Texto Base: Atos 1:1-5
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(Atos 1:8).
INTRODUÇÃO
“Atos dos Apóstolos” (ou mais corretamente: “Atos do Espírito Santo”, pois, do começo ao fim, ele é o registro de seu advento e atividade) é um registro histórico preciso da Igreja Primitiva. Mas também é um livro teológico, com lições e exemplos vivos da obra do Espírito Santo, das relações da Igreja e sua organização, das implicações da graça e da lei do amor. É também um trabalho apologético, que ajudou a construir um forte alicerce para a fé cristã ao demonstrar o cumprimento das afirmações e promessas de Cristo [1]. Se não fosse por Atos, não teríamos nenhuma informação acerca da Igreja Primitiva e haveria uma enorme lacuna entre a vida de Jesus nos evangelhos e as epístolas. Além de servir de ponte entre a vida de Cristo e a vida segundo o exemplo de Cristo enunciada nas epístolas, também faz a transição entre o judaísmo e o cristianismo, entre a lei e a graça.
CONTEXTO
Atos dos Apóstolos é um livro que pulsa com vida e ação. Nele, vemos a operação do Espírito Santo ao formar a Igreja, conferindo-lhe poder e expandindo seu alcance. É o registro impressionante de como o Espírito Soberano usou os instrumentos mais improváveis, superou os obstáculos mais formidáveis, empregou os métodos menos convencionais e obteve os resultados mais extraordinários.
Atos retoma a narrativa dos evangelhos e, com suas descrições dinâmicas e comoventes, nos conduz pelos anos turbulentos da infância da Igreja. É um registro do período importante de transição no qual a Igreja do Novo Testamento começou a se livrar dos velhos costumes do judaísmo e apresentar suas características distintivas como uma nova comunidade na qual judeus e gentios constituem um só corpo em Cristo. Por esse motivo, Atos dos Apóstolos foi chamado apropriadamente de relato do “desmame de Isaque”.
Ao lermos esse relato, sentimos um pouco da empolgação espiritual que se manifesta quando Deus opera. Ao mesmo tempo, percebemos a tensão quando Satanás e o pecado se opõem e procuram frustrar a operação divina.
O apóstolo Pedro desempenha um papel fundamental nos doze primeiros capítulos ao pregar o evangelho com ousadia à nação de Israel. A partir do capítulo 13, Paulo ocupa o primeiro plano como o apóstolo zeloso, inspirado e incansável que levou o evangelho aos gentios.
Atos dos Apóstolos abrange um período de aproximadamente trinta anos. Como disse J. B. Phillips, em nenhum período semelhante da história humana “um grupo tão pequeno de pessoas exerceu um impacto tão grande sobre o mundo a ponto de seus inimigos se referirem a ele, com lágrimas de raiva nos olhos, como ‘esses que têm transtornado o mundo’” [2].
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus(Atos 28:31) [3].
I. AUTORIA, DATA E TEMA
1. Autoria. Três evidencias em Atos apontam para a autoria de Lucas. Em primeiro lugar, no inicio do livro, o escritor se refere de forma especifica a uma obra anterior, também dedicada a Teófilo. Lucas 1:1-4 mostra que o terceiro evangelho é o relato em questão. O estilo, a visão compassiva de mundo, o vocabulário, a ênfase apologética e vários outros detalhes constituem vínculos importantes entre as duas obras. Se não fosse pelo desejo de colocar o evangelho de Lucas com os outros dois evangelhos sinóticos, sem dúvida ele apareceria lado a lado com Atos, como ocorre com 1 – 2 Coríntios.
Em segundo lugar, o texto de Atos deixa claro que o autor foi um companheiro de viagem de Paulo. As passagens escritas na primeira pessoa do plural (Atos 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16) mostram que o autor estava presente nos acontecimentos registrados.
Por fim, ao eliminar os companheiros de Paulo mencionados pelo autor na terceira pessoa e também os companheiros que não acompanharam Paulo nas seções redigidas na primeira pessoa do plural, a única possibilidade viável é Lucas [4].
