4° Trimestre/2022
Texto Base:
Ezequiel 7:1-10
“E tu ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da
terra de Israel: Vem o fim, o fim vem, sobre os quatro cantos da terra”
(Ez.7:2).
Ezequiel 7:
1.Depois,
veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo:
2.E
tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o
fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.
3.Agora,
vem o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei
conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
4.E
não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti os teus
caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu sou o
SENHOR.
5.Assim
diz o Senhor JEOVÁ: Um mal, eis que um só mal vem.
6.Vem
o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem;
7.vem
a tua sentença, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia da turbação,
e não da alegria, sobre os montes.
8.Agora,
depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e
te julgarei conforme· os teus caminhos, e porei sobre ti todas as tuas
abominações:
9.E
não te poupará o meu olho, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim
carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis
que eu, o SENHOR, castigo.
10.Eis
aqui o dia, eis que vem; veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a
soberba.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos do juízo de Deus sobre a terra de Israel, bem como para o mundo
inteiro. Teremos como base o capítulo 7 de Ezequiel. Uma coisa é certa: o fim
virá para cada ser humano; chegará o tempo em que Deus tratará bem de perto com
todos os seres humanos e exigirá de cada indivíduo a prestação de contas de
todos os seus atos. Como cristãos, estamos conscientes dessa realidade
espiritual futura? O Israel da época de Ezequiel e Jeremias não acreditava que
Deus puniria esta nação por causa de seus pecados, por isso rejeitaram a
pregação de exortação dos profetas do Senhor. Até que o juízo de Deus chegou, e
eles foram desterrados da terra prometida. Em sua justiça, Deus não podia
deixar os pecados do povo de Israel impunes. Ele é sempre justo, nunca age de
forma desonesta e retribui a cada um segundo as suas obras (Jó 34:11; Rm.2:6).
Deus castiga quem peca, mas perdoa quem se arrepende.
I. SOBRE A PROFECIA
1.
Introdução (Ez.7:1,2a)
“Depois, veio a
palavra do SENHOR a mim, dizendo: E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor
JEOVÁ acerca da terra de Israel...”.
Era
chegada a hora do juízo divino, e não restava dúvida de que o açoite vinha da
mão do Senhor. Mas, Deus não traria o seu juízo sobre Israel sem primeiramente
comunicar ao seu profeta. Na verdade, o profeta foi a forma mais reconhecida de
comunicação divina, ou seja, os profetas eram os representantes oficiais de
Deus perante seu povo. Sua obra era receber a mensagem divina e transmiti-la
fielmente – “Certamente o Senhor Deus
não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os
profetas” (Amós 3:7). E Ezequiel usou a fórmula usual dos profetas veterotestamentários:
“veio a mim a palavra do Senhor” (Ez.7:1); “assim diz o Senhor Jeová” (Ez.7:2).
Esta era a marca registrada dos profetas de Deus no Antigo Testamento. Eles
usavam estas palavras porque a profecia não era deles, vinha do Senhor. E na
maioria das vezes, a mensagem recebida de Deus era direta e audível, e cabia ao
profeta tão somente transmiti-la de forma como recebeu. Segundo o apóstolo
Pedro, “nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque
nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens
[santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pd.1:20,21).
2.
Extensão (Ez.7:2b)
“Vem
o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra”. Ou seja, a extensão da destruição
seria em todas as direções – norte, sul, leste e oeste. Portanto, toda a Terra
de Israel sofreria o julgamento de Deus; e assim aconteceu. Concordo com o pr.
