4º
Trimestre/2017
Texto Base:
Romanos 5:6-10,15,17,18,20; 11:6
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos a
respeito da graça salvadora de Deus. A Salvação do homem não se dá por nenhum
mérito humano, mas que ela é resultado do favor divino, um favor que o homem,
por ter pecado, não merece receber. Este favor imerecido é a Graça de Deus.
Como diz o apóstolo Paulo aos efésios: “...pela graça sois alvos, por meio da
fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”(Ef.1:8). Portanto, a nossa salvação é
resultado desta graça, ou seja, do favor imerecido de Deus à humanidade
pecadora. A graça de Deus traduz a bondade do Senhor e o seu desejo de
favorecer o homem, de ser misericordioso com o ser humano, ainda que o homem
não mereça esta benevolência divina, vez que pecou e se rebelou contra o seu
Criador. Mas, apesar do pecado, Deus mostra seu amor em relação ao ser humano,
por intermédio da sua graça. A todos quantos crerem na Obra do Filho, Deus
permite que venha novamente a ter comunhão com Ele, ainda que imerecidamente. É
este favor imerecido que consiste na maravilhosa graça de Deus.
I. LEI E GRAÇA
A Lei e a Graça são
opostas; apesar de serem opostas, elas se complementam. A lei cumpre seu papel
no propósito de preparar o homem a receber pela fé a promessa. A lei toma o pecador
pela mão e o leva a Cristo. A força da lei está em que ela define o pecado; sua
debilidade está em que ela nada pode fazer para remediar o pecado. Portanto, o propósito
da lei é revelar o pecado em vez de removê-lo.
Segundo afirma o Rev.
Hernandes Dias Lopes, a Lei é como um espelho que mostra a sujeira do nosso
rosto, mas não a remove; é como um prumo que mostra a sinuosidade da nossa
vida, mas não a endireita; é como uma luz que mostra o obstáculo do caminho,
mas não o remove; é como uma tomografia computadorizada que mostra os tumores escondidos
em nossas entranhas, mas não é o bisturi que faz a cirurgia.
1. O propósito da Lei. O propósito da Lei não é
salvar, mas convencer o homem do seu pecado, tomá-lo pela mão e levá-lo ao
Salvador. A Lei torna o homem consciente do seu pecado e de sua condenação.
Paulo disse: “Até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é
levado em conta quando não há lei” (Rm.5:13); “Pela Lei vem o pleno
conhecimento do pecado” (Rm.3:20); “...onde não há lei, também não há transgressão”
(Rm.4:15); “...eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei”
(Rm.7:7).
O pacto da Lei, firmado
no Monte Sinai entre Israel e Deus, não teve a intenção de ser meio de
salvação. Foi celebrado com Israel depois de sua redenção alcançada mediante
poder e sangue. Deus já havia restaurado Israel à justa relação com ele,
mediante a graça. Israel já era seu povo. O Senhor desejava dar-lhe algo que o
ajudasse a continuar sendo seu povo e a ter uma relação mais íntima com ele. O
motivo que levasse a cumprir a lei haveria de ser o amor e a gratidão a Deus
por havê-los redimido e feito filhos seus.
Os israelitas prometeram
solenemente cumprir toda a Lei (cf. Êx.19:5-8), mas não perceberam quão fraca é
a natureza humana nem quão forte é a tendência para pecar. Séculos depois,
parece que se esqueceram de que estavam obrigados pelo pacto a obedecer.
Imaginaram que o pacto era incondicional e que bastava ser descendente de
Abraão para gozar do favor divino (vide Jr.7:4-16; Mt.3:9; João 8:33). Embora a
salvação de Israel fosse um dom de pura graça, podia, contudo, ser perdida pela
desobediência.
Em geral são estes os
propósitos da Lei:
· Proporcionar uma norma
moral pela qual os redimidos possam demonstrar que são filhos de Deus e viver
em justa relação com seu Criador e com o próximo.
· Demonstrar que Deus é
santo e ele exige a santidade de toda a raça humana.
· Mostrar à humanidade seu
estado pecaminoso e fazê-la entender que somente mediante a graça pode
ser salva (Gl.3:24,25).
Enfim, a Lei era um
mestre para ensinar a Israel através dos séculos e ajudá-lo a permanecer em contato
com Deus (Gl.3:24). Mas, junto com a lei foi instituído um sistema de
sacrifícios e cerimônias para que o pecado fosse retirado. Assim se ensinou que
a salvação é pela graça. Os profetas posteriores demonstraram que, sem fé e
amor, as formas, cerimônias e sacrifícios da Lei de nada valiam (Mq.6:6-8; Amós
5:21,24; Oséias 6:6; Is.1:1-15).
