1º Trimestre/2015
Texto Básico: Dt 5:6,7; 6:1-6
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é
o único Senhor” (Dt 6:4)
INTRODUÇÃO
A partir desta Aula estudaremos o Decálogo. Iniciaremos
com o Primeiro Mandamento: "Não terás
outros deuses diante de mim" (Éx 20:3; Dt 5:7). Este Mandamento vai
além da proibição à idolatria; é contra o politeísmo em qualquer que seja as
suas formas. Ele é o testemunho da singularidade e exclusividade de Deus, ou
seja, revela o Senhor em Seu caráter, Seu ser e Sua ação. A versão literal
deste Mandamento traz em si um problema no que se refere à tradução da
expressão "diante de mim",
que pode significar "ante minha face"
ou "acima de mim". Em ambos
os casos o resultado final é o mesmo: Deus não dará Sua glória a nenhum outro
deus, ou Sua honra a imagens de escultura (Is 42:8). O que se postula neste Primeiro
Mandamento é o fato de que nada menos do que a totalidade de nossas vidas deve
estar sob o senhorio do “SENHOR, nosso Deus”, Ele “é o único SENHOR” (Dt 6:4).
I. A AUTORIDADE DA LEI
1. O preâmbulo ao Decálogo. O
preâmbulo ao Decálogo expressa a soberania de Deus e o legítimo domínio sobre
Seu povo, Israel: "Eu sou o Senhor
teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Êx 20:2;
Dt 5:6). Por que Deus começa os Dez Mandamentos com um preâmbulo? Antes de
exigir deveres, antes de dar mandamentos, Deus liberta Seu povo. A primeira
ação de Deus é libertação, salvação - só depois vêm as exigências.
2.
O fundo histórico do Decálogo. O fundo histórico do
Decálogo é uma dupla afirmação e autodeclaração divina: "Eu
sou o Senhor teu Deus" e "Eu te tirei do Egito".
A primeira afirmação é uma declaração da autoridade divina. A segunda é uma
afirmação daquilo que Ele faz: "Eu
sou o teu libertador", uma declaração da salvação divina. Em outras
palavras: o fundo histórico dos Dez Mandamentos é o Evangelho.
3.
Verdades da autodeclaração divina (1). Em
hebraico se lê: "O Senhor, teu Deus,
sou eu". A ênfase está no "sou
eu". Javé significa "sou quem
eu sou" (Êx 3:14). Cinco
verdades, cinco atributos de Deus são revelados através desta
autodeclaração divina:
a)
Ele é o Deus e Senhor exclusivo (Josué 1:5). Ele é o Alfa e o Ômega,
o Primeiro e o Último, o Início, o Absoluto, a Suprema Autoridade, que tudo
ordena e exige. Isso traz luz ao homem perdido, que vive na obscuridade, sem o
Senhor dos senhores.
b)
Ele é o Deus pessoal: "Sou
teu Deus". "Teu" é
pronome possessivo. Deus está pronto a Se entregar totalmente, com toda
abnegação divina, e faz isso através de Seu único Filho, Jesus Cristo, que Se
entregou por nós. Por isso podemos dizer hoje: "Ele é meu Deus".
Nosso Deus, e Salvador, é um ser pessoal.
c)
Ele é o Deus de relações. Ele Se relaciona com aquilo que
criou. Quer ser nosso amigo, deseja comunicar-se conosco, deseja contato: fala
conosco e nos revela Sua vontade.
d)
Ele é o Deus presente e constante, que deseja nossa comunhão.
"Eu sou" significa que Ele
é no presente, e mais, Ele é onipresente. Deus é o mesmo hoje e sempre (Hb 13:8);
Ele não muda (Ml 3:6). Não é um Deus do passado, é um Deus presente nas
aflições do dia a dia (Salmo 46).
e) Ele
é o Deus fiel. Ele não muda de opinião ou propósito
eterno, é fiel a Si mesmo e a Seu plano eterno para com os homens. "Sou quem sou". Os homens podem mudar
de ideias, convicções ou propósitos; Deus não muda (Ml 3:6), Ele reina
soberanamente sobre todos de maneira sublime e irrevogável.
4.
As partes do Concerto: Deus
e Israel (2). “Eu
Sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”
(Êx 20:2; Dt 5:6). Estas Palavras são a fonte da Autoridade divina da Lei e o
preâmbulo de todo o Decálogo; elas identificam as partes do Concerto do Sinai.