Esequias quando afirma que “ninguém deve restringir esse castigo somente a
Jerusalém, pois ele tem também um caráter cósmico, portanto, extensivo a outros
lugares. Isso fica claro pelo uso da expressão escatológica ”o fim vem sobre os
quatro cantos da terra” (Ez.7:2), que aparece na Bíblia para se referir a toda
a Terra (Is.11:12; Ap.7:1). O Dia chegará em que o mal e o orgulhoso serão
banidos. Mesmo que pareça que Deus ignora o mal e as pessoas orgulhosas,
tenhamos a certeza de que o Dia do julgamento virá, da mesma maneira que
aconteceu ao povo de Israel. Deus está esperando pacientemente pelo
arrependimento dos pecadores, mas quando o Dia do juízo chegar, nenhum ímpio ficará
impune. É importante entender que a decisão da pessoa a respeito de Deus
determinará o destino dela.
3. Quando?
(Ez.7:3a,8a)
“Agora,
vem o fim sobre ti...” (Ez.7:3a); “Agora, depressa derramarei o meu
furor sobre ti...” (Ez.7:8a). Estes termos mostram a iminência da destruição de
Israel à época. “Agora”, advérbio de tempo, significa “na época
em que estamos, atualmente”. Em Ezequiel 7:3a,8a, “agora” era o tempo em
que ocorreria o fim das “práticas repugnantes” (Ez.7:3 - NVI) do povo de
Israel.
No
Novo Testamento, o julgamento do pecador contumaz, aquele que não se arrepende
e não aceita Jesus Cristo como Senhor e Salvador, é geralmente postergado até
que ele sofra no inferno, conquanto haja algumas exceções, tal como o
julgamento imediato que veio sobre Ananias e Safira (Atos 5:1-11). A graça de
Deus exige que Sua longanimidade se manifeste.
No
Antigo Testamento, porém, o método mais comum do Senhor era começar a castigar as
pessoas pelos seus pecados ainda nesta vida. É o que correu com Israel na época
de Ezequiel, conforme é registrado no capítulo em epígrafe.
O
dia da ira e da destruição estava bem próximo dos israelitas; sua rebelião
contra Deus terminaria abruptamente (Ez.7:2,3,6), quando Ele os castigasse
pelas suas abominações; poucos sobreviveriam. Deus não permitiria que os
pecadores florescessem como árvores frondosas; em vez disso, Ele os cortaria no
meio do seu pecado, como uma lição prática para todos, lembrando que o Senhor
é, de fato, o Senhor. Hoje, até parece que Deus não está atento à iniquidade, a
idolatria e a imoralidade das nações; porém, a Bíblia nos assegura repetidas
vezes que o Dia do Senhor está perto (cf. Am.5:18-20), um Dia de grande julgamento,
que trará a ira divina sobre o mundo inteiro (ver 1Pd.4:7,17) e, por
conseguinte, a destruição. Assim como o Dia do Senhor veio, por fim, contra
Judá, assim também virá contra todos os ímpios, impuros e arrogantes deste
mundo (ver 1Ts.5:2).
II. SOBRE O FIM
1. Sentido
(Ez.7:2b, 3a, 6)
O
termo “fim” no capítulo 7 de Ezequiel tem o sentido de causar impacto no
receptor da profecia que, originalmente, seria o povo do exílio. O povo
precisava entender de forma clara e impactante que a sentença ele e contra a terra
de Israel não caberia “recurso”, pois o tempo tinha passado; a destruição de
Jerusalém e do templo, símbolos máximos do povo de Israel, estava determinado
de forma indeclinável. O povo precisava saber disso de forma clara. Não
adiantava mais clamar por misericórdia. Deus não queria nem que Jeremias intercedesse
mais pelo povo, pois Ele não o atenderia. Disse o Senhor Deus a Jeremias,
contemporâneo de Ezequiel: “Tu,
pois, não intercedas por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem
me importunes, porque eu não te ouvirei. Eis que a minha ira e o meu furor se
derramarão sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais, sobre as
árvores do campo e sobre os frutos da terra; arderá e não se apagará”
(Jr.7:16,20). O fim era inevitável e implacável, porque o povo não aceitou ser
corrigido (Jr.7:27). Porventura não é isso que está ocorrendo no mundo atual? O
povo não quer saber mais de Deus, nem aceita ser corrigido. Mas, “vem o fim, o
fim vem” (Ez.7:2); o juízo de Deus será sem misericórdia sobre todos os ímpios (Tg.2:13).
