2º
Trimestre/2019
Texto Base:
Êxodo 27:9-19
21/04/2019
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim,
salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (João 10:9).
Êxodo 27:9-19
9-Farás
também o pátio do tabernáculo; ao lado do meio-dia, para o sul, o pátio terá
cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados.
10-Também
as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de cobre; os colchetes das
colunas e as suas faixas serão de prata.
11-Assim
também do lado do Norte as cortinas na longura serão de cem côvados de
comprimento; e as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de cobre; os
colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
12-E
na largura do pátio do lado do ocidente haverá cortinas de cinquenta côvados;
as suas colunas, dez, e as suas bases, dez.
13-Semelhantemente,
a largura do pátio do lado oriental, para o levante, será de cinquenta côvados,
14-de
maneira que haja quinze côvados de cortinas de um lado; suas colunas, três, e
as suas bases, três;
15-e
quinze côvados de cortinas do outro lado; as suas colunas, três, e as suas
bases, três.
16-E
à porta do pátio haverá uma coberta de vinte côvados, de pano azul, e púrpura,
e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas, quatro,
e as suas bases, quatro.
17-Todas
as colunas do pátio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus
colchetes serão de prata, mas as suas bases, de cobre.
18-O
comprimento do pátio será de cem côvados, e a largura de cada banda, de
cinquenta, e a altura, de cinco côvados, de linho fino torcido; mas as suas
bases serão de cobre.
19-No
tocante a todos os utensílios do tabernáculo em todo o seu serviço, até todos
os seus pregos e todos os pregos do pátio, serão de cobre.
INTRODUÇÃO
O Tabernáculo está
pronto. Os artesãos fizeram tudo conforme Deus ordenou. Agora entraremos neste Local
sagrado e exploraremos os ambientes, peças, móveis e seus ritos sagrados.
Primeiramente vamos
caminhar dentro do Pátio e explorar os seus objetos sagrados. Passaremos pela
única Porta que dá acesso ao seu interior e pararemos lá, por enquanto.
O Pátio tipifica a
primeira parte do caminho a ser percorrido para se chegar à presença de Deus,
no Lugar Santíssimo.
Essa Área sagrada do
Tabernáculo era guarnecida por uma cerca de cortinas de “linho fino torcido”
suspensa em colunas de bronze. Tinha um formato retangular e media cerca de 45
metros de comprimento por 22,5 metros de largura (Êx.27:18). Era descoberta,
significando que quem estava ali (e a maioria dos crentes ainda estão no pátio)
estava exposto às intempéries - sol, chuva, ventos, tempestades etc.
No Pátio, a primeira
experiência que o ser humano tem para aproximar-se de Deus está simbolizada
pelo Altar dos Holocaustos, onde ali era efetivada a expiação dos
pecados. Sua mensagem é: "sem derramamento de sangue não há remissão"
(Hb.9:22).
A segunda experiência para aproximar-se de
Deus e preparar-se para ministrar nas coisas sagradas é simbolicamente
representada pela Pia de bronze. Ali, os ministros vocacionados, ou
seja, os sacerdotes se lavavam antes de oficiar nas coisas sagradas. Isto
demonstra que é necessário purificar-se para servir a Deus, pois sem
santificação ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).
Na Nova Aliança, o crente se limpa "com a lavagem da
água, pela palavra" (Ef.5:26) e pela "regeneração" e
"renovação do Espírito Santo" (Tito 3:5).
Mattew Henry disse: “o
Pátio era um tipo da igreja, fechada e separada do resto do mundo, encerrada
por colunas, indicando a estabilidade da igreja, fechada com o linho limpo, que
está escrito que é a justiça dos santos (Ap.19:8). Davi anelava está neste
local (Sl.84:2,10), e onde o povo de Deus entrava com louvor e agradecimentos”
(Sl.100:4).
“A minha alma está anelante e desfalece pelos
átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Porque
vale mais um dia nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiria estar
à porta da Casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade” (Sl.84:2,10).