2. A Lei nos conduziu a Cristo. Afirma o apóstolo Paulo:
“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que,
pela fé, fôssemos Justificados” (Gl.3:24). “Aio”, no grego “paidagogos”,
significa literalmente “tutor, guia, guardião de crianças”. O “paidagogos” era encarregado dos meninos
entre 6 e 16 anos, cuidando do seu comportamento e acompanhando-o sempre que
saísse de casa. Vale ressaltar que o “aio”
não era o pai da criança; seu trabalho era preparar essa criança para a
maturidade. Quando a criança atingisse a maturidade, a função do “aio” deixaria de ser necessária.
Da mesma forma, a Lei foi
uma preparação para a chegada de Cristo. O papel da lei era levar o homem a
Cristo, o verdadeiro Mestre, o único que pode libertar. O papel da Lei era
levar as pessoas a Cristo a fim de que fossem justificados por fé; mas, tendo
vinda a Fé, já não permanecem mais subordinados ao “aio”. Calvino disse “que sob o Reino de Cristo não há mais uma
infância que necessite ficar sob a tutela de um “paidagogos” e, em consequência, a lei resigna de seu ofício”. Em
outas palavras, a Lei era uma preparação para Cristo, e era temporária.
Segundo o Rev. Hernandes
Dias Lopes, o propósito da Lei é convencer o homem de que ele é pecador e
precisa do Salvador. Quando o homem olha para a Lei e vê que é pecador, tem
consciência de que está perdido e condenado e de que necessita desesperadamente
do Salvador. A Lei prepara o caminho da fé. A Lei pavimenta a estrada para
Cristo.
Diz mais o Rev. Hernandes
Dias Lopes: “É a lei que desmascara o pecado e condena o homem. Somente um
homem consciente de sua culpa busca o Salvador. O evangelismo que ignora a lei
enfraquece a graça. Sem a lei o homem não consegue ver o brilho da graça. É na
escuridão da noite que vemos o brilho das estrelas. Da mesma forma, é no contexto
da escuridão densa do pecado e do juízo que o evangelho resplandece”.
John Stott foi brilhante
em seu argumento: “Só depois que a lei nos fere e esmaga é que admitimos a
nossa necessidade do evangelho para atar nossas feridas. Só depois que a lei nos
aprisiona é que anelamos que Cristo nos liberte. Só depois que a lei nos tiver
condenado e matado é que vamos clamar a Cristo por justificação e vida. Só
depois que a lei nos tiver levado ao desespero é que vamos crer em Jesus. Só
depois que a lei nos tiver humilhado até o inferno é que vamos buscar o
evangelho para nos elevar até o Céu” (John Stott. A mensagem de Gálatas).
Portanto, a Lei não tem
poder de libertar do pecado, mas prepara o homem para encontrar o libertador,
Cristo Jesus, o Salvador. Diz o apóstolo Paulo: “Mas a Escritura encerrou tudo
sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa
concedida aos que creem” (Gl.3:22).
3. A graça revela que a Lei é imperfeita. A Lei é imperfeita
porque ela, conquanto ordenada para o bem, não conseguiu justificar ninguém,
conforme se observa em todo contexto da Epístola aos Gálatas. Pelo contrário,
foi alvo de muitas transgressões e culpas que deveriam levar o homem a conhecer
a sua própria miséria e impotência e, partindo daí, a se humilhar diante de
Deus, arrepender-se e a ser salvo mediante a fé. Todavia, em si mesma, a Lei
não tinha poder algum para levar o homem ao Criador. Afirma o apóstolo Paulo: “E
é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o
justo viverá da fé” (Gl.3:11). Portanto, estar sob a Lei significa derrota,
escravidão, maldição e impotência espiritual, porque a Lei não pode salvar
(Gl.3:11-13,21-23,25; 4:3,24,25; 5:1). Estar sob a Lei é estar sob maldição,
pois maldito é aquele que não persevera em toda a obra da lei para cumpri-la
(Gl.3:10). A Lei exige de nós perfeição, e por isso mesmo nos condena, pois não
somos perfeitos. Porém, quando somos guiados pelo Espirito, já não estamos
debaixo da tutela da Lei e, por isso, somos livres; é o que afirma o apóstolo
Paulo: “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (Gl.5:18). O
Espirito Santo é quem nos põe em liberdade (Gl.4:29; 5:1,5).
