quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aula 04 - CHORANDO AOS PÉS DO SENHOR

Leitura Bíblica: Jeremias 9:1-9
A ser ministrada em: 25/04/2010
"Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza" (Tg 4.9).
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos o grande lamento de Jeremias e de outros grandes homens de Deus em favor dos israelitas. Jeremias expressa a sua angústia por causa do povo rebelde de Deus e da sua recusa em arrepender-se e assim escapar da destruição que se aproxima. Queria chorar, mas sua dor era profunda demais para ele verter lágrimas (9:1). Jeremias chora de dia e de noite por um povo de coração extremamente endurecido para perceber a ruína que se avizinhava. O povo era rebelde e contumaz, no entanto, isso não impediu que Jeremias intercedesse, pois ele tinha compaixão por aquelas almas. Atualmente necessitamos de homens de Deus que estejam dispostos a verterem suas lágrimas em favor da nossa nação. Muitos choram por questões materiais, dinheiro, fama e poder, todavia, com que frequência derramamos nossas lágrimas e quebrantamos nossos corações por aqueles que em nossa nação estão perdidos e caminham para o inferno?
I. O LAMENTO DE JEREMIAS
Humanamente falando há muitos motivos de lamentação: viúvas lamentam a sua sorte ao perderem seus maridos, crianças lamentam-se ao perderem seus pais; outras pessoas lamentam a sua situação, o custo de vida, os impostos, etc. Lamentamos decisões erradas e escolhas equivocadas nossas e de pessoas que amamos. Esse foi o caso de Jeremias. Além de profeta, foi um homem que soube sentir a dor das escolhas erradas de seu povo. Ele diz que “choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo”(9:1).
A dor de Jeremias é expressa por duas coisas. A primeira coisa: as maldades do povo de Deus; são demonstradas pelo Senhor: “Uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu companheiro, mas no seu interior arma-lhe ciladas. Porventura, por estas coisas não os visitaria? diz o SENHOR; ou não se vingaria a minha alma de gente tal como esta?”. A segunda coisa: o julgamento de Deus; foi motivo de lamento para Jeremias porque o profeta presenciou o que havia profetizado: a destruição de Jerusalém e o exílio de seus habitantes.
1. O profeta das lágrimas. As lágrimas são normalmente associadas à tristeza e à aflição. Aquilo que faz uma pessoa chorar diz muito a seu respeito; pode indicar se ela é egoísta, egocêntrica, ou se tem o coração voltado para Deus. Como um dos servos escolhidos de Deus, o profeta Jeremias permaneceu só, imerso na profundidade de suas emoções, abatido por seu cuidado pelo povo, seu amor pela nação e sua devoção a Deus.
A aflição de Jeremias foi profunda. Seu coração de Pastor se quebra sob o peso do sofrimento, e o grito compassivo irrompe dos seus lábios: “Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em uma fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo”(9:1). É esse tipo de lamentação que rendeu a Jeremias o título de “o profeta chorão”, e suas lágrimas brotaram de um coração partido. Como porta-voz de Deus, ele sabia o que aguardava Judá, seu país, e Jerusalém, a capital e “cidade de Deus”. O julgamento do Senhor e a destruição sobreviriam.
Suas lágrimas não foram derramadas por motivos egoístas; ele não se lamentou por causa de uma perda ou sofrimento pessoal. Chorou porque o povo tinha rejeitado o seu Senhor, o Deus que os tinha criado, amado e que repetidamente tentava abençoar Judá. O coração de Jeremias estava partido, porque ele sabia que o egoísmo e o pecado do povo acarretariam muito sofrimento e um exílio prolongado. As lágrimas de Jeremias foram de empatia e simpatia por seu povo. Seu coração estava ferido pelas mesmas atitudes que ferem o coração de Deus.
Qual a causa de nossas lágrimas? Choramos porque nosso orgulho egoísta tem sido ferido ou por que as pessoas à nossa volta levam uma vida pecaminosa e rejeitam o Deus que as ama ternamente? Choramos por ter perdido algo valioso ou porque todas as pessoas à nossa volta sofrerão devido a pecaminosidade em que vivem? Nosso mundo está cheio de injustiça, pobreza, guerra e rebelião contra Deus; todas estas coisas deveriam fazer-nos chorar, mas também agir no sentido de pregar a salvação.