2.
Expressões repetidas sobre o fim
No
capítulo sete de Ezequiel estão expostas pelo menos quatro expressões repetidas
sobre o “fim” (cf. Ez.7:2,3,6,10). Certamente, o profeta Ezequiel queria
impactar o povo sobre a catástrofe iminente e severa sobre a terra e o povo de
Israel. O dia da ira e da destruição estavam bem próximos dos israelitas. Sua
rebelião contra Deus terminaria abruptamente, quando Ele os castigasse pelas suas
abominações; poucos iriam sobreviver. Jeremias pregava em Judá, e Ezequiel
junto ao povo exiliado, na Babilônia; contudo, o povo disse não para os
profetas do Senhor. Logo, o juízo de Deus seria inevitável, e Ezequiel queria,
como martelo, avisar o povo: “Vem o fim, o fim vem” (Ez.7:2); ”agora, vem o fim”
(Ez.7:3); ”Vem o fim, o fim vem” (Ez.7:6); ”eis que vem; veio a tua ruína” (Ez.7:10).
Em
Jerusalém, porém, o povo continuava na prática do pecado, da idolatria,
adorando falsos deuses. Veja o que Deus disse a Jeremias: “Acaso, não vês tu o
que andam fazendo nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? Os filhos
apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para
se fazerem bolos à Rainha dos Céus; e oferecem libações a outros deuses, para
me provocarem à ira. Acaso, é a mim que eles provocam à ira, diz o Senhor, e
não, antes, a si mesmos, para a sua própria vergonha? Portanto, assim diz o
Senhor Deus: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar,
sobre os homens e sobre os animais, sobre as árvores do campo e sobre os frutos
da terra; arderá e não se apagará” (Jr.7:17-20).
O
povo, contudo, não aceitou a advertência do Senhor sobre a destruição que viria
sobre ele e a terra de Israel por causa dos seus vis pecados. Deus, então,
precisava debelar a erva daninha de Israel. O pecado talvez, no início, pareça
agradável e prazenteiro, mas concluída a sua trajetória, fica o seu rastro de
destruição, angústia e desespero. Para a humanidade ímpia de hoje, o único
caminho de livramento do juízo de Deus é voltar-se para Ele, com arrependimento
e fé, e confiança nos méritos da morte expiatório de Jesus Cristo.
3. A
repetição da sentença
“Ezequiel
7:4 e 7:9 estão repetidos. Ninguém deve se surpreender com a intensidade desse juízo
anunciado de antemão, pois é compatível com a natureza divina (Na.1:3). Um dos
objetivos desse juízo é a erradicação da idolatria, a causa das abominações (Ez.7:3,4,8,9),
visto que a casa de Israel recusou esse remédio pelo arrependimento (2Cr.36:16).
Todos estão sendo informados, de antemão, sobre a causa da destruição e lhes é
dada a oportunidade de arrependimento. É uma reflexão relevante, também em
nossos dias, porque somos seres morais e prestaremos contas a Deus pelos nossos
atos (Ec.12:13,14; Gl.6:7)” (LBM-CPAD).
III. SOBRE O INIMIGO
1. ”Já
floresceu a vara” (Ez.7:10)
A
palavra profética anuncia: ”...veio a tua ruína; já floresceu a vara...” (Ez.7:10).