II. O FAVOR
IMERECIDO DE DEUS
1. Superabundante graça. Não há pecador, por pior
que seja, que não possa ser alcançado pela graça divina, pois onde abundou o
pecado, que foi exposto pela Lei, superabundou a graça de Deus (Rm.5:20).
Portanto, a graça é maior que o pecado. Assim como o segundo Adão é maior do
que o primeiro, assim como a obra de Cristo é maior do que o pecado de Adão,
também a graça é maior do que o pecado. A redenção levou o homem não apenas ao
seu estado original, mas a horizontes mais sublimes. Não somente restituiu o
que ele havia perdido, mas o colocou numa posição superior aos anjos,
tornando-o membro da família de Deus. A nova vida que recebemos pelo perdão dos
pecados faz com que tenhamos comunhão com Deus, e o Espírito de Deus testifica
com o nosso espírito, que volta a ter relacionamento com Deus, que somos filhos
de Deus (Rm.8:16). Adotado por Deus, o crente é considerado como filho do Pai
Celeste (1João 3:2), como irmão de Jesus (Hb.2.11), como herdeiro dos céus
(Rm.8.17). De igual modo, é libertado do medo (Rm.8.15) e desfruta de segurança
e certeza de vida eterna (Gl.4.5,6).
2. Fé e Graça. Estes são os dois
fatores imprescindíveis para a Salvação do ser humano. A salvação é um dom da
Graça de Deus, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. É
válido ressaltar que somos salvos não pela fé, mas pela graça mediante a fé. A
fé não é a causa meritória, mas a causa instrumental da justificação. A Fé é a
mão estendida que recebe o presente da vida eterna. Portanto, a Fé e a Graça
atuam juntamente na obra da salvação.
Efésios 2:8-10 pode ser
visto como o resumo mais completo no Novo Testamento do processo da nossa
salvação:
“Porque pela graça sois
salvos mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
A maneira como recebemos
a dádiva da salvação é mediante a Fé. Ter fé nesse caso significa assumir o
lugar de pecador culpado e perdido e receber o Senhor Jesus como única
esperança da salvação. A verdadeira fé que salva se manifesta quando a pessoa
se entrega totalmente a Cristo.
“Não vem de vós”. Qualquer ideia de merecimento ou de que o homem pode adquirir a salvação
pelas obras é completamente destruída pelas palavras “não vem de vós”. Pecadores nada merecem a não ser julgamento.
“É dom de
Deus”.
O “dom de Deus” é a salvação “pela graça mediante a fé”. Esse dom é oferecido a
todas as pessoas em todos os lugares. Observe que não é a fé que opera a
salvação, mas a graça de Deus que atua mediante a fé do crente no Filho de Deus
(Rm.3:28; 5:2; Fp.3:9).
Se é verdade que o pecado
se estendeu a todos os homens, sejam judeus, sejam gentios, e que, por causa
dele, todos os homens estão destituídos da glória de Deus (Rm.3:23), também é
verdade que os homens podem, agora, ser justificados gratuitamente por Deus
pela Sua graça e pela redenção que há em Cristo Jesus (Rm.3:24).
Portanto, a Graça é a
causa meritória da nossa salvação. Sem que o homem mereça coisa alguma, Deus
providenciou um meio pelo qual o homem pudesse retornar a conviver com Ele. Ele
enviou seu Filho para que morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça
divina. A todos quantos creem na Obra do Filho, Deus permite que venha
novamente a ter comunhão com Ele, ainda que imerecidamente. É este favor
imerecido que consiste na maravilhosa Graça de Deus.
3. A graça não é salvo conduto para pecar. Segundo o ensino das
Sagradas Escrituras, a graça jamais pode ser vista como um salvo conduto para a
prática do pecado ou da libertinagem. Diz o apóstolo Paulo: ”Porque vós,
irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar
ocasião à carne” (Gl.5:13).
Fomos chamados para uma
vida nova, para a liberdade, e não para a escravidão do pecado. Todavia, a
liberdade cristã não é uma licença para pecar, mas o poder para viver em
novidade de vida. A liberdade cristã não é licenciosidade, mas deleite na
santidade. A liberdade cristã é a liberdade irrestrita para aproximar-se de
Deus como seus filhos, não uma liberdade irrestrita para chafurdar em nosso
egoísmo. A licenciosidade desenfreada não é liberdade alguma, é outra forma
mais terrível de servidão, uma escravidão aos desejos de nossa natureza caída. Enfim,
a liberdade cristã não é liberdade para pecar, mas liberdade de consciência,
liberdade para obedecer. O cristão salvo pelo sangue de Cristo é livre para
viver em santidade.
