Leitura Bíblica: Jeremias 2:1-13
A ser ministrada em 11/04/2010
“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”(Jr 2:13).
A ser ministrada em 11/04/2010
“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”(Jr 2:13).
INTRODUÇÃO
Como compreender a ingratidão de um povo que tão grandiosamente Deus dispensou-lhes bênçãos sem medida? Israel, antes era escravo, sem país, e ganhara de Deus a liberdade, bem como um lugar fértil para viver com seus filhos. Antes, andou no deserto, desprezado por outras nações, e foi amparado por Deus. Seus inimigos eram considerados inimigos de Deus. Dantes, sem pátria, sem terra; agora, tinha um país, uma lei, liberdade e, acima de tudo, o Deus Todo poderoso que lhe dava toda proteção e provisão.
Como compreender que este povo tenha se afastado, se apostatado, do Senhor dos Exércitos! (Jr 2:5). Analisando a história de Israel e de Judá, nota-se que a liderança fora a maior culpada pela apostasia do povo. Uma liderança corrompida, certamente, corromperá os seus liderados. Os sacerdotes não conseguiam enxergar o Senhor; os que ensinavam a lei nem mesmo o conheciam; os pastores prevaricaram contra o Senhor (prevaricar significa deixar de fazer o que é certo ou obrigatório, sabendo o que deve ser feito. Não é um erro advindo do desconhecimento. O conhecimento existe, mas a intenção é desobedecer); os profetas profetizavam por Baal, um deus falso que já fora desmascarado em Israel. Deus lamenta a atitude insana do seu povo (Jr 2:11-12).
Essa apostasia foi denunciada por Jeremias, que não poupou nem mesmo os líderes da nação. Isto é necessário, pois se a liderança não estiver de acordo com a vontade de Deus nem conhecer ao Senhor, com certeza conduzirá o povo por caminhos que Deus detesta.
Como compreender que este povo tenha se afastado, se apostatado, do Senhor dos Exércitos! (Jr 2:5). Analisando a história de Israel e de Judá, nota-se que a liderança fora a maior culpada pela apostasia do povo. Uma liderança corrompida, certamente, corromperá os seus liderados. Os sacerdotes não conseguiam enxergar o Senhor; os que ensinavam a lei nem mesmo o conheciam; os pastores prevaricaram contra o Senhor (prevaricar significa deixar de fazer o que é certo ou obrigatório, sabendo o que deve ser feito. Não é um erro advindo do desconhecimento. O conhecimento existe, mas a intenção é desobedecer); os profetas profetizavam por Baal, um deus falso que já fora desmascarado em Israel. Deus lamenta a atitude insana do seu povo (Jr 2:11-12).
Essa apostasia foi denunciada por Jeremias, que não poupou nem mesmo os líderes da nação. Isto é necessário, pois se a liderança não estiver de acordo com a vontade de Deus nem conhecer ao Senhor, com certeza conduzirá o povo por caminhos que Deus detesta.
I. O QUE É APOSTASIA
1. Definição. Apostasia deriva-se da expressa grega “apostásis”, que significa afastamento. Com relação à fé cristã, apostasia significa abandonar a fé cristã de forma consciente e premeditada. Então, para que haja apostasia é necessário que a pessoa tenha experimentado o novo nascimento, ou seja, que tenha certeza de sua salvação e aí, de forma consciente e deliberada, abandona a fé e passa a negar toda verdade por ela experimentada. O crente salvo pode cometer apostasia; crente não salvo, não pode, pois ele não pode abandonar o que nunca teve.
2. A apostasia de Israel. Com relação ao povo de Israel, no Antigo Testamento, a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”(Jr 31:32; Is 54:5). Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico, que tanto o profeta Jeremias alertou.
Israel conhecia Deus e tinha experiência com Ele. Esta é uma condição básica para que alguém possa conhecer o pecado da apostasia. O apóstata tem que tomar sua decisão de forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu Deus fazer no Egito, no deserto durante quarenta anos, e em Canaã, mesmo assim Israel persistiu sendo rebelde, desobediente, duro de coração, incrédulo.
Israel era tão inclinado à prática do pecado que dois anos após a saída do Egito, diante da glória clarividente de Deus, o povo afluiu à apostasia. Em Cades Barnéia, no deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais uma provocação do povo de Israel – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei...”.
A apostasia dos nossos dias assume uma proporção nunca antes encontrada na história da humanidade. É um dos sinais dos últimos dias. A Bíblia afirma isso com contundência: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos dias apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”(1Tm 4:1).