2. O profeta da solidão. O coração quebrantado do profeta afogou-se em uma tristeza profunda e irreconciliável em relação ao destino do seu povo. Ele também está angustiado com o seu isolamento crescente. Ninguém o entende; ele é evitado por alguns e insultados por outros (11:21ss). Ele está tão dominado pela dor que deseja retirar-se para longe, para uma estalagem de caminhantes no deserto(9:2). Nesse retiro, não mais haveria de contemplar o deplorável estado moral e espiritual de seus contemporâneos. Ele expressou o sentimento de muitos profetas cansados de dias posteriores. O Senhor, porém, queria que o profeta Jeremias estivesse em meio à sua gente, a fim de que todos soubessem que Ele jamais se ausentara da vida de seu povo.
Às vezes nos sentimos assim! Desejamos isolar-nos do mundo! Mas esta não é a vontade do Senhor. É tanto que o Senhor Jesus rogou ao Pai: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal" (Jo 17.15).
Visto ser impossível ir embora, Jeremias expressa seu pesar em uma série de lamentos. Esses lamentos, às vezes, parecem vingativos, mas isso é apenas aparente, porque no fundo eles expressam a tristeza de um coração amoroso.
a) O lamento por causa da infidelidade do povo (9:2-8). O que Jeremias vê o enche de grande tristeza. Toda nação tem caminhado na mesma direção: “todos eles são adúlteros, são um bando de aleivosos”(9:2).
b) O lamento por causa da assolação vindoura (9:9-11). Um outro motivo para a aflição de Jeremias se origina na assolação que ele sabe que está vindo sobre o país, especialmente sobre Jerusalém. Tudo está devastado: “Pelos montes levantarei choro e pranto e pelas pastagens do deserto, lamentação; porque já estão queimadas, e ninguém passa por elas; nem já se ouve mugido de gado; desde as aves dos céus até aos animais, andaram vagueando e fugiram”(9:10). ”E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de dragões, e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que fiquem desabitadas”(9:11). Esta profecia cumpriu-se em 586 a.C, quando a cidade foi transformada em um monturo.
c) O lamento por causa da falta de entendimento (9:12-16). O profeta lamenta a loucura espiritual do povo. A referência “espalharei entre nações”(9:16) é uma predição do exílio. Judá deveria ter aprendido com a queda de Israel (as 10 tribos), mas claramente não aprendeu nada. Jeremias chora porque ninguém discerne o destino da nação. Ele insiste em que, se tivessem conhecido o caráter de Deus, teriam percebido “os sinais dos tempos”.
d) O lamento por causa da impiedosa colheita da morte (9:17-22). Deus fala novamente com o profeta, e suas palavras são motivo para uma nova erupção de aflição. A mensagem é tão importante que Jeremias sente-se impelido a chamar as pranteadoras profissionais (as carpideiras). Elas são chamadas para que levantem os seus lamentos a fim de encorajar o povo de Jerusalém a chorar pela cidade: que as nossas pálpebras destilem águas (9:17-18).
Mas existe um motivo ainda maior para estar aflito do que a perda de posses: a morte – “Porque a morte subiu pelas nossas janelas e entrou em nossos palácios, para exterminar das ruas as crianças e os jovens das praças” (9:21). A morte apareceu de uma maneira súbita e inesperada, e não há nenhuma segurança contra ela. Aqui está um motivo para realmente chorar. Os corpos dos homens jazerão no campo como gavela(feixes) atrás do segador(ceifeiro); não há quem a recolha, isto é, eles não terão um enterro próprio, mas seus cadáveres serão tratados como esterco(9:22). A morte é personificada aqui como alguém que corta os moradores da terra da forma como um ceifeiro corta o trigo.
