4º
Trimestre/2017
Texto Base:
Atos 2:37-41
"E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo" (At.2:38).
Nesta Aula trataremos a
respeito da fé salvífica e do arrependimento. Veremos que fé para a salvação é
implantada em nossos corações pelo Espírito Santo a fim de que venhamos a
receber a dádiva da salvação. Deus deseja que todos sejam salvos, contudo é
necessário fé e arrependimento. Primeiramente o Espírito Santo faz nascer no
coração do ser humano incrédulo a fé em Jesus e no seu sacrifício vicário; depois,
o mesmo Espírito convence a pessoa dos seus pecados, do juízo e da justiça de
Deus, gerando o arrependimento. Arrependido e convertido, o Espirito Santo
torna essa pessoa em uma nova criatura, justificando-o e tornando-o apto a
fazer parte do Reino de Deus.
I.
ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO
1. Definição de
arrependimento. O que é arrependimento? É uma mudança de direção - conversão (ler
1Ts.1:9), mudança de mente, transformação do pensamento, da consciência, das
atitudes, como afirma o apóstolo Pedro: “Como filhos obedientes, não
vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância”(1Pd.1:14).
Se o homem diz que está salvo, mas, continua conformado e não procura mudar
seus hábitos, ou costumes, alguma coisa deve estar errada. Quando eu recebo Jesus
Cristo como meu Senhor e Salvador, eu estou dando as costas para a velha vida.
Quando
se passa pelo verdadeiro arrependimento há uma tristeza sincera pelo pecado
praticado (2Co.7:10) e posterior compromisso de abandoná-lo para abraçar a
vontade de Deus. O verdadeiro arrependimento nada
significa se produz apenas algumas lágrimas, um espasmo de pesar, um pequeno
susto. Precisamos abandonar os pecados dos quais nos arrependemos e andar em um
caminho novo e de santidade.
2. O arrependimento na vida cotidiana. O verdadeiro arrependimento implica na mudança de atitude e conduta
daquele que pecou, e isto não acontece somente no dia da conversão, mas na vida
cotidiana, de forma contínua. A orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e
não peques mais” (João 8:11). Deus restaura o pecador que verdadeiramente se
arrepende e muda de atitude.
Na época de Neemias, o povo judeu estava desviado dos caminhos do
Senhor. Mas, no capítulo 8 de Neemias, vemos que o povo se reuniu para ouvir a
Palavra. A leitura, a explicação e a aplicação da Palavra trouxeram choro pelo
pecado (Ne.8:9). Este é um dos efeitos da Palavra de Deus no coração daqueles
que a ouvem; ela produz quebrantamento, arrependimento e choro pelo pecado. Arrependimento
começa com choro, humilhação e quebrantamento diante de Deus (2Cr.7:14). Aliás,
arrependimento é a tristeza profunda e suficiente para não repetir o erro.
Quanto mais você lê e entende a Palavra de Deus, mais perto de Deus você
fica; logo, mais consciência você tem de que é pecador e mais chora pelo
pecado. O emocionalismo é inútil, mas a emoção produzida pelo entendimento é
parte essencial do cristianismo. É impossível compreender a verdade sem ser
tocado por ela. Não podemos adorar o Rei da glória antes de contemplarmos a
triste realidade do nosso pecado. O choro do povo judeu à época de Neemias não
foi mero remorso, pois as atitudes e gestos que eles demonstraram pregam um
sincero arrependimento; o povo jejuou e cobriu-se com pano de saco. Esses são
sinais de contrição, arrependimento e profundo quebrantamento. O povo
reconheceu o seu pecado. O verdadeiro arrependimento resulta em
mudança de vida, uma mudança contínua.
Nestes
últimos dias da Igreja, vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento
e pouco quebrantamento. Estranhamente, vemos a pregação da fé sem o
arrependimento e da salvação sem a conversão. O pragmatismo com a sua
numerolatria está em voga hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação
bíblica para alcançar um número maior de pessoas; pregam o que o povo quer
ouvir e não o que ele precisa ouvir; pregam sobre cura e prosperidade e não
sobre salvação; pregam para agradar e não para conduzir ao arrependimento.
Desta forma, multidões estão entrando para a igreja sem conversão. A Palavra de
Deus tem sido deixada de lado para atrair as pessoas, e isso é muito danoso.