De um modo totalmente rebeldes, muitos crentes deixarão de servir a Jesus, recusando o amor e a salvação que um dia receberam, para escândalo do Evangelho e para surpresa e decepção dos crentes que se mantiverem fiéis. Aliás, temos que, em virtude deste espanto e impacto tremendos que a apostasia traria aos crentes que se mantiverem leais ao seu Senhor, Ele mandou deixar registrado na sua Palavra que haveria esta apostasia, pois, caso contrário, certamente até os escolhidos seriam enganados e confundidos, mas o nosso Deus não é Deus de confusão(1Co 14:33a).
Conquanto seja inevitável que haja a apostasia, que é um sinal da proximidade do fim do tempo da graça, devemos tomar cuidado para que não sejamos levados por esta onda de apostasia que sobrevirá sobre a Igreja, retendo firme a graça, pela qual servimos a Deus agradavelmente com reverência e piedade (Hb 12:28).
Assim, baseado no que aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem arrependimento real e sincero, acabou praticando a apostasia, também estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro.
Muitos mestres torcem as Escrituras e vendem a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia à modernização – é a doutrina de Balaão. Tenhamos cuidado! A doutrina de Balaão continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a cultura e com os costumes do mundo(Rm 12:1).
2. A apostasia de Israel. Com relação ao povo de Israel, no Antigo Testamento, a apostasia era considerada adultério espiritual. Israel era chamado de “esposa de Jeová”(Jr 31:32; Is 54:5). Sempre que Israel seguia a outros deuses, ou se curvava diante de ídolos, era acusado de apostasia. Esta foi, inclusive, a causa principal do cativeiro babilônico, que tanto o profeta Jeremias alertou.
Israel conhecia Deus e tinha experiência com Ele. Esta é uma condição básica para que alguém possa conhecer o pecado da apostasia. O apóstata tem que tomar sua decisão de forma consciente e premeditada. Apesar de tudo que Israel viu Deus fazer no Egito, no deserto durante quarenta anos, e em Canaã, mesmo assim Israel persistiu sendo rebelde, desobediente, duro de coração, incrédulo.
Israel era tão inclinado à prática do pecado que dois anos após a saída do Egito, diante da glória clarividente de Deus, o povo afluiu à apostasia. Em Cades Barnéia, no deserto de Parã, o cálice da ira de Deus se encheu, diante de mais uma provocação do povo de Israel – “E disse Deus a Moisés: até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meu deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei...”.
A apostasia dos nossos dias assume uma proporção nunca antes encontrada na história da humanidade. É um dos sinais dos últimos dias. A Bíblia afirma isso com contundência: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos dias apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”(1Tm 4:1).
De um modo totalmente rebeldes, muitos crentes deixarão de servir a Jesus, recusando o amor e a salvação que um dia receberam, para escândalo do Evangelho e para surpresa e decepção dos crentes que se mantiverem fiéis. Aliás, temos que, em virtude deste espanto e impacto tremendos que a apostasia traria aos crentes que se mantiverem leais ao seu Senhor, Ele mandou deixar registrado na sua Palavra que haveria esta apostasia, pois, caso contrário, certamente até os escolhidos seriam enganados e confundidos, mas o nosso Deus não é Deus de confusão(1Co 14:33a).
Conquanto seja inevitável que haja a apostasia, que é um sinal da proximidade do fim do tempo da graça, devemos tomar cuidado para que não sejamos levados por esta onda de apostasia que sobrevirá sobre a Igreja, retendo firme a graça, pela qual servimos a Deus agradavelmente com reverência e piedade (Hb 12:28).
Assim, baseado no que aconteceu com Israel, que, pela prática do pecado continuado, sem arrependimento real e sincero, acabou praticando a apostasia, também estamos sujeitos a cometer aquele mesmo erro.
Muitos mestres torcem as Escrituras e vendem a alma ao Diabo, tentam introduzir o mundo na Igreja, sob a alegação de que esta não pode viver alheia à modernização – é a doutrina de Balaão. Tenhamos cuidado! A doutrina de Balaão continua a fazer estragos! Ela quer comprometer a Igreja, impregnando-a com a cultura e com os costumes do mundo(Rm 12:1).
II. UM BRADO CONTRA A APOSTASIA
No começo da história de Israel, o povo de Deus confiava nEle com profunda devoção. A comunhão com Deus era tão profunda que a nação era considerada a esposa do Senhor(ver Jr 31:32; Is 54:5). Agora, porém, toda a nação de Israel tinha abandonado a Deus para seguir outros deuses – “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”(2:13). O texto diz que o povo de Deus abandonou o Senhor e buscou vida e prazer nas coisas do mundo. Ao agir assim, abdicou do seu propósito e destino como povo redimido.
