1º Trimestre/2017
Texto Base: João 16:20-24
"Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo:
regozijai-vos" (Fp.4:4).
INTRODUÇÃO
Dando
continuidade ao estudo do trimestre sobre as Obras da Carne e o Fruto do
Espírito, estudaremos, a partir desta Aula, as virtudes do Fruto do Espírito.
Nesta Aula, estudaremos a Alegria, virtude do Fruto do Espírito, e a Inveja,
obra da carne. A Alegria, aqui, nada tem a ver com a ideia mundana de emoção
alegre, efêmera, que está presente nos bares, nas casas de festas, nos shows
deste mundo. Do grego “chara”, a
Alegria (ou gozo) é uma confiança festiva independentemente das circunstâncias
adversas. A Inveja é o contraponto à felicidade alheia. A pessoa invejosa não
se contenta em ver o outro se desenvolver, obter sucesso e respeito pela
atividade reconhecidamente exitosa pelos seus pares. Completamente oposta à
Alegria, a Inveja só traz incertezas, falta de esperança, desajuste emocional e
espiritual. Portanto, há um claro contraste entre a Alegria, como virtude do
Fruto do Espírito, e a Inveja como elemento da Velha Natureza. Veja, a seguir,
um quadro demonstrativo, extraído da Revista Ensinador Cristão:
ALEGRIA
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INVEJA
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- É um estado de graça e bem-estar
espiritual.
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- É um estado de desgraça e mal-estar
espiritual.
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- Sua fonte é Deus.
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- Sua fonte é o Diabo e o “ego”.
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- Está interligada à nossa comunhão com
Deus.
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- Está interligada com a ruptura de nosso
relacionamento com Deus.
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- Nos estimula a ter bom ânimo.
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- Nos estimula a ter um ânimo dobre.
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- Nos estimula a servir a Deus e ao
próximo.
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- Nos estimula a servir aos nossos
próprios interesses.
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- Há felicidade em ver o outro bem-sucedido.
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- Há ódio e amargura em ver o próximo bem-sucedido.
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- É um sentido nobre.
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- É um sentimento perverso.
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I. ALEGRIA, FELICIDADE INTERIOR
O
crente salvo tem a verdadeira Alegria dentro de si, pois “...o Fruto do
Espírito é: ...Alegria [gozo]...”. Esta alegria gerada pela ação do Espírito
Santo, fará sempre, independente das circunstâncias externas e adversas, com
que o crente possa fazer suas as palavras de Maria: “...a minha alma engrandece
ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc.1:46,47).
1.
A Alegria do Senhor. A Alegria, como Fruto do Espírito, não
está relacionada às circunstâncias e não depende dos bens materiais. Foi o que
Paulo quis dizer quando escreveu aos Filipenses: “alegrai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos”
(Fp.4:4). Veja que o apóstolo Paulo nos ensina que a Alegria, como virtude do
Fruto do Espírito, independe das circunstâncias externas. Paulo diz: “alegrai-vos sempre”. Paulo quer dizer
que a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito Santo, é ultracircunstancial.
Porque está alegre, estar feliz quando tudo está bem, até o ateu consegue. O
desafio é ser a pessoa feliz apesar das circunstâncias adversas. Isto porque a
Alegria do cristão não é apenas a presença de coisas boas ou ausência de coisas
ruins. Veja que o apostolo Paulo quando escreveu a Epístola aos Filipenses não
estava hospedado num hotel de luxo em Roma, mas numa prisão, algemado, no
corredor da morte, na antessala do martírio, com o pé na sepultura, com a
cabeça debaixo da espada de Roma.
O apóstolo Paulo diz, ainda, neste texto de
Fp.4:4, que a Alegria, como virtude do Fruto do Espírito, não é um sentimento,
é uma Pessoa; a Alegria do cristão é Jesus. Por isso Paulo diz assim: “alegrai-vos... no Senhor”. Quem tem Jesus,
experimenta essa verdadeira Alegria. Quem não tem Jesus, pode ter momentos de
alegria, mas não a Alegria verdadeira. Se você tem Jesus você é uma pessoa
feliz, se você não tem Jesus você não é uma pessoa feliz. Neemias declarou: “a Alegria
do Senhor é a nossa força” (Ne.8:10).
