3º Trimestre/2021
Texto
Base: 2 Reis 18:1-3,13,28,29; 19:1,5-7,15,16,20,21
“No
Senhor, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu
semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele”
(2Rs.18:5).
V.P.:
“Deus sempre ouve e guarda os sinceros de coração, que o obedecem e procuram
agradá-lo”.
2 Reis 18:
1.E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel,
começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá.
2.Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e vinte e
nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias.
3.E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera
Davi, seu pai.
13.Porém, no ano décimo-quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da
Assíria, contra todas as cidades fortes de Judá e as tomou.
28.Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e
falou, e disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria.
29.Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá
livrar da sua mão;
2 Reis 19:
1.E aconteceu que Ezequias, tendo-o ouvido, rasgou as suas vestes, e se
cobriu de pano de saco, e entrou na Casa do SENHOR.
5.E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías.
6.E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o SENHOR:
Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me
blasfemaram.
7.Eis que meterei nele um espírito e ele ouvirá um ruído e voltará para
a sua terra; à espada o farei cair na sua terra.
15.E orou Ezequias perante o SENHOR e disse: Ó SENHOR, Deus de Israel,
que habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da
terra; tu fizeste os céus e a terra.
16.Inclina, SENHOR, o teu ouvido e ouve; abre, SENHOR, os teus olhos e
olha: e ouve as palavras de Senaqueribe, que ele enviou para afrontar o Deus
vivo.
20.Então, Isaías, filho de Amoz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o
SENHOR, Deus de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria,
eu o ouvi.
21.Esta é a palavra que o SENHOR falou dele: A virgem, a filha de Sião,
te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de
ti.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos do rei Ezequias, o 13º rei de Judá (715 a.C.), e
do seu reinado, que foi um dos mais notáveis de Judá; segundo a Bíblia, ele
agiu de modo aprovado diante do Eterno, tal como havia procedido o rei Davi
(2Reis 18:1-3). Seu nome em hebraico significa “Jeová fortalece”. Ele começou a
reinar quando o rei Oséias, último rei de Israel, estava no seu terceiro ano de
reinado. Ele era filho do rei Acaz. Ezequias tinha vinte e cinco anos de idade
quando começou a reinar e governou vinte e nove anos em Jerusalém (cf.2Cr.29:1).
Judá teve apenas seis reis cujos nomes passaram para história como “bons
reis”, e Ezequias estava nessa escassa lista que contava ainda com o rei Asa,
Josafá, Joás, Jotão e Josias.
As Escrituras Sagradas declaram que Ezequias reformou o culto e
a adoração a Deus, destruiu todos os ídolos, determinou o retorno da
comemoração das festas determinadas na Lei, principalmente a festa da Páscoa, o
que culminou num grande avivamento no povo de Deus. Por ter sido fiel ao
Senhor até o fim de seu reinado, Deus honrou a sua fé e lhe deu grandes vitórias
nos momentos mais cruentos do seu reinado. Somos honrados pelo Senhor sempre
que permanecemos fiéis e temente a Ele. A história de Ezequias tem muito a nos
ensinar, é o que vamos estudar nesta Aula.
I. O JUSTO REINADO DE EZEQUIAS
1. Um rei
reformista
Quando o pai de Ezequias, o rei Acaz, recebeu o trono, ele manteve uma
política pró-Assíria, com uma posição de amizade ou submissão à Assíria;
enquanto outros reinos como a Síria e Israel (reino do Norte) acabaram
conquistados pelos assírios. Mas a aliança com a Assíria trouxe influência pagã
para dentro de Judá; isso levou a uma contaminação da vida religiosa da nação
que passou a ser marcada por práticas que confrontavam a vontade de Deus. Então
Ezequias, logo que assumiu o trono, tentou corrigir essa questão; ele sabia que
a queda do reino do Norte tinha a ver diretamente com a desobediência à Lei de
Deus. Então rapidamente ele reuniu os líderes religiosos – os sacerdotes e os
demais levitas - para refletir e reconhecer o verdadeiro estado pecaminoso da
nação, e lhe propôs uma reconciliação imediata com Deus (2Cr.29:4-11), e esta
reconciliação deveria ser notória e prática, com a instauração de uma reforma radical
no comportamento religioso e na espiritualidade do povo. Ele deu ordem para
destruir os altares pagãos, reabrir as portas do Templo, restabelecer os ritos
do culto, reativar os ofícios sacerdotais e, ainda, celebrar a Páscoa, que
há muito tempo não era praticada em Jerusalém.