Apesar de Israel virar as costas para Deus(2:5), Ele, porém, permaneceu fiel ao seu povo. Por isso, no afã de trazê-lo de volta ao primeiro amor, Deus convoca o profeta Jeremias a fim de que bradasse contra a rebeldia da casa de Judá – “Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel”(2:4). A exortação era para toda a casa de Israel: o rei à obediência; os sacerdotes à santificação; os falsos profetas a falarem somente a verdade, pois as suas mentiras estavam levando o povo à degradação moral e espiritual, e, por conseguinte, afastando-o do Senhor Jeová.
Portanto, Jeremias estava incumbido de uma grande missão. Fazer voltar um povo, que se apostatou, às origens da fé, era uma missão árdua e dolorosa. Pois o apóstata dificilmente retorna à sua posição original. Mas a ordem de Deus foi: “Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém...”(2:2). O profeta Jeremias haveria de:
1. Falar em nome do Senhor. Jeremias teria que ser ousado e destemido. E ele assim o foi. É o que denota o seguinte texto: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?”(2:5). Toda Casa de Judá deveria reconhecer que Jeremias era um autêntico profeta de Deus e não um mero crítico social.
No Antigo Testamento, o “profeta” era alguém escolhido por Deus, um ser humano, mas que era separado pelo Senhor para trazer mensagens ao seu povo. Tanto assim é que somente era reconhecido como “homem de Deus”, como profeta, aquele que dissesse algo que se cumprisse, visto que esta era a prova indelével de que tinha sido ele porta-voz de Deus, que é a verdade (Jr.10:10). Eram estas, aliás, as instruções dadas pelo próprio Moisés ao povo – “E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás”(Dt.18:21,22). Este conceito israelita era conhecido até mesmo pelos povos vizinhos, como se verifica no caso da viúva de Sarepta – “ E Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa, e o entregou a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és profeta de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1Rs.17:23,24).
Profetizar era algo tão sério que a pena para o profeta que se usava em nome de Deus era clara: a morte -“Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá”(Dt 18:20). Infelizmente, mesmo com a possibilidade de uma pena tão dura, falsos profetas se levantavam entre o povo de Deus e profetizavam coisas que não vinham de Deus, como é o caso dos profetas que enganavam o rei Acabe(2 Cr 18), e o falso profeta Hananias, que enganava o rei Zedequias(Jr 28).
2. Ser autêntico e não politicamente correto. Conquanto Jeremias fosse um jovem moderado, Deus colocou “ferro” espiritual na sua personalidade (1:18), e assim fê-lo o mais forte, destemido e corajoso de todos os profetas. A sua missão era falar a Palavra de Deus, por isso não tinha compromisso com o politicamente correto. Se expressa bem o pr. Claudionor de Andrade, ao dizer que muitos, hoje, sacrificam a pureza do evangelho no altar de interesses efêmeros e abomináveis.
Jeremias, porém, tinha uma experiência pessoal com Deus, tinha uma viva convicção de Sua chamada, estava cônscio da responsabilidade do Ministério Profético que recebera. O Senhor havia dito: “... porque aonde quer que te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás”(1: 7). Jeremias tinha um compromisso com Deus e com Sua Palavra. O povo, a Casa Real, os Sacerdotes e demais líderes religiosos, todos estavam vivendo numa situação de miserabilidade espiritual, atolados na lama do pecado, da imoralidade, da idolatria... e o tempo do juízo se aproximava! Nesta condição, a mensagem de Jeremias não podia ser uma mensagem bonita, falando de prosperidade e de bênçãos em abundância. Jeremias pregava a necessidade de arrependimento, de conversão, de santificação. Era uma mensagem dura, “feia”, politicamente incorreta, mas verdadeira. Não era o que o povo queria ouvir. Era o que o povo precisava ouvir.
Como Igreja do Senhor, temos a obrigação de viver e ensinar os mais elevados princípios éticos e morais do Reino de Deus (Lv 20.7; 1 Pe 1.16). A verdadeira mensagem do evangelho não se conforma aos discursos politicamente corretos, mas aos elevados padrões da santidade divina (Mt 5.20, 48; 1 Tm 3.15; 6.11).
3. Anunciar ao povo a tragédia que os rondava. Jeremias tinha uma firme convicção de que o Cativeiro seria rápido e inevitável, se não houvesse arrependimento. Daí, sua preocupação era falar o que Deus queria que ele falasse, e não o que o povo queira ouvir.
