1º Trimestre/2016
Texto Base: Lucas 16: 19-26
“Se esperamos em Cristo só nesta vida,
somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co.15:19).
INTRODUÇÃO
Nesta Aula estudaremos a respeito do destino
dos mortos: dos cristãos salvos em Cristo Jesus e dos ímpios. Em todas as Aulas
deste trimestre enfatizamos acerca deste assunto, porém, nesta Aula, daremos um
enfoque mais detalhado e exaustivo a respeito do destino final dos crentes e
dos ímpios que já morreram.
A experiência da morte é uma realidade para
todos. Os cristãos, mesmo depois de terem sido justificados pela graça de Deus
ao receberem o Senhor Jesus pela fé, e assim terem garantida a sua salvação,
não são poupados da morte física, que é consequência do pecado original. O que
acontece com nossa alma no período entre a morte até a ressurreição? Qual o
destino final dos mortos? É o que vamos entender no decorrer deste estudo.
I. O ESTADO INTERMEDIÁRIO
A
morte é uma realidade a qual nenhum ser humano pode negar; mais cedo ou mais
tarde, de um modo ou de outro, todos a enfrentarão, exceto os salvos que se
encontrarem vivos no momento do Arrebatamento da Igreja. Se a morte é uma
triste realidade e a alma humana é imortal, para onde vão aqueles que morrem? O
que acontece com a alma daqueles que morreram fisicamente?
1. O que é o Estado Intermediário? É a
situação entre a morte física e a ressurreição, tanto dos salvos como dos
ímpios. Entretanto, as Escrituras Sagradas dizem que os salvos terão um destino
diverso dos ímpios - "Não vos
maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e
os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação" (João
5.28,29; Dn 12.2).
A vida vai além deste mundo visível e
perceptível aos olhos humanos. Após a morte, o corpo se desfaz no pó da terra,
entretanto, existe uma parte espiritual no ser humano que não cessa de existir.
As pessoas que não
acreditam na existência de Deus, obviamente, negam a ideia de vida após a
morte. Outros, mesmo entre aqueles que se proclamam seguidores de Jesus,
ensinam que os injustos deixarão de existir, quando morrerem. Em contraste a
isso, Jesus claramente ensinou que a existência não cessa com a morte (Mt 22:31,32;
Lc 16:19-31). O problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a
existência cessa com a morte, é o erro de não entender que a morte é uma
separação, e não o fim da existência da pessoa (veja Tiago 2:26). Algumas
igrejas, seguindo doutrinas de homens, negam a existência do Inferno, mas a
Bíblia mostra que todos serão julgados e separados: os justos para a vida
eterna; e os ímpios para o castigo eterno, separados de Deus para sempre (João
5:28,29; Mt 25:41,46).
Como cristãos, sabemos que a nossa vida está
nas mãos de Deus, e devemos lembrar que, apesar da vida findar-se aqui neste
mundo, a alma humana é imortal e, por causa disso, o Senhor com justiça dará
destino a esta alma que permanece viva e consciente após a morte. A Bíblia fala
do homem como um todo (corpo, alma e espírito -1Ts 5:23), logo são necessárias
a ressurreição e a redenção do corpo. Segundo a Bíblia, existe um local onde a
alma e o espírito dos que morrem aguardam a ressurreição. Após a morte a alma
passa para o que é chamado de Estado Intermediário.
2.
O Sheol e o Paraíso. Sheol – é a morada dos mortos. No
Antigo Testamento era considerado como uma região situada embaixo da terra (Nm
16:30,33; Am 9:2), sombria e escura, onde os espíritos desencarnados tinham uma
existência consciente, mas amortecida e inativa (2Sm 22:6; Ec 9:10). O povo
hebreu via o Sheol como o lugar para onde justos e ímpios iam, após a morte (Sl
9:17; Is 38:10; Dt 32:22; NTLH, o mundo dos mortos), um lugar onde se recebiam
punições e recompensas.
No Novo Testamento, Sheol é traduzido por Hades.
