LUCAS E JOÃO
Texto Base: Lucas 4:14-19
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna”(João 3:16)
INTRODUÇÃO
Concluindo os estudos panorâmicos
e sinópticos dos quatro evangelhos, vamos estudar nesta Aula os Evangelhos de
Jesus Cristo segundo escreveram Lucas e João. O primeiro apresenta Jesus como o
verdadeiro Deus-homem e destaca fortemente o ministério do Espírito Santo na vida
ministerial de Jesus Cristo. O segundo apresenta evidências cuidadosamente
selecionadas no sentido de Jesus ser o Messias de Israel e o Deus Filho
encarnado(não adotado) de Deus. João nos conduz ao passado, além da Criação,
para demonstrar que Jesus é Deus Filho desde a eternidade. Ele existia antes de
seu nascimento, co-igual a Deus Pai, a fonte da luz e da própria vida (cf João
1:1-5).
I.
LUCAS, O EVANGELHO DO FILHO DO HOMEM
O Evangelho de Jesus Cristo
registrado por Lucas é uma das mais belas obras da literatura cristã. Aqueles
que conhecem o seu conteúdo certamente concordam com essa afirmação. A maneira
especifica como registrou os acontecimentos, que tiveram como ápice a
ressurreição e a ascensão de Jesus, é própria
e singular do autor.
Dentre os quatro Evangelhos,
Lucas é o que apresenta o relato mais completo da vida de Jesus Cristo.
É importante notarmos que o conteúdo deste
Evangelho, juntamente com o conteúdo do seu segundo Livro, Atos dos Apóstolos,
constituem 20% do Novo Testamento. É importante destacar que 50% desse relato é
exclusivo de Lucas. Marcos, Mateus e João não tem esse material exclusivo, que
se encontra principalmente no trecho que compreende Lucas 9:51-19:27.
Lucas em sua narrativa deixa claro que ele escreveu
para os gentios. Por exemplo, ele apresenta a genealogia humana de Jesus,
recuando-se até Adão (Lc 3:23-28) e não até Abraão, conforme fez Mateus (cf Mt
1:1-17).
Em Lucas, Jesus é visto claramente como o Salvador
divino-humano, que veio como a provisão divina da salvação para todos os
descendentes de Adão.
Lucas nos dá uma visão geral da história da Salvação
quando diz: “A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem
sendo anunciado o Evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por
entrar nele”(Lc 16:16). Neste verso, Lucas mostra a intervenção de Deus para
salvar a humanidade em três grandes etapas: o tempo do Antigo Testamento; o
tempo de Jesus ou o tempo do reino; e o tempo da Igreja. Entretanto, fica claro
que o resumo de toda a mensagem que ele quis transmitir sobre Jesus e o próprio
Evangelho se encontra em Lucas 19:10, quando apresenta Jesus como Aquele que
fez a diferença nessa história da salvação: “Porque o Filho do Homem veio
buscar e salvar o perdido”. Esse é, pois, o verso-chave do Evangelho de Lucas.
O cuidado de Lucas em elaborar corretamente o seu
relato faz-nos perceber o quanto levava a sério o ministério que tinha recebido
de Deus na preservação verídica do Evangelho da graça.
Assim, Lucas demonstrou amor verdadeiro, desenvolveu
um ministério confiável e preservou eternamente o conteúdo mais singular da
história da humanidade.
Portanto, conhecer e estudar este
livro sagrado deve nos fazer mais sensíveis em relação a vinda, a vida, o
ministério, a morte e a glorificação de Jesus Cristo, pois Ele é também
considerado o “evangelho da graça”, o evangelho que mostra a vontade de Deus em
abençoar os homens.
1.
Autoria. A evidência externa apresentada por Eusébio em História
Eclesiástica(III,4) com respeito à autoria deste Evangelho concorda com a
primitiva tradição cristã. Irineu cita amplamente este Evangelho com sendo de
Lucas. Outros defensores da autoria lucana incluem Justino Mártir, Clemente de
Alexandria e Tertuliano.