A visão da vara de amendoeira(1:11) revelou o início do juízo de Deus, porque a amendoeira é uma das primeiras árvores a florescer na primavera. Significa que Deus viu os pecados de Judá e das nações, e executaria um juízo rápido e certo. A “panela a ferver”(1:13) voltada para o Norte, derramando-se sobre Judá, representava a Babilônia trazendo o forte juízo de Deus contra o povo de Jeremias(1:14).
No tempo de Jeremias havia falsos profetas, que pregavam mensagens “bonitas”, que vendiam ilusões, que enganavam o povo - “Assim diz o Senhor dos Exércitos: não deis ouvidos às palavras dos falsos profetas, que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”. “Não mandei os profetas, e, todavia eles foram correndo; não lhes falei a eles, e, todavia profetizaram” (Jr 23: 16, 21). Esses falsos profetas, esses profissionais da religião, enganavam o povo, para tirar proveito pessoal. Não foram chamados, não tinham compromisso com Deus, não conheciam Sua Palavra. Falavam aquilo que o povo queria ouvir, e eram aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos, de prosperidade, de libertação material para um povo afundado no pecado e na idolatria (5:12;8:11;14:13,15).
Pelo visto, a base para esta falsa mensagem de esperança era que a nação possuía a lei mosaica (8:8) e o Templo do Senhor estava entre eles (7:4). Todavia, o Senhor ressaltou que não achou os sacrifícios aceitáveis (6:20). Desde o dia de Moisés, a obediência sincera era mais fundamental do que o ritual sacrificatório(7:11-23). Deus também deixou claro que a presença do Templo não era garantia de segurança. Para apoiar o argumento, destacou Siló, que outrora fora o local do Tabernáculo, o qual foi mais tarde abandonado por Deus. Se o povo não se arrependesse, o Monte do Templo seria destruído como fora Siló(7:12-14); 26:6,9). Isso foi cumprido literalmente.
A religiosidade para Deus é inútil. Em At 26:5, o apóstolo Paulo, embora se dizendo antigo integrante da seita dos fariseus, faz questão de dizer que havia, entre os judeus, uma “religião”, ou seja, um sistema dominante que prescrevia como o povo de Israel deveria se relacionar com o seu Deus, um sistema doutrinário completo e predominante que, aliás, até hoje existe entre nós, a saber, o judaísmo.
O mesmo se dá na carta do apóstolo Tiago, que mostra que as pessoas procuram, via de regra, ser religiosas, ainda que esta religiosidade, no mais das vezes, não implique num correto relacionamento com Deus (Tg 1:26,27).
A religião, portanto, apresenta-se como uma organização da vida humana em sociedade, com o intuito de definir um relacionamento com a divindade, mas que pode ser falsa, se esta ordenação se der fora dos princípios e regras revelados pelo próprio Deus ao homem.
Apesar de Israel virar as costas para Deus(2:5), Ele, porém, permaneceu fiel ao seu povo. Por isso, no afã de trazê-lo de volta ao primeiro amor, Deus convoca o profeta Jeremias a fim de que bradasse contra a rebeldia da casa de Judá – “Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel”(2:4). A exortação era para toda a casa de Israel: o rei à obediência; os sacerdotes à santificação; os falsos profetas a falarem somente a verdade, pois as suas mentiras estavam levando o povo à degradação moral e espiritual, e, por conseguinte, afastando-o do Senhor Jeová.
Portanto, Jeremias estava incumbido de uma grande missão. Fazer voltar um povo, que se apostatou, às origens da fé, era uma missão árdua e dolorosa. Pois o apóstata dificilmente retorna à sua posição original. Mas a ordem de Deus foi: “Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém...”(2:2). O profeta Jeremias haveria de:
1. Falar em nome do Senhor. Jeremias teria que ser ousado e destemido. E ele assim o foi. É o que denota o seguinte texto: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?”(2:5). Toda Casa de Judá deveria reconhecer que Jeremias era um autêntico profeta de Deus e não um mero crítico social.
No Antigo Testamento, o “profeta” era alguém escolhido por Deus, um ser humano, mas que era separado pelo Senhor para trazer mensagens ao seu povo. Tanto assim é que somente era reconhecido como “homem de Deus”, como profeta, aquele que dissesse algo que se cumprisse, visto que esta era a prova indelével de que tinha sido ele porta-voz de Deus, que é a verdade (Jr.10:10). Eram estas, aliás, as instruções dadas pelo próprio Moisés ao povo – “E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás”(Dt.18:21,22). Este conceito israelita era conhecido até mesmo pelos povos vizinhos, como se verifica no caso da viúva de Sarepta – “ E Elias tomou o menino, trouxe-o do quarto à casa, e o entregou a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Agora sei que tu és profeta de Deus, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1Rs.17:23,24).