O rei Ezequias, realmente, propôs em seu coração fazer a vontade de Deus
e guardar os seus mandamentos. A Bíblia diz que “no SENHOR, Deus de Israel,
confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os
reis de Judá, nem entre os que foram antes dele; porque se chegou ao SENHOR,
não se apartou de após ele e guardou os mandamentos que o SENHOR tinha dado a
Moisés” (2Rs.18:5,6). O capítulo 31 de 2Crônicas termina dizendo que tudo o que
Ezequias fazia para Deus era de todo o coração – “E em toda obra que começou no
serviço da Casa de Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus,
com todo o seu coração o fez e prosperou” (2Cr.31:31).
Mas, ninguém é perfeito. Embora tenha demonstrado um coração sincero e
fiel a Deus, e tenha sido o líder de um grande avivamento espiritual em
Jerusalém, mostrou pouco interesse ou sabedoria em relação a planejar para o
futuro e a proteger a herança espiritual que desfrutou, em benefício das
futuras gerações. Imprudentemente ele mostrou toda a sua riqueza aos
mensageiros da Babilônia. Quando Isaías informou Ezequias a respeito da tolice
de seu ato, a resposta do rei mostrou sua persistente falta de percepção – ficou
grato pelo adiamento das consequências ruins para um período posterior à sua
morte. E as vidas de três reis que o sucederam – Manassés, Amom e Josias – foram
profundamente afetadas, tanto pelas conquistas de Ezequias como por suas
fraquezas.
O passado afeta as nossas decisões e ações de hoje. E estas, por sua vez,
afetam o futuro. Há lições que devem ser aprendidas e erros que devem ser
evitados, para que não mais se repitam. Lembremo-nos de que parte do sucesso de
nosso passado será medido pelo que nós fazemos com ele agora e pela maneira que
o utilizamos para se preparar para o futuro. As reformas de limpeza têm vida
curta quando poucas atitudes são tomadas para preservá-las para o futuro. A
obediência a Deus no passado não remove a possibilidade de desobediência no
presente.
2. A purificação
dos lugares sagrados
No primeiro ano de seu reinado, Ezequias levou o povo à purificação do
Templo, à extinção de todos os altares edificados aos deuses pagãos
(2Cr.29:3-5). Os levitas purificaram os átrios do templo por oito dias e o
templo propriamente dito por oito dias (2Cr.29:17,18). Organizaram os
utensílios para o serviço na Casa do Senhor e informaram o rei Ezequias de que
tudo fora executado segundo suas instruções. Ele apresentou uma oferta pelo
pecado a favor do reino, e o sangue da oferta e do holocausto foi usado para
purificar o altar (cf.2Cr.29:12-24).
O despertamento espiritual é uma necessidade fundamental na vida do
crente ao longo de sua existência; desta feita, cada servo de Deus precisa
estar sempre em estado de renovação espiritual, pois, como nos ensina o
apóstolo Paulo, o homem interior deve se renovar dia a dia (2Co.4:16); o
profeta Habacuque afirmou que a obra do Senhor precisava ser avivada
continuadamente ao longo dos anos (Hc.3:2). Todavia, não há como se ter um
despertamento espiritual se não se voltar para o Senhor; para isto,
primeiramente é necessário extinguir toda e qualquer forma de idolatria e
renovar o Altar de culto e adoração ao Senhor. Foi exatamente o que fez o povo
de Judá - retiraram e jogaram fora todas as coisas impuras que estavam no
Templo e restabeleceram o culto e os sacrifícios, conforme a Lei
de Moisés (2Cr.29:18-21).
