1º
Trimestre/2016
Texto
Básico: João 3:18,19; Apocalipse
20:11-15
“E vi um grande trono branco e o que
estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se
achou lugar para eles” (Ap 20:11).
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula, estudaremos a respeito do Juízo Final, ou seja, do julgamento do Grande
Trono Branco. Ele simboliza o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução
de seus atos de justiça. É grande por causa das questões envolvidas, e é branco
devido a perfeição e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os ímpios, os
incrédulos, aqueles que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os grandes e
os pequenos, estarão postos em pé diante do Juiz para serem julgados. “E aquele
que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap
20:15). É o desejo de Deus que toda a humanidade seja salva (João 3:16,17; 2Pd
3:9), mas, infelizmente, isso não ocorrerá por causa da incredulidade contumaz
da maioria dos seres humanos. Os que não creem no Unigênito Filho de Deus serão
julgados e condenados no Juízo Final, no julgamento do Grande Trono Branco, que
determinará a condenação eterna de todos os perdidos, de todos os tempos. Está
escrito: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). Nenhum
crente em Jesus Cristo será julgado perante o Grande Trono Branco.
I.
EVENTOS QUE ANTECEDEM AO JUÍZO FINAL
1.
A última revolta de Satanás. Quando o Senhor Jesus
retornar fisicamente à Terra em sua Segunda Vinda, Ele destruirá os exércitos
do Anticristo e o Falso profeta, e lançará os dois lideres no lago de fogo.
Então Deus prenderá Satanás no abismo por mil anos (Ap 20:2). No final deste
período, Deus soltará Satanás por um curto período de tempo, durante o qual
este enganará as nações e liderará uma revolta contra Deus (Ap 20:7-9).
“E,
acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as
nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número
é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da
terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu
e os devorou”.
Todavia,
Deus destruirá Satanás e os seus seguidores com fogo do céu, e Satanás
finalmente encontrará o seu destino eterno: o lago de fogo e enxofre, que é o Inferno
no seu stricto sensu (Ap 20:10).
2.
A prisão eterna de Satanás (Ap 20:10) – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no
lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de
noite serão atormentados para todo o sempre”.
O Diabo,
Satanás, aquele que será libertado da prisão e enganará novamente todas as
nações, receberá o seu justo castigo: ele será lançado no lago de fogo e
enxofre, onde estará a Besta e o Falso profeta (Ap 20:10). O poder de Satanás
não é eterno, ele encontrará a sua perdição. Ele começou o seu trabalho do mal
em meio à humanidade, desde o início (Gn 3:1-6), e continua agindo da mesma
forma ainda hoje, mas ele será preso definitivamente no lago de fogo e enxofre,
e nunca mais será uma ameaça para ninguém. Ali, a trindade satânica enfrentará tormentos
de dia e dia noite, para todo o sempre (Ap 20:10).
Haja
vista a eterna prisão de Satanás, no lago de fogo e enxofre, cessará o tempo
histórico e será instalado o Grande Tribunal, também conhecido como o Grande
Trono Branco, a ser presidido por nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o que estava
assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou
lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do
trono, e abriram-se os livros”(Ap 20:11,12).
II.
O JUÍZO FINAL
Deus
pronunciou juízos, nos tempos antigos, contra Israel, e também contra as nações;
e ainda o fará no final da Grande Tribulação. No fim dos tempos, após o
Milênio, não vai ser diferente. Todo ser humano devia se preocupar com o Juízo
Final, pois fora da Salvação em Cristo, indubitavelmente, enfrentará esse
momento que, infelizmente, nele só haverá um veredicto: a condenação eterna (Ap
20:15).
1.
O que é e quando se dará o Juízo Final? O “Juízo Final”
será o julgamento a que serão submetidos os incrédulos de todas as eras, que
foram ressuscitados, na consumação de todas as coisas (Ap 20:5). É chamado também
de “Juízo do Trono Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de
um “Grande Trono Branco”. Ocorrerá depois do término do Reino milenial de
Cristo, depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, esse
julgamento é explicitamente mencionado pela primeira vez por Daniel (Dn
7:9,10). Portanto, era e é algo de pleno conhecimento dos judeus, como mostra
Marta, irmã de Lázaro, ao se dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia
quatro dias após a morte de seu amigo(João 11:24). Terá como objetivo retribuir
a cada um segundo as suas obras(Ap 20:11-15). A Igreja - a Universal Assembleia
dos Santos (Hb 12:23) - não será submetida ao Juízo Final, por haver crida na
eficácia da morte e da ressurreição do Filho de Deus.