É o termo legal de um pacto: de um lado,
o próprio Deus, o autor do Concerto; de
outro lado, Israel, o povo a quem Deus escolheu dentre todas as nações (Dt
4:37; 10:15).
Precisamos ouvir e acatar todas as Palavras
de Deus, pois elas revelam sua perfeita vontade. Quando Deus fala, quer ser
ouvido, deseja uma resposta de fé, compromisso, submissão, rendição e
obediência.
-
Precisamos atender a todas
Suas palavras com a devida reverência e merecida submissão. Moisés tirou as sandálias dos pés ao
aproximar-se de Deus (Êx 3:5,6). Isaías reconheceu
seu estado humano de impureza (Is 6:5-8). Ezequiel
caiu com o rosto em terra (Ez 1:28).
-
Precisamos nos lembrar de
todas Suas palavras. O que Deus fala merece ser lembrado porque Sua palavra
não é vã; antes, é nossa vida (Dt 32:47). Precisamos crer em todas Suas
palavras. Quando Deus fala, revela-se, comunica-se. Ele merece uma atenção e
resposta do homem. Essa resposta só pode brotar da fé; se brotar da ignorância
será uma ofensa a Deus. Precisamos amar todas Suas palavras. O salmista assim
se expressou: "Oh! quanto amo a tua lei" (Sl 119:97).
-
Precisamos ensinar Suas palavras a nossos filhos. Depois
de ter dado a lei moral pela segunda vez, Deus Jeová adverte o povo escolhido a
guardá-la em seus corações e a inculcá-la em seus filhos, e dela falar
assentando em suas casas e andando pelo caminho, e ao deitar-se e ao
levantar-se... (Dt 6:6-9).
- Precisamos
obedecer às todas Suas palavras. O fim da lei é a
obediência simples e incondicional; isso é visto claramente em Deuteronômio 6:1-25.
A simples obediência aos mandamentos do Senhor traz a bênção divina sobre nós (Dt
28:13). As bênçãos decorrentes da obediência são prosperidade espiritual,
física, doméstica, material (Dt 28:1-14: 7:12-26).
II. O PRIMEIRO MANDAMENTO
“Não
terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3).
Êxodo
20:2
é a introdução deste mandamento – “Eu sou
o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”.
Neste versículo é mostrado quem tirou Israel da servidão egípcia: O SENHOR.
Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, Ele exigia absoluta
prioridade a Ele: “não terás outros deuses diante de mim”.
Deus
proíbe o politeísmo que caracterizava todas as religiões do
antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses
doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Dt 32:29; Js
24:14,15).
Para
nós cristãos, este mandamento importa pelo menos três princípios:
Ø A nossa adoração deve ser dirigida
exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou
oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas falecidas, nem se
permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17:7; Dt 6:4; 1Co
10:19,20).
Ø Devemos plenamente nos consagrar a
Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra
inspirada, pode guiar a nossa vida (Mt 4:4).
Ø Nós cristãos devemos ter como propósito
na vida: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de
todas as nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para
a nossa vida (Mt 6:33; Fp 3:8; Cl 3:5).
1.
A versão inibidora e crítica do primeiro mandamento no Antigo Testamento (3).
"Não terás outros deuses diante de mim" atinge diretamente a
idolatria. Quando Deus fez essa proibição, Seu povo estava envolvido com o
bezerro de ouro (Êxodo 32).
Os
ídolos são artifícios em forma de imagens: nada são, não têm
nenhum préstimo, nada entendem, confundem-se, têm olhos e não veem, têm ouvidos
e não escutam, têm lábios e não falam, têm cabeças e não pensam, têm braços que
não se movimentam e pés que não andam; são deuses inúteis e sem vida, condenados
ao ridículo. Repetidas vezes encontramos a loucura da idolatria em termos sarcásticos
e enfáticos (Jr 2:26-28; 10:1-16; Is 40:18-20; 41:4-7; 44:9-20; Sl 115; 135).
Na
versão crítica ou negativa, o Primeiro Mandamento contém a condenação
explícita de qualquer forma de idolatria, seja visível ou invisível; além
disso, alveja o ateísmo ("não
precisamos de nenhum Deus", em vez de "necessitamos de Deus"), o
politeísmo ("precisamos de
muitos deuses", em vez de "precisamos somente de um Deus vivo e
poderoso sobre todos") e o formalismo
("precisamos somente de uma religião formal", em vez de "precisamos
de uma fé viva, que ama, teme e serve ao Senhor de todo coração, corpo,
espírito e alma”).