3. A adoração
nacional
A disposição de Ezequias em servir ao Senhor de todo o coração, de
eliminar toda e qualquer idolatria e fazer a vontade do Senhor como fez Davi,
despertou no povo um grande avivamento, considerado por muitos estudiosos como um
dos maiores avivamentos do Antigo Testamento. O povo purificou o Templo e
extinguiu todos os altares edificados aos deuses pagãos. A cidade foi
purificada de toda contaminação pagã, e todo vestígio de idolatria foi lançado
no vale de Cedrom (2Cr.30:13-15).
O Avivamento levou à reparação do Altar. Quando os sacerdotes sacrificaram
sobre o Altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus
(2Cr.29:27,28) - “E pôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, com alaúdes
e com harpas, conforme o mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do
profeta Natã, porque este mandado veio do Senhor, por mão de seus profetas”
(2Cr.29:25). “E Ezequias e todo o povo se alegraram por causa daquilo que Deus
tinha preparado para o povo” (2Cr.29:36). O povo buscou o Senhor com fervor,
temor e tremor. Esse avivamento levou o povo, que estava desviado, novamente
aos pés do Senhor. Houve um impacto espiritual tão grande que, ao voltar para a
casa, o povo destruiu as estátuas dos falsos deuses, rompendo com a idolatria. Agora,
uma nação inteira se prostrava e adorava Àquele que é digno de toda honra,
glória e louvor. Que cenário maravilhoso! Urge um avivamento como este no povo
de Deus da Nova Aliança!
Esse acontecimento foi apenas o começo das reformas de Ezequias. Logo em
seguida, ele mandou reativar a festa da Páscoa, que não era observada
devidamente desde antes da divisão do reino (2Cr.8:13). O capítulo 30 de
2Crônicas é inteiramente dedicado à reinstituição da Páscoa. No primeiro mês, o
rei purificou o templo e restabeleceu os cultos. No segundo mês, fez os
preparativos para celebrar a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos. Uma vez que que
se tratava de uma comemoração nacional, era necessário convidar todo o povo.
Logo, o rei enviou mensageiros por todo o Israel e Judá a fim de convocar a
população para ir a Jerusalém. Na época, Israel era uma província da Assíria, e
a maior parte dos habitantes havia sido levada para o cativeiro. Apesar disso,
o rei conseguiu convidar os israelitas restantes sem oposição dos assírios. Infelizmente,
a maioria dos israelitas zombaram dos mensageiros que os exortaram a voltar ao
Senhor; porém, um pequeno remanescente se arrependeu e foi a Jerusalém observar
a Páscoa no primeiro ano do reinado de Ezequias (2Cr.30:6-12).
Entretanto, para celebrar a Ceia do Senhor (a Páscoa), o povo precisava
estar purificado diante do Senhor, e muitos não estavam purificados
(2Cr.30:17,18). Então, conforme 2Cr.30:18,19, os levitas ajudaram aqueles que
se encontravam cerimonialmente impuros, e Ezequias orou ao Senhor pedindo que
relevasse as irregularidades e aceitasse a atitude do coração do povo - “E
ouviu o SENHOR a Ezequias e sarou o povo” (2Cr.30:20).
O povo ficou tão alegre com a Festa dos Pães Asmos que decidiram
celebrar por mais sete dias (2Cr.30:23). O rei e os líderes forneceram os
animais para dar continuidade à festa e houve grande alegria em Jerusalém. Toda
a congregação foi abençoada; as coisas voltaram a ser como nos tempos áureos de
Israel, e, mais uma vez, as orações dos sacerdotes de Jeová foram ouvidas nos Céus
(2Cr.30:24-27). Oro a Deus para que Ele levante, nestes últimos dias da Igreja
na terra, líderes que promovam verdadeiras reformas e grandes avivamentos
espirituais. É urgente e essencial que isto aconteça.
II. SENAQUERIBE INVADE JUDÁ
1. As ameaças de
Senaqueribe
A história de Senaqueribe é amplamente documentada na Bíblia e em outras
fontes históricas. Ele foi rei do Império Assírio entre 705 e 681 a.C.; ele sucedeu
Sargão II, seu pai. Senaqueribe foi um habilidoso guerreiro, mas também ficou
conhecido por ser um homem cruel e orgulhoso; seu comportamento inconsequente
muitas vezes prejudicou a política de seu governo.