Profetizar era algo tão sério que a pena para o profeta que se usava em nome de Deus era clara: a morte -“Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá”(Dt 18:20). Infelizmente, mesmo com a possibilidade de uma pena tão dura, falsos profetas se levantavam entre o povo de Deus e profetizavam coisas que não vinham de Deus, como é o caso dos profetas que enganavam o rei Acabe(2 Cr 18), e o falso profeta Hananias, que enganava o rei Zedequias(Jr 28).
2. Ser autêntico e não politicamente correto. Conquanto Jeremias fosse um jovem moderado, Deus colocou “ferro” espiritual na sua personalidade (1:18), e assim fê-lo o mais forte, destemido e corajoso de todos os profetas. A sua missão era falar a Palavra de Deus, por isso não tinha compromisso com o politicamente correto. Se expressa bem o pr. Claudionor de Andrade, ao dizer que muitos, hoje, sacrificam a pureza do evangelho no altar de interesses efêmeros e abomináveis.
Jeremias, porém, tinha uma experiência pessoal com Deus, tinha uma viva convicção de Sua chamada, estava cônscio da responsabilidade do Ministério Profético que recebera. O Senhor havia dito: “... porque aonde quer que te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás”(1: 7). Jeremias tinha um compromisso com Deus e com Sua Palavra. O povo, a Casa Real, os Sacerdotes e demais líderes religiosos, todos estavam vivendo numa situação de miserabilidade espiritual, atolados na lama do pecado, da imoralidade, da idolatria... e o tempo do juízo se aproximava! Nesta condição, a mensagem de Jeremias não podia ser uma mensagem bonita, falando de prosperidade e de bênçãos em abundância. Jeremias pregava a necessidade de arrependimento, de conversão, de santificação. Era uma mensagem dura, “feia”, politicamente incorreta, mas verdadeira. Não era o que o povo queria ouvir. Era o que o povo precisava ouvir.
Como Igreja do Senhor, temos a obrigação de viver e ensinar os mais elevados princípios éticos e morais do Reino de Deus (Lv 20.7; 1 Pe 1.16). A verdadeira mensagem do evangelho não se conforma aos discursos politicamente corretos, mas aos elevados padrões da santidade divina (Mt 5.20, 48; 1 Tm 3.15; 6.11).
3. Anunciar ao povo a tragédia que os rondava. Jeremias tinha uma firme convicção de que o Cativeiro seria rápido e inevitável, se não houvesse arrependimento. Daí, sua preocupação era falar o que Deus queria que ele falasse, e não o que o povo queira ouvir.
A visão da vara de amendoeira(1:11) revelou o início do juízo de Deus, porque a amendoeira é uma das primeiras árvores a florescer na primavera. Significa que Deus viu os pecados de Judá e das nações, e executaria um juízo rápido e certo. A “panela a ferver”(1:13) voltada para o Norte, derramando-se sobre Judá, representava a Babilônia trazendo o forte juízo de Deus contra o povo de Jeremias(1:14).
No tempo de Jeremias havia falsos profetas, que pregavam mensagens “bonitas”, que vendiam ilusões, que enganavam o povo - “Assim diz o Senhor dos Exércitos: não deis ouvidos às palavras dos falsos profetas, que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”. “Não mandei os profetas, e, todavia eles foram correndo; não lhes falei a eles, e, todavia profetizaram” (Jr 23: 16, 21). Esses falsos profetas, esses profissionais da religião, enganavam o povo, para tirar proveito pessoal. Não foram chamados, não tinham compromisso com Deus, não conheciam Sua Palavra. Falavam aquilo que o povo queria ouvir, e eram aplaudidos. Pregavam abundância de bênçãos, de prosperidade, de libertação material para um povo afundado no pecado e na idolatria (5:12;8:11;14:13,15).
Pelo visto, a base para esta falsa mensagem de esperança era que a nação possuía a lei mosaica (8:8) e o Templo do Senhor estava entre eles (7:4). Todavia, o Senhor ressaltou que não achou os sacrifícios aceitáveis (6:20). Desde o dia de Moisés, a obediência sincera era mais fundamental do que o ritual sacrificatório(7:11-23). Deus também deixou claro que a presença do Templo não era garantia de segurança. Para apoiar o argumento, destacou Siló, que outrora fora o local do Tabernáculo, o qual foi mais tarde abandonado por Deus. Se o povo não se arrependesse, o Monte do Templo seria destruído como fora Siló(7:12-14); 26:6,9). Isso foi cumprido literalmente.