Muitos defendem a
liberdade do amor livre, a prática irrestrita do aborto, o uso indiscriminado
das drogas e o homossexualismo, porém, isso não é liberdade, é escravidão.
Jesus disse que aquele que pratica o pecado é escravo do pecado (João 8:34).
À época de Paulo, os
inimigos da graça apresentava um argumento supostamente irrefutável: “Se a
graça é superabundante onde o pecado é abundante, se a multiplicação das transgressões
serve para demonstrar o esplendor da graça, então não deveríamos pecar mais
para que Deus seja ainda mais glorificado na magnificência da sua graça?”. Esta
pergunta retratava tanto a distorção antinomiana como a objeção dos legalistas
à doutrina da justificação pela graça, por meio da fé, independentemente das
obras. A inferência licenciosa é imediata e energicamente rejeitada por Paulo; responde
o apóstolo: “De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como
viveremos ainda nele?” (Rm.6:2). De acordo com esta resposta de Paulo, não
podemos continuar a pecar porque morremos para o pecado. Trata-se de um fato
acerca de nossa condição. Quando Jesus morreu para o pecado, Ele o fez como
nosso representante. Morreu não apenas como nosso substituto, ou seja, por nós e
em nosso lugar, mas também como nosso representante, ou seja, como se nós
estivéssemos lá. Assim, quando Ele morreu, nós também morremos. Ele morreu para
o problema do pecado e resolveu-o de uma vez por todas. Para Deus, todos que estão
em Cristo também morreram para o pecado. Isto não quer dizer que o cristão é
impecável; antes, ele é identificado com Cristo em sua morte e tudo o que ela
significa.
III. O
ESCÂNDALO DA GRAÇA
A Graça é um escândalo
para aqueles que não se converteram de verdade a Cristo, que não nasceram de
novo. Exatamente pelo fato de a Graça de Deus ser um escândalo é que existe
tanta dificuldade em compreendê-la de forma plena. Certamente, uma das formas
de compreender é perceber o conceito da Graça de Deus presente na Parábola dos trabalhadores
da vinha (cf. Mt.20:1-16); nesta Parábola, mesmo que o senhor tenha sido
injusto aos olhos dos trabalhadores que iniciaram primeiro, não há méritos por
tempo de serviço ou produtividade; a mesma recompensa dos que iniciaram o
trabalho no fim do dia é dado aos que começaram no início do dia. É esta
aparente “injustiça” sob a ótica humana, que caracteriza a Graça de Deus, que
produz escândalo.
1. Seria a graça injusta? A justiça divina, se
comparada com a humana, é imensamente perdoadora; por isso, a graça torna-se
injusta sob a ótica humana, pois é imerecida e incoerente. Por esse motivo,
Paulo classificou-a como escandalosa (1Co.1:23; Gl.5:11). Paulo pregava a
mensagem da cruz, anunciando que uma pessoa é justificada e aceita por Deus somente
pela cruz de Cristo. As pessoas detestavam e ainda, hoje, detestam ouvir que só
podem ser salvas ao pé da cruz, e opõem-se ao pregador que lhes diz isso. À
época de Paulo, os falsos mestres ficavam ofendidos com essa pregação; eles
sustentavam que a morte de Cristo não era suficiente para tornar uma pessoa aceitável
a Deus; diziam que a cruz não era o bastante; era preciso algo mais. O
argumento de Paulo, porém, é que a salvação pelas obras da lei é falsa. A
salvação não é resultado do que fazemos para Deus, mas do que Cristo fez por
nós na cruz. Logo, pelas obras é impossível o pecador se salvar; ele depende
única e exclusivamente da maravilhosa graça de Deus para encontrará descanso eterno
com Cristo no Céu (Mt.11:28-30).