O
Novo Testamento menciona cinco categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10).
O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após
o Arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais.
Nesse tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por
meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Esse julgamento não envolve
salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados estarão
salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de recompensas, do
“galardão”. Nessa oportunidade, muitos serão surpreendidos, pois Deus conhece o
coração do homem (1Sm 16:7) e sabe a qualidade de tudo o que está sendo feito
em Sua obra, não atentando para a aparência. Diante disto, muitos que,
aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada receberão, porquanto
suas obras serão consideradas como palha, como madeira, sem condição de
resistir ao crivo divino; e outros, que, aparentemente, nada teriam feito pelo
Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio, sem alarde, mas com
dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o seu tratamento são
descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml
3:2-5). A Grande Tribulação será o instante em que Deus
tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá
provado este povo e só o remanescente será salvo. Aqui, de imediato, vemos uma
diferença entre quem fez parte do Arrebatamento e quem não fez. Enquanto que o
julgamento da Igreja não envolve salvação ou condenação eterna, os demais
julgamentos têm em vista o destino eterno dos indivíduos. Na Igreja vitoriosa e
glorificada, os crentes não correm risco de perder a vida eterna, conquistada
pela fé em Cristo Jesus, mas, tanto em Israel quanto entre os gentios
incrédulos, o julgamento divino envolve a possibilidade concreta e bem provável
de se viver eternamente sem Deus e sem salvação. É o remanescente que será
salvo (Rm 9:27), porque se arrependerão de seus pecados e aclamarão a Jesus
como o Messias (Zc 12:10).
c) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46).
Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao
Armagedom. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos
seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Este julgamento
terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem
passará com Cristo o seu Reino milenial e quem não passará o Milênio, ficando a
aguardar o Julgamento Final e definitivo. Nesse julgamento serão ressuscitados
apenas aqueles que desfrutarão o Milênio com Cristo, os bem-aventurados que
completam o número daqueles que tomam parte da Primeira Ressurreição (Ap 20:6).
Os demais indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso Profeta, que já
terão sido lançados, vivos, no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado
naquela oportunidade(Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente após
o Milênio.
d) Julgamento dos anjos maus (1Co
6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a
julgamento: “e aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na
escuridão e em prisões eternas até ao Juízo daquele grande Dia” (Jd 6).
Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o
Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
e) Julgamento do Trono Branco (Ap
20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final”
ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino
milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que
cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá
findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua
presença todos os seres humanos que ainda não tinham sido julgados até então,
ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e
nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados.
Estes outros seres humanos são os que serão levados a julgamento neste último Grande
Tribunal da história.
Não
se deve confundir o Trono de Apocalipse 4:2,3,5 com o do Apocalipse 20:11-15.
- O Trono do Capítulo 4 – “E do trono saíam relâmpagos, e trovões,
vozes...” (Ap 4:5). Este
“trono” “estava posto no céu” e prenunciava juízo sobre a terra. “Relâmpagos,
trovões e vozes” falam de juízo. Este juízo será executado durante a Grande
Tribulação.
- O Trono do capítulo 20. Este
refere-se àquele, do qual, ou do “que estava assentado sobre ele” fugiu tanto a
Terra, como também o céu - “E vi um grande trono branco e o que estava
assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou
lugar para eles” (Ap 20:11).
Porém,
a diferença fundamental que queremos ressaltar é a presença do arco-íris
no Trono, visto no Céu - “... e o arco
celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda” (Ap 4:3). A
presença do arco-íris sempre lembra a misericórdia de Deus e o seu
compromisso de não destruir a raça humana.
Na Grande Tribulação haverá misericórdia
de Deus. O Juízo de
Deus vai ser derramado sobre a Terra durante o período da Grande Tribulação,
quando “...haverá, então grande aflição, como nunca houve desde o principio do
mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24:21). Todavia, a presença do
“arco-celeste... ao redor do trono”,
lá no céu, é uma garantia da misericórdia de Deus. Por isto, no momento certo,
Deus intervirá com seu amor. Por isto o Senhor Jesus afirmou: “... se aqueles dias não fossem abreviados,
nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados
aqueles dias” (Mt 24:22). Até mesmo na Grande Tribulação, conhecida como o
Grande e Terrível Dia do Senhor, haverá misericórdia.