As seguintes referências bíblicas
mostram-nos ainda mais detalhadamente as implicações da versão inibidora do Primeiro
Mandamento:
a)
Êxodo 22:20 revela
que sacrificar aos deuses, e não somente ao Senhor, leva à destruição. Novamente
é enfatizada a exclusividade e singularidade de Deus Jeová. O sacrifício aos
deuses é uma calamidade que aniquila. Deve-se tomar o mandamento do Senhor a
sério, pois a simples inobservância conduz o homem imperdoavelmente à
derrocada.
b)
Êxodo 23:13 nos
conscientiza de que não devemos nos lembrar do nome de outros deuses, nem
usá-lo em nossa boca. Para o judeu, usar o nome de um indivíduo significa
relacionar-se e identificar-se com tal pessoa. O que Deus exige aqui é uma
radical separação cultural dos deuses pagãos.
c)
Êxodo 34:13,14 refere-se
às três espécies mais comuns de idolatria praticadas por Israel: altares, colunas
e postes-ídolos. Essas formas visíveis tornaram-se uma prática comum no
reino dividido (1 e 2 Reis). Por ser zeloso, Deus adverte o povo escolhido a
não adorar esses deuses (Êx 34:14). O Senhor não se refere a um ciúme divino,
mas ao testemunho da singularidade e exclusividade de Si mesmo. Em vez de
adorar deuses falsos, é necessário derrubar os altares, quebrar as colunas e
cortar os postes-ídolos. Isso aconteceu apenas duas vezes na história de
Israel: no reinado de Ezequias (2Rs 18:1-4) e no de Josias (2Rs 22:1,2; 2Cr 34:4),
e em ambos os casos o povo presenciou um avivamento espiritual.
d)
Êxodo 34:15-17 mostra
a relação entre os deuses fundidos e os casamentos mistos. Êxodo 34:16
emprega pela primeira vez a metáfora da prostituição espiritual com deuses
pagãos como resultado de casamentos mistos. O casamento com um parceiro pagão
leva-nos a quebrar, mais cedo ou mais tarde, o Primeiro Mandamento. Muitos
jovens cristãos têm se desviado do Deus vivo e verdadeiro por causa de um
namoro impuro ou um casamento misto.
Quando
esquecemos a aliança do Senhor nosso Deus e negligenciamos a devoção
diária, podemos ser levados a substituí-lo por alguma imagem esculpida ou por
algo de que o Senhor nos proibiu (Dt 4:23). Apostasia, esquecimento ou mornidão
espiritual são as doenças preponderantes deste século. Quando o Deus vivo e
verdadeiro é olvidado, volta-se para a superstição, misticismo e os cultos
esotéricos, que têm prosperado muito em nossos dias.
Repetidas vezes os profetas se levantam
contra a idolatria do povo de Deus (Is 57:5-8; Jr 2:20,24; 3:6; Ez 6:1-14),
condenando de forma específica a prostituição espiritual nos "lugares
altos", em Israel e Judá. As trágicas consequências da desobediência ao Primeiro
Mandamento foram: pestilência, morte, fome, rejeição, deportação, pragas e,
pior, separação da comunhão com o Senhor.
Conforme
Deuteronômio 11:16, existem
quatro quedas consecutivas no caminho da idolatria: o engano do coração, o
desviar-se, o servir a outros deuses e, finalmente, o prostrar-se diante deles.
O dinheiro e o poder estão entre os "deuses" deste século. Mamom foi o único "deus" que o
nosso Senhor chamou pelo nome. Muitos são os elementos produzidos por Mamom: o "deus" dinheiro, a
competição, o "deus" televisão, o "deus" internet, o mercantilismo
consumista, etc.
O problema hoje quanto à idolatria não se dá
no campo do politeísmo, pois a maioria da população, ao menos no Brasil, não
acredita nos deuses antigos. Mas se a questão for analisada do ponto de vista
dos "deuses" que disputam a atenção da nossa mente e coração, então a
coisa muda de figura. Portanto, o convite de Deus para o seu povo é o de amá-lo
de todo coração, com toda a força do pensamento e de toda a alma. Ele é o único
e eterno Deus das nossas vidas! Exigem-se vigilância
e oração para evitar a queda. Feliz o homem que guarda seu coração no
caminho do Senhor!
2.
A versão inibidora e crítica do Primeiro Mandamento no Novo Testamento (4).
Onde se encontra a versão proibitiva do Primeiro Mandamento no Novo Testamento?