Lucas é o único evangelista que escreve uma
continuação do seu Evangelho: o livro de Atos, no qual sua autoria é ainda mais
evidente. As passagens de Atos na primeira pessoa do plural, “nós”,
indicam que o escritor esteve envolvido pessoalmente (Atos 16:10; 20:5-6;
21:15; 27:1; 28:16; cf. 2Tm 4:11). Pelo processo de eliminação, somente Lucas
se enquadra em todos esses períodos. Está bem claro na dedicatória a Teófilo e
no estilo da composição que Lucas e Atos foram escritos pelo mesmo autor.
A evidência interna fortalece a documentação externa
e a tradição da Igreja. O vocabulário (muitas vezes mais exato em termos
médicos que os outros escritores do Novo Testamento), junto com o depurado
estilo grego, sustenta a autoria de um médico culto, gentílico e cristão, mas
conhecedor dos temas judaicos. A predileção de Lucas por datas e pesquisas (cf.
Lc 1:1-4; 3:1) tornam-no o primeiro historiador da Igreja.
Paulo chama Lucas “o médico
amado” e o nomeia separadamente de cristãos judeus (Cl 4:14), o que o tornaria
o único escritor gentílico no Novo Testamento.
2.
Ênfase. É interessante percebermos o contraste que existe entre as
ênfases de João e Lucas. Enquanto João trata da divindade daquele que é Homem,
Lucas nos apresenta, de modo claro, a humanidade daquele que é Deus. Quando
destacamos o verso-chave deste Evangelho – “Porque o Filho do Homem veio buscar
e salvar o perdido”(Lc 19:10) -, temos reforçado essa ênfase. Jesus é
apresentado como Filho do Homem, destacando-se a sua humanidade, a sua
identificação conosco.
Mas é bom reconhecermos também
que Lucas não deixa de demonstrar a glória da divindade e da majestade de Jesus
Cristo(Lc 1:32-35).
Ao lermos e estudarmos a narrativa de Lucas sobre a
vida e o ministério de Jesus Cristo, ficamos impressionados pelo interesse
humano do seu autor. Somos confrontados com os aspectos da vida humana de Jesus
Cristo, apresentados a eventos comoventes, cheios de alegria, de tristeza, de
cânticos, de exultação, de lágrimas, de louvor e de muita oração.
Somente Lucas descreve o nascimento do seu
precursor, João, o batizador. Lucas é o único que registra os cânticos
especiais que têm sido alvo de tantas obras da música cristã: a Beatitude,
de Isabel(Lc 1:42); a Magnificat, de Maria (Lc 1:46-55); o Benedictus,
de Zacarias (Lc 1:68-70); o Glória in excelsis, dos anjos (Lc 2:14); e o Nunc-dimittis,
de Simeão (Lc 2:29-32). E, além disso, ele destaca as mulheres, as crianças, os
doentes, os samaritanos, enfim todos os rejeitados pela alta sociedade daqueles
dias.
Mas Lucas se destaca também por ser considerado “o
evangelho do lar”. Ele nos mostra, de modo simples, a vida de Jesus quando
ainda pequeno, junto com os pais Maria e José; a cena na casa de Simeão; a
hospitalidade de Marta e Maria; a mulher varrendo a casa para achar a moeda
perdida; a parábola do amigo inoportuno que bate na casa do amigo à meia noite;
a parábola onde o pai celebra, em casa, a volta do filho perdulário ao lar; e o
local preparado para a celebração da Páscoa quando foi instituída a Ceia do
Senhor.