A “vara”, aqui, aponta para o instrumento da punição, que seria Nabucodonosor,
déspota cruel e impiedoso, o qual foi utilizado por Deus como “vara” de punição
ao povo de Israel. Assim como o rei da Assíria foi o chicote de Deus para
açoitar os filhos de Israel do Reino do Norte (2Rs.17:3; Is.10:5; 20:1), da
mesma forma o Senhor Jeová usaria o rei da Babilônia, Nabucodonosor, como
chicote para açoitar Jerusalém, em Judá (Jr.27:8; 51:20-24). Deus não
estabeleceu limites a Nabucodonosor, por isso, exagerou na dose, foi cruel na
aplicação do castigo (2Rs.25:7; 2Cr.36:17; Jr.52:10,11). O castigo foi tamanho
que ninguém respondeu a convocação à peleja; a destruição terrível dissipou
toda coragem e força do povo (cf. Ez.7:14-18). A terra de Israel foi arrasada,
e o povo punido cruelmente. Nabucodonosor extrapolou o princípio da
razoabilidade, isto é, do bom senso, da proporcionalidade, com relação ao
castigo desferido sobre o povo e a terra de Israel; por isso, não ficaria
impune.
2. ”Reverdeceu
a soberba” (Ez.7:10b)
“Reverteu
a soberba”.
A versão NVI exara: “a arrogância floresceu!”. O texto completo é: "Aqui
está o dia! Já chegou! A condenação irrompeu, a vara brotou, a arrogância
floresceu!” (Ez.7:10). A dose de violência aplicada por Nabucodonosor contra o
povo e a terra de Israel foi tamanha que tomou a forma de um rebento de
maldade. Ezequiel narra que “a violência se encarnou numa vara para castigar a
maldade...” (Ez.7:11).
Nabucodonosor
foi o instrumento (“vara”) de Deus para punir Israel. Na narrativa bíblica,
percebemos que o rei Nabucodonosor foi um instrumento nas mãos de Deus, o qual
Ele usou para castigar nações, incluindo o povo de Judá. No livro de Jeremias,
por exemplo, lemos por mais de uma vez a expressão “Nabucodonosor, rei da
Babilônia, meu servo” (cf. Jr.25:9; 27:6). Isso não significa que
Nabucodonosor era um servo devoto do Senhor; ao contrário, ele era um rei
pagão, mas que havia sido designado por Deus para cumprir um papel de agente do
seu julgamento contra as nações incrédulas. Porém, não houve racionalidade na
aplicação da punição.
O
fato de o rei Nabucodonosor ser chamado por Deus de “meu servo” apenas
significa que ele fez parte do plano soberano do Senhor. Isso quer dizer que
nosso Deus é Senhor sobre tudo e todos, e utiliza até mesmo um rei
megalomaníaco, como Nabucodonosor, para cumprir os seus propósitos eternos.
Contudo, Nabucodonosor foi ultra severo a ponto de desagradar a Deus (Jr.51:34,55,56).
O exército da Babilônia profanou o Templo de Deus e os objetos que nele estavam.
O Senhor havia permitido que a Babilônia oprimisse o povo de Israel, mas os
caldeus seriam julgados pelo exagero, pelo abuso de autoridade, por ter cometido
atrocidades ímpares. Embora Deus possa trazer o bem até do mal, não permite que
este permaneça impune. É importante salientar que o castigo mais duro será o
individual, quando no juízo final cada um será julgado pelos seus maus atos, e
o castigo será definitivo, por toda eternidade (Ap.20:11-15).
3. O rei
Nabucodonosor
O
rei Nabucodonosor da Bíblia foi o imperador mais conhecido e poderoso do
Império Babilônico. Ele reinou por aproximadamente 43 anos entre 604 a.C. e 562
a.C. Ele sucedeu seu pai, Nabopolassar, no trono da Babilônia; Nabopolassar
também havia sido rei da Babilônia antes de Nabucodonosor. Antes de assumir o
trono, ainda como príncipe herdeiro, Nabucodonosor serviu como comandante do
exército babilônico em algumas ofensivas militares. O reinado de Nabucodonosor
compõe o contexto histórico de grande parte dos livros dos profetas Jeremias,
Ezequiel e Daniel. Inclusive, é o livro de Daniel que fornece as melhores
informações bíblicas sobre quem foi Nabucodonosor.