A religiosidade para Deus é inútil. Em At 26:5, o apóstolo Paulo, embora se dizendo antigo integrante da seita dos fariseus, faz questão de dizer que havia, entre os judeus, uma “religião”, ou seja, um sistema dominante que prescrevia como o povo de Israel deveria se relacionar com o seu Deus, um sistema doutrinário completo e predominante que, aliás, até hoje existe entre nós, a saber, o judaísmo.
O mesmo se dá na carta do apóstolo Tiago, que mostra que as pessoas procuram, via de regra, ser religiosas, ainda que esta religiosidade, no mais das vezes, não implique num correto relacionamento com Deus (Tg 1:26,27).
A religião, portanto, apresenta-se como uma organização da vida humana em sociedade, com o intuito de definir um relacionamento com a divindade, mas que pode ser falsa, se esta ordenação se der fora dos princípios e regras revelados pelo próprio Deus ao homem.
III. EM QUE CONSISTIA A APOSTASIA DE ISRAEL
1. O afastamento de Jeová. “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?”(Jr 2:5).
Quando Israel se instalou definitivamente na terra prometida, o líder Josué conclamou o povo a tomar uma decisão: ou servir ao Senhor ou servir aos falsos deuses da região, pois era impossível servir ao Senhor e ao mesmo tempo aos falsos deuses. O povo respondeu que, em vista do que o Senhor havia feito por eles, eles O serviriam também –“Então respondeu o povo, e disse: Longe esteja de nós o abandonarmos ao Senhor para servirmos a outros deuses”(Josué 24:16). Mas Josué ponderou que, se não tomassem essa decisão, corriam o risco de serem consumidos pelo Senhor se mais tarde eles O deixassem para servir a deuses estranhos. Ele é um Deus santo e zeloso que não perdoaria a sua transgressão nem os seus pecados. Mas o povo confirmou a sua decisão, e Josué mandou que jogassem fora os deuses estranhos que havia entre eles e se dedicassem ao Senhor Deus de Israel(cf Josué 24:20). E o povo novamente disse: “... ao Senhor serviremos”(Josué 24:21). E para confirmar o compromisso que o povo estava fazendo naquele momento solene, Josué lhes falou: “Sois testemunhas contra vós mesmos de que vós escolhestes o Senhor, para o servir. E disseram: Somos testemunhas”(Josué 24:22). E disseram mais ainda: “Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz”(Josué 24:24).
Por pouco tempo, o povo de Deus confiou nEle com profunda devoção. No início, a comunhão com Deus era tão profunda que a nação era considerada a esposa do Senhor(Jr 31:3; Is 54:5). Conquanto o povo tenha declarado por três vezes o compromisso de servir ao Senhor, não cumpriu o que prometeu; Israel se afastou de Jeová. Logo Deus o acusaria de quebrar seu pacto com Ele (Juizes 2:2,3).
O povo da geração de Jeremias seguiu nos passos dos antepassados rebeldes (Jr 11:9,10). Afastaram-se da lei de Deus (Jr 9:13) e ostensivamente desobedeceram aos padrões mais básicos, maltratando-se uns aos outros e adorando a deuses falsos(Jr 4:5,25). Diante de tão grande apostasia Deus faz uma indagação pesarosa ao povo: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?”(Jr 2:5).
Todo crente enfrenta a mesma tentação de se esquecer da bondade de Deus e sua salvação, quando anda segundo a sua vontade, e nos prazeres pecaminosos do mundo. É fácil dizer: seguiremos ao Senhor Deus, mas é muito mais importante viver isto.
2. O esquecimento de Jeová. “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito”(Jr 2:8).
Nota-se através deste versículo o esquecimento de Jeová que o povo da geração de Jeremias demonstrava. Os sacerdotes estavam tão indiferentes à presença e ao poder de Deus que não notaram que Ele os deixara. Não procuravam saber porque a presença e a bênção do Senhor se haviam afastado de Israel. Os profetas deviam falar somente a Palavra de Deus, entretanto muitos deles por estarem totalmente desviados profetizavam pelo poder demoníaco, em nome dos ídolos (Baal).