3. O profeta solitário. Foi muito duro para Jeremias ser excluído de tudo por causa da tarefa severa que ele possuía de anunciar a palavra do castigo. Ninguém queria se associar com ele. Jeremias chegou ao ponto de sentir-se muito solitário por causa da rejeição quase universal que passou. "Todos me amaldiçoam"(15:10), Jeremias reclamou, e afirmou que não tinha feito nada para merecer tal horror (15:10-11) - “Nunca me assentei no congresso dos zombadores, nem me regozijei; por causa da tua mão, me assentei solitário, pois me encheste de indignação" (15:17).
O isolamento e a solidão que Jeremias sofreu foi o preço que teve de pagar pela lealdade a Deus e à sua justiça. Por isso, Jeremias voltou-se contra o Senhor e disse: “Por que dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, não admite cura? Serias tu para mim como ilusório ribeiro e como águas inconstantes?" (15:18). Antes, Jeremias havia pregado que Deus era "fonte de água viva" (2:13), mas agora o chamou de riacho seco. Ele queixa-se de que Deus não lhe era tão fiel como ele esperava. Houve, portanto, um deslize na vida espiritual de Jeremias. Isso prova que até mesmo grandes homens de Deus caem.
O Senhor não aceitou a queixa de Jeremias e lhe disse que se arrependesse de sua auto-compaixão rebelde, e lhe fez uma promessa, renovando sua chamada (cf 15:19-21). Só assim ele seria o porta-voz do Senhor.
Jeremias estava muito triste por causa do seu isolamento e para piorar a situação de solidão, no capítulo 16 versículo 2, Deus ordenou que ele não se casasse e que não fosse nem para velórios nem para festas. Estes mandamentos certamente teriam aumentado este sentimento de solidão que Jeremias passava, mas Deus decretou-os mesmo assim.
Embora fosse solitário e rejeitado durante toda a sua vida, Jeremias não deixou de ser um dos mais ousados e corajosos profetas. Apesar da grande oposição, cumpriu fielmente sua chamada profética para advertir seus concidadãos de que o juízo divino estava às portas.
Aplicando a experiência de Jeremias à nossa carreira cristã, dizemos que somente pessoas com coragem e determinação resoluta terão a força necessária para prosseguir neste caminho. Cristo cria bons soldados não os mimando, mas deixando-os passar por grandes dificuldades. A preparação militar, ou até mesmo o treino esportivo, é duro. Nenhum general orienta suas tropas dando-lhes o máximo de conforto e descanso. Nenhum técnico fortalece seus atletas sem dor e suor. Do mesmo jeito podemos nos preparar para passar por momentos duros na vida cristã, porque o Senhor quer que fiquemos fortes e firmes.
Não importa a dureza dos momentos aqui! Eles são leves e momentâneos em comparação com a "glória eterna que pesa mais do que todos eles" (2Co 4:17). Que aprendamos com Jeremias a suportar sofrimentos sem queixa e sem auto-compaixão!
II.GRANDES HOMENS DE DEUS EXPRESSARAM SUA DOR ATRAVÉS DO LAMENTO
Uma das coisas com as quais Deus nos adotou foi a capacidade de lamentar. A Bíblia registra o lamento de homens de Deus que souberam sentir a dor das escolhas erradas de seu povo. O contexto e motivos pelos quais estes servos de Deus prantearam foram diferentes, porém o importante é que buscaram a Deus em oração, derramando suas almas perante o Altíssimo em favor do próximo. Dentre eles citamos:
1. O lamento de Moisés (Dt 31:27-29). “Porque conheço a tua rebelião e a tua dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha morte. Ajuntai perante mim todos os anciãos das vossas tribos e vossos oficiais, e aos vossos ouvidos falarei estas palavras e contra eles por testemunhas tomarei os céus e a terra. Porque eu sei que, depois da minha morte, certamente vos corrompereis e vos desviareis do caminho que vos ordenei; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, quando fizerdes mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira com a obra das vossas mãos”.
Moisés sabia que os israelitas, a despeito de todos os milagres que testificaram, tinham um coração rebelde. Eles mereciam o castigo de Deus, embora costumassem receber sua misericórdia. Nós também somos teimosos e rebeldes por natureza. Passamos toda a nossa vida lutando com o pecado. O arrependimento semanal ou mensal não é suficiente. Precisamos apresentar os nossos pecados a Deus e pedir perdão constantemente, permitindo que Ele, por sua misericórdia, nos salve. Atentemos para a exortação do apóstolo João – 1João 2:1.