“Entrai pelas portas dele com louvor e em seus
átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome” (Sl.100:4).
I. O PÁTIO ENTRE AS TRIBOS DE ISRAEL
O Pátio era exclusivamente para
o povo israelita. Era o seu redil. Portanto, povos gentios que estivessem ao
redor do acampamento de Israel não tinham acesso ao Tabernáculo, nem mesmo no
Pátio, porque só Israel era considerado povo de Deus (cf. Êx.19:5,6).
“... se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos...E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo...”.
À época de Jesus ainda era
forte esse exclusivismo na mente de Israel (ver João 10:16).
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste
aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá
um rebanho e um Pastor”.
Era privilégio peculiar de
Israel o direito a entrar no Pátio até à Porta da Tenda do Tabernáculo. A
partir da Porta da Tenda, somente o sacerdote podia entrar e ministrar na
presença de Deus.
Em Cristo,
porém, o acesso foi aberto a todo crente que exerce o seu sacerdócio mediante o
sangue da expiação que Cristo efetuou. Hoje, pelo Espírito Santo, temos acesso à presença de Deus
(Ef.2:18 e 1Pd.2:9). Veremos isso quando estivermos caminhando dentro da Tenda
da Congregação.
1. As montagens provisórias do Tabernáculo
Quando Moisés recebeu de
Deus a planta do Tabernáculo, no Monte Sinai, noticiou ao povo e partiu logo
para a sua materialização.
Com o material adquirido,
conforme Deus tinha estipulado, o Tabernáculo foi montado em frente ao Monte
Sinai, no primeiro dia do primeiro mês do segundo ano após a saída do Egito
(ver Êx.40:2,17).
Todo Israel estava ciente
de que o Tabernáculo seria desmontável, porque sua instalação no sopé do Monte
Sinai seria transitória. A Terra Prometida estava mais à frente.
Durante toda a sua
peregrinação no deserto, Israel montou e desmontou o Tabernáculo sempre na
posição pré-determinada por Deus, tendo as suas tribos organizadas ao redor.
2. A posição do Pátio do Tabernáculo
O Tabernáculo foi
posicionado no meio das doze tribos, representando assim a centralidade de Deus
entre o seu povo. Os textos a seguir expressam a vontade de Deus em ser o
centro de seu povo.
“E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles” (Êx.25:8).
“E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes
serei por Deus, e saberão que eu sou o SENHOR, seu Deus, que os tenho tirado da
terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o SENHOR, seu Deus”
(Êx.29:45,46).
A localização geográfica do Tabernáculo - no
centro do acampamento e de frente para o Oriente, isto é, voltado para nascente
do Sol -, revela exatamente a vontade de Deus em habitar no coração do povo de
Israel.
É Deus quem deve estar no
centro do nosso coração. É Ele quem deve dominar a nossa mente e vida.
A melhor tipologia para o Tabernáculo é o Senhor
Jesus Cristo. Segundo o apóstolo João, Ele se fez carne e habitou entre nós (João
1:14). A expressão “habitou entre nós” pode ser também traduzida como “o Verbo tabernaculou entre nós”. Ele tornou-se
o nosso Tabernáculo, como profetizou Isaías:
"Ele vos será santuário" (Is.8:14).
Observação:
O contexto bíblico indica que Jesus nasceu na Festa
dos tabernáculos. Veja a sequência lógica dos fatos.
-A concepção de João
Batista deu-se após a visitação do anjo Gabriel ter visitado Zacarias durante o
seu serviço sacerdotal no Templo de Jerusalém.
-Havia uma ordem para os
turnos dos sacerdotes e levitas que serviam no Templo. Zacarias estaria então
"de serviço" no turno que lhe competia, segundo a linhagem familiar
descrita em 1Crônicas 24. Uma vez que ele pertencia à turma de Abias (Lucas
1:5), ele deveria terminar o seu serviço no Templo e voltar a casa para estar
com a sua mulher Isabel em finais de junho/início de julho (Lucas 1:5; 13-19;
23-26).