Tanto Sheol como Hades, ambas designam o lugar para onde, nos tempos do Antigo
Testamento, iam todos após a morte: justos e injustos, havendo, no entanto
nessa região dos mortos, uma divisão para os justos e outra para os injustos,
separados por um abismo intransponível. Todos estavam ali plenamente
conscientes. O lugar dos justos era de felicidade plena, paz e segurança. Era
chamado de “Seio de Abraão” e “Paraíso”. Já o lugar dos ímpios era e é
tenebroso, cheio de dores e sofrimentos, estando todos lá plenamente
conscientes.
Paraíso – Lugar
para onde vão os salvos depois que morrem, aguardando a ressurreição. A palavra
“Paraíso” “aparece apenas três vezes no Novo Testamento (Lc 23:43; 2Co 12:4; Ap
2:7), e o contexto demonstra que está em relação com o 'Terceiro Céu', no qual
cresce a árvore da vida - referindo-se necessariamente todas estas passagens a
uma vida que se segue após a morte".
(Elinaldo Renovato. O final de
Todas as Coisas. CPAD).
O Paraíso está agora na imediata presença de
Deus. Os salvos em Cristo, desde a ressurreição de nosso Senhor Jesus, não mais
descerão ao Hades, isto é, para a divisão
que antes era reservada ali para os justos. A mudança ocorreu entre a morte e a
ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: “... hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).
Sobre este assunto, diz o apóstolo Paulo: “...quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons
aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às
regiões inferiores da terra?” (Ef 4:8,9). Entende-se, pois, que Jesus, ao
ressuscitar, levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no
“seio de Abraão”, conforme narra Lucas 16:22. Muitos desses crentes, Jesus os ressuscitou
por ocasião da Sua morte, certamente para que se cumprisse o tipo prefigurado
na Festa das Primícias (Lv 23:9-11), que profeticamente falava da ressurreição
de Cristo (1Co 15:20,23).
O apóstolo Paulo foi ao Paraíso, o qual está
no Terceiro Céu (2Co 12:1-4). Portanto, o Paraíso não está em baixo, como
dantes; está agora lá em cima, na imediata presença de Deus. A mesma coisa
vê-se em Ap 6:9,10, onde as almas dos mártires da Grande Tribulação permanecem
no Céu, “debaixo do altar”, aguardando o fim da Grande Tribulação, para
ressuscitarem (Ap 20:4) e ingressarem no reino milenial de Cristo.
Os crentes que agora “dormem” no Senhor
estão no Céu, pois o Paraíso está lá agora, como um dos resultados da obra
redentora do Senhor Jesus Cristo (2Co 5:8). No momento do Arrebatamento da
Igreja, seus espíritos e almas virão com Jesus, unir-se-ão a seus corpos
ressurretos e subirão com Cristo, já glorificados, e viverão no Céu eternamente.
3.
O lugar dos mortos. Como eu disse, antes de Cristo, o Hades tinha dois lados separados entre
si por um abismo intransponível: o Seio de Abraão e o lugar de
tormentos. O “Seio de Abraão” era separado do lugar de tormentos. O “Seio de Abraão” (Lc 16:22;23:43) era um lugar intermediário de
felicidade, em um dos lados do Hades
(região dos mortos), onde antes as almas dos salvos aguardavam conscientes a
ressurreição (Lc 16:23-31). Essa região do Hades
existiu até o dia da ressurreição de Cristo, quando eles então ressuscitaram
(Mt 27:52,53). Depois de Cristo, os crentes, quando morrem, vão direto para o
Céu “estar com Cristo” (Fp 1:23; 2Co 5:8). Por outro lado, o lugar de
tormentos do Hades continua existindo, e é aonde os não-salvos vão depois
que morrem, para aguardar o Grande Trono Branco (Juízo Final), que
acontecerá depois do Milênio, quando, então, irão de lá para o Inferno (lago de
fogo e enxofre), juntamente com Satanás e seus anjos (Ap 20:5,11-15). Quando
Jesus morreu, não foi ao Inferno, Ele foi ao Hades (Ef 4:9), esteve no lado chamado “Seio de Abraão” e trouxe os
salvos à ressurreição, e os levou ao Céu (Ef 4:9,10).