O
pai de Nabucodonosor, Nabopolassar, foi o fundador da dinastia caldaica. Ele se
aproveitou do enfraquecimento da Assíria e conseguiu se tornar rei da Babilônia
em 626 a.C. Devido a uma aliança medo-babilônica, ele também destruiu a cidade
de Nínive, e em seguida avançou contra Harã. Depois que a Assíria caiu, o Egito
do Faraó Neco II passou a dominar Judá completamente. Nesse tempo, governantes
judeus foram nomeados e destituídos conforme fosse vantajoso ao Egito. Mas
finalmente em junho de 605 a.C., as forças egípcias foram derrotadas em
Carquemis pelo até então príncipe Nabucodonosor.
Em
agosto de 605 a.C. Nabopolassar morreu. Então Nabucodonosor paralisou a
campanha que estava liderando e atravessou o deserto para voltar e assumir o
trono da Babilônia em 6 de setembro de 605 a.C., segundo os historiadores.
Neste mesmo ano, após derrotar os egípcios em Carquemis, o rei Nabucodonosor
avançou contra Jeoaquim, rei de Judá (2Reis 24:1,2; 2Cr.36:5-7). Essa foi a
primeira de três invasões babilônicas contra Judá. Também foi nessa ocasião que
Daniel, Hananias, Mizael e Azarias foram levados cativos por Nabucodonosor. Jeoaquim
se submeteu ao rei Nabucodonosor e foi temporariamente leal a ele. No entanto,
depois de três anos, o rei Jeoaquim se rebelou contra Nabucodonosor e
transferiu sua lealdade aos egípcios, apesar das constantes advertências do
profeta Jeremias (Jr.27:9-11). Foi então que em 597 a.C. Nabucodonosor marchou
contra a Palestina e cercou a cidade de Jerusalém, na segunda invasão
babilônica contra Judá. Na ocasião, Nabucodonosor capturou o rei Joaquim, o
qual estava no poder havia apenas três meses após a morte de seu pai, o rebelde
Jeoaquim.
Para
o lugar de Joaquim, o rei Nabucodonosor nomeou Matanias, que passou a ser
chamado de Zedequias (2Reis 24:17; 2Cr.36:10). Nabucodonosor também deportou
para a Babilônia o rei deposto Joaquim, juntamente com todos os judeus que
poderiam tentar promover uma rebelião (2Reis 24:12-16; 2Cr.36:10; Jr.22:24-30;
52:28). O rei Nabucodonosor saqueou o Templo de Salomão e capturou um enorme
despojo de guerra. Zedequias permaneceu leal a Nabucodonosor durante um tempo,
mas depois também se rebelou ao ceder às pressões do povo.
Vale
dizer que por muitas vezes Jeremias aconselhou o povo a se manter longe da
rebelião. Curiosamente nesse período um falso profeta chamado Ananias
profetizou falsamente que dentro de dois anos todos os cativos voltariam
do cativeiro babilônico. Jeremias denunciou essa falsa profecia e
advertiu o povo que o Senhor lhe havia revelado que o exílio na Babilônia seria
bastante prolongado (Jr.29:1-23). Mesmo depois de muitos conselhos do profeta
do Senhor, finalmente Zedequias se rebelou contra o rei Nabucodonosor (2Reis
24:20; 2Cr.36:13-16; Jr.52:3).
Então,
em aproximadamente 587 a.C., o rei Nabucodonosor começou a sitiar Jerusalém (2Reis
25:1; Jr.39:1; 52:4; Ez.24:1,2). A cidade de Judá suportou o cerco babilônico
durante um tempo, até que caiu completamente sob o domínio do rei
Nabucodonosor. Naquela ocasião houve mais uma grande deportação de cativos para
a Babilônia. Ficaram para trás somente os judeus mais pobres (2Reis 25:8-17; 2Cr.36:17-20;
Jr.39:9,10; 52:12-23).
