segunda-feira, 30 de julho de 2012

Aula 06 – A DESPENSA VAZIA


Texto Básico: 2Reis 4:1-7


“Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37:25)



INTRODUÇÃO

A falta de bens básicos e necessários para a sobrevivência no cotidiano é, sem dúvida alguma, um do mais penosos problemas com o qual o ser humano pode se deparar. É decepcionante ver um genitor sem condições de trazer provisões para o seu lar. É desconcertante saber que o fruto de nosso trabalho não é capaz de suprir as nossas necessidades básicas. São situações de um mundo real, e que poderá ocorrer com qualquer pessoa, seja ela cristã ou não. Muitos são os fatores que podem levar uma família a passar escassez: a morte do provedor ou o descaso deste para com os seus dependentes; desemprego, doenças, etc. É bom saber que estes fatores podem acontecer tanto para os que amam e temem ao Senhor quanto para os que não o temem.
É preciso ter equilíbrio e prudência nos momentos de escassez. Temos que avaliar as causas disso. Se Deus está nos provando, não murmure. Muitas vezes somos instados a crer na soberania e na provisão de Deus, ainda que o mundo demonstre o contrário. Se estivermos sob a sua Palavra, não seremos envergonhados. Temos duas escolhas: crer na Palavra de Deus e nos aplicarmos, com fé, aos desafios por ela apresentados, experimentando a vitória, ou desconfiarmos e experimentar a derrota e a vergonha.
Muitas vezes a escassez advém de desequilíbrio na família, no tocante ao consumismo. O mal de muitos é não saber distribuir, é não ter método no gastar. Se tem muito, gastam tudo; quando não tem bastante, tomam emprestado. Por isso a vida financeira de muitos evangélicos é uma pedra de tropeço diante dos incrédulos. Sejamos cuidadosos na maneira de gastar o nosso dinheiro, busquemos a direção do Senhor de nossas vidas, para que ele nos ensine a usar o pouco que nos foi entregue. Economize comprando no estabelecimento que é mais em conta. Racionalize os gastos com água, luz, telefone, etc. (ler Gn 41:35,36; Pv 21:20). Fuja das dívidas! Evite o desperdício e o supérfluo. Gaste somente o necessário, dentro da sua capacidade financeira! Liberte-se do consumo irresponsável! Viva dentro do orçamento cabível e, se for possível, reserve um pouco para imprevistos, que sempre aparecem. 