J. Dwight Pentecost, citando Scofield,
acerca da região dos mortos (Hades), antes e depois da Ascensão de Cristo, diz
o seguinte:
- O Hades antes da Ascensão de Cristo. A passagem em que a
palavra ocorre deixa claro que o Hades estava antigamente dividido em dois: as
moradas dos salvos e a dos incrédulos, respectivamente. A primeira era chamada
"Paraíso" e "Seio de Abraão". Ambas designações eram
talmúdicas, mas foram adotadas por Cristo em Lucas 16.22; 23.43. Os mortos abençoados,
que estavam com Abraão, eram conscientes e estavam "confortados" (Lc
16.25). O ladrão da cruz acreditou que estaria, naquele dia, com Cristo no
"Paraíso". Os incrédulos estavam separados dos salvos por um
"grande abismo" fixo (Lc 16.26). O representante dos incrédulos que
agora estão no Hades é o homem rico de Lucas 16.19-31. Ele estava vivo,
consciente, exercendo todas as suas funções, memória, etc., e em agonia.
- O Hades desde a Ascensão de Cristo. Quanto aos mortos
incrédulos, nenhuma mudança de lugar ou condição é revelada nas Escrituras. No
julgamento do Grande Trono Branco, o Hades os entregará, eles serão julgados e
passarão para o lago do fogo (Ap 20.13,14). Mas houve uma mudança que afetou o Paraíso.
Paulo foi "arrebatado ao Paraíso" (2Co 12.1-4). O Paraíso, então,
agora está na presença imediata de Deus. Acredita-se que Efésios 4.8-10 indique
o tempo da mudança - "Quando ele
subiu às alturas, levou cativo o cativeiro." Acrescenta-se imediatamente
que antes Ele havia "descido até às
regiões inferiores da terra", isto é, a parte do Hades chamada Paraíso.
Durante a atual era da Igreja, os salvos que morrem estão "ausentes do
corpo e presentes com o Senhor". Os mortos incrédulos no Hades e os mortos
salvos "com o Senhor" esperam a ressurreição (Jó 19.25; 1Co 15.52). (J. Dwight. Pentecost. Manuel de
Escatologia, p.562/563).
II. A SITUAÇÃO DOS MORTOS
Qual a real situação daqueles que já
morreram? A vida não consiste apenas do breve percurso entre o berço e a
sepultura. Há uma dimensão transcendental na vida. Nossa vida não se milita
apenas a este mundo. O sepulcro frio não é o nosso destino final. Nossa
existência não se finda com a morte. A falsa compreensão de que não existe vida
depois da morte, e de que a morte tem o poder de pôr fim à existência carimbada
pelo sofrimento, tem levado muitos indivíduos a saltar no abismo do suicídio em
busca de um alívio ilusório. Na verdade, a morte não põe um ponto final na existência.
A história do rico e do Lázaro mostra isso (Lc 16:19-31). Do outro lado da
sepultura, há uma eternidade de gozo ou sofrimento, de bem-aventurança ou
tormento. Depois da morte, há dois destinos eternos: Céu ou Inferno. Podemos
descrer ou negar isso, mas não invalidar esta verdade.
1.
O estado intermediário dos salvos. Quando o cristão morre,
embora o corpo permaneça na terra e seja sepultado, no momento da morte, o
homem interior (a alma e o espírito) vai imediatamente para a presença de Deus, ao Paraíso. Jesus
disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:46). Quando o apóstolo Paulo
pensava em sua morte, ele afirmou: “Preferindo
deixar o corpo, e habitar com o Senhor” (2Co 5:8). Deixar o corpo é estar
com o Senhor, no lar. Ele também diz que seu desejo é “partir e estar com
Cristo” (Fp 1:23).
- A
doutrina do “sono da alma” é falsa. Esta doutrina ensina que a
alma não é consciente entre a morte e a ressurreição. Os adeptos desta doutrina
ensinam que, quando as pessoas morrem, elas entram em um estado de existência
inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e
ressuscitá-los para a vida eterna. Essa doutrina tem sido ensinada
eventualmente por alguns ao longo da história da igreja. O Adventismo, seguidor
desta doutrina, ensina que após a morte do corpo a alma é reduzida ao estado de
silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência, isto é, entre a morte e a
ressurreição os mortos dormem. Dizem isso com base no texto bíblico de
1Tessalonicensses 4:13-15, quando Paulo se dirige aos cristãos Tessalonicenses,
esclarecendo-lhes acerca daqueles que morreram fisicamente – “não quero, porém, irmãos, que sejais
ignorantes acerca dos que já dormem...”
