.

4. Maria, uma mulher que suportou tudo por amor a Deus. Nada poderia abalar a fé de Maria, nem mesmo as piores crises. Tudo suportou por amor a Deus.

a) suportou a crise do desabrigo. Após andar 130 quilômetros a pé ou de jumento, de Nazaré até Belém, ela dá à luz uma linda criança, o seu primogênito, o Filho do Altíssimo, o Verbo que se fez carne. Conquanto Filho do Altíssimo e da linhagem do rei Davi, não nasceu num berço de ouro. Todos sabemos que ele nasceu numa humilde manjedoura, rodeados de animais, e num local não muito cheiroso. Se ela duvidou de Deus? Não, claro que não! Maria, além de uma mãe exemplar, ela era uma serva do Senhor, plenamente submissa a Ele. Ela não duvidou de Deus, não lamentou, não murmurou, nem se exaltou. Não reivindicou seus direitos, nem exigiu tratamento especial. Ela dá à luz ao seu Filho sem um lugar propício, sem um médico ou parteira. Ela está sozinha com o seu marido, sem luzes, sem holofotes, sem cuidados, sem proteção humana.

b) suportou a crise do desterro. Por força de um intento maligno do rei Herodes em matar o menino Jesus, Maria foge para o Egito. A crise agora foi ainda mais cruenta: era a crise de se sentir sem lugar certo para morar. Maria está enfrentando a crise de sentir-se desterrada, perseguida, ameaçada. Ela, seu marido e o seu Filho, vão para um lugar onde serão ninguém, onde todos os vínculos importantes estarão ausentes. Ela é humilde o bastante para fugir, corajosa o suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Ela caminha sintonizada pelas mãos da Providência Divina. Ser mãe do Messias em vez de trazer-lhe status, glória e honra trouxe-lhe solidão, perseguição, desterro. Ela obedece à voz do anjo que imperativamente disse: “...permanece lá até que eu te avise...”(Mt.2:13).

c) suportou a crise da discriminação social. Após o retorno do Egito, Maria foi morar em Nazaré da Galiléia, juntamente com José e Jesus. Nazaré era considerada como subúrbio do fim do mundo. Era um dos maiores covis de ladrões e prostitutas da época. O comentário geral era que de Nazaré não saía nada de bom (João 1:46). Era uma região sem vez, sem voz, sem representatividade. Era um lugar de péssima reputação. Mas é lá, nesse caldeirão de terríveis iniquidades, nessa região da sombra da morte, que o Filho de Deus vai crescer para ser o Salvador do mundo. É como se Deus estivesse armando a sua barraca nas malocas mais perigosas da vida. O Filho de Deus, o Rei dos reis, deveria ser chamado não de cidadão da gloriosa Jerusalém, mas de Nazareno, termo pejorativo, sem prestigio.

5. Maria, uma discípula de Jesus Cristo. Após a ressurreição de Jesus, Maria tornou-se discípula de Jesus. Com certeza, ela e os demais irmãos de Jesus estavam dentre os quinhentos que Jesus aparecera (1Co.15:6). É tanto que Maria e os irmãos de Jesus estavam entre aqueles que aguardavam, em oração, a promessa do derramamento do Espírito Santo, no cenáculo (cf.At.1:14). É a última vez que Maria aparece na Bíblia. Fechou sua passagem pela Bíblia com chave de ouro: recebeu o Batismo com o Espírito Santo e tornou-se uma discípula de Jesus revestida de poder. Observe bem que no cenáculo, Maria tomou o seu lugar com os outros cristãos que aguardavam a promessa do Batismo com o Espírito Santo. Ela não estava separada dos demais e nem acima deles. Ela estava na companhia daqueles que eram seguidores do Senhor Jesus. A Bíblia não diz que Maria recebeu uma porção especial do Espírito. Ela não foi mais cheia que os demais, não. Na verdade, seu lugar doravante foi discreto. Os filhos do seu marido José - Tiago e Judas - são mencionados e escreveram livros da Bíblia, mas Maria não é citada mais, nem pelos apóstolos. O propósito dela não era estar no centro do palco, mas trazer ao mundo Aquele que é a Luz do mundo, o único digno de ser adorado e obedecido.