Jerusalém
foi arrasada e o Templo destruído, em 586 a.C. O rebelde rei Zedequias foi
capturado por Nabucodonosor e forçado a assistir à execução de seus próprios
filhos. Depois disso, ele teve os olhos cegados e foi levado acorrentado para a
Babilônia onde acabou morrendo (2Reis 25:5-7; Jr.39:4-8; 52:8-11).
Após
ter destruído Jerusalém, Nabucodonosor nomeou outro governador judeu, Gedalias.
Porém, mais tarde Gedalias acabou assassinado devido a mais uma conspiração
contra o domínio babilônico sobre Judá. Então, o povo teve medo de que os
babilônios viessem e os destruíssem por causa disso; obrigaram Jeremias a
acompanhá-los na fuga ao Egito. A terra de Israel ficou assim sem gente.
Ninguém morou nesta terra, por 70 anos. Ela ficou completamente vazia.
Mas, Deus prometeu que ia trazer seu povo de volta à terra prometida, após
70 anos.
O
rei Nabucodonosor também liderou várias ofensivas contra outras nações, como
por exemplo, contra Tiro entre 585 e 572 a.C., e contra o Egito em aproximadamente
568 a.C. (Ez.26-28; 29:18).
4. A
Babilônia
A
Bíblia nos conta que a origem da Babilônia remonta aos primórdios da história;
seu fundador foi Ninrode (Gn.10.1; 6-12). Este homem decidiu fundar um reino em
desobediência à ordem que fora dada pelo Senhor, que era de povoar a Terra (Gn.9.7).
Localizada
numa planície fértil, a uns 80 quilômetros ao sul da atual Bagdá, a antiga
Babilônia era uma cidade muito impressionante. Com imponentes muralhas duplas e
cercada por um fosso, parecia impossível invadi-la. Era famosa por seus jardins
suspensos e templos majestosos com suas torres. Sem dúvida, foi uma das cidades
mais grandiosas da antiguidade. Na Bíblia, Babilônia é chamada de “senhora de reinos”,
e era a capital da terceira potência mundial da história bíblica (Is.47:5)
Assim
como as duas potências anteriores - o Egito e a Assíria -, o Império Babilônico
desempenhou um papel importante na história bíblica, tornando possível comparar
o que as Escrituras dizem sobre ela com o que fontes seculares afirmam. Foi um
grande e poderoso império, mas o seu destino foi estabelecido por Deus.
Babilônia seria destruida. Com uns 200 anos de antecedência, por volta de 732
a.C., Jeová Deus inspirou o profeta Isaías a registrar uma profecia sobre o fim
da poderosa Babilônia. Ele escreveu: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e
orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca
jamais será habitada, ninguém morará nela de geração em geração; o arábio não
armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores farão ali deitar os seus
rebanhos” (Is.13:19,20).
Mas
por que Deus profetizaria a destruição de Babilônia? Em 607 a.C., os exércitos
babilônicos destruíram Jerusalém e levaram os sobreviventes a Babilônia, onde
receberam um tratamento cruel; percebe-se isto pelo Salmos 137:8,9. Deus predisse
que seu povo teria de suportar esse tipo de tratamento por 70 anos em
consequência de suas ações ruins. Depois desse período, Deus os libertaria e
permitiria que voltassem à sua terra natal (Jr.25:11; 29:10). Em cumprimento da
Palavra profética de Deus, a cidade da Babilônia, que parecia invencível, foi
derrotada pelos exércitos medo-persas em 539 a.C., justamente quando o exílio
de 70 anos de Judá estava para terminar.
Uma
das profecias mais impressionantes sobre a queda de Babilônia está relacionada
ao homem que a conquistou, o rei Ciro, da Pérsia. Quase dois séculos antes de
Ciro assumir o trono, Jeová Deus o mencionou por nome e predisse que ele seria
o conquistador da Babilônia. Falando sobre a futura conquista de Ciro, Isaías
foi inspirado a escrever:
“Assim diz o Senhor
ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante
a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as
portas, que não se fecharão. Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos
tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro;
dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que
eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome. Por amor do meu
servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te pus o
sobrenome, ainda que não me conheces” (Is.45:1-4).