(1Ts 4:13). Todavia, este ensino contradiz vários textos das Escrituras, dentre
os quais destacam-se Lucas 16:22-31 e Apocalipse 6:9,10.
· Lucas 16:22-30
registra a história do rico e Lázaro logo após a morte, e mostra que o rico,
estando no Sheol (Hades, no grego),
levantou os olhos e viu Lázaro no seio de Abraão (v.23), clamou por
misericórdia (v.24), teve sede (v.24), sentiu-se atormentado (v.24), rogou em
favor dos seus irmãos (v.27), disse que ainda tinha seus irmãos em lembrança
(v.28), persistiu em rogar a favor dos seus entes queridos (v.30).
· Apocalipse 6:9,10
trata da abertura do quinto selo, quando João viu debaixo do altar "as
almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa
do testemunho que sustentavam". Segundo o registro de João, elas clamavam
com grande voz (Ap 6:10), inquiriram o Senhor (Ap 6:10), reconheceram a
soberania do Senhor (Ap 6:10), lembravam-se de acontecimentos da Terra (Ap
6:10), clamavam por vingança divina contra os ímpios (Ap 6:10).
As expressões “dormir” ou “sono”, usadas na
Bíblia para tipificar a morte, falam da indiferença dos mortos para com os
acontecimentos normais da Terra e nunca para com aquilo que faz parte do
ambiente onde estão as almas desencarnadas. Assim como o subconsciente
continua ativo enquanto o corpo dorme, literalmente falando, a alma do homem
não cessa sua atividade quando o corpo morre.
A palavra de Cristo na cruz ao ladrão
arrependido - "Em verdade te digo
que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23:43) - é uma prova da
consciência da alma imediatamente após a morte.
No momento da transfiguração de Cristo,
Moisés não estava inconsciente e silencioso enquanto falava com Cristo sobre a
sua morte iminente (Mt 17:1-6).
Quando Paulo usa a expressão “dormem” (1Ts 4:13-15), em hipótese
alguma estava dizendo que, quando uma pessoa morre, ela passa a ficar
inconsciente, a ter um sono espiritual que somente terminará quando da volta de
Cristo ou do julgamento final. Se Paulo estivesse dizendo isto, estaria
contradizendo o próprio Jesus, que, ao relatar a história do rico e Lázaro,
mostra claramente que, após a morte, a pessoa mantém plenamente a sua
consciência, sendo levada a um lugar intermediário, onde aguardará a primeira
ressurreição ou a ressurreição do último dia (Ap 20:5,12,13).
Vemos, portanto, que não há como se defender
que a morte física é uma circunstância de inconsciência por parte do homem, até
porque a morte física é tão somente a separação do corpo do homem interior,
pois o que Deus sentenciou foi o retorno do pó à terra e o homem interior não
veio do pó da terra, mas do fôlego de vida inserido no homem pelo próprio Deus
(Gn 2:7).
- A
doutrina do “purgatório” é falsa. O fato de que a alma do
cristão vai imediatamente para a presença de Deus nos leva, indubitavelmente, a
concluir que não existe algo como o purgatório. Este ensino do purgatório é
encontrado apenas nos livros apócrifos, incorporados ao Velho Testamento da
Igreja Católica Romana em 1546. Na doutrina católica romana, o purgatório é o
lugar onde a alma do cristão é purificada do pecado até que esteja pronta para
ser aceita no céu. De acordo com esse pensamento, os sofrimentos do purgatório
são dados a Deus como substitutos do castigo pelos pecados que os cristãos
mereciam ter recebido, e não receberam. Este falso ensino vai de encontro ao
que o apóstolo Paulo disse, por inspiração divina, que ao partir, estaria com
Cristo – “tendo desejo de partir e estar
com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1:23); ele não passaria
por nenhum “purgatório”.
2.