2. O lamento do profeta Samuel (1Sm 8:1-8). O profeta Samuel lamentou ao saber que seu povo, como os gentios, estava exigindo um soberano - “Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor”(1Sm 8:6). Foi um momento difícil para o profeta Samuel. Ele tinha ensinado ao povo de Israel que Deus era o seu Rei e Senhor. Mas, o povo foi claro e ousado em sua reivindicação: e disseram-lhe: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações(1Sm 8:5).
Samuel ainda quis ponderar a substituição do Senhor como rei de Israel pelo um rei humano(1Sm 8:9-18 ). Porém o povo estava resoluto, prova de seu desprezo pelo Senhor Deus dos Exércitos: ”Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei”(1Sm 8:19). Como poderia Israel cometer tão grande ingratidão?
Se grande foi o lamento de Samuel, maior foi o de Deus: "Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele" (1Sm 8.7).
Não estará Deus lamentando também por nós? Como estamos diante do Senhor Jesus? Ele ainda é o nosso Rei? Ou já o trocamos por coisas de nenhum valor? Ainda lhe aceitamos a soberania? Ou já coroamos o mundo como nosso amo e senhor?
3. O lamento de Davi. Davi era um homem que sabia celebrar como ninguém. Saía para as guerras quando precisava; mas sabia chorar e lamentar em situações que exigiam tal atitude. Uma destas ocasiões foi quando Davi, exilado no território dos filisteus, e saindo junto com o povo para guerra, o exército o mandou de volta para casa (em Ziclague – 1Samule 30). Em lá chegando, ele percebeu que haviam sido atacados pelos amalequitas, e que as mulheres e filhos e riquezas dele e de seu “bando” tinham sido roubados. O texto diz em 1Sm 30:4 que Davi e o povo “… choraram, até não terem mais forças para chorar”. Este era Davi, chorava com os que choravam, e se alegrava com os que se alegravam. A partir do versículo 7 Davi se levanta e, depois de consultar a Deus, resgata tudo que lhe tinha sido roubado. Davi ainda recuperava-se deste “incidente”, quando, ao terceiro dia, recebe a noticia da morte de Saul e Jônatas. A Bíblia diz que Davi pranteou a morte de seus “amigos” e levantou sobre eles um lamento (2Sm 1: 17-27). Davi poderia neste momento alegrar-se com a morte de Saul, já que este o perseguia, e era o motivo de seu exílio. Davi poderia dizer: “graças a Deus morreu este ai…”. Mas Davi agiu de maneira diferente, e neste lamento exclamou: “como caíram os valentes!” (2Sm 1:19,27).
Existe o tempo de chorar e o tempo de rir, como disse Salomão(Ec 3:1). Não adianta querermos “pular” estes momentos, ou mascará-los. Nós precisamos aprender com Davi a não murmurar, a nos alegrarmos com os que se alegram(Rm 12:15). Mas precisamos também chorar com os que choram (Rm 12:15).
4. O lamento de Oséias (Os 4:6,7). “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Como eles se multiplicaram, assim contra mim pecaram; eu mudarei a sua honra em vergonha”.
À semelhança do profeta Jeremias, Oséias sofreu muito por causa das apostasias das dez tribos. Foi através dele que o Senhor lançou um dos mais inexprimíveis lamentos das Sagradas Escrituras: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento". A falta do conhecimento de Deus levou Israel ao fracasso e tem sido a principal causa das mazelas e injustiças no mundo. Quantos homens, mulheres e jovens não estão a apostatar da fé justamente por faltar-lhes o ensino da Palavra de Deus?