No Juízo do Grande Trono Branco não
haverá misericórdia por
parte do Juiz. Ao redor do Grande Trono Branco, João não viu o
“arco-celeste”. Isto significa que no Julgamento Final Deus não tem nenhum
compromisso com aqueles que serão julgados. Deus não os conhecerá, porque
também eles nunca conheceram a Deus. Entre Deus e os ímpios que serão julgados,
não há nenhuma Aliança, ou Concerto que possa limitar o juízo de Deus. As
Alianças, ou Concertos, sempre ofereceram garantias de limites à operação de
Deus. Deus, contudo, não tem compromisso com os ímpios - “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez
misericórdia...” (Tiago 2:13). Até mesmo a própria Terra e o Céu terão medo
de estar na presença de um Deus despido de misericórdia. É o que o texto
sagrado afirma: “... de cuja presença
fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20:11). Foi por
isto que João viu “um Grande Trono Branco”. Este simboliza o poder ilimitado de
Deus e a perfeição da execução de seus atos de justiça.
2.
Quem será o Juiz? Certamente será o Senhor Jesus Cristo, conforme
Ele mesmo declarou: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o
juízo”(João 5:22); “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do
homem” (João 5:27).
O Apóstolo Pedro
confirmou que o Senhor Jesus é o Juiz: “E
nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído
juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10:42).
O Apóstolo Paulo
ratificou o que Jesus e Pedro disseram. Escrevendo aos crentes, da cidade de
Roma, disse: “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus
Cristo, segundo o meu evangelho”(Rm 2:16). Em
Atenas, falando aos filósofos da Grécia, no Areópago, Paulo declarou: “Porquanto tem determinado um dia em que com
justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu
certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (Atos 17:31). Paulo não tinha
dúvidas de que aquele que hoje é o nosso Advogado (1João 2:1), amanhã será o
Juiz que se assentará no Grande Trono Branco - “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de
julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino”(2Tm 4:1).
Portanto,
podemos afirmar, com segurança, que o Juiz que presidirá o Julgamento Final,
também conhecido como Julgamento do Trono Branco, será o Senhor Jesus Cristo,
aquele “... que Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus
Pai” (Fp 2:9-11).
Todos
aqueles que, nesta vida, não dobrou seus joelhos diante de Deus, terá que dobar
naquele Dia. Não foi sem razão que o Senhor Jesus advertiu, dizendo: “E não temais os que matam o corpo e não
podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a
alma e o corpo” (Mt 10:28).
3.
Quem terá de prestar contas ao justo Juiz? O
Apóstolo João responde, dizendo: “e vi os
mortos, grandes e pequenos... E os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que
nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia...” (Ap
20:12,13). Não há nenhuma referência aos vivos. Assim, podemos afirmar que no banco
dos réus, no Julgamento Final diante do Grande Trono Branco, estarão todos os
mortos ímpios de todos os tempos. Não importa quando, onde, ou como tenham
morrido – os que foram queimados, cremados, devorados pelos peixes ou qualquer
animal marinho, terrestre, ou pelos micro-organismos -, ninguém será esquecido
na terra, no mar, no Hades, em lugar nenhum. Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”
(João 5:29).
- Serão
todos aqueles chamados de “outros mortos” - “Mas os outros mortos não reviveram, até que
os mil anos se acabaram...” (Ap 20:5). Estes, ao ressuscitarem, receberão
um corpo dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que
receberão os salvos. Será um corpo sem glória, conforme afirmou o profeta
Daniel - “... para vergonha e desprezo
eterno” (Dn 12:2).
-
Serão os mortos, “grandes e pequenos” - “E
vi os mortos, grandes e pequenos...”. Certamente que a expressão “grandes e
pequenos” nada tem a ver com a idade, ou com a estatura física. Não se trata,
também, de adultos e crianças. Grandes e pequenos diz respeito ao que
esses mortos tinham sido, quando vivos, aqui na Terra. Diz respeito à
posição, ao prestigio, à importância que representaram em sua época. Deus não
faz acepção de pessoas, conforme afirmou Pedro: “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga
segundo a obra de cada um...” (1Pd 1:17). Entre os grandes certamente que
estarão milhares de milhões de reis, imperadores, nobres, presidentes, ditadores,
generais, cientistas, milionários, etc.. Entre os pequenos estarão escravos, mendigos,
analfabetos, operários, etc. Não é verdade que ninguém vai para o inferno por
ser rico, sábio, nobre; como também não é verdade que ninguém vai para o céu
por ser pobre mendigo, analfabeto. Grandes e pequenos, de todas as camadas
sociais que morreram sem salvação, estarão, naquele Dia, diante do Trono
Branco. Creia nisto!
4.