Depois de levarem as tribos do Norte para o cativeiro (2Rs.18:11,12), os
assírios ameaçaram fazer o mesmo com Judá. Ezequias havia pagado tributo
anteriormente a Senaqueribe (2Rs.18:13-16) e se viu pressionado pela Assíria a
entregar todo o reino (2Cr.32:1-8). Durante o cerco a Jerusalém, Senaqueribe,
por meio de seus oficiais, usou como estratégia intimidativa a difamação de
Ezequias e o afrontamento da grandeza de seu Deus (2Cr.32:10-15). Ezequias vendo
as ameaças insistentes e intimidadoras ao povo de Judá e ao Deus de Israel,
Ezequias não se rendeu, e mandou cortar o abastecimento de água fora da cidade,
fez reparos no muro de Jerusalém, providenciou armas e oficiais de guerra e
incentivou o povo a olhar para Jeová, não para o poderio bélico do exército assírio;
disse Ezequias: “Com ele está o braço de carne, mas conosco está o Senhor,
nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear as nossas guerras. O povo se animou
com as palavras de Ezequias, rei de Judá” (2Cr.32:8).
Quando o crente se volta piedosamente a fazer a vontade de Deus e confiar
somente nEle, não teme a nenhuma ameaça, mesmo que o seu inimigo demonstre ser
humanamente superior e invencível. Veja o exemplo de Davi diante de Golias.
2. O temor do rei
Ezequias
As ameaças insistentes de Senaqueribe e a sua manipulação psicológica
foi tão intensa que pasmaram o povo e o próprio Ezequias; toda a corte foi
dominada pelo medo (2Rs.18:37; 19:1). Mas, Ezequias tinha um grande escape: o
braço poderoso de Deus para proteger o seu povo. Diante daquelas ameaças e
insultos ao Deus de Israel, Ezequias consultou o Senhor e pediu o seu socorro:
“E
aconteceu que Ezequias, tendo-o ouvido, rasgou as suas vestes, e se cobriu de
pano de saco, e entrou na Casa do Senhor. Então, enviou a Eliaquim, o mordomo,
e a Sebna, o escrivão, e aos anciãos dos sacerdotes cobertos de pano de saco,
ao profeta Isaías, filho de Amoz; os quais disseram-lhe: Assim diz Ezequias: este
dia é dia de angústia, e de vituperação, e de blasfêmia; porque os filhos
chegaram ao parto, e não há força para os ter” (2Rs.19:1-3).
Quais dos servos de Deus piedosos e obedientes ao Senhor, que nunca teve
medo? O medo é um incentivo para buscarmos com fervor e de forma contrita o
socorro do Senho; pois, como disse o salmista, “o nosso socorro vem do Senhor,
que fez o Céu e a terra” (Sl.121:2). Nosso inimigo não tem nenhum poder sobre
nós quando o Senhor está conosco; todas as suas pretensões passam pelo crivo e
aprovação do Senhor. Concordo com o pr. Claiton quando afirma que “a obediência
a Deus não é sinônimo da ausência de problemas e enfrentamentos. Entretanto, a
mão protetora do Altíssimo nunca deixa seu povo desamparado”. Isto serve de lição
para todos nós.
III. A ORAÇÃO DO REI E O LIVRAMENTO DO SENHOR
1. A oração
confiante de Ezequias
As investidas de Senaqueribe contra as cidades de Judá foram
devastadoras. Os historiadores afirmam, com base nos registros de Senaqueribe, que
ele tomou 46 cidades fortificadas e incontáveis aldeias de Judá. Os
historiadores afirmam, com base nos registros assírios, que mais de duzentas
mil pessoas foram levadas cativas e muito despojo foi tomado.
Uma das principais cidades judaicas fortificadas que foram tomadas por
Senaqueribe foi Laquis (2Cr.32:9); esta cidade tinha um papel importante na
economia do reino de Judá e também protegia a estrada que levava ao lado sul de
Jerusalém. Tento tomado a maior parte do território de Judá, o exército assírio
cercou Jerusalém. As crônicas de Senaqueribe dizem que “ele enjaulou Ezequias
em Jerusalém como uma ave numa gaiola”. De fato, Ezequias ficou encurralado em
Jerusalém; ele até tentou convencer Senaqueribe a desistir de invadir Jerusalém
lhe oferecendo um tributo muito grande. Para pagar o tributo a Senaqueribe,
Ezequias usou os tesouros do Templo e do palácio em Jerusalém (2Reis 18:14-16).