-Isabel estava grávida de
seis meses quando Maria engravidou pelo Espírito Santo. Pode-se então entender
que ela teria engravidado no Inverno, talvez durante a Festa do Hanuká
(mais ou menos no final de dezembro do nosso calendário).
-Nove meses depois seria
a época dos Tabernáculos – Sucote.
-Portanto, Maria teria
dado à luz a Jesus exatamente na época da Festa bíblica dos Tabernáculos, ou
seja, final de setembro ou início de outubro do nosso calendário.
3. A posição do exército de Israel em torno do
Tabernáculo.
Deus tinha o propósito de
morar no meio do seu povo; por isso, Ele ordenou que fosse organizado um modo
de ter cada tribo próxima ao Tabernáculo. O propósito divino está resumido no
texto de Êxodo 25:8, que diz:
"E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles".
Portanto, era o desejo de
Deus habitar no meio do seu povo, e esse desejo seria efetivado com a
construção do Tabernáculo, que foi montado no centro do acampamento de frente
para o Oriente, isto é, para o nascer do Sol.
“Os filhos de Israel assentarão as suas tendas,
cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao
redor, defronte da tenda da congregação, assentarão as suas tendas” (Êx.2:2).
Assim estavam
posicionados os exércitos de Israel em torno do Tabernáculo, conforme Números
2:3-31:
A) DE FRENTE PARA A PORTA PRINCIPAL DE ACESSO AO
TABERNÁCULO
Três tribos de Israel
foram organizadas para guardarem a Porta: Judá (Nm.2:3), Issacar
(Nm.2:5) e Zebulom (Nm.2:7). Os exércitos destas tribos estavam posicionados
na porta principal do Pátio do Santuário. Juntos somavam 186.400 homens
(Nm.2:9).
B) AO SUL
Na outra lateral do
Tabernáculo, estabeleceram-se os exércitos de Ruben (Nm.2:10), Simeão
(Nm.2:12) e Gade (Nm.2:14). Estes exércitos somavam 151.450 homens
(Nm.2:12-16).
C) DO OESTE PARA O OCIDENTE
Na retaguarda do Pátio do
Tabernáculo, três tribos foram estabelecidas: Efraim (Nm.2:18), Manassés
(Nm.2:20) e Benjamim (Nm.2:22). Juntas somavam 108.100 homens
(Nm.2:18-24);
D) AO NORTE
Na lateral do Tabernáculo,
três tribos foram estabelecidas: Dã (Nm.2:25), Aser (Nm.2:27) e Naftali
(Nm.2:29). Juntas, somavam 157.600 homens (Nm.2.25-31).
Isso representava a
centralidade de Deus entre o seu povo. O total de homens que estavam em torno
do Tabernáculo era de “seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta”
(Nm.2:32).
Isto nos induz a entender
que não podemos caminhar no deserto da vida, rumo à Terra Prometida (João
14:1-3; Fp.3:20), sem ter Deus como o centro de todas as esferas da nossa vida
e decisões.
II. A CONSTRUÇÃO DA CERCA DO PÁTIO
O Tabernáculo era composto por
várias peças diferentes, e a sua montagem tinha um caráter especial de unidade
e singularidade.
Deus queria que o povo de
Israel visse o Tabernáculo como um todo, e não como um amontoado de peças, para
gerar no coração do povo a noção da unidade.
Entretanto, cada peça do
Tabernáculo tem um significado espiritual, pois ele representa as realidades
espirituais do Tabernáculo celestial.
1. O Cortinado de linho branco da cerca do Pátio.
9-…o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o
comprimento de cada lado será de cem côvados.
10-Também as suas vinte colunas e as suas vinte
bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
11-Assim também do lado do Norte as cortinas na
longura serão de cem côvados de comprimento; e as suas vinte colunas e as suas
vinte bases serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de
prata.
12-E na largura do pátio do lado do ocidente haverá
cortinas de cinquenta côvados; as suas colunas, dez, e as suas bases, dez.