3. A ação do Espírito Santo no arrependimento. O Espírito Santo opera
o arrependimento na conversão do ser humano. Está escrito que é o Espírito
Santo quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). É
preciso, no entanto, entender que o Espírito Santo não força a vontade de
ninguém. Ele só age quando alguém lhe dá oportunidade para isso. Quando o homem
reconhece ser um pecador, já é uma abertura para o Espírito Santo iniciar o seu
trabalho. Então, ele começa convencendo o homem do seu estado pecaminoso que
desagrada a Deus e que, em tal situação, está sujeito a castigos eternos.
Porém, com o arrependimento virá o perdão e consequentemente a purificação
dos pecados, a justificação e, em seguida, o cumprimento das promessas divinas
(cf. Rm.5:9).
As necessidades
espirituais do ser humano são inúmeras. O homem vive em um mundo de pecado,
contaminado com vícios, erros de todas as espécies, mentiras, prostituição,
imoralidade. Rodeado por tantos males, não tem condições de livrar-se destas
coisas. Ele é um escravo do pecado (Sl.109:26). Por esse motivo, precisa de um
poder sobrenatural que o ajude a libertar-se de tal situação que se torna um
jugo muito pesado, cada vez pior. E o Espírito Santo está pronto para atuar em
favor dessa pessoa (Rm.8:26). Contudo, é preciso que ela compreenda e aceite a
ajuda oferecida e também se esforce para que a recuperação seja completa.
II. A FÉ COMO
UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO
“Fé” é uma das menores
palavras da Bíblia Sagrada em língua portuguesa, mas seu tamanho é inversamente
proporcional ao seu profundo significado. A fé é uma doutrina chave no
cristianismo. O pecador é salvo pela fé (Ef.2:8,9), o justo vive pela fé (Rm.1:17).
Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6). Tudo o que é feito sem fé é
pecado (Rm.14:23). Em Hebreus 11 encontramos a galeria da fé, em que homens e
mulheres creram em Deus, viveram e morreram pela fé. Fé é a confiança de que a
Palavra de Deus é verdadeira, não importam as circunstâncias.
A palavra “fé” traduz
conceitos fundamentais, essenciais na revelação de Deus ao homem através da sua
Palavra, e não é de admirar, portanto, que a palavra tenha servido para
expressar diferentes conceitos. É essencial que saibamos distinguir os diversos
significados que a palavra “fé” traduz. Vejamos alguns.
1. A Fé natural. A Fé Natural é a chamada
fé esperança, fé intelectual. Esta fé nasce com o homem, faz parte da natureza
humana. Esta é a fé que dá ao homem motivação para lutar, para progredir, para
superar dificuldades. Quando o homem perde a fé natural, ele cai no desânimo,
perde a vontade de viver, de lutar. Aconteceu com a maioria dos chamados
“moradores de rua”. É ela que faz com que o homem seja um ser religioso, faz
com que ele creia sempre em algo, ou alguém superior a ele. Ouvindo falar de um
Deus Criador, ele, com facilidade, crê na sua existência – “Tu crês que há um
só Deus? Fazes bem...”(Tg.2:19), ou seja, nisto não há nada de excepcional; e
Tiago acrescenta: “... também os demônios o creem e estremecem”; isto significa
que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa.
A Fé natural não leva o
homem a Deus e nem trás Deus ao homem. A Fé Natural não pode se transformar em
Fé Espiritual, ela só atua na esfera material. Ela não pode ajudar o homem a
compreender e a adquirir os bens espirituais. Ela não pode ser definida como
“firme fundamento das coisas que se esperam”, porque está sujeita à falhas.
Dentre os exemplos de Fé natural
podemos citar a do agricultor, ou lavrador. Se o agricultor não tiver Fé natural,
ele não semeia, conforme afirmou Salomão: “Quem observa o vento, nunca semeará,
e o que olha para as nuvens nunca segará”(Ec.12:4). Isto significa que ele não
pode ficar na dependência do tempo, se vai chover, se vai fazer sol. O tempo
passa. Ele tem que acreditar, ter fé, lançar a semente, crer que haverá uma
colheita abundante e esperar. Mas, nada pode lhe garantir que haverá colheita.