2. Data de composição. Apesar de a data de alguns dos livros do Novo Testamento não ser essencial, ela é mais importante em Atos, em que encontramos a primeira história da Igreja.
Existem argumentos convincentes de que Lucas concluiu Atos logo depois que a história narrada no livro chegou ao fim, ou seja, durante a primeira prisão de Paulo em Roma.
É possível que Lucas estivesse planejando escrever mais uma obra (mas, ao que parece, não era essa a vontade de Deus). Isso explica por que ele não menciona os acontecimentos ocorridos entre 63 a 70 d.C., que tiveram um impacto devastador sobre os cristãos. As seguintes omissões, porém, sugerem uma data mais antiga: a perseguição intensa de Nero aos cristãos na Itália depois do incêndio de Roma (64 d.C); a guerra entre judeus e romanos(66-70 d.C); o martírio de Pedro e Paulo(final da década de 60) e a destruição de Jerusalém, o acontecimento mais traumático de todos para judeus e cristãos hebreus. Assim, é mais provável que Lucas tenha escrito Atos enquanto Paulo estava preso em Roma, por volta de 62 ou 63.d.C. [5].
3. Tema. Podemos assim resumir o tema central dos “Atos dos Apóstolos”: A propagação triunfal do Evangelho através da Igreja pelo poder do Espírito Santo.
II. O CONTEÚDO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
O conteúdo do livro de Atos começa onde o Evangelho de Lucas termina: com o período pós-ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo.
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o Novo Testamento chama de “últimos dias”(Atos 2:17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de historia da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a Igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do Novo Testamento(exceto a redação de novos livros para o Novo Testamento). Esses fatos são evidentes quando a Igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante do Novo Testamento, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da Igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica [6].
Arthur T.Pierson, assim descreve de forma comovente: “Igreja de Cristo! Os relatos desses Atos do Espírito Santo nunca foram completados. Esse é o livro que não possui fim, pois está à espera de novos capítulos a serem acrescentados no ritmo e na medida em que o povo de Deus confirma o bendito Espírito na sua santa cadeira de comando” [7] .
“Atos dos Apóstolos” fragmenta-se em três principais momentos: o derramamento do Espírito Santo; a vida comunitária da Igreja Primitiva em Jerusalém; e a expansão da Igreja entre os gentios. No desenvolvimento desse processo, o Espírito Santo protagoniza o papel de condutor essencial do caminho missionário da Igreja. Sob Sua ação, a Igreja caminha poderosa, testemunhando acerca de Jesus Cristo de Nazaré [8].
Novas igrejas estão sendo continuamente fundadas. Pela fé em Jesus Cristo e através do poder do Espírito Santo, a Igreja cristã pode ser um agente de mudanças. À medida que enfrentamos novos problemas, encontraremos no livro de “Atos dos Apóstolos” importantes soluções.
III. O PROPÓSITO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
Lucas tem pelo menos quatro propósitos ao narrar os começos da Igreja.
1. Narrar a expansão da Igreja (At 1:1-15). “Atos” demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio. Para que isso ocorresse foi necessária uma dispersão dos crentes que estavam em Jerusalém para que a mensagem de Jesus se espalhasse. Nem sempre o crescimento da Igreja se deu em ocasiões em que a pregação e o culto eram propícios, e esse foi o caso dos crentes de Jerusalém, que precisaram ser perseguidos para cumprir o mandamento do Senhor.
2. Revelar a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a Igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. O autor do livro de Atos, Lucas, registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2:1-4; 10:44-47; 19:1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da Igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela . [9]
3. Justificar os Atos dos Apóstolos. Quando lemos o livro de Atos passamos a entender a forma com que os discípulos agiram, e o contexto em que agiram. Os apóstolos do Senhor se viram diante de diversas situações, como perseguição religiosa e política, a mão de Deus sendo estendida aos gentios – inclusive dando-lhes o batismo com o Espírito Santo, a conversão de perseguidores como Paulo e milagres confirmando a participação da mão de Deus na criação da Igreja. Conhecendo esses fatos, entendemos a forma com que os primeiros desafios foram vencidos e de que forma as estratégias usadas pelos apóstolos podem ser usadas em nossos dias também [10].