Os justos são recebidos pelo Senhor. “E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio
de Abraão” (Lc 16:22). Quando um crente morre, o corpo vai à sepultura, mas
sua alma é recebida pelo Senhor no Paraíso (2Co 5:8; Fp 1:23). Na hora do Arrebatamento,
o corpo do crente será ressuscitado da sepultura e reunido com o espírito e a
alma (1Ts 4:13-18).
Para o apóstolo Paulo a morte não era uma
tragédia. Ele chegou a dizer: ”Para mim o
viver é Cristo, e o morrer é lucro”(Fp 1:21). Para ele, morrer é partir
para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1:23). Ele
desejava, preferencialmente, estar com o Senhor - “Desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”(2Co
5:8). Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor (2Co 5:5) podem ter
essa confiança do além-túmulo. O penhor do Espírito é uma garantia de que
caminhamos não para um fim tenebroso, mas para um alvorecer glorioso; caminhamos
não para a morte, mas para a vida eterna, para habitação de uma mansão
permanente. Aqueles que vivem sem essa garantia se desesperam na hora da morte.
Mas, o crente salvo em Cristo não se desespera, pois sabe que será recebido
pelo Senhor.
Veja o exemplo de Estêvão em Atos 7:55.59: “e disse: Eis que vejo os céus abertos e o
Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus. E apedrejaram a Estêvão,
que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Aqui nesta passagem
de Atos encontramos algo impressionante: Jesus se põe em pé no momento em que Estêvão
estava pregando com ousadia e destemor a Palavra de Deus. No Novo Testamente você
não encontra nenhuma passagem de Jesus em pé. As passagens são: “e assentou-se
à destra da Majestade nas alturas” (Hb 1:3). Agora, nesta passagem de Atos 7:55
Jesus se põe em pé - “e viu o Filho do Homem em pé à direita de Deus”;
esta passagem é ímpar. Se alguém está assentado e depois se levanta, significa
que saiu de uma atitude de inércia para uma atitude ativa. Quando Jesus se põe
em pé significa que Ele vai agir. Quando Estevão viu Jesus em pé, queria dizer
que Ele ia agir. Ele estava pronto para receber o espírito e a alma de Estêvão.
É o próprio Senhor Jesus quem recebe o espírito dos justos após a morte.
O grande avivalista americano do século 19,
Dwight L. Moody, na hora da morte, disse às pessoas que o cercavam: Afasta-se a Terra, aproxima-se o Céu, estou
entrando na glória. O médico e pastor galês, Martyn Lloyd-Jones, prolífico
escritor, estadista do púlpito evangélico, depois de uma grande luta contra o
câncer, disse para os seus familiares e paroquianos: Por favor, não orem mais por minha cura, não me detenha da glória. Estes dois servos de Deus sabiam que, ao
morrer, a alma e o espírito deles seriam recebidos pelo Senhor.
3.
O estado intermediário dos ímpios. Como eu disse acima, o “sono
da alma” não existe. Se não existe,
então, para onde vai imediatamente a alma de um incrédulo, depois que morre? Vai para a região dos mortos (Hades, ou
Sheol), um lugar intermediário, onde aguarda seu julgamento final. A Parábola
do rico e Lázaro nos ensina que o rico foi imediatamente para o Hades (Sheol
em Hebraico), para o lugar de tormentos, e não dá esperanças de que seja
possível passar de lá para o Paraíso depois da morte, apesar do clamor do rico no
Hades: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água
a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”
(Lc 16:24). Abraão, entretanto, respondeu: “Filho,
lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males;
e, agora, este é consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está posto um
grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para
vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (Lc 16:25,26).
As escolhas desta vida determinam o nosso destino
eterno, e, uma vez morto, o destino é determinado. Não há passagem do lar dos
salvos para os condenados ao inferno, ou vice-versa. Lamentavelmente, a alma
dos descrentes vai imediatamente para o lugar de tormentos e lá ficará até o Juízo
Final, quando, enfim, será lançada no Fogo Eterno (Inferno). Não há segunda
chance. A chance de receber o Senhor Jesus é aqui na Terra. Portanto, a Bíblia
nunca nos incentiva a pensar que haverá segunda chance de aceitar a Cristo
depois da morte. Na verdade, o quadro é exatamente o oposto - “E, como aos homens está ordenado morrerem
uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9:27).