A Fé natural não se apoia num firme fundamento, e, pode falhar. Uma praga, a
falta ou excesso de chuva pode prejudicar, e até destruir toda colheita. Isto
diferencia muita da Fé espiritual, que é “o firme fundamento das coisas que se
esperam, e a prova das coisas que se não veem”(Hb.11:1). A Fé espiritual só
pode ser recebida como dom de Deus, através de sua Palavra. Isto acontece no momento
da Conversão, ou do Novo Nascimento. Somente o homem nascido de novo possui a Fé
espiritual.
2. A Fé salvífica. É a crença de que Jesus
é o único e suficiente Senhor e Salvador de nossas vidas. Quando alguém dá
crédito à pregação do Evangelho, considera-se um pecador, se arrepende dos
pecados, crê que Jesus pode perdoá-lo e se submete à vontade de Deus, crendo
que Jesus pode dar-lhe a vida eterna e levá-lo ao céu, age com a “Fé salvadora”
ou “Fé salvífica”. Esta Fé não nasce no homem, mas é dom de Deus (Ef.2:8), e se
origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17). Através da Palavra de
Deus(Rm.10:17), o Espírito Santo convence o homem do pecado, da morte e do
juízo (João 16:8-11) e, deste modo, o homem crê e, mediante esta Fé, é
justificado (Rm.5:1), ou seja, posto numa posição de justo diante de Deus, o
que lhe permite ter paz, isto é, comunhão com Deus, sendo vivificado em Cristo.
Esta Fé é a que concede salvação para o homem. Embora um dom de Deus, a Fé
precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação.
3. A Fé Ativa. É a confiança absoluta
em alguém ou em algo. É precisamente este o significado em que se deve entender
fé enquanto “Fé ativa”. Esta Fé é exercida diariamente pelo salvo, após ter
aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador. Trata-se da atitude de confiança em
Deus, de crédito à sua Palavra, às suas promessas. Somente podemos dizer que
temos fé se dermos crédito à Palavra de Deus, e dar crédito à Palavra de Deus é
fazer o que Ele manda ali. Esta Fé é o combustível que nos leva a caminhar em
direção a Jerusalém celestial. É o elemento que nos faz superar todos os
obstáculos e a enxergar as circunstâncias sob o prisma espiritual. Foi esta Fé que
fez com que os antigos vencessem todas as dificuldades, como nos mostra o
escritor aos Hebreus no “capítulo da fé” (o capítulo 11 da epístola aos
Hebreus). É esta Fé que nos faz vencer o mundo (1João 5:4).
4. A Fé morta
(Tg.2:14-17). Quais são as características de uma fé morta? O Rev. Hernandes Dias
Lopes, em seu livro “Tiago – transformando provas em triunfo”, classifica as
características de uma fé morta da seguinte maneira:
a) Uma fé que não
desemboca em vida santa. A fé morta está divorciada da prática da piedade. Há um hiato, um abismo
entre o que a pessoa professa e o que a pessoa vive. Ela crê na verdade, mas não
é transformada por essa verdade. A verdade chegou à sua mente, mas não desceu ao
seu coração. É um erro pensar que apenas recitar ou defender um credo ortodoxo
faz de uma pessoa um cristão. Assentimento intelectual, apenas, não é fé
salvadora. A fé que não produz vida, que não gera transformação, é uma fé
espúria (cf. Mt.7:21). Certo pastor, ao ser confrontado em razão de seu
adultério, respondeu: "E daí se eu estou cometendo adultério? Eu prego
melhores sermões do que antes". Esse homem estava dizendo que enquanto ele
acreditasse e pregasse doutrinas ortodoxas, não importava a vida que ele
levava. Isto é fé morta, e Tiago ataca esse tipo de fé. As igrejas estão cheias
de pessoas que dizem que creem, mas não vivem o que creem. Isso é fé morta.
b) Uma fé meramente
intelectual. A pessoa consente com certas verdades, mas não é transformada por elas. Em
Tiago 2:14, Tiago pergunta: "Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?". Quando
Tiago usa a palavra semelhante, ele está falando de um certo tipo de fé, ou seja,
a fé apenas verbal em oposição à fé verdadeira. Ainda neste texto, ele
pergunta: "Que proveito há, meus irmãos, se alguém disser que tem fé e não
tiver obras?". A fé aqui descrita existe apenas na base da pretensão. A pessoa
diz que tem fé, mas na verdade não tem. As pessoas com uma fé morta substituem
obras por palavras. Elas conhecem as doutrinas, mas elas não praticam a
doutrina. Elas têm discurso, mas não têm vida. A fé está apenas na mente, mas
não na ponta dos dedos.
c) Uma fé que não produz
frutos dignos de arrependimento. Essa fé é ineficiente, inoperante e não produz nenhum resultado. Ela tem
sentimento, mas não ação. Tiago dá dois exemplos para ilustrar a fé morta (Tg.2:15,16).