Mas Senaqueribe, através de seu enviado Rabsaqué, afrontou a Ezequias e
ao Senhor. Ele enviou cartas atrevidas e ameaçadoras ao rei Ezequias
(2Cr.32:17); a mensagem exigia a rendição incondicional de Jerusalém; ele
afirmou que assim como os deuses das cidades que ele havia conquistado não
puderam impedi-lo, o Deus de Israel também não poderia impedir que ele tomasse
Jerusalém (2Reis 18:19-37; Isaías 36:4-22).
“Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em
alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do grande rei, do rei da
Assíria. Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias, porque não vos poderá
livrar. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo:
Infalivelmente, nos livrará o SENHOR, e esta cidade não será entregue nas mãos
do rei da Assíria. Não deis ouvidos a Ezequias, porque assim diz o rei da
Assíria: Aliai-vos comigo e saí a mim, e coma cada um da sua vide e da sua
figueira e beba cada um da água da sua cisterna, até que eu venha e vos leve
para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de
vinhas. Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR nos livrará. Porventura, os
deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria? Onde
estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim?
Porventura, livraram eles a Samaria das minhas mãos? Quais são eles, dentre
todos os deuses desses países, os que livraram a sua terra das minhas mãos,
para que o SENHOR livrasse a Jerusalém das minhas mãos? Mas eles calaram-se e
não lhe responderam palavra, porque havia mandado do rei, dizendo: Não lhe
respondereis. Então, Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão,
e Joá, filho de Asafe, o chanceler, vieram a Ezequias com as vestes rasgadas e
lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué” (Is.36:13-22).
Ezequias apresentou diante do Senhor as cartas ameaçadoras de
Senaqueribe, e orou fervorosamente (Is.37:14-20). Ezequias confiou no Senhor e
apresentou diante dEle em oração aquela situação tenebrosa, e clamou por Sua
misericórdia. Assim está escrito:
“Recebendo, pois, Ezequias as cartas das
mãos dos mensageiros e lendo-as, subiu à Casa do SENHOR; e Ezequias as estendeu
perante o SENHOR. E orou Ezequias ao SENHOR, dizendo: Ó SENHOR dos Exércitos,
Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu és o Deus, tu somente, de
todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. Inclina, ó SENHOR, os
ouvidos e ouve; abre, SENHOR, os olhos e olha; e ouve todas as palavras de
Senaqueribe, as quais ele mandou para afrontar o Deus vivo. Verdade é, SENHOR,
que os reis da Assíria assolaram todos os países e suas terras. E lançaram no
fogo os seus deuses; porque deuses não eram, senão obra de mãos de homens,
madeira e pedra; por isso, os destruíram. Agora, pois, ó SENHOR, nosso Deus,
livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra conheçam que só tu
és o SENHOR”.
Nesta oração Ezequias agradeceu a Deus e declarou Sua soberania sobre
tudo e todos. Então o Senhor lhe respondeu através do profeta
Isaías e prometeu livrar o Seu povo e julgar a Assíria (Isaías 37:21-38).
2. Deus conforta o
rei Ezequias
A ofensiva Assíria, primeiro contra o Reino do Norte e depois contra o
Reino do Sul, fez parte do julgamento de Deus por causa do pecado de seu povo.
A Assíria foi um instrumento nas mãos de Deus para cumprir os Seus planos (cf. Is.10:5-11;
37:26-28). Entretanto, a Assíria ultrapassou a linha vermelha, ela foi além dos
planos de Deus; arrogantemente, perseguiu o seu desejo por conquistas,
confrontou o Deus Todo-Poderoso e zombou dEle; então, Deus enviou juízo severo
sobre o rei da Assíria e seus exércitos (Is.37:29).