Se os pastores e os líderes de hoje pregam idéias humanistas, como as que se encontram em grande parte na psicologia, na filosofia e na teologia liberal contemporânea, em vez de pregarem a Palavra de Deus, tornam-se tão culpados quanto os falsos profetas dos tempos de Jeremias. Portanto, os líderes espirituais de hoje devem se preocupar e muito, quando a presença de Deus, e as manifestações do Espírito Santo não se constatarem nas suas congregações. O fiel servo de Deus pergunta: “Onde está o Senhor?”.
3. O desprezo pelas coisas divinas. “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito”(2:11).
Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus elegeu como seu povo peculiar aqui na Terra. Apesar da bondade de Deus com Israel, o povo se voltou aos ídolos de madeira e metal inúteis, inanimados e feitos pelos homens (1:16; 2:5,8-12; 10:3-5,8,14,15). Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
a) Porque as nações ao redor de Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus, ou seja, quanto mais deuses melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus no sentido de se manter santo e separado delas.
b) Porque os deuses das nações vizinhas a Israel não exigiam nenhum tipo de obediência a padrões morais, como o Deus de Israel. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas. Deus, por sua vez, exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração, adoração com reverência.
c) Porque acreditavam que os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e a vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos, ou seja, aos demônios (cf Dt 32:17).
Para realçar a infidelidade do povo de Isael, Jeremias lhes deu uma lição prática envolvendo a família dos recabitas(35:1-19). Os recabitas eram descendentes de Jonadabe, filho de Recabe, mencionado em 2Reis 10:15-23 como seguidores zelosos do Senhor e oponentes da adoração a Baal. Jonadabe mandou que os seus descendentes seguissem um estilo de vida nômade e rigidamente ascético, que incluía a abstinência de vinho. Mais de 200 anos depois, os descendentes ainda estavam obedecendo aos regulamentos estabelecidos pelo antepassado. Sob as ordens do Senhor, Jeremias convidou os recabitas ao Templo e lhes ofereceu vinho. Claro que recusaram beber, dizendo que tinham de permanecer fiéis ao antigo padrão de abstinência. O Senhor instruiu Jeremias a informar ao povo que os recabitas eram uma lição prática para eles. A dedicação inabalável dos recabitas às ordens dos ancestrais estava em nítido contraste com a rejeição persistente do povo à lei de Deus e às convocações ao arrependimento dadas pelos profetas. Como podemos explicar a persistente tendência da antiga nação de Israel de abandonar o Deus verdadeiro? Só há uma resposta: o pecado mantém cativo o impenitente.
Bem disse o pr. Claudionor de Andrade, se os filhos de Israel trocaram a glória de Deus pelos ídolos vãos, quantos de nós não estamos a trocar a simplicidade do Evangelho por teologias e modismos abomináveis que só trazem confusão e miséria espiritual. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém”(1João 5:21).
Quando Israel se instalou definitivamente na terra prometida, o líder Josué conclamou o povo a tomar uma decisão: ou servir ao Senhor ou servir aos falsos deuses da região, pois era impossível servir ao Senhor e ao mesmo tempo aos falsos deuses. O povo respondeu que, em vista do que o Senhor havia feito por eles, eles O serviriam também –“Então respondeu o povo, e disse: Longe esteja de nós o abandonarmos ao Senhor para servirmos a outros deuses”(Josué 24:16). Mas Josué ponderou que, se não tomassem essa decisão, corriam o risco de serem consumidos pelo Senhor se mais tarde eles O deixassem para servir a deuses estranhos. Ele é um Deus santo e zeloso que não perdoaria a sua transgressão nem os seus pecados. Mas o povo confirmou a sua decisão, e Josué mandou que jogassem fora os deuses estranhos que havia entre eles e se dedicassem ao Senhor Deus de Israel(cf Josué 24:20). E o povo novamente disse: “... ao Senhor serviremos”(Josué 24:21). E para confirmar o compromisso que o povo estava fazendo naquele momento solene, Josué lhes falou: “Sois testemunhas contra vós mesmos de que vós escolhestes o Senhor, para o servir. E disseram: Somos testemunhas”(Josué 24:22). E disseram mais ainda: “Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz”(Josué 24:24).
Por pouco tempo, o povo de Deus confiou nEle com profunda devoção. No início, a comunhão com Deus era tão profunda que a nação era considerada a esposa do Senhor(Jr 31:3; Is 54:5). Conquanto o povo tenha declarado por três vezes o compromisso de servir ao Senhor, não cumpriu o que prometeu; Israel se afastou de Jeová. Logo Deus o acusaria de quebrar seu pacto com Ele (Juizes 2:2,3).