4. Estimular os crentes. A história pode servir de inspiração para as pessoas que dela se servem. Nós, crentes do século 21, podemos ler o livro de Atos e perceber o cuidado de Deus para com seu povo. Entenderemos que o fator “perseguição” não é novo para o povo de Deus, e que mesmo em uma situação assim, Deus estende sua mão para que o Evangelho cresça e seu nome seja glorificado. Nossa motivação reside aqui: da mesma forma que os primeiros discípulos agiram, confiando no Senhor, temos esse precedente para dar prosseguimento à obra de Deus [11].
CONCLUSÃO
Ao ler o livro de Atos, coloque-se no lugar dos discípulos: identifique-se com aqueles que foram cheios do Espírito Santo e experimente a emoção de ver milhares de respostas à mensagem do evangelho! Sinta o comprometimento demonstrado pelos que dedicaram cada talento de seu tesouro a Cristo. Ao ler Atos, perceba a ousadia e a coragem que o Espírito Santo concedia aos crentes do primeiro século que, mesmo diante do sofrimento e da morte, aproveitavam todas as oportunidades para falar de seu Senhor crucificado e ressuscitado. Então, decida ser uma versão deste século daqueles homens e mulheres de Deus! [12].
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Notas:
[1] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[2] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[3] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[4[ William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[5] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[6] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[7] John Stott – A mensagem de Atos.
(8) LBM – CPAD - Orientação Pedagógica.
[9] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[10] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[11] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[12] Bíblia de Estudo –Aplicação Pessoal.
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(Atos 1:8).
INTRODUÇÃO
“Atos dos Apóstolos” (ou mais corretamente: “Atos do Espírito Santo”, pois, do começo ao fim, ele é o registro de seu advento e atividade) é um registro histórico preciso da Igreja Primitiva. Mas também é um livro teológico, com lições e exemplos vivos da obra do Espírito Santo, das relações da Igreja e sua organização, das implicações da graça e da lei do amor. É também um trabalho apologético, que ajudou a construir um forte alicerce para a fé cristã ao demonstrar o cumprimento das afirmações e promessas de Cristo [1]. Se não fosse por Atos, não teríamos nenhuma informação acerca da Igreja Primitiva e haveria uma enorme lacuna entre a vida de Jesus nos evangelhos e as epístolas. Além de servir de ponte entre a vida de Cristo e a vida segundo o exemplo de Cristo enunciada nas epístolas, também faz a transição entre o judaísmo e o cristianismo, entre a lei e a graça.
CONTEXTO
Atos dos Apóstolos é um livro que pulsa com vida e ação. Nele, vemos a operação do Espírito Santo ao formar a Igreja, conferindo-lhe poder e expandindo seu alcance. É o registro impressionante de como o Espírito Soberano usou os instrumentos mais improváveis, superou os obstáculos mais formidáveis, empregou os métodos menos convencionais e obteve os resultados mais extraordinários.
Atos retoma a narrativa dos evangelhos e, com suas descrições dinâmicas e comoventes, nos conduz pelos anos turbulentos da infância da Igreja. É um registro do período importante de transição no qual a Igreja do Novo Testamento começou a se livrar dos velhos costumes do judaísmo e apresentar suas características distintivas como uma nova comunidade na qual judeus e gentios constituem um só corpo em Cristo. Por esse motivo, Atos dos Apóstolos foi chamado apropriadamente de relato do “desmame de Isaque”.
Ao lermos esse relato, sentimos um pouco da empolgação espiritual que se manifesta quando Deus opera. Ao mesmo tempo, percebemos a tensão quando Satanás e o pecado se opõem e procuram frustrar a operação divina.