2. A divina graça incompreendida. Na época do apóstolo
Paulo, e hoje também, muitos não compreenderam, nem compreendem, seus ensinamentos
sobre a Graça de Deus. Por isso, ao longo da história da Igreja, dois extremos
estiveram presentes acerca da compreensão da Graça:
a) Liberdade total para
pecar (Rm.6:1,2). É bom saber que a liberdade do cristão está em Cristo Jesus, e isso
exclui qualquer ideia de que de alguma maneira possa significar liberdade para
pecar. Não devemos nunca transformar a liberdade numa base de operações para a natureza
carnal. Portanto, a liberdade proporcionada por Cristo não é uma liberdade para
o crente fazer o que quer, mas para fazer o que deve. Exorta-nos o apóstolo
Paulo:
“E, libertados do pecado,
fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne;
pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia
e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para
servirem à justiça para a santificação. Porque, quando éreis servos do pecado,
estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora
vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do
pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por
fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm.6:18-23).
b) a impossibilidade de
receber tão valioso presente (Gl.5:4,5). A Graça é favor imerecido; e isto chega a ser um escândalo para os que
não creem. Muitos entendem que para ser salvo por Deus é preciso dar algo em
troca. Mas, não é o que fazemos para Deus que nos garante o Céu, e sim o que
Deus fez por nós em Cristo Jesus. O Céu não é um prêmio que merecemos, mas uma
oferta que recebemos; não é uma conquista das obras, mas um presente da graça
de Jesus Cristo – “Pela graça sois salvos” (Ef.2:8). O crente salvo não confia
em si mesmo, nas suas obras para a sua salvação. Se para ser salvo as obras
tivessem algum valor creditório, então, certamente, isto levaria o crente ao
orgulho espiritual (Ef.2:8-10) e geraria toda sorte de comportamentos
hipócritas, como foram os escritas e fariseus legalistas à época de Cristo (Mt.23:23).
Portanto, buscar a salvação pelas obras é desligar-se de Cristo e decair da Graça.
Não há salvação para aqueles que tentam alcançar o favor de Deus por meio das
obras, de atitudes legalistas. Afirma o apóstolo Paulo: “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé...Não vem das obras, para que ninguém se glorie”
(Ef.2:8,9).
3. Deixe-se presentear pela Graça. Sem qualquer mérito
humano, mas unicamente pela sua Graça, Deus quis prover um meio de salvar o ser
humano. E proveu. E a Graça salvadora de Deus, que é inesgotável, envolve todo
o mundo e oferece oportunidade a toda humanidade de escapar da justa e
inevitável condenação – “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”(Rm.6:23). E
porque é o “Deus de toda a graça”, conforme está escrito em 1Pedro 5:10, ele
“...quer que todos se salvem e venham ao conhecimento da verdade”(1Tm.2:4). Os
que compreendem esse favor inefável de Deus, mediante sua Graça, devem
deixar-se presentear por ela. Quem compreende o que significa ser justificado
por Deus se permite embalar nos braços de amor e de perdão do Pai.
Somos pecadores,
precisamos nos arrepender e mudar de vida, precisamos reconhecer que valemos
menos que nada e que não merecemos a salvação; todavia, não podemos nos
prostrar diante destas realidades; devemos, sim, ao revés, sermos profundamente
felizes porque o Senhor teve misericórdia de nós e tomou o nosso lugar na cruz
do Calvário e, agora, devemos viver alegres no Senhor. Para os filhos de Deus,
cônscios do valor da Graça do Pai, tudo é dádiva Sua, tudo é favor imerecido.
Portanto, deixe-se presentear pela graça de Deus!
CONCLUSÃO
Ninguém poderá ser salvo pelas obras e boas ações, ou por tentar guardar
os mandamentos de Deus. Para sermos salvos precisamos receber a provisão divina
da salvação (Ef.2:4,5), ser perdoados do pecado (Rm.4:7,8), ser espiritualmente
vivificados (Cl.1:13), ser feitos novas criaturas (Ef.2:10; 2Co.5:17) e receber
o Espírito Santo (João 7:37-39; 20:22). Nenhum esforço de nossa parte poderá
realizar essas coisas. O que opera a salvação é a Graça de Deus mediante a Fé (Ef.2:5,8).
Devemos diligentemente desejar e buscar a maravilhosa Graça de Deus (Hb.4.16).
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Luciano
de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências
Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Novo Testamento) -
William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 72. CPAD.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática Atual e exaustiva.
Claiton Ivan Pommerening. Obra da Salvação. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. 1,2,3 João.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. O Deus da Redenção.
PortalEBD_2008.
Ev. Caramuru Afonso Francisco. As Doutrinas da Graça
de Deus. Portal EBD.2006.
Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento.
CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Romanos – O Evangelho
segundo Paulo. Hagnos.
A Mensagem de Romanos. John Stott. ABU.
Maravilhosa Graça. José Gonçalves. CPAD.
Rev. Hernandes Dias Lopes. Gálatas, a carta da
liberdade cristã. Hagnos.
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