A importância desse Evangelho
pode ser constatada através de sete destaques que merecem ser conhecidos:
a) Em Lucas
encontramos a Trindade envolvida na salvação da humanidade. Vemos o controle de
Deus Pai, enviando-nos o seu Filho Jesus Cristo para nos salvar (Lc 1:26;
10:21). Encontramos a ação do Espírito Santo atuando e capacitando o próprio
Senhor Jesus na realização do seu ministério (Lc 4:14,18) e percebemos que o
Senhor Jesus Cristo, de modo consciente, declarou plenamente essa missão (Lc
19:10).
b) Em Lucas
encontramos uma visão distinta da história da salvação. Lucas divide a
intervenção divina no projeto de salvação da humanidade em três etapas: O tempo
do Antigo Testamento, que chega até os dias de João Batista; o tempo do reino
de Deus, ou o tempo de Jesus Cristo, incluindo toda a vida e ministério do
Salvador; e o tempo da igreja, a partir do cumprimento da promessa da vinda do
Espírito Santo (Lc 16:16).
c) Em Lucas
encontramos uma clara ênfase na universalidade da salvação, na abrangência da
mensagem cristã. Jesus não é apenas o Messias do judeus, mas o Salvador do
todas as pessoas(Lc 2:32; 4:25-27; 24:46,47).
d) Em Lucas
encontramos uma ênfase escatológica ligada à salvação. Lucas escreve acerca de
uma grande salvação, que é válida por toda a eternidade e não somente para um
tempo. Ele aguarda a vinda do fim, quando a salvação da qual escreve chegará à
sua consumação.
e) Em Lucas
encontramos a viagem final de Jesus da Galiléia para Jerusalém, passando por
várias aldeias, inclusive samaritanas (Lc 9:51-56), mostrando a abrangência da
salvação (Lc 15:1,2) e a sua clara entrega em nosso favor (Lc 18:31-33).
f)
Em Lucas encontramos a clara promessa do Espírito Santo que
viria para inaugurar uma nova etapa do relacionamento Deus-Homem (Lc 24:49),
que se concretizou em Atos 2:1-4.
Perdemos muito quando desconhecemos essa narrativa tão
especifica, esse retrato pintado com tanta sensibilidade.
Conhecer
o Evangelho registrado por Lucas é importante por todos esses argumentos
levantados, pois é um relato claro do plano maravilhoso de Deus em nos trazer
salvação através de Jesus Cristo e nos capacitar através da ação do Espírito
Santo.
3.
Características especiais. São oito as características
especiais do Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu Lucas.
a) Seu amplo
alcance no registro dos eventos na vida de Jesus, desde a anunciação do seu
nascimento até a sua ascensão.
b) A
qualidade excepcional do seu estilo literário, empregando um vocabulário rico e
escrito com um domínio excelente da língua grega.
c) O alcance
universal do Evangelho – que Jesus veio para salvar a todos: judeus e gentios
igualmente.
d) Ele
salienta a solicitude de Jesus para com os necessitados, inclusive mulheres,
crianças, os pobres e os socialmente marginalizados.
e) Sua
ênfase na vida de oração de Jesus e nos seus ensinos a respeito da oração.
f)
O notável título de Jesus neste Evangelho, a saber: “Filho
do Homem”.
g) Seu
enfoque sobre a alegria que caracteriza aqueles que aceitam a Jesus e a sua
mensagem.
h) Sua
ênfase na importância e proeminência do Espírito Santo na vida de Jesus e do
seu povo (por exemplo, Lc 1:15,41,67; 2:25-27; 4:1,14,18; 10:21; 12:12; 24:49).
Fonte:
Bíblia de Estudo Pentecostal
4. Esboço
de Lucas. Há vários demonstrações de Esboço. De forma resumida apresento
este:
a) A
introdução do evangelista (Lc 1:1-4).
b) O
parentesco humano do Filho do Homem (Lc 1:5-2,52).
c) O
batismo, a genealogia e aprovação do Filho do Homem (Lc 3:1-4:13).
d) O
ministério do Filho do Homem na Galiléia, no poder do Espírito Santo (Lc
4:14-9:50).
e) A viagem
do Filho do Homem para Jerusalém, discipulando os doze (Lc 9:51-19:27).
f)
A rejeição e a crucificação do Filho do Homem pelas
autoridades e pelo povo (Lc 19:28-23:56).
g) A
ressurreição e a ascensão do Filho do Homem (Lc 24:1-53).