I. LUTANDO CONTRA O IMPREVISTO

Ser tomado pelos imprevistos é muito decepcionante. Ninguém aceita isso. Mas eles acontecem, e devemos estar preparados para esses momentos. Ter equilíbrio e firmeza espiritual, esperança e fé no Senhor é fundamental para enfrentarmos as intempéries. Portanto, quando os imprevistos baterem à nossa porta não devemos nos desesperar; devemos, sim, ir ao Senhor, ou seja, conversar com Ele e crer em sua provisão( ler e medite Sl 147:7-9; At 17:25).
A seguir, analisaremos, resumidamente, o imprevisto ocorrido na vida de uma mulher e seus dois filhos, cujo cônjuge falecera e deixou uma grande dívida. Deus interveio e concedeu-lhe a provisão suficiente para atender a necessidade urgente dessa família. Essa história é muito conhecida no meio cristão tradicional e é um exemplo importantíssimo de  como a provisão de Deus funciona na nossa vida. O texto base que relata essa história está em 2Reis 4:1-7.
1. A viuvez. Imagine uma pessoa que é dependente absoluto do seu cônjuge e de repente fica desamparada, ou seja, o seu marido falece e ainda deixa uma grande dívida, que para ela naquele momento era impagável. Foi o que aconteceu com uma mulher, esposa de um profeta. Mas, uma coisa interessante existia nessa família: temor a Deus(2Rs 4:1). E aos seus servos Deus não nega bem nenhum. No tempo apropriado a provisão divina chegará. “Está escrito: Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor bem nenhum faltará”(Sl 34:10).
2. A dívida. Essa mulher já estava muito triste com a perda que sofrera, então vem à tona outro problema: o homem tinha contraído dívidas, e seus credores foram cobrá-las. Achando-se incapaz de saldar a dívida deixada pelo seu marido, enfrentou a possibilidade do credor tomar seus dois filhos para um período de escravidão. Os credores queriam recuperar seu dinheiro logo. Então, a viúva deve ter-lhes dito: “Sinto muito, senhores, eu não tenho recursos para pagar a dívida que o meu marido contraiu”. Ao que eles responderam: “Muito bem, senhora, como não dispõe do valor necessário para quitar a dívida, de acordo com a lei, podemos levar seus dois filhos como pagamento. Eles serão nossos escravos, para compensar a dívida que seu a marido não saldou”. O texto em Levítico 25:39,40 determina que se o devedor não pudesse pagar a sua dívida, ele era obrigado a servir ao credor como escravo até o ano do jubileu.
O que seria dela, que tinha acabado de perder seu marido e que poderia perder também seus dois filhos, tendo de viver desamparada? Ela infelizmente não possuía nem dinheiro nem propriedades que pudessem oferecer aos credores para quitar a dívida assumida pelo marido
Diante daquela situação, a viúva teve de tomar uma atitude urgentíssima: pedir ajuda a alguém qualificado, que pudesse orientá-la a resolver o problema imediatamente. E quem era esse alguém? Ela sabia que Eliseu era um profeta de Deus e que, por intermédio dele, o Senhor poderia ajudá-la.
Aquela mulher procurou um servo de Deus e apresentou seu problema, pedindo socorro. Nosso comportamento deve ser o mesmo hoje. Quando enfrentamos dificuldades, devemos clamar a Deus pedindo Sua ajuda. Ele designará um cristão que o ama e obedece a Ele para nos socorrer. Deus estará sempre à nossa espera para atender e satisfazer todas as nossas verdadeiras necessidades.
Por isso nós, servos de Deus, podemos ser usados da mesma maneira que o Senhor usou Eliseu, como o objetivo de auxiliar alguém que esteja passando necessidades. Nesse momento, devemos orar apara que Deus nos mostre como podemos ajudar essa pessoa.
3. A solução. Provavelmente no início, Eliseu não sabia como poderia solucionar o problema daquela viúva aflita. Porém, depois, iluminado por Deus, ele perguntou o que havia na casa dela que pudesse ser vendido e render à família algum lucro. O que restava era uma botija de azeite.
Muitas vezes, nós nos sentimos como aquela viúva quando percebemos que o que nos resta parece algo absolutamente insignificante, de modo que nem cogitamos que aquilo possa ser usado por Deus a nosso favor. Contudo, essa história nos mostra que Deus tem poder para transformar em muito aquilo que nos parecia pouco.
Eliseu havia compreendido o que Deus podia fazer usando um simples vaso com azeite, a princípio insignificante, e então disse à mulher e a seus filhos para pedir emprestado aos vizinhos a maior quantidade de frascos vazios que pudessem.
A viúva voltou para casa, e fez exatamente o que Eliseu ordenara. Ela e seus filhos foram de porta em porta, perguntando aos vizinhos se eles poderiam emprestar quaisquer frascos vazios que tivessem. Depois de reunir os recipientes que conseguiram encontrar, a viúva e seus filhos entraram em casa e fecharam a porta. Ela pegou o pequeno recipiente com óleo e começou a derramá-lo com cuidado em um frasco vazio que havia pedido emprestado. Surpreendentemente, o conteúdo do jarro encheu o frasco até a boca e ainda havia azeite no jarro da viúva. Então ela começou a encher uma panela vazia, e o mesmo aconteceu. Mais uma vez, ela foi capaz de encher aquele recipiente e ainda ter azeite na pequena botija. Imagine como seus filhos se sentiam ao assistir àquele milagre! Sua mãe ia enchendo todos os recipientes, e o nível de azeite do pequeno jarro não acabava! Ela encheu de azeite até o último recipiente que conseguira arranjar com os vizinhos.
Finalmente, a viúva e seus filhos olharam para todos os vasos cheios do azeite que viera de sua pequena botija. Eliseu disse para ela vender o azeite e pagar a dívida deixada por seu marido. Com o dinheiro que sobrasse, ela e seus filhos poderiam viver por muito tempo. Aquilo foi realmente um milagre! Deus trouxe àquela família Sua provisão de maneira extraordinária. A partir de um único vaso de azeite que a viúva possuía, Deus foi capaz de multiplicar a quantidade de óleo de modo a atender a necessidade urgente da família.
A fé que aquela mulher tinha no Senhor tornou possível que ela saísse daquela situação crítica; permitiu que ela apresentasse seu problema a Deus e confiasse nele para orientá-la no sentido de encontrar a solução.
Deus também deseja que você creia e busque em Sua Palavra a orientação sobre o que esperar dele e sobre como agir com sabedoria nos momentos de escassez, de despensa vazia.