13-Semelhantemente, a largura do pátio do lado
oriental, para o levante, será de cinquenta côvados,
14-de maneira que haja quinze côvados de cortinas
de um lado; suas colunas, três, e as suas bases, três;
15-e quinze côvados de cortinas do outro lado; as
suas colunas, três, e as suas bases, três.
16-E à porta do pátio haverá uma coberta de vinte
côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de
bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro.
Essas Cortinas eram fabricadas
em linho fino e branco, simbolizando a perfeição da justiça de Deus.
A cerca
tinha o comprimento de 45 metros e, aproximadamente, 22,5 metros de largura.
Sua altura era de 2,20 metros. Esta altura formava uma barreira que impedia as
pessoas de olhar para dentro do Pátio. Isto indicava o fracasso do ser humano
em alcançar os padrões de justiça de Deus (Rm.3:23), e a incapacidade do
pecador de ver e entender as coisas divinas (1Co.2:14).
As Cortinas eram suspensas em
56 colunas de bronze por meio de vergas e ganchos de prata.
Alguém de fora do Tabernáculo,
ao contemplar essa cerca, poderia ter a sua mente inundada com as seguintes interrogações:
"Se este é um lugar onde posso encontrar Deus e Ele quer encontrar-se
conosco, por que há uma cerca, com altas cortinas, ao redor deste lugar? Isto
significa que o pecador deve manter distância? Deus, o Ser sagrado, é
inatingível? “.
Eu diria que essa Cerca de
Cortinas altas não é para manter-nos fora da presença de Deus, mas é uma linha
demarcatória que deve significar para nós: "Entre, estou esperando por
vocês, quero me encontrar contigo ali". Mas, para chegar à presença de
Deus tem um caminho a percorrer e ritos a serem exercidos.
2. Colunas, Cortinas e Varais do Pátio
(Êx.27:10-12).
- As
colunas. As colunas do Pátio prendiam
as cortinas de linho branco. O propósito destas colunas era sustentar o linho
branco, formando um "átrio" ao redor de todo o Tabernáculo. As
colunas não eram estáveis por si mesmas, cada uma se apoiava numa fundação de
cobre (ou bronze) que lhes dava sustentação, firmeza e força.
A Bíblia não diz, mas
presume-se que as colunas eram feitas de madeira de acácia (ou cetim), porque
esta foi a madeira usada do início ao fim na construção do Tabernáculo. Foram
formadas a partir de árvores que vieram de todos os tipos de condição e
lugares, mas agora estão todas ocupando os espaços que lhes foram designados.
Cada coluna devia fazer sua parte.
De acordo com algumas
traduções, as colunas eram conectadas umas às outras por meio de bastões. Assim,
nenhuma ficava só, mas cada uma ajudava a suster a outra.
Isto nos ensina que um crente
não pode falar a outro: "eu não preciso de você". No Corpo de Cristo:
há unidade (um só corpo), diversidade (muitos) e interdependência (membros uns
dos outros). Assim como nosso corpo não pode ser desmembrado, nós também somos
membros uns dos outros. Os membros trabalham juntos para fazer todo o corpo
funcionar e quando isso não acontece o corpo sofre.
As colunas eram simples, comuns,
mas cada uma cumpria a parte que lhe cabia. Não eram necessariamente atraentes,
vistosas, mas úteis.
Devemos perguntar: eu sou uma
carga ou um carregador de cargas? Somos úteis no Reino de Deus ou somos
obstáculos? Somos colunas úteis ou dispensáveis?
Certamente, somos colunas na
Casa de Deus, sem se preocupar em impressionar os que estão de fora, mas com a
Verdade que sustentamos, a Verdade que é Cristo.
Êxodo 27:17 nos diz que todas
as colunas do Pátio eram “cingidas de faixas de prata”. Os seus colchetes eram
de prata, mas as suas bases eram de cobre. O cobre representa o juízo contra o pecado. A prata representa o preço da redenção pago em nosso favor.