III. O DESTINO FINAL DOS MORTOS
Após passarem pelo “estado intermediário”,
os mortos ressuscitarão: “... uns para a
vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12:2). Está
escrito em João 5:28,29: “Não vos
maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e
os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação”.
1.
O Estado Final dos salvos – “os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida” (João
5:29). O Estado Final dos salvos: a vida eterna com Cristo no Céu. A vida eterna é a maior promessa que o Senhor, pela sua
graça nos concedeu. João afirmou isso com firmeza em 1João 2:25 – “E
esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”. Diz mais o apóstolo João: “E
o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em
seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a
vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e
para que creiais no nome do Filho de Deus (1João
5:11-13).
Vida
eterna não é apenas uma vida que nunca vai acabar,
porque aqueles que vão para o Inferno também nunca vão cessar de existir, com
tormento. Vida eterna é uma qualidade superlativa excelente de vida, de
santidade, de contentamento, de alegria, de pureza, que nunca vai terminar: é quando
Deus vai enxugar de nossos olhos toda lágrima; é quando não haverá mais dor; é
quando não haverá mais luta; é quando não haverá mais tristeza; é quando não
haverá mais despedida; é quando não haverá mais velhice; é quando não haverá
mais tropeço; é quando não haverá mais cortejo fúnebre; é quando não haverá
mais cansaço; é quando estaremos com Deus e para Deus eternamente: numa festa e
no melhor lugar; com as melhores companhias; com as melhores iguarias; com as
melhores roupas; com as melhores músicas, desfrutando das venturas celestes que
Cristo preparou para nós, e que haveremos de desfrutar para sempre e sempre e
sempre.
Portanto, como filhos e herdeiros de Deus,
temos a certeza da vida eterna. Esta garantia é para todos aqueles que um dia
firmaram, por meio da fé, um compromisso com Cristo, isto é, creram em Jesus
como Senhor e Salvador de suas vidas.
Em breve, a Igreja, a "Noiva do
Cordeiro", há de se encontrar com "o Noivo", nos ares (1Ts
4:17), então haverá as "Bodas do Cordeiro", o casamento da Noiva
(Igreja) com seu Noivo (Jesus) e a Noiva será elevada à condição de Esposa
eterna, e viveremos felizes para todo o sempre. É o estado final dos salvos.
2.
O estado final dos ímpios. O destino final dos
ímpios é enfático na Palavra de Deus: “Os
ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus”(Sl
9:17).
A Bíblia fala-nos da morte eterna ou
“segunda morte” (Ap 20:14), que é a separação eterna de Deus, resultado da
condenação no Julgamento Final, quando, então, aqueles que resolveram viver
longe da presença de Deus, que recusaram o Seu senhorio em suas vidas, serão
lançados no lago de fogo e de enxofre para todo o sempre, onde sofrerão
eternamente juntamente com Satanás, a Besta, o Falso Profeta e todos os anjos
caídos. Está escrito: “E aquele que não
foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:15).
A eterna separação de Deus é o destino
eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14).
Esta separação é definitiva e não representa aniquilamento ou fim da
existência, mas uma separação eterna e irreversível de Deus. O pior da condenação
é nunca mais ver a Deus.
O
aniquilamento dos ímpios não é verdadeiro. Spicer, um dos mais lidos escritores
adventistas, escreve: "O ensino
positivo da Sagrada Escritura é que o pecado e os pecadores serão exterminados
para não mais existirem. Haverá de novo um Universo limpo, quando estiver
terminada a grande controvérsia entre Cristo e Satanás". É evidente
que este ensino entra em contradição com as seguintes passagens: Daniel 12:2;
Mateus 25:46; João 5:29 e Apocalipse 20:10.
- Daniel
12:2 e Mateus 25:46, respectivamente, estão de acordo ao afirmar
que: “Os justos ressuscitarão para a vida
e gozo eternos”; “Os ímpios
ressuscitarão para vergonha e horror igualmente eternos”. Aqui,
"vergonha e horror eterno" não significam destruição ou aniquilamento.