II. DEUS AGE COM O QUE VOCÊ TEM

1. A botija de azeite. Quando o profeta Eliseu perguntou à viúva sobre o que ela tinha em casa, a resposta da mulher vem em um tom desanimador: “Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”. Ora, se para Deus o nada já é muita coisa, quanto mais uma botija de azeite. A provisão milagrosa lhe veio mediante o que ela já tinha: um vaso de azeite. A provisão foi dada na medida da fé que a mulher tinha e da sua capacidade de armazenamento. Deus usou o que ela possuía para multiplicar-lhe os recursos e realizar o milagre de que ela precisava. Para Deus  operar  um milagre a quantidade não faz nenhuma diferença. Vejamos:
·   Moisés – tinha uma vara: “… e os filhos de Israel passaram pelo meio do mar em seco…” (Êx 14:16,21, 22).
·   Sansão – tinha uma queixada de um jumento: “… e feriu com ela mil homens.” (Jz 15:15).
·   Davi – tinha uma funda e cinco pedras: “E assim… prevaleceu contra o gigante filisteu…” (1Sm 17:40,50).
·   A viúva de Sarepta – tinha farinha na panela e azeite na botija: “… e assim comeu ela… e a sua casa muitos dias” (1Rs 17:12,14,15).
·   Elias – tinha uma capa: “… e passaram ambos (Elias e Eliseu) o rio Jordão em seco.” (2Rs 2:8).
·   Os discípulos – tinham cinco pães e dois peixinhos: “… e deram de comer a quase cinco mil pessoas.” (Mc 6:37-44).
·   O apóstolo Pedro – tinha unção e poder e disse ao paralítico: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda.” (At 3:6).
·   A mulher do profeta – tinha apenas uma botija de azeite. E foi a partir desta botija de azeite que Deus operou o milagre: “E sucedeu que, todos os vasos foram cheios…” (2Rs 4:2,6,7).
O milagre, portanto, depende do que se têm. O que é que você tem em casa? Diante da pergunta, você poderia responder: “Não tenho nada”. Não seja tão pessimista para enxergar o quão é suficiente para Deus fazer um grande milagre através daquilo que você considera não ser nada. Um martelo é suficiente para transformar você num homem de grandes negócios. Deus irá operar o milagre em sua vida a partir do que você tem. Se nada oferecemos a Deus, Ele nada terá para usar. Mas Ele pode usar o pouco que temos e transformá-lo em muito. “Sem fé é impossível agradar a Deus”.
Nós podemos nem ter tudo, e, contudo, podemos ter conosco alguma coisa que Deus é capaz de abençoar abundantemente - “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”  (Ef 3:20).
Não perca a esperança! “O pouco pode ser transformado em muito se for colocado nas mãos do Senhor e por Ele abençoado” (Mc 6:30-44). Creia!
2. A farinha na panela.  Veja outra demonstração impressionante do agir de Deus. Isso ocorreu com a viúva de Sarepta, cuja despensa estava vazia, prestes a morrer de fome, mas foi usada por Deus para sustentar o profeta Elias com o que ela tinha(leia 1Rs  17:8-16).
Após dizer que haveria seca em Israel (1Rs 17:1), o profeta Elias recebeu a ordem divina de ir à Sarepta, porque ali residia uma viúva que o sustentaria(1Rs 17:8,9). Por que Deus agiu assim? Deus poderia ter enviado Elias para a casa de um dos líderes religiosos de Sarepta que estivesse em condições de recebê-lo e hospedá-lo durante aquele período de provação. Ou, o Senhor poderia tê-lo encaminhado ao homem mais rico do local e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. Mas Deus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa mais humilde, a pessoa mais necessitada naquele momento: uma viúva sem eira nem beira.
O texto bíblico diz que a situação daquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar a sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte. Então, por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele?