Senaqueribe acreditava que seu reinado crescera por causa de seus
próprios esforços. Na verdade, o Senhor disse que este rei somente fora
bem-sucedido por causa daquilo que Ele permitiu que fosse realizado. É
arrogante pensar que somos os únicos responsáveis por nossas realizações. Deus,
como Criador, governa as nações e as pessoas. É Ele quem está no controle de
tudo. O próprio rei Nabucodonosor afirmou isto: “Mas, ao fim daqueles dias, eu,
Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu
entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive
para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em
geração. E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa
estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes?” (Daniel 4:34,35).
O rei Ezequias orou de forma contrita e com humildade suplicando a
misericórdia do Senhor, e o Senhor ouviu a sua oração a respeito do atrevimento
de Senaqueribe, e mandou um recado ao rei por intermédio do profeta Isaías:
“Isaías
lhes disse: Assim diz o Senhor: Não temas por causa das palavras que ouviste,
com as quais os servos do rei da Assíria blasfemaram contra mim. Eis que
meterei nele um espírito, e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua
terra; e nela eu o farei cair morto à espada” (Is.37:6,7).
Através do profeta Isaías, Deus anunciou a derrota do exército assírio;
ele disse: “Por causa do teu furor contra mim, e porque a tua arrogância
subiu até os meus ouvidos, eis que porei o meu anzol no teu nariz, e o meu
freio, na sua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste” (Is.37:29).
Esta foi uma explicita declaração da soberania de Deus contra os assírios, pois
estes tinham por costume construir monumentos em que seus cativos eram
representados presos com anzóis e argolas.
Senaqueribe, porém, desprezou a mensagem do profeta e blasfemou contra o
Senhor; então, o Senhor puniu o rei da Assíria com forte mão; só precisou
apenas de um anjo para desfazer o exército da arrogante Assíria. A Bíblia diz “que
naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a
cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que
todos eram corpos mortos. Então, Senaqueribe, rei da Assíria, partiu, e foi; e
voltou e ficou em Nínive” (2Reis 19:35,36).
Senaqueribe, humilhado, voltou para a sua terra, e, anos depois, foi
morto por seus próprios filhos no santuário de seu falso deus Nisroque (2Reis
19:37). Aquele que ousa afrontar o Senhor Deus Todo-Poderoso é severamente
castigado.
“Assim
livrou o Senhor a Ezequias e aos moradores de Jerusalém das mãos de
Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos; e de todos os lados os guiou.
E muitos traziam presentes a Jerusalém, ao Senhor, e coisas preciosíssimas a
Ezequias, rei de Judá, de modo que, depois disso, foi exaltado perante os olhos
de todas as nações” (2Cr.32:22,23).
CONCLUSÃO
O reinado de Ezequias foi muito diferente da maioria dos reis de Judá,
pois ele foi temente ao Senhor e confiou nEle nos momentos mais difíceis de seu
reinado. A Bíblia o descreve como um rei que teve um íntimo relacionamento com
Deus.
Como um reformador, Ezequias estava mais preocupado com a obediência no
presente. Judá estava cheia de lembranças visuais da falta de confiança do povo
de Deus, e Ezequias corajosamente limpou a nação da idolatria. Altares, ídolos
e templos pagãos foram destruídos. Até mesmo a serpente de bronze que Moisés
havia feito no deserto não foi poupada porque esta havia parado de direcionar o
povo a Deus e se tornado também um ídolo, chamado Neustã (2Reis 18:4).
Como vimos, o Templo em Jerusalém, cujas portas haviam sido lacradas
pelo próprio pai de Ezequias, foi totalmente limpo e reaberto. A Páscoa foi
restituída como um feriado nacional, e houve um reavivamento em Judá. No
momento de maior aflição e da prova, como foi a ameaça do rei da Assíria, ele
buscou o Senhor e confiou no seu livramento. A sua oração é um modelo para nós.
Não devemos ter medo de nos aproximar do Senhor em oração, mas precisamos nos
unir a Ele com respeito por quem Ele é e pelo que pode fazer em nosso benefício.
Glórias sejam dadas a Ele, o Senhor dos exércitos.
---------------------
Luciano de Paula Lourenço –
EBD/IEADTC
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e
Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular
(Antigo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação
Pessoal. CPAD.
Comentário Bíblico Beaccon – volume 2.
Roy
B.Zuck. A Teologia do Antigo Testamento.
Daniel Conegero. Quem foi Ezequias.
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