II.
JOÃO, O EVANGELHO DO FILHO DE DEUS
João é notoriamente diferente dos
primeiros três evangelhos. Somente 7 acontecimentos deste Evangelho aparecem
nos outros Evangelhos: as palavras de João, a última ceia, a unção em Betânia,
a paixão, a ressurreição, o milagre de alimentar 5.000 pessoas e o caminhar
sobre o mar. Todos os outros eventos são peculiares a João.
A reprodução da imagem de Jesus, descrita por João é
a mais teológica dos quatro evangelhos. Sua obra é lançada apresentando Jesus
que já existia com Deus e como Deus antes da criação do universo(cf. João 1).
Na qualidade de ser humano, Jesus rompeu sua criação, viveu entre suas criaturas
e todos os seus atos e ensinamentos nos levam a crer nele como Salvador e
Senhor.
A palavra-chave, crer, deste Evangelho
segundo João, aparece 98 vezes no texto grego de seus 21 capítulos.
O Tema deste Evangelho é: Jesus Cristo como Deus,
como Messias e Filho de Jeová. Sua divindade é muitas vezes afirmada (cf João
1:1-3,14,33,34,49; 3:13-20; 5:23,26; 6:51,62; 8:58; 13:33; 20:28,31).
João deixa claro o propósito do seu Evangelho, em
20:31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para, crendo, tenhais vida em seu nome”.
É um dos livros favoritos(se não for o favorito) de
cristãos maduros e devotos. João não fornece apenas os fatos da vida de Jesus,
mas os longos discursos e as sensatas reflexões de um apóstolo que andou com Cristo
desde os últimos anos da sua adolescência na Galiléia até uma idade avançada na
província da Ásia Menor. Seu Evangelho contém o versículo mais conhecido do
Novo Testamento: João 3:16, que Martinho Lutero chama de “o evangelho em poucas
palavras”.
Se o Evangelho de João fosse o
único livro no Novo Testamento, mesmo assim proporcionaria alimento sólido (e
leite) da Palavra para uma vida inteira de estudo e meditação.
1.
Autoria. A evidência interna, de que o apóstolo João, filho de
Zebedeu, foi de fato o escritor, consiste em tal abundância
de provas, de diversos ângulos, que sobrepuja qualquer argumento em contrário.
Segundo Irineu(180 d.C), “João, o discípulo do Senhor, que aprendeu muito,
graças a sua grande proximidade com o Mestre, tenha ele mesmo publicado seu
Evangelho durante o período em que residiu em Éfeso, na Ásia. O autor foi
testemunha ocular da maioria dos eventos que descreve.
O escritor é mencionado como “o
discípulo a quem Jesus havia amado” (João 21:20,24). Ele era, evidentemente, um
dos três apóstolos mais íntimos que Jesus mantinha perto de si em várias
ocasiões, tais como na transfiguração (Mt 9:2), e na ocasião de sua angústia,
no jardim de Getsêmani (Mt 26:36,37). Destes três apóstolos, elimina-se Tiago
por ter sido morto por volta de 44 d.C., por Herodes Agripa I. Pedro é excluído
por ter o seu nome mencionado junto com “o discípulo a quem Jesus havia amado”
(João 21:20,21. Logo, João é sem dúvida o autor do Evangelho que leva o seu
nome.
2. Ênfase. O
Evangelho de Cristo segundo escreveu João é ímpar entre os quatro Evangelhos.