A lógica de Deus se contrapõe à lógica humana. Deus não pensa como o homem, não considera as saídas e soluções que imaginamos, nem se prende ao que vemos e supomos ser o melhor para nós nas situações pelas quais passamos. Está escrito: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor”(Is 55:8). Contrário à lógica humana, Deus afirma que os “últimos serão os primeiros”; “que não veio chamar os justos, mas os pecadores”; “que não é o que entra pela boca do homem que o contamina, mas o que dela sai, pois do coração provém toda a imundície e maldade existentes”.
O que precisamos saber é que a lógica de Deus não é, nem de longe, parecida com a nossa. Ela leva em conta nossa obediência e nossa fé, e também o fato de Deus ser onisciente, onipresente, onipotente; enquanto a nossa lógica considera apenas superficialmente as coisas, por meio de nossa visão limitada.
Quando, em meio a uma gigantesca necessidade, Deus nos coloca diante de alguém com uma necessidade maior ainda e afirma que de tal pessoa virá a ajuda, é porque o milagre está sendo preparado, o milagre da dependência total do Senhor.
Sempre estamos providos de alguma coisa que satisfaz a necessidade de nosso próximo. Pelo episódio de Elias em Sarepta, Deus nos ensina uma grande lição: Ele nos mostra que mesmo na adversidade, na despensa vazia, temos algo a oferecer, ajuda a proporcionar, uma bênção a transmitir aos outros. Às vezes, é algo que nem mesmo está ao alcance de nossa vista, seja porque não imaginamos que tal coisa seja necessária para alguém, seja porque nenhum valor vemos nela, por ser tão simples ou banal.
Note a postura daquela viúva. Quando Elias se aproximou dela, no primeiro momento lhe pediu água. Ela não questionou, nem mesmo reclamou que não tinha. Água aquela mulher possuía em casa, e a deu ao profeta. Leia 1Rs 17:10-12. Ao ler este texto Deus nos revela outro princípio: quando estamos vivendo momentos de escassez, existem coisas de que não dispomos para ajudar nosso próximo, mas sempre temos algo. Pode não ser uma coisa material, como dinheiro, comida, roupa, mas podemos oferecer uma palavra de ânimo, sabedoria, apoio moral; podemos orar e confortar a pessoa, trazendo glória ao nome do Senhor.
Aquela viúva agiu com honestidade e sinceridade.Vive o Senhor, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija” (1Rs 17:12a). Na escassez, quando a despensa está vazia, é assim. Você só pode dar aquilo que tem. No entanto, muitas pessoas agem diferente. Querem viver na opulência, na fartura, viver de aparências, quando na realidade de nada dispõem. Estão passando por necessidades terríveis, mas diante dos outros querem demonstrar que nada lhes falta, e ainda "fazem a festa".
“Apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos” (1Rs 17:12b). Mas também é verdade que em momentos de extrema necessidade, quando estamos enfrentando crises violentas de escassez, nos deixamos vencer pela desesperança, pela falta de perspectiva, pela agressividade da situação. E nesses momentos, que podem atingir qualquer um, agimos como a viúva. Ela simplesmente não acreditava em mais nada, nenhuma visão, profecia ou promessa; é o que percebemos em suas palavras: “para que o comamos e morramos”. Porém, é nesse momento que começamos a vislumbrar como a lógica de Deus funciona na escassez.
Vejamos como Elias respondeu à viúva após a declaração dela de que não tinha nada, apenas a certeza da morte. Elias lhe disse: “Não temas; vai e faze conforme a lua palavra”(1Rs 17:13a). A lógica de Deus na escassez começa por afirmar que não precisamos ter medo. O mesmo versículo, em outras versões, deixa isso bem claro: “Elias, porém, lhe disse: "Não tenha medo"(NVI);  – “Não se preocupe!  - disse Elias (NTLH).