Todavia, você não precisa ser um bom
entendedor da alma humana para perceber um fato: nem todos os crentes em Cristo
Jesus estão desfrutando desta Alegria genuína, verdadeira, profunda, que o
apóstolo Pedro diz ser “indizível e cheia de glória” (1Pd.1:8). Basta você
olhar para o semblante de alguns crentes, conversar com eles, observar a
conversa deles, você notará uma auréola de tristeza em seus rostos. E a
pergunta é: o que esta acontecendo? E a resposta, talvez, possa ser clareada
com o fato narrado em 1Samuel 30, lembram-se? A Alegria de Davi foi roubada.
Quando Davi chegou à cidade de Ziclagle, viu
a cidade saqueada, queimada, ferida. E diz a Bíblia que os amalequitas levaram
consigo os seus filhos, suas filhas, mulheres. E quando Davi viu aquela cena
ele chorou até não ter mais força para chorar. Ele muito se angustiou. Seus companheiros
de batalha queriam matá-lo. Mas diz a Bíblia que ele se reanimou no Senhor seu Deus
e fez uma oração com apenas duas perguntas: “perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei?”. E Deus disse a Davi:
persegue o inimigo Davi porque tudo o que ele tomou de você, você vai trazer de
volta! Em outras palavras, talvez você teve sua alegria saqueada, roubada,
espoliado, mas hoje você pode tomar de volta aquilo que foi roubado de você,
espoliado de você.
A orientação de Paulo é que, todos os nossos
problemas, todas as nossas dificuldades e necessidades, devem ser colocados
diante de Deus em oração: “... em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as
vossas petições, pela oração...” (Fp.4:6b). Portanto, a oração é o nosso canal
natural de comunicação com Deus. Através dela, nós devemos abrir o coração
diante d'Ele, com relação a todo tipo de desconforto e necessidade,
apresentando minuciosamente a Ele, cada questão, de todas as que nos perturbam
a alma.
Deus quer que você seja muito feliz,
abundantemente feliz, superlativamente feliz, eternamente feliz! Portanto, “alegrai-vos
sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos”. Lembre-se, a maior Alegria do
crente está no fato de que seu nome já foi escrito no Livro da Vida e que Jesus
em breve voltará.
2. A fonte da nossa Alegria. A
Alegria, que é Fruto do Espírito Santo, tem sua origem em Deus, e é Deus quem a
coloca em nosso coração (Sl.4:7) e, por isso, não depende dos fatos que ocorrem
à nossa volta, das circunstâncias, nem se abala com o que pode acontecer
conosco, pois esta Alegria é o próprio Deus que habita em nós (Sl.43:4). É um
verdadeiro óleo com o qual somos ungidos pelo Senhor (Sl.45:7). Jesus veio
trazer esta Alegria, este óleo de gozo para substituir a nossa tristeza do tempo
em que vivíamos em pecado (Is.61:3). Mas que operações divinas trazem Alegria
ao homem? Cito apenas três:
a)
A Salvação. A salvação gera no crente uma Alegria
espiritual permanente, que não se acaba e que só tende a aumentar, assim como a
nossa vida com Cristo, que, sendo uma vida, impõe um crescimento contínuo. A
forte impressão de prazer trazida pela regeneração, pelo novo nascimento tem de
aumentar a cada passo de nossa comunhão com Cristo, pois, se buscarmos mais a
Deus, certamente seremos cada vez mais ungidos com o “óleo da alegria”, ou
seja, teremos cada vez mais intensa comunhão com o Senhor, numa proximidade com
Deus (Tg.4:8a), que só nos fará aumentar esta Alegria. Davi quando sentiu que
não mais tinha comunhão com Deus, porque pecara contra Ele, pediu ao Senhor que
lhe tornasse a dar “a alegria da salvação” (Sl.51:12). Nenhum crente salvo pode
viver sem esta Alegria. Ela é o fim de nossa fé – “obtendo o fim da vossa fé: a
salvação da vossa alma” (1Pd.1:9).
b)
A presença de Deus. A Alegria é a bandeira que tremula na torre
do palácio quando o rei está presente. A presença de Deus é um elemento que
aumenta ainda mais a Alegria do salvo. Quando o crente mantém uma vida
devocional intensa, quando mantém uma vida de oração, uma vida de meditação na
Palavra do Senhor, naturalmente que ganha maior intimidade com Deus, intimidade
esta que é uma necessidade na nossa vida espiritual (Mt.6:6-8).