Um crente vem para a igreja usando roupas emprestadas e sem comida. Uma pessoa
com uma fé morta vê essa situação e não faz nada para resolver o problema do
irmão necessitado. Tudo o que ele faz é falar algumas palavras piedosas (Tg.2:16).
Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1João 3:17,18).
O sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé, mas não demonstraram a sua
fé (cf. Lc.10:31,32). Essa fé intelectual, inútil, incompleta e morta não salva
ninguém. Ortodoxia sem piedade produz morte. Não podemos ser cristãos e, ao mesmo
tempo, ignorar as necessidades dos outros. Não podemos ser indiferentes às necessidades
do próximo e ainda professar que somos cristãos.
5. Os benefícios da fé. Muitos são os benefícios
da fé, mas o principal benefício registrado nas Escrituras Sagradas é a
Salvação, a vida eterna com Cristo. Crer no Filho de Deus leva à vida eterna
(João 3:16). As pessoas não são salvas pelas obras; também não são salvas pela
fé adicionada às obras; somos salvos somente por meio da fé (Ef.2:8). No
momento em se inclui obras de qualquer qualidade ou quantia como meio de alcançar
a vida eterna, a salvação deixa de ser pela graça (Rm.11:6). A salvação é pela
graça, mas a fé é o elemento indispensável para obtê-la.
Uma razão pela qual as
obras são absolutamente excluídas é evitar que alguém se glorie. Se alguém
pudesse ser salvo por suas obras, então teria razão de se gloriar perante Deus.
Em contraste com as obras, a fé exclui a jactância (Rm.3:27), porque sendo a
salvação unicamente pela fé não há nenhum lugar para méritos. Ter fé no Senhor
Jesus é a coisa mais saudável, mais racional que se pode fazer. Confiar no
Criador e Redentor é ser lógico e racional. Se não podemos confiar nele, em
quem mais podemos confiar?
III. O
ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO
O arrependimento e a fé são os dois
elementos essenciais da conversão. Embora o arrependimento por si só não possa
salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tomar consciência da ênfase
deste sobre aquele. Deus anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se
arrependam (At.17:30). A mensagem inicial de João Batista (Mt.3:2), de Jesus
(Mt.4:17) e dos apóstolos (At.2:38) era: “Arrependei-vos”. Todos devem
arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm.3:23).
1. Arrependimento - condição para a salvação. Não há salvação sem arrependimento. Ninguém entra
no céu sem antes saber que é um pecador. Jesus afirmou que para fazer parte do
Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt.4:17).
No dia de Pentecostes, tamanha foi o
poder de persuasão do Espirito que, mesmo sem Pedro ter feito um convite ou
apelo, seus ouvintes perguntaram: “Que faremos, irmãos?”. A pergunta foi
motivada por um sentimento profundo de culpa. Perceberam que Jesus, o qual
haviam crucificado, era o Filho amado de Deus. Esse Jesus havia sido ressuscitado
dentre os mortos e se encontrava exaltado no céu. Como, então, seus assassinos
poderiam escapar do julgamento e da condenação eterna? Pedro responde:
“Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados” (At.2:37,38).
Alguns dos judeus haviam se dado
conta de seu erro e, por meio do arrependimento, reconhecido seu pecado diante
de Deus. Ao crer no Senhor Jesus como seu Salvador, foram regenerados e
receberam o perdão dos seus pecados. Observe que Pedro se dirigiu a um grupo
extremamente religioso, pois todo aquele povo tinha ido a Jerusalém para uma
festa religiosa; mas, a despeito dessa religiosidade, eles precisavam
arrepender-se para serem salvos.