III. O QUE A BÍBLIA NÃO ENSINA SOBRE MARIA, A MÃE DE JESUS

1. Maria não é mãe de Deus. Ela é mãe de Jesus, e Jesus é Deus, mas ela não é mãe de Deus. Jesus tinha duas naturezas distintas: divino e humana. Como Deus Ele não teve mãe e como homem não teve pai. Como Deus ele sempre existiu, é o Pai da eternidade, o criador de todas as coisas. Como Deus, ele preexiste a todas as coisas, é a origem de todas as coisas. Jesus é eterno (João 1:1). Antes que Abraão existisse, Ele já existia (João 8:58). O filho não pode vir primeiro que a mãe. Se Maria fosse mãe de Deus, José seria padrasto de Deus, Isabel seria tia de Deus e João Batista seria primo de Deus. Portanto, essa ideia de “Maria mãe de Deus” não tem nenhum sentido e nenhum fundamento bíblico.

De onde surgiu essa ideia absurda? Certamente, segundo alguns estudiosos, do concílio de Éfeso, em 431 d.C. Nesse concilio, convocado pelo imperador Teodósio II e presidido pelo patriarca de Alexandria, Cirilo, ocorrido entre junho e setembro de 431, foi definida a unidade pessoal de Cristo (ou seja, Cristo-Deus e Cristo-homem são a mesma pessoa, sem qualquer distinção) e, em consequência disto, foi proclamado que Maria era “theótokos”, ou seja, a “mãe de Deus”. É esta a primeira declaração oficial cristã que dá a Maria um papel diferenciado, quase 130 anos depois de concluído o Novo Testamento, e que seria o primeiro dos documentos que levaria à mariolatria hoje existente. A conclusão do Concílio foi a seguinte: “o filho de Maria é Jesus Cristo, Pessoa divina; Maria é Mãe de Deus”.

A mariolatria nada mais é que a presença de um antigo e primitivo culto pagão da deusa-mãe sob roupagens cristãs. A deusa-mãe era uma figura constante em todas as religiões politeístas antigas. Seja na Grécia, na Índia ou na Babilônia, a figura de uma divindade feminina estava sempre presente, até porque é natural que o mistério da vida e da própria gravidez intrigassem os homens, que, obscurecidos pelo pecado, não tinham senão que divinizar a própria figura materna e entender que haveria uma deusa-mãe a presidir estes fenômenos misteriosos, bem como a demonstrar a afetividade e carinho que são próprios do relacionamento entre a mãe e filhos.

Esta ideia do paganismo, que atravessou os séculos, que chegou, inclusive, a influenciar o próprio pensamento de Israel, povo formado pelo próprio Deus para servi-lo, não iria desaparecer tão facilmente do mundo. Aproveitando-se da própria circunstância de que a mãe do Salvador engravidou sendo virgem, procedeu-se a uma indevida assimilação do culto pagão de Astarote e de Tamuz a esta circunstância evangélica, assimilação que gerou a mariolatria.

A partir do século IV, quando há a “conversão” ao cristianismo de milhares, talvez milhões de pessoas, depois que o imperador Constantino deixou de perseguir os cristãos e iniciou uma aproximação com eles, visando, sobretudo, a sobrevivência do Império Romano, que estava combalido e enfraquecido, ouve uma considerável adesão ao movimento que redundaria na absorção por parte de alguns cristãos de práticas pagãs de adoração à deusa-mãe. A concessão de poderes políticos e de privilégios aos bispos cristãos, como uma tentativa de diminuir o enfraquecimento do poder imperial, apresentou-se como um chamariz a muitos pagãos para abraçar a nova fé, com uma inevitável consequência: a de adaptação de crenças, costumes e tradições pagãos ao cristianismo, mediante mera mudança de rótulos e de nomes, sem que tivesse havido mudança de atitudes. Dentro desta linha, a absorção do culto da deusa-mãe pelo cristianismo não seria uma exceção, esta que era uma das ideias mais fortes e cristalizadas do paganismo. Portanto, a ideia de uma deusa-mãe sempre virgem, que tinha tido um filho igualmente divino, foi facilmente assimilada à narrativa evangélica do nascimento virginal de Jesus, Ele próprio Deus.

2. Maria não é imaculada. A tese de que Maria não herdou o pecado original nem tão pouco não cometeu nenhum pecado em toda a sua vida não tem nenhum amparo nas Escrituras. Esse dogma da imaculada conceição foi promulgado pelo papa Pio IX em 08/12/1854. A Bíblia, porém, ensina que todos pecaram (cf. Rm.3:23). Todos herdamos o pecado de nossos pais. Não foi diferente com Maria. Então, por que Jesus nasceu de Maria e nasceu sem o pecado original? Porque Jesus não nasceu de um intercurso entre Maria e José, mas o ente que nela foi gerado, o foi pelo Espírito Santo. Jesus é semente da mulher. Maria se reconhecia pecadora e chamou Deus de seu Salvador (Lc.1:46,47). Ela ofereceu um sacrifício para purificação, quarenta dias após o nascimento de Jesus (cf. Lc.2:22-24 cf. Lv.12:6-8).