Deus recomenda isso ao longo de toda a Bíblia. Ele afirma que se o medo, a insegurança destrutiva dominar você, o pavor o invadirá e acabará por neutralizar o potencial e a iniciativa que ainda existem em seu interior. Deus está declarando, nesse versículo, para você que está vivendo um momento de despensa vazia, um momento difícil em sua vida: ''Não temas, pois eu agirei!".
Vai e faze conforme a tua palavra”. Elias orientou a viúva a fazer conforme o quê? Conforme a tua palavra. Ou seja, que aquela mulher agisse conforme o que ela havia dito, conforme sua própria decisão. O que Deus nos ensina aqui? Que a solução para a despensa vazia começa com nós mesmos! Começa com você, por sua própria iniciativa!
A viúva havia afirmado que possuía farinha e azeite suficientes apenas para fazer um bolo para ela e o filho. Então, o profeta lhe ordenou que fizesse um bolo primeiro para ele! Ela obedeceu, e Deus multiplicou a farinha e o azeite daquela mulher.
A viúva foi obediente à palavra que lhe foi entregue. Não à palavra do profeta, mas à palavra do próprio Deus, pois Elias falou em nome do Senhor. E ela demonstrou sua obediência e fé alimentando o profeta com a última refeição de que dispunha. A lógica humana afirmaria que, em primeiro lugar, a viúva deveria fazer um bolo para si mesma e para seu filho; e, depois de satisfeitos, as sobras seriam dadas ao profeta. Porém, a lógica de Deus inverte a lógica do homem. Deus orientou que, pela fé, a viúva deveria oferecer a primícia da farinha e do azeite ao profeta, e então crer que seus mantimentos jamais faltariam, até que as chuvas voltassem a cair. A mulher obedeceu, e isso trouxe fartura à sua casa, pois não faltou alimento para ela e seu filho, quando todos à sua volta experimentavam a escassez.
Na despensa vazia, as Escrituras requerem fé e atitude, fé e ação. A viúva de Sarepta, ao aceitar a palavra profética de Elias, demonstrou fé e submissão, obtendo a vitória em meio à luta, a fartura em meio à escassez. Assim pode acontecer conosco também!
3. Cinco pães e dois peixes(João 6:1-13; Mt 13:-21; Mc 6:30-44). O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes realizado por Jesus é um dos que mais exerce fascínio nos seres humanos porque atinge seu maior drama: a escassez. Esse milagre nos ensina que o pouco que temos pode ser transformado em muito, se for colocado nas mãos do Senhor e por Ele abençoado.
Muitos quilômetros eram percorridas pelas multidões para fora da cidade a fim de ouvirem Jesus Cristo, todos no propósito de receber. Aliás, o homem natural, aonde quer que vá, vai para receber. Nesse afã, cinco mil homens(sem contar as mulheres e crianças) partiram para ouvir Jesus no deserto, mas esqueceram que lá não há comida e não levaram provisão; então veio o mais impressionante problema logístico do ministério de Jesus: multidões que buscaram o pão da vida, o pão que desceu do céu – Jesus – padeciam do pão da terra. Mas havia um jovem precavido com cinco pães e dois peixes e, o mais importante, com um coração aberto para Jesus, disposto a dar.
Deus usa o que temos em mãos para nos abençoar, para encher a nossa despensa. O segredo não está em quanto temos, naquilo que possuímos, mas sim na entrega incondicional daquilo que temos a Deus. Tudo que aquele menino do deserto fez foi entregar a Cristo os pães e os peixes que possuía. O que aconteceria depois não dependeria dele: Jesus fez um milagre e alimentou milhares de pessoas a partir daquela entrega significativa.
Você quer ser um instrumento dos milagres de Jesus? O que você tem para dedicar ao Deus da sua salvação? Será que você está dedicando o melhor da sua vida para Deus?