As referências que seguem não apenas provam sua validade irrevogável, pelas
devidas reafirmações dentro dos ensinos de Jesus e dos apóstolos, mas também
ampliam o conceito de idolatria, estendendo-o a qualquer objeto ou item, mesmo
que invisível.
No
Antigo Testamento, a feitiçaria era praticamente limitada a
fetiches exteriores, visíveis, tais como deuses de madeira, pedra, bronze,
prata, ouro, e a cartomantes, médiuns, etc. Já o Novo Testamento amplia a feitiçaria, incluindo deuses interiores
invisíveis e não tangíveis, tais como imagem humana (Rm 1:18ss.), glutonaria
(Fp 3:19), ambição, domínio, sabedoria humana, posição, atitudes, orgulho
(problema coríntio), avareza (Cl 3:5) ou riqueza (Mt 6:24).
Daí, podemos concluir que quebrar o Primeiro
Mandamento significa cultuar qualquer coisa visível ou invisível, exterior ou
interior, pessoal ou impessoal. O apóstolo Paulo é até irônico ao escrever aos
coríntios: "... sabemos que o ídolo
de si mesmo nada é" (1Co 8:4). Com isto ele polemiza a questão, não
querendo dizer que os ídolos não são uma realidade, mas que eles não possuem
nenhuma divindade em si.
Na
Carta aos Gálatas encontramos a versão crítica do Primeiro Mandamento,
na passagem onde se diz que outrora, quando não conheciam a Deus, os gálatas
haviam servido a deuses que por natureza não o são (Gl 4:8). No contexto,
percebe-se que Paulo provavelmente se referia à astrologia, em que dias, meses, tempos e anos são observados
conforme a constelação das estrelas (Gl 4:10).
Na
primeira Epístola aos Coríntios a versão crítica do
Primeiro Mandamento é mencionada por Paulo com grande abrangência. Paulo alude
a esse mandamento várias vezes: o apóstolo ensina
que o idólatra sofrerá dano maior do que o apedrejamento, pois não herdará o
reino de Deus (1Co 6:9); revela a
nulidade dos deuses falsos (1Co 8:4); associa
a idolatria à comida, à bebida e ao divertimento religioso da forma como eram
praticados no templo da deusa vênus, em Corinto (1Co 10:7); recomenda-nos a fugir da idolatria (1Co
10:14); e afirma, novamente, que o
sacrificado ao ídolo não tem nenhum valor moral ou salvífico (1Co 10:19).
O
capítulo 10, versículo
20, é a referência mais radical da Epístola de 1Coríntios: Paulo identifica
o sacrifício aos ídolos com as oferendas
aos demónios. Embora os ídolos em si não sejam necessariamente idênticos a
demônios específicos, existe uma dimensão demoníaca na idolatria, isto é,
Satanás, que age por trás e através da idolatria.
Finalmente,
em 1Co 12:2 temos uma referência a ídolos mudos, isto é,
deuses falsos que não falam, que não têm condições de expressar sua vontade,
mas que mesmo assim, têm condições de "guiar", ainda que para o caminho
errado. É o "guiar" do pensamento gentílico.
Efésios
5:5
repete o pensamento de 1Coríntios 6:9, isto é, que nenhum idólatra tem herança
no reino de Cristo e de Deus. Paulo reafirma as consequências da não-observância
do Primeiro Mandamento: nenhuma herança no reino de Cristo, exclusão de Seu
amor, de Seu cuidado e da vida eterna.
A
última palavra do apóstolo João aos cristãos da Ásia Menor
foi uma advertência contra a quebra do Primeiro Mandamento: "guardai-vos dos ídolos" (1João 5:21).
Este mandamento era tão importante e significativo para o apóstolo que a última
frase da carta é uma afirmação de sua validade.
3.
Forma positiva de obedecer ao Primeiro Mandamento (5).
Dos Dez Mandamentos, oito foram formulados começando com o advérbio "não". Apenas o quarto e o quinto
são positivos. A fórmula predominante no Decálogo é proibitiva. Mas é notável
observar que no testemunho do Antigo Testamento encontramos repetidas vezes, e em
forma explicativa, a versão positiva dos oito mandamentos formulados
negativamente. Portanto, na interpretação e aprendizagem dos Dez Mandamentos
precisamos sempre procurar sua versão construtiva e afirmativa.
Vejamos, então, algumas formas
positivas de obedecer ao Primeiro Mandamento.
a)
Confiar na suficiência de Deus. A versão positiva é
evidente nesta frase: “Não terás outros
deuses". Não temos motivos para querer outros deuses ou precisar
deles. Se Deus nos é suficiente, confiamos e esperamos somente nEle. Se temos
um problema para resolver, uma decisão a tomar, oramos, acreditando que Ele nos
guia, como Pedro sugeriu: "... lançando
sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe
5:7).