Relata muitos fatos do ministério de Jesus na Judéia e em Jerusalém que não se
acham nos Sinópticos, e revela mais a fundo o ministério da sua pessoa. Ele
deixa claro o propósito deste Evangelho, em 20:30,31: “Jesus, pois, operou
também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão
escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é
o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.
João constrói seu Evangelho em torno de sete
milagres públicos, ou “sinais”. Todos têm o propósito de mostrar que Jesus é
Deus:
a) A
transformação da água em vinho no casamento em Caná da Galiléia(João 2:9).
b) A cura do
filho do oficial do rei (João 4:46 – 54).
c) A cura do
paralítico no tanque de Betesda (João 5:2-9).
d) A
alimentação dos cinco mil homens (João 6:1-14).
e) O andar
de Jesus sobre as águas do mar da Galiléia
para salvar os discípulos da tempestade (João 6:16-21).
f)
A cura do homem cego de nascença (João 9:1-70.
g) A
ressurreição de Lázaro (João 11:1-44).
Além destes sete realizados em público, há um oitavo
sinal realizado apenas para os discípulos após a ressurreição: a pesca
milagrosa (João 21:1-14).
A cronologia do ministério terreno do Senhor é
elaborada a partir deste Evangelho. Com base nos outros três Evangelhos, pode
parecer que o ministério de Cristo durou apenas um ano. As referências às
festas anuais em João indicam uma duração de aproximadamente três anos. Observe
estas referências: a primeira Festa da Páscoa (João 2:12,13); “uma
festa” (João 5:1), possivelmente a Páscoa ou Purim; segunda(ou terceira)
Festa da Páscoa (João 6:4); a Festa dos Tabernáculos (João 7:2); a
Festa da Dedicação (João 10:22); e a última Festa da Páscoa (João
12:1).
João também é preciso nas referências temporais.
Enquanto os outros três escritores frequentemente se contentam com referências
aproximadas, João faz referencias específicas como a sétima hora (João
4:52), o terceiro dia (João
2:1), os dois dias (João 11:6) e
seis dias (João 12:1).
Um aspecto característico deste Evangelho é a
ocorrência do número sete e seus múltiplos. As ideias de perfeição e
plenitude estão ligadas a esse número aos longo das Escrituras ( cf. Gn 2:1-3).
Neste Evangelho o Espírito de Deus completa a revelação de Deus na pessoa de
Jesus Cristo; consequentemente, os padrões baseados no número sete são
frequentes.
Os sete “Eu sou” em João são familiares: “o
pão da vida” (João 6:35,41,48,51); “a luz do mundo” (João 8:12;9:5);
“a porta” (João 10:7,9); “o bom pastor” (João 10:11,14); “a
ressurreição e a vida” (João 11:25); “o caminho, e a verdade, e a vida” (João
14:6); e “a videira” (João15:1,5). Nem tão familiares são as sete
ocorrências de “Eu sou” sem um atributo, isto é, a simples afirmação:
João 4:26; 6:20; 8:24,28,58; 13:19; 18:5,8. A última é dupla.
No capítulo seis, que faz referência ao pão da vida,
a palavra grega traduzida por “pão” e “um pão ou pães” ocorre 21 vezes,
múltiplo de sete(versão Corrigida e Fiel). Também no discurso do pão da vida a
expressão “pão do céu” ocorre precisamente sete vezes; uma expressão
semelhante, “desce do céu”, ocorre também sete vezes.
Enfim, o propósito de João ao
escrever foi que seus leitores pudessem crer “que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e para que, crendo, tivesse vida em seu nome” (João 20:31).
3.
Características especiais. O Evangelho de João tem várias
características especiais que fortalecem a apresentação de seu tema principal.