III. A PROVIDÊNCIA DIVINA

1. No Antigo Testamento. Muitos são os exemplos no Antigo Testamento que mostram a providência divina, dentre eles está o cuidado com a subsistência alimentar. No tópico anterior, analisamos a multiplicação do azeite de duas viúvas, em circunstâncias diferentes e épocas diferentes. Dois homens de Deus foram usados para que esses milagres ocorressem. Dois elementos foram essenciais para que ocorressem esses milagres: fé em Deus e obediência à sua Palavra.
Não poderíamos deixar de citar a providência divina para com Israel no deserto, quando de sua peregrinação em direção à Terra prometida. Em Êxodo 16:15, vemos a providência divina dando a Israel o pão do Céu – o maná. A cada dia o maná aparecia no chão como pequenos flocos, à semelhança de geada(Ex 16:31). O povo juntava-o e fazia bolos que tinham um sabor de mel. Para os israelitas, o maná era uma presente  - chegava todos os dias, na quantidade necessária.
Não há Deus como o nosso, que trabalha para aqueles que nele esperam. Ele cavalga nas alturas para nos ajudar. Está assentado na sala de comando do universo, tem nas mãos o controle da história e age de tal maneira que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam. Essa não é a linguagem da conjectura hipotética, mas da certeza experimental. Deus cuida do justo e não o deixa ter fome. Davi disse: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37:25). Glórias ao Deus Soberano!
2. Em o Novo Testamento. Os Evangelhos mostram dois impressionantes milagres de Jesus: as duas multiplicação de pães e peixes(cf  Mc 6:30-44; Mc 8:1-9). Eles demonstram a providência divina presente na vida daqueles que sofrem de escassez. Esta foi a maneira sobrenatural que o Senhor usou para suprir as necessidades dos carentes. Entrementes, assim como no Antigo Testamento Deus usava os seus profetas para socorrer os carentes, no Novo Testamento Deus convida-nos a fazer parte dessa importante missão (ler Rm 12:9-21). Deus deseja que, através de nossas vidas, socorramos aos que, realmente, são necessitados. O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para repartir com  aqueles que passam por dificuldades (2Co 8:14; Ef 4:28).
Jesus disse: “Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes”(Mt 14:7). Os pobres existem e continuarão existindo, para que os cristãos generosos exerçam a caridade, a maior expressão do cristianismo verdadeiro. A igreja primitiva sobressaia-se neste mister, tanto que foi estabelecida a diaconia ou o serviço de atendimento social(ler At 6:1-10). 
O apóstolo Paulo recorda que Pedro, Tiago e João, que eram tidos como as colunas da Igreja em Jerusalém, pediram-lhe que não se esquecesse dos pobres – “recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligencia”(Gl 2:10).
A generosidade para com os necessitados é considerada não como um mérito à salvação, mas apenas como “um teste de caráter”. Ajudando os necessitados, estaremos rompendo com nossos próprios interesses egoístas, para acumular “tesouros no Céu” (Mt 6:19-21;Lc 12:33-34). O maior tesouro é, sem dúvida, a salvação eterna, pela graça de Cristo (Ef 2:8-10), daqueles que são levados a glorificar a Deus por nossas boas obras de generosidade (ver Mt 5:16). Você tem ajudado a quem necessita? Você se preocupa em saber quem precisa da sua ajuda? Pense nisso!

CONCLUSÃO

Quero concluir esta Aula dizendo que, assim como aquela viúva(Rs 4:1-7), temos uma dívida que não podemos pagar, que herdamos de Adão e na qual incorremos todos os dias: o pecado. E o pagamento dessa dívida implicaria a morte espiritual e eterna, se não fosse o sacrifício de Cristo Jesus em nosso lugar.
Jesus pagou a nossa dívida com Sua própria vida. O apóstolo Paulo com muita propriedade escreveu: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”(Cl 2:14). Portanto, no momento em que alguém aceita Jesus, com sinceridade, é salvo, e suas reais necessidades (de perdão, paz, amor, salvação, vida eterna, etc) são supridas.
Para sermos perdoados e passarmos a ter direitos a uma vida eterna, no Céu, de nada nos adiantaria nos esforçarmos para, por nossas próprias forças e justiça, sermos bonzinhos, honestos. Também não adiantaria frequentarmos regularmente uma igreja e vivermos de joelhos, pedindo perdão e infligindo-nos sofrimentos e penitências. Nada disse salva o homem. A única maneira de conseguirmos o perdão de Deus, a regeneração espiritual e a vida eterna é aceitando Jesus como nosso Salvador e submetendo-nos inteiramente a Ele.
É por intermédio de Cristo, com quem está o “amém”, que Deus opera muito mais além do que pedimos ou pensamos, para a glória do Seu bendito nome e o engrandecimento do Seu reino.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº 51 – CPAD.