Aquele povo que foi escolhido, chamado, preparado e que ouvira testemunhos maravilhosos de Deus, através de seus anciãos, agora seria humilhado por seus inimigos e expulso das terras que com tanto sofrimento e luta seus pais haviam adquirido com a ajuda e proteção do Deus todo poderoso. Qual era o motivo? Deixaram a palavra de Deus e se enredaram pela prostituição e adoração a falsos deuses, os mesmos deuses que no passado foram derrotados por Deus. Seus sacerdotes ao invés de ensinarem ao povo os retos caminhos do Senhor, também se entregaram à idolatria e modo promíscuo de viver dos Cananeus e povos vizinhos, talvez seduzidos pelas riquezas, pelo sexo fácil e a falta de compromisso. O verdadeiro Deus exige santidade, verdade, vida exemplar e compromisso com a Palavra de Deus.
Se não houver conhecimento de Deus, pereceremos como o Israel do Antigo Testamento. Se queremos, de fato, um avivamento autêntico conscientizemo-nos de que este somente virá através da Palavra de Deus.
5. O lamento do apóstolo Paulo (Gl 3:1). "Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?". Dos lamentos enunciados por Paulo, este é um dos mais eloqüentes.
As ações dos gálatas indicam falta de compreensão e raciocínio. Deixar a graça e voltar à lei é estar fascinado, seduzido como por encantamento mágico, aceitando de forma irrefletida a mentira pela verdade. Quando Paulo pergunta “Quem vos fascinou?”, o “quem” é singular, e não plural, sugerindo talvez que Satanás fosse o autor desse ensinamento falso. O próprio Paulo pregou Jesus Cristo aos gálatas como crucificado, enfatizando que a cruz devia separa-los da maldição e escravidão da lei para sempre. Como poderiam voltar à lei menosprezando a cruz? Será que a verdade não se apoderou deles na prática?
Infelizmente, essa situação vem se reprisando. Igrejas são induzidas ao erro por modismos e doutrinas de demônios, como se tais asneiras fossem a última revelação de Deus. O lamento de Paulo é ouvido nas orações dos pastores e obreiros que lutam por manter a sã doutrina e os bons costumes. Não haveremos de nos conformar com as novidades que, em essência, é a repetição da velha mentira do Éden. Atentemos a esta advertência de Paulo: "Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo" (2 Co 11:3).
6. O lamento de Jesus Cristo(Lc 13:34,35). “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”.
O lamento de Cristo sobre Jerusalém, é um choro muito comovente de preocupação misericordiosa, que vem dum coração cheio de amor sincero do Salvador. Dificilmente há algum animal que se interessa tanto pelos seus pequeninos. Ela troca sua voz natural e assume um chamado triste e lamentoso. Ela procura e cisca na terra, e sempre que acha algo, não o come, mas o deixa para os seus filhotes. Luta e alerta com toda a seriedade contra o gavião, e com muita boa vontade estende suas asas, e permite que seus pintinhos se escondam sob ela ou mesmo subam sobre ela. É um quadro belo e agradável.
O abrigo ilustra o mais alto grau da eterna condescendência de Deus para com os homens. Uma árvore pode abrigar o viajante do calor do sol; um escudo pode abrigar o soldado no dia da batalha; mas, só Cristo pode se interpor entre nós e os perigos que nos cercam. Na figura descrita, Jesus se coloca entre a cidade ameaçada e os seus inimigos. Isso indica que as “asas” da Onipotência Divina estão constantemente estendidas em nossa defesa a fim de nos livrar dos perigos que nos cercam (cf Sl 91:1-7). Cristo é o nosso refúgio, a nossa segurança.
CONCLUSÃO
É hora de clamar e chorar diante de Senhor Jesus. Aos seus pés devemos sempre nos render e confessarmos os nossos pecados. A confissão deve ser acompanhada de tristeza profunda pelo pecado - "Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza" (Tg 4.9). O momento em que Deus nos convence do pecado é o momento de nos prostrarmos diante de Deus e lamentarmos nossa pecaminosidade, impotência, frieza e aridez de vida. É o momento de nos humilhar-mos e chorarmos por nosso materialismo, secularismo e formalismo e de manifestarmos interior e exteriormente o fruto do genuíno arrependimento. Precisamos nos humilhar na presença do Senhor. Se nos colocarmos sinceramente a seus pés, em nosso devido lugar, no devido tempo, ele nos exaltará – “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará”(Tg 4:10).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da Bíblia – Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 4.

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