Apresentamos aqui oito características especiais que destacam o Evangelho segundo
João (extraídas da Bíblia de Estudo Pentecostal):
a) Jesus
como “o Filho de Deus”. Do prólogo do Evangelho, com sua sublime declaração: “vimos
a sua glória” (João 1:14), até à sua conclusão na confissão de Tomé: “Senhor
meu, e Deus meu!” (João 20:28), Jesus é Deus, o Filho encarnado.
b) A palavra
“crer” ocorre 98 vezes, equivalente a receber a Cristo (João 1:12). Ao
mesmo tempo, esse “crer” requer do crente uma total dedicação a Ele, e não
apenas uma atitude mental.
c) “Vida
eterna” em João é um conceito-chave, referindo-se não tanto a uma
existência sem fim, mas à nova qualidade de vida que provém da nossa união com
Cristo, a qual resulta tanto na libertação da escravidão do pecado e dos
demônios, como em nosso crescimento contínuo no conhecimento de Deus e na comunhão
com Ele.
d) Encontro
de pessoas com Jesus. Temos neste Evangelho 27 desses encontros individuais
assinalados.
e) O
ministério do Espírito Santo, pelo qual Ele capacita o crente, comunicando-lhe
continuamente a vida e o poder de Jesus após sua morte e ressurreição.
f) A “verdade”.
Jesus é a verdade; o Espírito Santo é o Espírito da verdade, e a Palavra de
Deus é a verdade. A verdade liberta (João 8:32); purifica (João 15:3). Ela é a
antítese da natureza e atividade de Satanás (João 8:44-47,51).
g) A
importância do número sete neste Evangelho: sete sinais, sete sermões e sete
declarações “Eu sou” dão testemunho de quem Jesus é.
h) Também é
destacado, neste Evangelho, o emprego de outras palavras como: “luz”,
“palavra”, “carne”, “amor”, “testemunho”, “conhecer”, “trevas” e “mundo”.
Estas características ajudam a
mim e a você a sentirmos o valor do Evangelho. Estudos do único retrato deste
Evangelho sobre Jesus podem enriquecer nossa fé em Cristo e nos capacitar a
caminhar confiantemente, de mãos dados com nosso Senhor.
4. Esboço de João. De forma
resumida apresentamos o seguinte esboço. Existem vários.
a) Prólogo:
O primeiro advento do Filho de Deus (João 1:1-18).
b) O
primeiro ano de ministério do Filho de Deus (João 1:19-4).
c) O segundo
ano de ministério do Filho de Deus (João 5).
d) O
terceiro ano de ministério do Filho:Galiléia (João 6).
e) O
terceiro ano de ministério do Filho de Deus: Jerusalém (João7:1-10:39).
f)
O terceiro ano de ministério do Filho de Deus: Peréia (João
10:40-11:57).
g) O
ministério dos Filho de Deus aos seus (João 12-17).
h) O
sofrimento e a morte do Filho de Deus (João 18-19).
i)
O triunfo do Filho de Deus (João 20).
j)
Epílogo: O Filho de Deus ressurreto com os seus (João 21).
Com esta Aula concluímos uma
visão sinóptica dos quatros Evangelhos. Aprendemos que, juntos, os quatro
evangelhos nos dão uma concepção completa de Jesus, como o Rei ideal, o Servo
ideal, o Homem ideal e o Deus ideal.
-------
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof.
EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.
Panorama do Novo Testamento – ICI, São
Paulo, 2008).
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo
Testamento).
Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards
Paz seja convosco!
ResponderExcluirQuerido irmão Luciano,estava eu em minhas andanças pela internet e me deparei com um vídeo que já tinha visto a algum tempo atrás e que me chamou muito a atenção pela audácia de um certo camarada em desafiar, de certa forma, os nossos apologistas e mestres como Antônio Gilberto e Ezequias Soares.
Queria saber se o irmão já o viu e caso não tenha, o veja para me dizer algo a esse respeito.
Não sei se há alguma manifestação de Ezequias soares sobre esses vídeos, mas gostaria que isso fosse esclarecido.
Eis o título para visualizar no youtube:
A Verdade Sobre as Traduções Bíblicas Entrevista
Um abraço, amado!