Sejam
quais forem as circunstâncias externas que possam nos fazer sofrer, sentir
tristeza, e até chorar, pelo Fruto do Espírito formado em nós, tem que emanar Alegria
capaz de inundar nossa alma, pois “...na presença do Senhor há abundância de
alegria...” (Sl.16:11). O próprio Deus é a fonte de toda a Alegria (Lc.1:47;
Fp.4:4).
c) A bênção de Deus. No
Salmo 126:3 está escrito: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais
estamos alegres”. Quando recebemos bênçãos de Deus é motivo de Alegria. Diante
daquilo que Deus nos tem feito, somos gratos e a manifestação mais propícia
para o sentimento de gratidão é a Alegria. Quem é grato é alegre. O Louvor, que
é uma expressão de Alegria, é filho da gratidão.
II. OS RESULTADOS DA ALEGRIA DO
ESPÍRITO
1. Rosto radiante –
“O coração alegre aformoseia o rosto...”
(Pv.15:13). A Alegria, como Fruto do Espírito, é uma Alegria interna, que opera
na alma e que mantém estreita comunhão com Deus e que faz com que um crente
salvo, ainda que tenha um semblante sério, que seja introvertido, de pouco
riso, e até “carrancudo”, se torne uma pessoa agradável, que irradia
felicidade, uma bênção para quem convive com ele.
2.
Cântico de Alegria. O louvor é resultado da Alegria
espiritual. Afirma o apóstolo Tiago: “Está
alguém contente? Cante louvores” (Tg.5:13b). O louvor provém de Deus
(Rm.2:29) e só será apropriado e destinado ao Senhor por um homem que tenha
alegria espiritual. Quem está alegre, louva ao Senhor, como nos provam vários
exemplos bíblicos, como Davi, Maria, Jesus, Paulo e Silas, entre tantos outros.
O louvor é uma expressão de alegria
espiritual, é consequência de uma vida de comunhão com Deus. Costumeiramente,
nas Escrituras Sagradas, as expressões de alegria se fazem acompanhar de
louvores (cf. 1Sm.18:6; 1Rs.1:40; 1Cr.15:16; 2Cr.23:18; 2Cr.29:30; 2Cr.30:21;
Ne.12:27; Sl.59:16; Sl.100:2; Is.30:29; Jr.33:11). Por isso, o verdadeiro
louvor é aquele que, em sua melodia e letra, exaltam a Deus, têm a Deus como
centro e não buscam a agitação do corpo, pois é o resultado da Alegria
espiritual, uma das qualidades do Fruto do Espírito que estão diretamente
ligados ao relacionamento entre Deus e o homem.
3)
Força divina. “...não
vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne.8:10). Na
vida de um verdadeiro crente só o pecado será capaz de roubar a Alegria de sua
alma, visto que a Palavra de Deus diz, que “... o fruto do Espírito é: Alegria...”.
Paulo escrevendo aos crentes de coríntios, declara: “Como contristados, mas
sempre alegres...” (2Co.6:10). Contristados e Alegres, parece contradição.
Contristar significa estar muito triste, aflito. Nesta condição, como pode
alguém estar alegre? Para o homem sem Deus não pode, mas, para o crente fiel,
pode. Ele pode estar “contristado”, no corpo, mas, alegre, no espírito.
No tempo de Neemias, literalmente, ninguém
podia estar triste na presença do Rei (Ne.2:1). Mas, naquele dia, Neemias
estava triste! - “E o rei me disse: Por
que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza
de coração. Então, temi muito em grande maneira” (Ne.2:2). Neemias tinha
razão em temer! Um copeiro com um problema tão grande capaz de refletir,
negativamente, no seu próprio semblante, podia ser uma ameaça à vida do próprio
rei. Eram poucas as pessoas de confiança que podiam ficar, a sós, com o rei.
Neemias era uma delas. Podia perder não apenas o cargo, como também a própria
vida. Assim, o homem de Deus, mesmo que esteja com “o coração sangrando”,
quando ministra diante do Altar, e principalmente aos pecadores, eles precisam
ver o seu rosto brilhar. Neemias conseguiu reverter o seu estado de tristeza em
alegria. A Alegria do Senhor converteu-se em força na vida de Neemias e deu-lhe
coragem para reconstruir Jerusalém. E assim, também, a Alegria, que é resultado
da força divina, nos encoraja prosseguir em nossa difícil jornada.