O local e o tempo do Julgamento Final. Pela Bíblia sabemos
o local e o tempo dos outros Julgamentos. Sabemos que o Julgamento dos nossos
pecados foi realizado na Cruz do Calvário. O Julgamento de nossas obras será
realizado nos ares, diante do Tribunal de Cristo, imediatamente após o
Arrebatamento da Igreja. O Julgamento da nação de Israel será realizado na
Terra, durante a Grande Tribulação. O Julgamento das nações (Mt 25:31-46) será
realizado na terra, no término da Grande Tribulação e antes do Milênio.
Todavia, ninguém pode determinar o local em que será realizado o Julgamento
Final. Não será no céu nem será na terra, pois, estes fugiram da presença
daquele que estava assentado sobre o Trono Branco - “... e não se achou lugar para eles”. Sabe-se, somente, que será depois
do Milênio.
III.
AS BASES DO JUIZO FINAL
1.
A Base do julgamento: as obras praticadas - “[...] e os mortos foram julgados pelas
coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20:12).
Sabemos,
pela Bíblia, que no Livro da Vida só serão escritos os nomes dos santos - “E não entrará nela coisa alguma que
contamine e cometa abominação e mentira, mas, só os que estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”(Ap
21:27).
Paulo
confirmou esta verdade: “e peço-te também
a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajude essas mulheres que trabalham comigo
no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão
escritos no livro da vida”(Fp 4:3).
Moisés
tinha consciência de que seu nome estava inscrito nesse Livro, quando
intercedeu diante de Deus, pelo povo, dizendo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, do teu livro, que
tens escrito”(Ex 32:32).
O
Senhor Deus deixou claro a possibilidade de um nome ser riscado do Seu Livro: “Então, disse o Senhor a Moisés: aquele que
pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro”(Ex 32:33).
Assim,
o Livro da Vida será aberto como testemunha que os que estão sendo julgados não
fazem parte da família de Deus. Deus não tem nenhuma aliança celebrada com os
réus, nenhum compromisso com eles.
Alguém
pode indagar: “e aqueles que nunca ouviram o evangelho?” Paulo afirma que o ser
humano, mesmo não tendo conhecido a Palavra de Deus, é inescusável, ou seja,
não tem desculpas, não tem como justificar suas obras más. Deus revelou-se
através da criação e deu aos homens condições de poder entender e conhecer o
Criador (cf. Rm 1:19-21; ler Rm 2:14-16).
2.
Livros serão abertos. “E
vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os
livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida...”(Ap 20:12).
Nessa
ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado no coração dos
seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Deus, por meio
de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um (Rm 2:16). Os mortos serão
julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas
obras (Ap 20:12). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que
fazemos (Sl 139:16; Ml 3:16; Sl 56:8; Mc 4:22). E aquele cujo nome não constar no
Livro da Vida será lançado no Lago de Fogo e Enxofre (Ap 20:15).
Veja
a explicação do pr. Ciro Sanches Zibordi, em sua participação no livro “Teologia Sistemática Pentecostal”, pulicado
pelo CPAD.
O Livro da Vida é o
registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12:1; Ap 13:8; 21:27),
“desde a fundação do mundo” (Ap 17:8). Os outros livros contêm um registro
detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento do
Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida.
De acordo com a Palavra de
Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim,
terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3:5). Em Êxodo
32:32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: "Agora,
pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens
escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este
riscarei eu do meu livro".
Alguns, ainda, afirmam que
“Deus relacionou toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe
a Cristo como Salvador”. Não obstante, a promessa "de maneira nenhuma riscarei
o seu nome do livro da vida" (Ap 3:5) é dirigida aos salvos que vencerem,
e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes
arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt
24:13).
Em Filipenses 4:3, o
apóstolo Paulo mencionou cooperadores "cujos nomes estão no Livro da
Vida", porém antes ele asseverara: "estai sempre firmes no Senhor,
amados" (Fp 4:1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da
Ásia ouviram do Senhor a mensagem: "Quem vencer" (Ap 2-3). A
manutenção no nome de alguém no Livro da Vida está condicionada à sua vitória
até ao fim (Ap 3:5). Somos filhos de Deus hoje (João 1:11,12), mas devemos
atentar para o que diz Apocalipse 21:7: "Quem vencer herdará todas as coisas,
e eu serei seu Deus, e ele será meu filho".
3.
Qual será a sentença. A sentença desse Julgamento está bem
claro em Apocalipse 20:14,15: “E a morte
e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele
que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.