O apóstolo Pedro desempenha um papel fundamental nos doze primeiros capítulos ao pregar o evangelho com ousadia à nação de Israel. A partir do capítulo 13, Paulo ocupa o primeiro plano como o apóstolo zeloso, inspirado e incansável que levou o evangelho aos gentios.
Atos dos Apóstolos abrange um período de aproximadamente trinta anos. Como disse J. B. Phillips, em nenhum período semelhante da história humana “um grupo tão pequeno de pessoas exerceu um impacto tão grande sobre o mundo a ponto de seus inimigos se referirem a ele, com lágrimas de raiva nos olhos, como ‘esses que têm transtornado o mundo’” [2].
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus(Atos 28:31) [3].
I. AUTORIA, DATA E TEMA
1. Autoria. Três evidencias em Atos apontam para a autoria de Lucas. Em primeiro lugar, no inicio do livro, o escritor se refere de forma especifica a uma obra anterior, também dedicada a Teófilo. Lucas 1:1-4 mostra que o terceiro evangelho é o relato em questão. O estilo, a visão compassiva de mundo, o vocabulário, a ênfase apologética e vários outros detalhes constituem vínculos importantes entre as duas obras. Se não fosse pelo desejo de colocar o evangelho de Lucas com os outros dois evangelhos sinóticos, sem dúvida ele apareceria lado a lado com Atos, como ocorre com 1 – 2 Coríntios.
Em segundo lugar, o texto de Atos deixa claro que o autor foi um companheiro de viagem de Paulo. As passagens escritas na primeira pessoa do plural (Atos 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16) mostram que o autor estava presente nos acontecimentos registrados.
Por fim, ao eliminar os companheiros de Paulo mencionados pelo autor na terceira pessoa e também os companheiros que não acompanharam Paulo nas seções redigidas na primeira pessoa do plural, a única possibilidade viável é Lucas [4].
2. Data de composição. Apesar de a data de alguns dos livros do Novo Testamento não ser essencial, ela é mais importante em Atos, em que encontramos a primeira história da Igreja.
Existem argumentos convincentes de que Lucas concluiu Atos logo depois que a história narrada no livro chegou ao fim, ou seja, durante a primeira prisão de Paulo em Roma.
É possível que Lucas estivesse planejando escrever mais uma obra (mas, ao que parece, não era essa a vontade de Deus). Isso explica por que ele não menciona os acontecimentos ocorridos entre 63 a 70 d.C., que tiveram um impacto devastador sobre os cristãos. As seguintes omissões, porém, sugerem uma data mais antiga: a perseguição intensa de Nero aos cristãos na Itália depois do incêndio de Roma (64 d.C); a guerra entre judeus e romanos(66-70 d.C); o martírio de Pedro e Paulo(final da década de 60) e a destruição de Jerusalém, o acontecimento mais traumático de todos para judeus e cristãos hebreus. Assim, é mais provável que Lucas tenha escrito Atos enquanto Paulo estava preso em Roma, por volta de 62 ou 63.d.C. [5].
3. Tema. Podemos assim resumir o tema central dos “Atos dos Apóstolos”: A propagação triunfal do Evangelho através da Igreja pelo poder do Espírito Santo.
II. O CONTEÚDO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
O conteúdo do livro de Atos começa onde o Evangelho de Lucas termina: com o período pós-ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo.
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o Novo Testamento chama de “últimos dias”(Atos 2:17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de historia da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a Igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do Novo Testamento(exceto a redação de novos livros para o Novo Testamento). Esses fatos são evidentes quando a Igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante do Novo Testamento, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da Igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica [6].
Arthur T.Pierson, assim descreve de forma comovente: “Igreja de Cristo! Os relatos desses Atos do Espírito Santo nunca foram completados. Esse é o livro que não possui fim, pois está à espera de novos capítulos a serem acrescentados no ritmo e na medida em que o povo de Deus confirma o bendito Espírito na sua santa cadeira de comando” [7] .