O povo da geração de Jeremias seguiu nos passos dos antepassados rebeldes (Jr 11:9,10). Afastaram-se da lei de Deus (Jr 9:13) e ostensivamente desobedeceram aos padrões mais básicos, maltratando-se uns aos outros e adorando a deuses falsos(Jr 4:5,25). Diante de tão grande apostasia Deus faz uma indagação pesarosa ao povo: “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?”(Jr 2:5).
Todo crente enfrenta a mesma tentação de se esquecer da bondade de Deus e sua salvação, quando anda segundo a sua vontade, e nos prazeres pecaminosos do mundo. É fácil dizer: seguiremos ao Senhor Deus, mas é muito mais importante viver isto.
2. O esquecimento de Jeová. “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram após o que é de nenhum proveito”(Jr 2:8).
Nota-se através deste versículo o esquecimento de Jeová que o povo da geração de Jeremias demonstrava. Os sacerdotes estavam tão indiferentes à presença e ao poder de Deus que não notaram que Ele os deixara. Não procuravam saber porque a presença e a bênção do Senhor se haviam afastado de Israel. Os profetas deviam falar somente a Palavra de Deus, entretanto muitos deles por estarem totalmente desviados profetizavam pelo poder demoníaco, em nome dos ídolos (Baal).
Se os pastores e os líderes de hoje pregam idéias humanistas, como as que se encontram em grande parte na psicologia, na filosofia e na teologia liberal contemporânea, em vez de pregarem a Palavra de Deus, tornam-se tão culpados quanto os falsos profetas dos tempos de Jeremias. Portanto, os líderes espirituais de hoje devem se preocupar e muito, quando a presença de Deus, e as manifestações do Espírito Santo não se constatarem nas suas congregações. O fiel servo de Deus pergunta: “Onde está o Senhor?”.
3. O desprezo pelas coisas divinas. “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito”(2:11).
Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem Deus elegeu como seu povo peculiar aqui na Terra. Apesar da bondade de Deus com Israel, o povo se voltou aos ídolos de madeira e metal inúteis, inanimados e feitos pelos homens (1:16; 2:5,8-12; 10:3-5,8,14,15). Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
a) Porque as nações ao redor de Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus, ou seja, quanto mais deuses melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus no sentido de se manter santo e separado delas.
b) Porque os deuses das nações vizinhas a Israel não exigiam nenhum tipo de obediência a padrões morais, como o Deus de Israel. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática sem dúvida atraia muitos israelitas. Deus, por sua vez, exigia padrões morais para o seu povo, vida de consagração, adoração com reverência.
c) Porque acreditavam que os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e a vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos, ou seja, aos demônios (cf Dt 32:17).
Para realçar a infidelidade do povo de Isael, Jeremias lhes deu uma lição prática envolvendo a família dos recabitas(35:1-19). Os recabitas eram descendentes de Jonadabe, filho de Recabe, mencionado em 2Reis 10:15-23 como seguidores zelosos do Senhor e oponentes da adoração a Baal. Jonadabe mandou que os seus descendentes seguissem um estilo de vida nômade e rigidamente ascético, que incluía a abstinência de vinho. Mais de 200 anos depois, os descendentes ainda estavam obedecendo aos regulamentos estabelecidos pelo antepassado. Sob as ordens do Senhor, Jeremias convidou os recabitas ao Templo e lhes ofereceu vinho. Claro que recusaram beber, dizendo que tinham de permanecer fiéis ao antigo padrão de abstinência. O Senhor instruiu Jeremias a informar ao povo que os recabitas eram uma lição prática para eles. A dedicação inabalável dos recabitas às ordens dos ancestrais estava em nítido contraste com a rejeição persistente do povo à lei de Deus e às convocações ao arrependimento dadas pelos profetas. Como podemos explicar a persistente tendência da antiga nação de Israel de abandonar o Deus verdadeiro? Só há uma resposta: o pecado mantém cativo o impenitente.
Bem disse o pr. Claudionor de Andrade, se os filhos de Israel trocaram a glória de Deus pelos ídolos vãos, quantos de nós não estamos a trocar a simplicidade do Evangelho por teologias e modismos abomináveis que só trazem confusão e miséria espiritual. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém”(1João 5:21).
CONCLUSÃO
Da mesma forma que o povo de Israel, todos nós, que conhecemos ao Senhor, somos tentados a esquecer as beneficências com que fomos tratados e andar atrás daquilo que o desagrada. Para que isso jamais aconteça, é necessário que tenhamos a comunhão com Ele. A intimidade com o Senhor e o apego à sua Palavra pode nos livrar da apostasia.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da Bíblia – Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da Bíblia – Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck
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