III. INVEJA, O DESGOSTO PELA FELICIDADE
ALHEIA
“O coração com saúde é a vida da carne, mas
a inveja é a podridão dos ossos” (Pv.14:30).
1.
Definição. A Inveja é definida como uma vontade
frustrada de possuir os atributos ou qualidades de outra pessoa. O invejoso se
queixa de tudo e de todos, acredita que não conquistará o que o outro possui,
não reconhece as suas habilidades e talentos, pois está e vive focado no outro;
portanto, torna-se um eterno insatisfeito. O invejoso não tem paz. Que Deus nos
guarde!
2.
Inveja, fruto da Velha Natureza. A Inveja é um sentimento
negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento perverso tem a sua
origem em Satanás, pois ele tentou usurpar os atributos divinos (Is.14:12-20).
Ele permitiu que o orgulho e egoísmo dominassem seus pensamentos e ações, e
logo o seu desejo foi o de ocupar o lugar de Deus. Ele queria ser maior que o
Todo-Poderoso, porém sua tentativa foi um fracasso e por causa disso foi
determinado o seu destino: o lago de fogo e enxofre, ou seja, o inferno (Ap.20:10).
O apóstolo Paulo, também, diz que quem tem este sentimento da carne não herdará
o reino de Deus (cf.Gl.5:21). Infelizmente, muitos crentes ainda se deixam
dominar por esse sentimento e acabam prejudicando a Igreja do Senhor e
impedindo até que algumas pessoas se convertam.
A
Inveja é um sentimento ambicioso que não permite a pessoa vislumbrar
o que está à sua frente nem o que lhe pertence. Por conta disso, pode gerar
vingança, crimes, violência, enganos e maus-tratos, tudo pelo desejo de possuir
o que o outro tem, de querer estar no lugar dele. A Inveja é um pecado grave;
faz parte do rol das obras da carne exarado em Gl.5:19-21; é o tipo mais antigo
de pecado e afeta a saúde física, social e espiritual (Pv.14:30).
A excelência, o triunfo e o sucesso motivam
a inveja. Ninguém inveja um miserável ou um mendigo; inveja, sim, conquistas,
reconhecimento, bens materiais, riquezas, família estruturada, casamento feliz,
amizades. É possível invejar um bom carro, um corpo lindo, uma casa
maravilhosa, uma saúde de ferro, um cargo alto na hierarquia, um bom marido,
uma boa esposa, uma mulher inteligente, o carisma de certas pessoas, etc.
Analise suas emoções, aprenda a admirar e
não invejar a prosperidade, o sucesso, ou qualquer feito alheio. Infelizmente,
os invejosos só veem o final, não analisam o processo. Para conquistar, é
preciso ter vontade, coragem, força, energia, integridade e confiança,
percorrendo o caminho até à vitória. As conquistas devem inspirar-nos. O
sucesso do outro deve sacudir nosso conformismo e estimular-nos a ser melhores
a cada dia, olhando para Jesus, autor e consumador da fé (Hb.12:2a). Seja um
eterno admirador dEle!
Você
está descontente porque não tem o que deseja? Aprenda com o
apóstolo Paulo a confiar nas promessas de Deus e no poder de Cristo (veja
Fp.4:11). Paulo se concentrava no que deveria fazer e não no que achava que
deveria ter. Paulo tinha as prioridades corretas e era grato por tudo o que
Deus lhe dera. Ele havia se separado do que não era essencial, para que pudesse
se concentrar no que é eterno.
Se você sempre quer mais, peça que Deus
remova esse desejo e lhe ensine o contentamento em cada circunstância. Ele
suprirá todas as suas necessidades, mas de uma maneira que Ele sabe o que é
melhor para você. Em vez de pensar no que não temos, devemos agradecer a Deus
pelo que Ele nos deu, e nos esforçar para ficar satisfeitos. Afinal, o nosso
bem mais importante é gratuito e está disponível a todos: a vida eterna, que só
é dada por Cristo.
3.
Os efeitos da Inveja. A pessoa que permite que a inveja se
instale no coração desenvolve uma compreensão equivocada de si e dos outros e
nutre um sentimento maléfico de crítica, ódio e perseguição.
Conta-se a seguinte história sobre a inveja.