Hoje, a pregação do arrependimento
está desaparecendo dos púlpitos. Precisamos arrepender-nos da nossa falta de
arrependimento. O brado de Deus que emana das Escrituras ainda é:
“Arrependei-vos!”. Esta foi a mensagem mais forte de João batista, de Jesus e
dos apóstolos. Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que
prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso
houvesse roubado alguém (Lc.19.8). Diante desta fé e arrependimento, ele pôde
ouvir do Senhor: "Hoje, veio salvação a esta casa" (Lc.19:9).
Vemos hoje uma mudança desastrosa na
pregação. Tem-se pregado muito sobre libertação e quase nada sobre arrependimento.
Os pregadores berram dos púlpitos/palanques, dizendo que as pessoas estão com
encosto, mau-olhado e espírito maligno. Dizem que elas precisam ser libertadas.
Mas essa pregação é incompleta, pois, ainda que as pessoas estejam realmente
possessas e sejam libertadas dessa possessão, o seu problema não está de todo
resolvido, pois a Bíblia diz que todos pecaram e carecem da glória de Deus. O
ser humano é culpado diante de Deus e, por isso, precisa arrepender-se. Precisa
colocar a boca no pó e depor as suas armas. Sem arrependimento, o mais virtuoso
ser humano não pode ser salvo. O pecado não é tanto uma questão do que fazemos,
mas de quem somos. O homem não é pecador porque peca; ele peca porque é
pecador. Nossa natureza é pecaminosa.
2. Salvação por meio da Fé - “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef.2:8). A salvação
é pela graça, mas também “por meio da fé”. É a graça que nos salva pela
instrumentalidade da fé. É bem conhecida a expressão usada por Calvino: “A fé
traz a Deus uma pessoa vazia para que se possa encher das bênçãos de Cristo”. É
muito importante ressaltar que Paulo não está falando de qualquer tipo de fé. A
questão não é a fé, mas o objeto da fé. Não é fé na fé. Não é fé nos ídolos.
Não é fé nos ancestrais. Não é fé na confissão positiva. Não é fé nos méritos.
É fé em Cristo, o Salvador.
3. Arrependimento e conversão. A conversão é obra
do Espírito Santo na vida do homem. É o Espírito Santo quem convence o pecador
do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), não sendo uma tarefa que se faça
por força ou violência (Zc.4:6). O violento e zeloso Paulo, que, por meio de
ameaças e mortes, procurava levar os cristãos judeus de volta ao judaísmo,
descobriu que a transformação do homem se dá pelo Espírito Santo. Paulo é um
exemplo impressionante da graça de Deus, que causou efeitos tão grandiosos,
agarrando um rebelde obstinado como ele e transformando-o completamente de
“lobo em cordeiro”.
A graça divina faz com que os seres
humanos sejam verdadeiramente humanos. É o pecado que encarcera; a graça
liberta. A graça de Deus nos liberta da escravidão do nosso orgulho,
preconceito e egocentrismo, fazendo-nos capaz de nos arrepender e mudar a
direção da nossa vida, ou seja, cessar antigas tradições e modos de vida
abomináveis e pecaminosos, assumindo a virtude e a ética do Reino de Deus
ensinadas por Cristo Jesus; ou seja, uma pessoa arrependida e convertida é uma
nova criatura (2Co.5:17). Desta feita, não podemos fazer outra coisa, senão
engrandecer a graça de Deus que teve misericórdia de criaturas tão orgulhosas,
rebeldes e obstinadas como nós.
CONCLUSÃO
A queda do ser humano foi uma grande
tragédia para toda a humanidade, e a única maneira de sermos salvos dessa
tragédia é entregando-se a Cristo como único Senhor e Salvador de nossa vida e
aceitando a sua obra salvífica no Calvário. Não há verdadeira conversão se não
houver a fé autêntica na pessoa bendita de Jesus Cristo. Ao crente que
experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado de tudo
aquilo que vem inibir a sua comunhão com Deus, e ser motivo de sua perdição.
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Luciano
de Paula Lourenço
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 72. CPAD.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática Atual e
exaustiva.
Claiton Ivan Pommerening. Obra da Salvação. CPAD.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. As Doutrinas da Graça
de Deus. Portal EBD.2006.
Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento.
CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Tiago, transformando
provas em triunfo. Hagnos.
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