Quando um israelita reconhecia
que ele havia pecado, e que isto o separava de Deus, se ele quisesse ser
perdoado, iria buscar o seu lugar junto a Deus no Altar do sacrifício. Assim, a conscientização do pecado na vida do
indivíduo leva-o a aproximar-se de Deus.
Colocamo-nos sobre base sólida se sabemos que nosso pecado foi julgado e que
estamos redimidos, não pela prata ou ouro, mas pelo sangue de Jesus.
Olhando para as colunas, o
observador crítico rapidamente encontra algo que o desagrada. Primeiro,
pensaria ele: "Se este é um lugar tão sagrado, por que estas simples
colunas ficam aqui no lado de fora onde todos veem suas imperfeições?".
Seus troncos mostram as marcas e cicatrizes que receberam do clima
agreste quando eram árvores plantadas no deserto.
A beleza repousa nisto: quando
o pecador vem a Jesus Cristo em humilde confissão e arrependimento, há perdão
total.
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel
e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"
(1João 1:9).
As bases e as colunas eram de
bronze, que como símbolo, está ligado à ideia de julgamento, juízo. Estas sustentavam
as cortinas.
O que suporta este juízo – o
juízo de Deus - não é a autojustiça do homem, mas sim a justiça de Cristo, que
tomou sobre Si o julgamento efetuado por Deus contra o pecado, que deveria,
merecidamente, ter recaído sobre nós (Is.53:5; Rm.3:22).
"... justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo
para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus" (Rm.3:22-24).
"Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz
com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm.5:1).
“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is.53:5).
- As
Cortinas (Êx.27:9). As cortinas, que
cercavam todo o Pátio, eram de linho fino torcido, simbolizando a retidão, a
pureza e atos de justiça (Ap.19:8; Ap.7:13,14) em meio a um mundo de impurezas
e pecado. Era um símbolo de Cristo
em toda sua pureza.
Ali, em meio ao deserto, as
Cortinas de linho branco revelavam que a santidade e a pureza deviam ser
manifestadas na Casa de Deus, na presença de Deus. Isto se aplica perfeitamente
ao povo de Deus da Nova Aliança.
Logo vem a pergunta: "Como
podemos nós, pecadores imundos, entrar na presença de um Deus tão Santo e achar
favor perante Ele?".
A resposta está no Tabernáculo
e sua mobília, que nos mostram o caminho para Deus e para uma perfeita comunhão
com Ele.
O linho é uma fibra vegetal de origem terrena. Isto representa Jesus na Sua humanidade. Houve
somente um Homem que era tão alvo e puro como estas cortinas: Jesus Cristo,
único mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5), Aquele que não conheceu pecado
e em quem fomos feitos justiça de Deus (2Co.5:21).
A justiça de Deus exigiu
sacrifício de sangue (Hb.9:22). Jesus pagou este preço ao dar a Sua vida.
"fostes resgatados... pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1Pd.1:18,19).
"Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes
estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo" (Ef.2:13).
"A Cortina do átrio constituía, na verdade,
uma barreira intransponível e, espiritualmente, é ainda hoje um obstáculo para
o homem natural obter comunhão com
Deus" (Floyd Lee Gilbert).
- Os Varais
de prata. Os varais de prata encaixavam-se às colunas e ao cortinado da
cerca. Faziam conexão com as colunas e davam
segurança a todo o cortinado da cerca.
Isto indica que todo aquele
que é justificado por Jesus Cristo está não apenas salvo, como também unido aos
demais, assim como aquelas colunas estavam unidas.
A Obra Redentora de Cristo une os crentes (1Co.12:12,13;
Ef.2:12-16).
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo
também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer
judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um
Espírito” (1Co.12:12,13).
Tudo era metricamente encaixado;
visava estabilidade e segurança. Como
crentes em Cristo, temos nossa
estabilidade em suas fiéis promessas (João 10:28-30; Rm.14:4; Ef.6:10-13;
Cl.3:3).
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e
na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais
estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra carne e sangue,
mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que
possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef.6:10-13).