Estas palavras falam do estado de separação entre Deus e o ímpio após a sua
morte. Se for certo que o ímpio será destruído, por que então terá ele de
ressuscitar e depois ser lançado no Lago de Fogo? (Mt 25:41). Apocalipse 14:10,11
diz que os adoradores do Anticristo serão atormentados "e a fumaça de seu
tormento sobe pelos séculos dos séculos". Isto não é aniquilamento.
-
Apocalipse 20:10 diz que Satanás, o Anticristo e o Falso
Profeta "serão atormentados no Lago de Fogo pelos séculos dos séculos",
para sempre. Isto não é aniquilamento.
O sofrimento dos ímpios no Lago de fogo é
indescritível. Esse terrível lugar será de choro e ranger de dentes (Mt 13:50;
22:13). Jesus diz que o tormento será eterno (Mt 25:46). O apóstolo Paulo diz:
“Estes sofrerão penalidade de eterna
destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Ts 1:9). Portanto,
várias são as imagens que a Bíblia usa para descrever esse lugar de tormento:
fogo; verme que morde sem cessar; vergonha eterna; choro e ranger de dentes;
trevas; perdição e exclusão. Que Deus nos guarde desse lugar tenebroso!
CONCLUSÃO
Para os salvos a morte não é o fim da vida,
mas um novo começo. É a ocasião em que é libertado de todo o mal e levado
vitoriosamente desta vida para o Céu. Neste caso, a morte não é um terror (1Co
15:55-57), mas um meio de transição para uma vida plena de felicidade eterna.
Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2Co 4:17) e do
corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2Co 5:1-5). Enfim,
para o crente a morte é a entrada na glória (Sl 73:24); é ser levado pelos
anjos “para o seio de Abraão” (Lc 16:22); é ir ao “Paraíso” (Lc 23:43); é ir à
casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (João 14:2); é uma partida
bem-aventurada para estar “com Cristo” (Fp 1:23); é ir “habitar com o Senhor”
(2Co 5:8); é um dormir em Cristo (1Co 15:18; cf João 11:11; 1Ts 4:13); “é
ganho...ainda muito melhor” (Fp 1:121,23); é a ocasião de receber a “coroa da
justiça” (ler 2Tm 4:8).
“Ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao
único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm 1:17).
Aqui,
concluímos o primeiro trimestre letivo de 2016. Espero que as Aulas tenham
gerado nos corações de todos os leitores, alunos e professores, um superlativo anseio
de servir ao Senhor, com fidelidade, sinceridade e devoção, e que tenham nutrido
ainda mais na alma de cada pessoa o ardor da esperança de ver Jesus face a
face; sua vinda é certa e pode acontecer a qualquer momento. Os sinais da sua
vinda e a exatidão do seu cumprimento provam que Ele já está a caminho.
Sinceramente, pela fé já posso ouvir os seus passos se aproximando. “Sede vós
pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já a vinda do Senhor está
próxima” (Tg 5:8).
Deus os abençoe sobremaneira!
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Guia
do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Manual
de Escatologia (uma análise detalhada dos eventos futuros). J. Dwight
Pentecost. Vida.
Joel
Leitão de Melo - Sombras, Tipos mistérios da Bíblia.
Vem
o Fim, o Fim Vem. Pr. Claudionor, de Andrade. CPAD. 2004.
Revista
Ensinador Cristão – nº 65. CPAD.
Elinaldo
Renovato de Lima – O Final de Todas as Coisas. CPAD.
Pr.
Ciro Sanches Zibordi. Escatologia Doutrina das últimas Coisas. Teologia
Sistemática. CPAD.
Tim
Lahaye. Enciclopédia popular de Profecia Bíblica. CPAD.2015.
Antônio
Gilberto. Calendário do Apocalipse. CPAD.
Dr.
Caramuru Afonso Francisco. A Formosa Jerusalém Celestial. PortalEBD. 2003.
Teologia
Sistemática. Wayne Grudem. Vida Nova. 2012.
A L E L U I A ! SUBSÍDIO EXTRAORDINÁRIO. DEUS O ABENÇOE RICAMENTE!
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