3. Maria não é mediadora ou intercessora. Somente Deus pode ouvir e atender as nossas orações. Somente Ele é digno de receber culto. O culto a Maria e as orações que são feitas a ela estão em desacordo com o ensino da Bíblia. Ela precisaria ter os atributos exclusivos da divindade, como onisciência, onipotência e onipresença para poder ouvir todas as orações e interceder. Nem Pedro, nem Paulo, nem os anjos jamais receberam adoração. Somente Deus é digno de ser adorado. A veneração a Maria como Mãe de Deus, rainha do céu, mãe da igreja está em total desacordo com o ensino da Palavra de Deus. Essa ideia procedeu do entendimento da Idade Média que Jesus era um juiz muito severo e que Maria teria um coração mais terno e compreensivo. Isso é contra a perfeição absoluta de Deus. A doutrina proclamada “tudo por Jesus, nada sem Maria” está em desacordo com o ensino das Escrituras. A Bíblia diz claramente que Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1Tm 2:5; João 14:6; 1João 2:1; Rm.8:34; Hb.7:25).

4. Maria não é corredentora. A salvação é obra exclusiva de Deus. Ninguém pode acrescentar nada ao que Deus já fez através do seu Filho. O sacrifício de Cristo foi completo, vicário, pleno, cabal e suficiente. A Bíblia é clara em afirmar: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12).

5. Maria não foi assunta ao Céu. No dia 01/11/1950 o papa Pio XII promulgou o dogma de que o corpo de Maria ressuscitou da sepultura logo depois que morreu, que o corpo e alma se reuniram e que ela foi elevada e entronizada como rainha do céu, recebendo um trono à direita de seu Filho. Isso é um absurdo, que vai de encontro o que a Bíblia diz. A Bíblia diz que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb.9:27). Esta verdade não exclui nenhum ser humano, inclusive Maria. Na verdade, Maria foi sepultada e, agora, aguarda a ressurreição, no dia da Vinda de Jesus (1Ts. 4:16).

6. Maria não é autoridade suprema. A Bíblia diz que somente a Jesus foi dado todo poder no Céu e na Terra (cf. Mt.28:18). Esse ensino que Maria é autoridade suprema a desonra vergonhosamente. Isso só pode ser de origem maligna para confundir as mentes incautas, levando-as à mariolatria.

Maria é digna de Admiração e honra? Claro que sim, tanto quanto outros santos da Bíblia por haverem cumprido com fé, obediência e humildade os encargos que Deus lhes confiou, tais como Noé, Abraão, Jó, Moisés, Elias, Eliseu, dentre muitos outros. Honrar a Maria significa reconhecer que a sua missão aqui na Terra foi uma das mais nobres e importantes, qual seja, a missão de carregar em seu ventre, alimentar com seu sangue, amamentar e criar o nosso Redentor. Todavia, não se deve dispensar a Maria honrarias superiores às que ela merece. Nada podemos fazer para aumentar a sua posição diante de Deus. Como justo juiz, Deus não dará a Maria nada mais nada menos do que ela merece, do que ela conquistou com sua fé, humildade e obediência. E o que ela mais desejou foi a sua salvação, ou seja, viver com Cristo na eternidade. Seguindo seu exemplo, sejamos submissos à Palavra de Deus e à Sua vontade, ainda que isso nos cause algumas dificuldades no meio em que vivemos. Que bom seria se todos dissessem: "Cumpra-se em mim, Senhor, segundo a tua palavra”!

CONCLUSÃO

Honremos a Maria, como um exemplo de mulher que tudo enfrentou para fazer a vontade de Deus. Tenhamos a sua disposição para cumprir, em nós, a vontade de Deus e procuremos servir a Jesus para participarmos daquela reunião em que ela, certamente com os demais salvos, encontrará com o seu Senhor nos ares (1Ts.4:17). Se é para obedecermos ao que Maria disse, sigamos o seu único mandamento registrado na Bíblia Sagrada: “fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2:5). Devemos, sim, fazer tudo o que Jesus nos disser, pois “…em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12).

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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 70. CPAD.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima. O caráter do Cristão. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. O papado e os dogmas de Maria.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Mariolatria. PortalEBD.