“Atos dos Apóstolos” fragmenta-se em três principais momentos: o derramamento do Espírito Santo; a vida comunitária da Igreja Primitiva em Jerusalém; e a expansão da Igreja entre os gentios. No desenvolvimento desse processo, o Espírito Santo protagoniza o papel de condutor essencial do caminho missionário da Igreja. Sob Sua ação, a Igreja caminha poderosa, testemunhando acerca de Jesus Cristo de Nazaré [8].
Novas igrejas estão sendo continuamente fundadas. Pela fé em Jesus Cristo e através do poder do Espírito Santo, a Igreja cristã pode ser um agente de mudanças. À medida que enfrentamos novos problemas, encontraremos no livro de “Atos dos Apóstolos” importantes soluções.
III. O PROPÓSITO DE ATOS DOS APÓSTOLOS
Lucas tem pelo menos quatro propósitos ao narrar os começos da Igreja.
1. Narrar a expansão da Igreja (At 1:1-15). “Atos” demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio. Para que isso ocorresse foi necessária uma dispersão dos crentes que estavam em Jerusalém para que a mensagem de Jesus se espalhasse. Nem sempre o crescimento da Igreja se deu em ocasiões em que a pregação e o culto eram propícios, e esse foi o caso dos crentes de Jerusalém, que precisaram ser perseguidos para cumprir o mandamento do Senhor.
2. Revelar a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a Igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. O autor do livro de Atos, Lucas, registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2:1-4; 10:44-47; 19:1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da Igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela . [9]
3. Justificar os Atos dos Apóstolos. Quando lemos o livro de Atos passamos a entender a forma com que os discípulos agiram, e o contexto em que agiram. Os apóstolos do Senhor se viram diante de diversas situações, como perseguição religiosa e política, a mão de Deus sendo estendida aos gentios – inclusive dando-lhes o batismo com o Espírito Santo, a conversão de perseguidores como Paulo e milagres confirmando a participação da mão de Deus na criação da Igreja. Conhecendo esses fatos, entendemos a forma com que os primeiros desafios foram vencidos e de que forma as estratégias usadas pelos apóstolos podem ser usadas em nossos dias também [10].
4. Estimular os crentes. A história pode servir de inspiração para as pessoas que dela se servem. Nós, crentes do século 21, podemos ler o livro de Atos e perceber o cuidado de Deus para com seu povo. Entenderemos que o fator “perseguição” não é novo para o povo de Deus, e que mesmo em uma situação assim, Deus estende sua mão para que o Evangelho cresça e seu nome seja glorificado. Nossa motivação reside aqui: da mesma forma que os primeiros discípulos agiram, confiando no Senhor, temos esse precedente para dar prosseguimento à obra de Deus [11].
CONCLUSÃO
Ao ler o livro de Atos, coloque-se no lugar dos discípulos: identifique-se com aqueles que foram cheios do Espírito Santo e experimente a emoção de ver milhares de respostas à mensagem do evangelho! Sinta o comprometimento demonstrado pelos que dedicaram cada talento de seu tesouro a Cristo. Ao ler Atos, perceba a ousadia e a coragem que o Espírito Santo concedia aos crentes do primeiro século que, mesmo diante do sofrimento e da morte, aproveitavam todas as oportunidades para falar de seu Senhor crucificado e ressuscitado. Então, decida ser uma versão deste século daqueles homens e mulheres de Deus! [12].
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Notas:
[1] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[2] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[3] – Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.
[4[ William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[5] William Macdonald - Comentário Bíblico Popular.
[6] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[7] John Stott – A mensagem de Atos.
(8) LBM – CPAD - Orientação Pedagógica.
[9] Bíblia de Estudo Pentecostal.
[10] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[11] Revista Ensinador Cristão nº 45.
[12] Bíblia de Estudo –Aplicação Pessoal.
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