O “lago
de fogo” é uma prisão eterna, pois, segundo informou
o Senhor Jesus, foi o lugar preparado para Satanás viver, na eternidade - “... Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo
eterno, preparado para o diabo e seus anjos”(Mt 25:41); é o Inferno
propriamente dito. Será nesse lugar tenebroso onde serão lançados os ímpios
condenados no Julgamento Final, diante do Trono Branco, onde já estarão o
Anticristo, o Falso profeta e Satanás (Ap
20:15). “... de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap
20:10).
Segundo
expressou Timothy J. Demy, atualmente, não há ninguém no “lago de fogo”. A
localização de todos os ímpios mortos desde o inicio da criação é, no Antigo
Testamento, “Seol” e, no Novo
Testamento, “Hades” ou Inferno.
Segundo Lucas 16, este lugar é bastante parecido com o lago de fogo, mas não
igual. Depois do julgamento do Grande Trono Branco, todos os anjos caídos e a
humanidade incrédula passarão a eternidade no lago de fogo. Os crentes, porém,
entrarão no Céu e viverão eternamente na presença de Deus (Timothy J.Demy. Enciclopédia Popular de Profecia bíblica. p. 302. CPAD.
2015).
Portanto,
a eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia
considera de segunda morte (Ap 20:14).
“Aqueles que forem lançados no ‘lago de fogo’ passarão pela ‘segunda morte’ (Ap
2:11; 21:8), que não é igual à primeira que é física e temporal. A primeira
morte é apenas a interrupção da existência na Terra, mas a segunda não traz
nenhuma interrupção. Aqueles que rejeitam o chamado de Deus, cujos nomes não
estão escritos no Livro da Vida, enfrentarão um terrível julgamento e um futuro
ainda mais funesto. ‘Se o Céu é, em muitos graus, mais maravilhoso do que sua
descrição em Apocalipse 21:1-22:5, também a condenação eterna é, em muitos
graus, mais terrível do que se retrato aqui’ (Ap 20:13-15)” (Timothy J.Demy. Enciclopédia Popular de
Profecia bíblica. p. 302.CPAD.2015).
Observe
que, nesse último grande Juízo, não serão proferidas duas sentenças, como ocorreu
no Julgamento das Nações (Mt 25:46). Haverá uma única condenação para os ímpios
(Ap 20:15).
Alguns
dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus
afirmou, em João 5:24: "Em verdade,
em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida"
(ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não será julgado
mais quanto ao pecado (cf. Rm 8:1,33,34), a menos que se desvie do caminho da
justiça (2Pe 2:20-22; Mt 24:13; Ap 3:5).
CONCLUSÃO
Como
vimos nesta Aula, o resultado do Juízo Final será o Inferno, a separação eterna
de Deus - “o lago de fogo e enxofre”.
Esta advertência não pode passar despercebida. Está bem claro que o visto de
entrada para o Céu é ter o nosso nome escrito no Livro da Vida. Para isso é
preciso, hoje, que a pessoa aceite Jesus, enquanto ainda Ele é o Salvador e
Advogado (1João 2:1). No Juízo Final não haverá nenhuma chance para alguém se
salvar ou ter seus pecados perdoados. Naquele grande Tribunal Jesus será Juiz e
não mais Salvador e nem Advogado (2Tm 4:1).
Conta-se
que um fazendeiro, muito rico, cometeu um crime, um homicídio. Para defendê-lo
contratou um famoso advogado. Este, usando seu prestigio e capacidade, foi
adiando sempre o julgamento, enquanto seu cliente permanecia respondendo o processo,
em liberdade. O advogado, contudo, nesse ínterim, prestou concurso para a magistratura
e foi empossado como juiz. O fazendeiro, quando soube, ficou muito feliz. Enviou
uma carta felicitando o juiz e manifestando sua confiança e certeza na sua
absolvição. O juiz ao enviar seu agradecimento, fez, contudo, constar o
seguinte: "Eu era o seu advogado. Fiz tudo para defendê-lo. Agora, porém,
eu sou o seu juiz e vou julgá-lo com justiça”. O Senhor Jesus é, hoje, nosso
Advogado. Certamente que o seu desejo é o de justificar o pecador, diante do Pai.
Porém, a partir do momento em que o homem partir para a eternidade, sem
salvação, o mesmo Jesus passa a ser o seu Juiz, Aquele que, no Grande Trono
Branco, julgará, com justiça - “...Ele é
o que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10:41). Pense
Nisso!
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento) - William Macdonald.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O.
Richards
Manual de Escatologia (uma análise
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Joel Leitão
de Melo - Sombras, Tipos mistérios da Bíblia.
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Revista Ensinador Cristão – nº 65.
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Renovato de Lima – O Final de Todas as Coisas. CPAD.
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Dr. Caramuru
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