Jeremias,
também, profetizou sobre a destruição da Babilônia:
“A espada virá sobre
os caldeus, diz o Senhor, e sobre os moradores da Babilônia, sobre os seus
príncipes, sobre os seus sábios. A espada virá sobre as suas águas, e estas
secarão; porque a terra é de imagens de escultura, e os seus moradores
enlouquecem por estas coisas horríveis. Por isso, as feras do deserto com os
chacais habitarão em Babilônia; também os avestruzes habitarão nela, e nunca
mais será povoada, nem habitada de geração em geração, como quando Deus
destruiu a Sodoma, e a Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor;
assim, ninguém habitará ali, nem morará nela homem algum” (Jr.50:35,38-40).
Os
historiadores gregos Heródoto e Xenofonte confirmam o cumprimento dessa
profecia surpreendente. Eles revelam que Ciro desviou o rio Eufrates, baixando
o nível da água. Os exércitos de Ciro obtiveram assim acesso à cidade através
de seus portões, que haviam sido deixados abertos. Conforme predito, a poderosa
Babilônia caiu “repentinamente”, em uma noite (Jr.51:8) - “Repentinamente, caiu Babilônia e
ficou arruinada; lamentai por ela, tomai bálsamo para a sua ferida;
porventura, sarará” (Jr.51:8).
A
queda de Babilônia deu-se no governo do ímpio Belsazar, rei dos caldeus, neto
de Nabucodonosor. Narrou o profeta Daniel: “Naquela mesma noite, foi morto
Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino, na idade de
sessenta e dois anos” (Dn.5:30,31). Mal haviam acabado de colocar os adornos de
honra em Daniel, por ter interpretado as imagens surgidas na parede, os
soldados de Ciro invadiram o palácio com gritos de guerra: Babilônia caiu!
A
vida é uma semeadura. Colhemos o que plantamos. Aqueles que plantam o mal
colhem o mal. Aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam
na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso
destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus
ninguém zomba (Gl.6:7). Pense nisso!
CONCLUSÃO
Os
julgamentos divinos na história mostram que o pecado jamais ficará impune e que
a única maneira de escapar da condenação é através do arrependimento e da fé.
Israel teve a sua punição, mas pelo fato das promessas feitas a Abraão, Isaque
e Jacó, Deus preservou um remanescente fiel de onde viria novamente ser uma
nação, mesmo contrariando a lógica humana. Mas, outras nações, por causa de sua
idolatria e seu pecado vil, foram extintas definitivamente; foi o que ocorreu
com o império babilônico.
A
queda de Babilônia está associada a profecias que em breve deverão cumprir-se
com a Babilônia espiritual, um dos destacados temas do Apocalipse. Nações estão
sendo avaliados bem de perto pelo Deus Altíssimo. Todos estão por sua própria
escolha decidindo seu destino e Deus indubitavelmente cumprirá os Seus
propósitos. Na Palavra de Deus encontramos um admirável paralelismo relacionado
com as profecias da queda de Babilônia literal e a queda da Babilônia simbólica no tempo do fim.
Compare:
-Jeremias
51:13 com Apocalipse 17:1
-Jeremias
51:7 com Apocalipse 17:4
-Jeremias
51:8 com Apocalipse 14:8
-Jeremias
51:45 com Apocalipse 18:4
-Jeremias
51:48 com Apocalipse 18:20
-Jeremias
51:64 com Apocalipse 18:21.
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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD
William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Ezequias Soares. A justiça divina: preparação do povo de Deus para os
últimos dias no Livro de Ezequiel. CPAD.
Severino Pedro da Silva. Daniel – As visões para estes últimos dias.CPAD.
Hernandes Dias Lopes. Daniel, um homem amado do Céu. Hagnos.
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