Portanto, as Colunas, as
Cortinas e os Varais são elementos que didaticamente podem simbolizar a
segurança, a estabilidade e a comunhão na vida cristã, produzidas pela Obra
Expiatória de Cristo, na qual toda a justiça de Deus foi satisfeita
(1Co.12:12,13; Ef.2:1216).
Temos a segurança da salvação
(Rm.8:33-39). Estamos seguros em Cristo (João 10:28-30).
“Quem intentará acusação contra os escolhidos de
Deus? É Deus quem os justifica.
Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou,
antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e
também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação,
ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a
espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm.8:33-39).
III. A PORTA DO PÁTIO
1. A posição da Porta do Pátio.
A Porta do Tabernáculo estava
localizada no lado oriental. Por que isto? A luz sempre nasce no Leste. Mateus
também registra essa particularidade quanto ao nascimento de Jesus (Mt.2:1,2,9)
- a grande Estrela da Manhã que surge no oriente.
“e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei
dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo”
(Mt.2:2).
Outro texto está em Ezequiel
43:1,2,4,5.
“Então, me levou à porta, à porta que olha para o
caminho do oriente. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do
oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por
causa da sua glória” (Ez.43:1,2).
“a glória do SENHOR entrou no templo pelo caminho
da porta cuja face está para o lado do oriente. E levantou-me o Espírito e me
levou ao átrio interior; e eis que a glória do SENHOR encheu o templo” (Ez.43:4,5).
Há aqui um estreito
relacionamento entre a posição da Porta e a entrada da glória do Senhor.
Portanto, Cristo é tipificado pela Porta
do lado oriental.
2. A Porta do Pátio - tipificação da única Porta
(Êx.27:16).
Para entrar no Pátio, havia
apenas uma Porta. Na tipologia bíblica, a Porta é Cristo que veio a ser o
acesso para todos os pecadores. Ele mesmo declarou: "Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á" (João 10:9).
Isto confirma toda a doutrina
do Novo Testamento que tem em Cristo o único caminho de entrada possível para
chegarmos ao Pai - "Ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).
A Porta, portanto, era e é o
único meio de acesso a Deus (ver João 14:6; Atos 4:12; Ef.2:18).
“E em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos” (Atos 4:12).
Não basta que possamos
descrever a Porta, precisamos entrar por ela e sermos participantes da
misericórdia e da graça de Deus.
Jesus revelou-se como o único
caminho para alcançar a graça de Deus. Ele, somente Ele, é o acesso para Deus.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e
a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
3. As quatro colunas e suas bases - uma tipificação
do Evangelho (Êx.27:16).
-Há quatro pontos cardeais na bússola, todos eles mencionados nas Escrituras.
-Deus escolheu quatro homens para escrever sobre o Seu Filho como Deus e como
Homem perfeito.
-Há quatro Evangelhos: Mateus mostra Jesus como Rei. Marcos mostra Jesus como o Servo fiel. Lucas apresenta Jesus como Varão Perfeito. João apresenta Jesus como Deus.
-Apocalipse apresenta quatro seres viventes e quatro anjos, cujos ministérios são
universais, ou seja, nos quatro cantos da terra (Ap.4:6; 7:1).
Assim, podemos concluir que as quatro colunas da Porta de entrada
no Tabernáculo declaram a universalidade de Cristo como a única Porta de acesso à presença de
Deus Pai (Atos 4:12; Rm.3:21-24).
4. As Cores da cortina de entrada (Êx.27:16).
“E à porta do pátio haverá uma coberta de vinte
côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de
bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro”.
As cores da Cortina da Porta
eram azul, púrpura, carmesim e branca.
- A cor Azul
Celeste (Êx.27:16). Esta
cor lembra o Céu. Jesus veio do Céu. Quando Ele falava sobre o Céu, referia-se
a algo que lhe era muito familiar.
Enquanto Jesus esteve na terra,
ainda assim viveu uma vida celestial. Através da leitura dos evangelhos podemos
ver como é Deus e como é o Céu.