“Uma serpente estava perseguindo um vaga-lume. Quando estava a ponto de
comê-lo, o vaga-lume disse: ‘Posso fazer uma pergunta?’. A serpente respondeu:
‘Na verdade, nunca respondo a perguntas das minhas vítimas, mas, por ser você,
vou permitir’. Então o vaga-lume perguntou: ‘Fiz alguma coisa a você?’. ‘Não’,
respondeu a serpente. ‘Pertenço à sua cadeia alimentar?’, perguntou o
vaga-lume. ‘Não’, ela respondeu de novo. ‘Então, por que você quer me comer?’,
indagou o inseto. ‘Porque não suporto vê-lo brilhar’”.
A Inveja pode levar a outros pecados como
adultério e assassinato. Na Bíblia Sagrada vemos relatos de alguns casos de
homens e mulheres que se deixaram levar pela inveja.
- Caim
matou
seu irmão Abel (Gn.4:5), apesar da advertência de Deus. Observe a advertência
do Senhor para Caim: “Por que te iraste?
E por que desmaiou o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás
aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu
desejo, mas sobre ele deves dominar”(Gn.4:6,7). Esta advertência do Senhor
evidencia o perigo devido ao poder destrutivo e dominador da inveja. A
consumação do homicídio não deixa dúvida. Uma pessoa tomada por inveja está
vulnerável ao pecado, e dificilmente se livra de seu poder de dominação. O
invejoso vai sendo tomado por uma série de outros sentimentos e atitudes, e
esse descontrole pode levá-lo a praticar atos absurdos como no caso de Caim,
que matou seu irmão. A pessoa que pratica a maldade é naturalmente perversa e
está sempre pronta a prejudicar e a ofender o próximo.
- Raquel,
mencionada em Gênesis 30:1, teve inveja de sua irmã, Lia, pois esta tinha filhos,
e disse a seu marido, Jacó: Dá-me filhos, senão morro. Pessoas morrem
espiritualmente por esse sentimento.
- Em
Atos 7.9 está escrito que os irmãos de José, movidos de inveja,
venderam-no para o Egito. A presença de José os incomodava. Por isso, não sossegaram
enquanto não deram um fim nele. Mas, será que eles tinham paz? A história
mostra que não. O invejoso não tem paz. O texto de Provérbios 14:30 afirma que
a inveja é a podridão dos ossos. Ela mata o seu algoz aos poucos. O invejoso passa
o tempo opinando sobre o que o outro tem e julgando, em vez de buscar alcançar
seus objetivos.
- Saul,
embora tivesse, a princípio, uma disposição favorável a Davi, demonstrou-se
depois muito hostil a ele, perseguindo-o com o propósito de o matar. Essa
mudança não se deu de uma hora para outra, mas gradualmente, na proporção em
que Saul nutria a inveja no coração. Aparentemente, o problema começou quando o
aplauso popular desviou-se dele para Davi. Era-lhe muito pesaroso ver o nome de
Davi em evidência, e o dele em aparente esquecimento. Por isso, passou a tê-lo
como rival e inimigo. Esse problema sempre estará presente onde existirem
pessoas com inveja. De Saul podemos compreender que a inveja produz uma série
de sentimentos ruins como: autoestima baixa, ódio, suspeita, medo, culpa e ira.
Mas a pior consequência é o afastamento de Deus, que Saul infelizmente
experimentou.
- Jesus
Cristo foi preso e levado a Pilatos por inveja dos sacerdotes
(Mt.27:18).
A inveja é obra da carne (cf. Gl.5:21) e
somente encontra guarida nos corações daqueles que ainda são dominados pela
velha natureza e não pelo Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Existem muitos buscando alegria nas coisas
do mundo, e da terra, e esta é uma alegria passageira, e por ela, muitos estão
pagando um preço tão elevado, que pode lhes custar uma eternidade, sem Deus.
Existem outros “fabricando” alegria artificial, por não saberem ou por não
quererem pagar “o preço” para obtenção da verdadeira Alegria, como Fruto do
Espírito. O segredo da felicidade está em termos comunhão com Deus, por meio de
seu Filho, Jesus Cristo. Que a Alegria, como Fruto do Espírito, seja derramada
em nossos corações, mesmo enfrentando lutas e tribulações e que jamais venhamos
permitir que a Inveja tenha lugar em nossos corações.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário
Bíblico popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Revista
Ensinador Cristão – nº 69. CPAD.
Rev.
Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da liberdade cristã.
Antônio
Gilberto. O Fruto do Espírito. CPAD.
Ev.
Caramuru Afonso Francisco. Alegria: Fruto da Graça.PortalEBD_2005.
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