Para
aquele que crê na suficiência de Deus, restam apenas palavras de
gratidão e adoração. Salomão orou:
"Ó Senhor Deus de Israel, não há
Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a
aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti"
(1Rs 8:23).
A
crença na suficiência de Deus também caracteriza a
oração do rei Ezequias relatada em
2Reis 19:15-19 e em Isaías 37:16-20. Nela, o rei Ezequias expressa sua total fé
na suficiência, singularidade e exclusividade do Deus Javé: "Ó Senhor Deus de Israel, que está
entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da
terra; tu fizeste os céus e a terra" (2Rs 19:15; Is 37:16b).
b)
Ser fiel a Deus. A fidelidade a Deus é outra forma positiva de
obedecer ao Primeiro Mandamento. A história de Daniel mostra-nos o piedoso
profeta na corte babilônica; em meio a tanta idolatria, superstição e
desobediência, ele se manteve fiel a Deus mediante uma vida de oração. Três
vezes ao dia ele dirigia o olhar pela janela aberta de seu quarto em direção ao
templo em Jerusalém, lembrando o lugar da presença de Deus, e orava. Fidelidade,
a despeito de superstição e de paganismo que circundava a babilônia. Quem é meu
Senhor? Em quem eu confio? Diante de quem tremo? Estas são as perguntas de Daniel
e de todo o Primeiro Mandamento. Nós afirmamos: Deus é nosso Senhor e ninguém
mais, nenhum ser humano, nem Satanás, nenhuma religião, nenhuma superstição, nem
o dinheiro, etc. Prestamos fidelidade somente ao Deus Jeová e ao Bendito Senhor
Jesus Cristo que nos salvou.
c) Adorar
ao Senhor. A adoração verdadeira é outra maneira
legítima de cumprir o Primeiro Mandamento. Em vez de adorar ídolos,
reverenciemos a Deus, e só a Ele. Cultivar conscientemente Sua adoração nos
guarda do mal, da queda, da desobediência e da frustração espiritual. Onde há
ingratidão, onde domina a crítica e o espírito de desobediência, o verdadeiro
culto é rapidamente esquecido. O perfeito louvor é de suma importância para o
desenvolvimento espiritual. Numa época em que a frieza espiritual predominava
nos corações dos israelitas e os levitas desobedeciam a Deus, Elcana
e Ana mantiveram viva sua fé por meio da adoração fiel. Todo ano eles subiam
a "adorar e sacrificar ao Senhor dos
Exércitos em Siló" (1Sm 1:3), e Deus honrou a veneração deles com o
nascimento do profeta Samuel, que chamou o povo de volta à obediência ao Primeiro
Mandamento (1Sm 1:19; 2:21; 3:8).
CONCLUSÃO
Diante do exposto podemos afirmar que o
Primeiro Mandamento é muito mais que uma simples apologia ao monoteísmo, mas
diz essencialmente o que Jesus nos ensinou: “Ninguém pode servir a dois
senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e
desprezará o outro” (Mt 6:24).
Amém?
----
Luciano
de Paula Lourenço - Disponível
no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia
de Estudo Pentecostal.
Bíblia
de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista
Ensinador Cristão – nº 61. CPAD.
Eugene
H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.
Hans
Ulrich Reifler. A ética dos dez Mandamentos. Vida Nova.
Paul
Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo
G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
(1) Hans Ulrich Reifler. A ética dos dez
Mandamentos. Vida Nova.
(2) Ibidem.
(3) Ibidem.
(4) Ibidem.
(5) Ibidem.
Esequias Saores. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD.
"É válido ressaltar que não há condenação para confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração".
ResponderExcluirmeu querido irmão Luciano, diante dessa afirmação, como podemos entender o texto de Dt 27:15? "'Maldito quem esculpir uma imagem ou fizer um ídolo fundido, obra de artesãos, detestável ao Senhor, e levantá-lo secretamente'.
Todo o povo dirá: 'Amém!'"
Prezado irmão Borges, o próprio versículo já responde a tua pergunta: “...e a puser em um lugar escondido! E todo o povo responderá e dirá: Amém!”. Colocar em “lugar escondido” não deve ser para fins de decoração do ambiente, e sim para veneração. “E todo o povo responderá e dirá: Amém” justifica isso.
ExcluirAmém?