4 comentários:

  1. Paz seja convosco!

    Querido irmão Luciano,estava eu em minhas andanças pela internet e me deparei com um vídeo que já tinha visto a algum tempo atrás e que me chamou muito a atenção pela audácia de um certo camarada em desafiar, de certa forma, os nossos apologistas e mestres como Antônio Gilberto e Ezequias Soares.

    Queria saber se o irmão já o viu e caso não tenha, o veja para me dizer algo a esse respeito.

    Não sei se há alguma manifestação de Ezequias soares sobre esses vídeos, mas gostaria que isso fosse esclarecido.

    Eis o título para visualizar no youtube:
    A Verdade Sobre as Traduções Bíblicas Entrevista

    Um abraço, amado!

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  2. Paz seja convosco!

    Aguardando sua resposta ao comentário...

    Um abraço!

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    1. Querido irmão, não assisti ao vídeo completamente. Mas, deu para perceber que esse rapaz não passa de um “tocador de berimbau”, ou seja, um instrumentista de uma só corda. Ele quer trazer confusão à fé cristã por causa de uma só cousa: a pronuncia do nome de Deus(YÂHUH) ou de Jesus(YAHUSHUA). Aliás, ele diz que a Palavra Jesus não existe e que a palavra "deus" vem de "Dyeus", o ídolo principal da religião proto-indo-européia. Pelo que percebi ele não está sozinho nesta empreitada, há outros seguidores da mesma espécime. Portanto, são participes de uma seita. Ele pode até estar correto ao dizer que o nome do Messias não seja “Jesus” e sim “YAHUSHUA”. Mas, daí? Se há mais de 1900 anos a igreja pronuncia assim, o que, então, isso vai influenciar em nossa salvação? Se eu tivesse apreendido que o nome do Messias era João( que ele diz que o nome correto é Yâhuchanan), nada modificaria em minha salvação. Nós entregamos a nossa vida ao Senhor Jesus(YAHUSHUA) como nosso único e Suficiente e Salvador, que, em nosso lugar, foi morto na Cruz do Calvário para nos redimir de todo pecado e nos restaurar ao estado original da criação(2Co 5:17).
      Pedagogicamente e teologicamente é bom saber que o nome verdadeiro do Messias é “YAHUSHUA” e que o nome do Pai é “YÂHUH”. Então, quem quiser, a partir de agora só pronuncie dessa maneira. Eu vou seguir pronunciando Jesus e Deus Pai, e tenho plena certeza que isso não vai modificar a minha filiação com Ele.
      O pr. Antonio Gilberto é um dos mais conhecedores da língua grega e do hebraico, também aramaico, que a CPAD detêm em seu quadro de Mestres. Quem sou para contradize-lo? Em seus livros ele pronuncia o nome do Messias de Jesus.
      Um abraço!

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  3. Paz seja convosco!

    Muito bem amado! Esse rapaz não me convenceu em nada do que ele falou. Estava meio nervoso e suando, não sei o que ele estava temendo. Só sei que queia ter visto ele dizer o que disse diante de Antônio Gilberto e Ezequias Soares.

    Esses aventureiros que pensam ter descoberto a pólvora sempre estão as ocultas e não tem coragem para um embate com verdadeiros mestres como Antônio Gilberto.Ficam sempre escondidos destruindo a fé dos incautos.

    Querido Luciano será que tem como mostrar esse vídeo para a CPAD?

    Não fico satisfeito com um sujeito desse falando mal dos nossos mestres pelas costas!

    Um abraço!

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