Uma pergunta me vem à mente:
"Que vida celestial vivo eu aqui na terra?". Será que eu posso dizer
que a minha "cidade está nos céus" (Fp.3:20)?
- A cor
Púrpura (Êx.27:16). Esta cor nos
lembra da realeza de Cristo. Declara que Ele é o Rei Eterno.
-Pilatos questionou
o Senhor com respeito a isto: "... logo tu és rei?". Jesus respondeu:
"... Eu para isso nasci..." (João 18:37).
Não foram muitos que reconheceram sua realeza enquanto Ele esteve na terra.
-O cego Bartimeu pode ver melhor do que aqueles que enxergavam,
porque clamou: "... Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"
(Mc.10:47).
-Uma mulher pecadora que, vindo por trás, lavou-lhe os pés com suas
lágrimas. Ela também o reconheceu como Majestade.
-Paulo disse
em Filipenses 2:9-11: "Pelo que
também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai".
Jesus esvaziou-se desta glória
enquanto esteve na terra, mas agora está assentado à direita do Pai.
"E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da
piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto
dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na
glória" (1Tm.3:16).
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao
único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).
- A cor
Carmesim” (Êx.27:16). Esta cor nos
fala do sofrimento de Cristo. O carmesim é vermelho e lembra o Servo sofredor
que derramou seu sangue pelos pecadores no Calvário (ver Is.42:1; 53:3-5).
O carmesim lembra a humilhação
de Cristo (ver Fp.2:5-8).
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
O Evangelho de Marcos é o que
melhor identifica Jesus como o Servo sofredor, por isso ele escreveu
especialmente para os romanos.
- A cor
Branca. A cor Branca era predominante
no Tabernáculo, representando pureza, limpidez e graciosidade. Ela também fala
da santidade de Cristo.
Num sentido especial, o linho torcido é um tecido rústico e
batido que lembra a humanidade de Cristo e o seu sofrimento em nosso lugar.
Também lembra de que a sua morte tornou-se o fundamento da justiça a nosso
favor.
Linho torcido lembra justiça,
na terra; e Jesus fez-se justiça por toda a humanidade.
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co.5:21).
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo
sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça
veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm.5:18).
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto, devemos nos conscientizar de que
devemos ter um estilo de vida onde Deus seja o centro. Assim como é o centro do
povo de Israel, Deus é o centro da Igreja de Cristo e, consequentemente, o
centro da nossa vida. Nada pode ocupar o lugar de Deus em nosso coração.
Devemos nos conscientizar de que Cristo Jesus é a única Porta de acesso à
verdadeira vida. Como o pecador, que ao passar pela porta do Pátio tinha a
esperança de ter o seu pecado perdoado, Jesus Cristo é o único caminho de
reconciliação entre Deus e o homem.
Devemos nos conscientizar de que Deus é Santo e não podemos perder a
perspectiva de santidade da Igreja de Cristo. Devemos tomar a consciência de
santidade em nosso viver e aplicá-la em cada situação do cotidiano real. Isto
pode significar, muitas vezes, mudar os hábitos já estabelecidos por anos.
Finalmente, devemos nos conscientizar de que estamos em Cristo, o qual nos reconciliou
com Deus, e é a única Porta de acesso a Deus, é o único caminho para alcançar a
vida eterna.
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Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação
Pessoal.
Comentário Bíblico popular
(Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº
78. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal.
CPAD.
Comentário do Novo Testamento –
Aplicação Pessoal. CPAD.
Eugene H. Merrill – História de
Israel no Antigo Testamento. CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed.
Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo -
Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do
Pentateuco. CPAD.
Elienai Cabral. O Tabernáculo –
Símbolos da Obra redentora de Cristo. CPAD.
Alvin Sprecher. Estudo
Devocional do Tabernáculo no Deserto. CPAD.
Abraão de Almeida. O
Tabernáculo e a Igreja. CPAD.
DEUS abençoe grande mente irmao.
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